João Miranda, no Blasfémias, aponta com notável síntese o disparate completo que tem sido a estratégia socialista nesta campanha presidencial e Francisco Mendes da Silva, no 31 da Armada, desmonta com enorme clareza todo o conjunto de estapafúrdias explicações que Manuel Alegre tem vindo a balbuciar sobre a sua relação com o BPP.
Com efeito, tratar a mensagem publicitária do BPP (que era genial, diga-se de passagem) por "texto literário" e falar de direitos de autor só com muito humor se pode aceitar. Dizer que devolveu o cheque (não por ser ilegal ou imoral mas) por uma questão de princípio é mentira ou revela desconhecimento total do estatuto do cargo em que se sentou acomodado durante três décadas. Defender-se com o facto do BPP não ter aceitado a devolução do cheque é infantil. Esta surpreendente colecção de tiros no pé deveria fazer Alegre constatar que a opção pela campanha suja (certamente sugerida pelos seus amigos socialistas e bloquistas) não é a melhor estrada para trilhar e deveria ser definitivamente abandonada para a campanha presidencial se centrar no essencial.
Para mais, quando Alegre tenta convencer-nos de que aceitou um convite de uma agência de publicidade para escrever sobre dinheiro numa revista sem saber que era publicidade, ou está a fazer de nós tolos ou está a fazer-se a ele próprio de tolo.
Em qualquer das hipóteses, a estratégia de Alegre é péssima porque os portugueses não pretenderão para presidente da República um tolo nem alguém que tome por tolos os portugueses.
Pois é VLX, neste ponto julgo que tem toda a razão e estamos então esclarecidos sobre o caracter do MA.
Mas deslindar e tornar publicas as explicações do caso MA/BPP não esclarece em nada a questão das acções e do caso CS/BPN.
Portanto estamos num ponto em que indubitavelmente estamos esclarecidos quanto a Manuel Alegre. Falta agora que se deslinde e esclareça a situação de Cavaco e Silva.
Ou seja, os erros e falhas de MA no passado e no presente, não servem para explicar as atitudes de Cavaco e Silva...donde continua a faltar essa explicação.
Declaração de interesses: independentemente do valor de cada um dos candidatos (CS e MA) e das respectivas diferenças, não sou apoiante de nenhum deles...nem dos outros!
delfux, O problema não é esse: interessa-me tão pouco a questão das acções do bpn como a publicidade ao bpp. O argumento de que nas alturas em causa, quer bpp quer bpn eram credíveis e inexistia motivo para desconfiar vale para todos. Aliás, até há bem pouco tempo, até valia para Vitor Constâncio. De resto, qualquer dos temas é velho. Trazer estas coisas para a campanha não interessa nada, não traz nada de novo, é campanha suja, é uma campanha imprópria de Manuel Alegre (ou, pelo menos, assim era quando ele agia de forma independente e não andava com o “bloco-socialista” atrás). O meu ponto é este: Alegre percebeu que, se disparar para o ar, arrisca-se a apanhar também com os chumbos. Passe-se então a uma campanha séria e deixem-se destes ataques pessoais imundos.
Os Romanos tinham uma tradição curiosa. Sempre que um cidadão se apresentava como candidato a um cargo público, desfilava pela cidade usando uma toga imaculadamente branca, asseverando assim aos seus concidadãos a condição de «candidus», cândido, isto é, candidatum. O que queriam eles dar a saber? Segundo o filósofo Sloterdijk, os Candidati desejavam dar a “saber que estavam dispostos a perder a sua inocência; eram «as noivas» do princípio da realidade, cujo potencial de desfloração é lendário desde o tempo dos Romanos”.
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