1) Convém não esquecer que Alegre começou por ser o candidato do Bloco. A insistência para que Cavaco divulgue detalhes de uma operação financeira que executou quando era um mero cidadão, insere-se no
modus tollens bloquista: se negociar na bolsa significa o diabo, não negociar significa a santidade (que é negada a Cavaco).
2) Do ponto de vista estritamente eleitoral, é dos livros: quando não há mais nada, e não há, usa-se o que há. Muita da raiva nem sequer vem do povo socialista. Velhas contas para ajustar, ligadas aos media (
caso Escutas), pessoais ( alguns jornalistas) e aos
fracturantes ( o casamento gay engolido com rícino e o s
aneamento de Lobo Antunes da Comissão de Ética), ajudam a compreender a aposta.
3) É claro que, no deve e haver da promiscuidade política/negociatas, o núcleo duro de Sócrates
tem muito a temer ( para não falar do regresso das escutas do
Face Oculta), mas o Bloco e o
beau monde lisboeta fracturante é para o lado que dormem melhor. O que lhes é realmente insuportável, tal como na anterior eleição, é que o
parolo de Boliqueime ganhe outra vez e com mais votos.