Todo este infeliz episódio em que Alegre se deixou meter, devidamente aconselhado pelo "bloco socialista", acabou numa mão cheia de nada: ao contrário do que apregoavam Alegre e Louça, não se vislumbra favor algum na aquisição das acções que Cavaco detinha.
Tudo isto daria vontade de rir se não fosse o facto de me incomodar que Manuel Alegre se tenha deixado enveredar pela campanha suja, imprópria dele, e da qual só ele sai mal. Caiu-lhe a verdade em cima, caiu-lhe o BPP em cima, caiu-lhe a violação do Estatuto dos Deputados em cima, e, atolado nisto tudo, Alegre só deixou cair explicações contraditórias e fracas. É triste. Só espero que agora Manuel Alegre abandone de vez a campanha suja dos seus conselheiros.
Esta tomada de posições por parte de Manuel Alegre revela o radicalismo de quem está no leme (o BE) e revela também que o PS se demitiu da campanha - Sócrates não dormiria se Alegre tivesse alguma hipótese de ganhar. É também por causa deste (mas não só) cinismo do líder do PS que o partido caminha para um pós-Sócrates bem mais penoso que o PSD pós-Santana.
VLX, na notícia linkada, leio isto: "Cavaco e a filha tinham comprado as acções em Abril de 2001, directamente a Oliveira Costa, pelo mesmo preço a que só este enquanto presidente da SLN podia adquirir: um euro."
Isto parece-te normal? Não te levanta suspeitas, sabendo que as acções, nesta altura, eram transaccionadas por mais de dois euros? Não merece explicações detalhadas?
"Não seria melhor organizarem-se, primeiro, antes de se lançarem ao ataque?"
Não, o ideal seria mesmo Cavaco todos os contornos do negócio. Tão simples como isso. Se em vez de se resguardar no "mais honesto que eu não há" prestasse os esclarecimentos simples e directos que este negócio exige, isto nem tinha chegado a ser um caso.
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