Sócrates agora é verberado por ter estabelecido ( por razões económicas) relações amistosas com a Líbia. Ó horror, ó crime lesa-direitos humanos. E a quantidade de facínoras ( Ceausescu, por exemplo) que se passearam em Portugal a seguir à revolução de Abril, a revolução da "liberdade"? E o Porto de honra oferecido a Fidel, no Porto ( talvez para celebrar a democracia e os direitos humanos nas tostaderas )? O adolescencialismo continua pujante nas análises às convulsões do momento.
Filipe: fico a saber que não o impressiona Amado e Sócrates nas comemorações aniversárias de Kadafi no poder - razões económicas - até mesmo porque o Porto de Honra de Fidel não o incomoda, ou Ceausescu passeando-se por cá, ou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão nas Necessidades quando se apertava sobre o regime a pressão relacionada com o episódio de morte por apedrejamento... E que, em havendo razões económicas (ou percebi mal?), quaisquer outros considerandos são pueris.
Não, meu caro Jorge, nada disso. Limitei-me a constatar o double standard. E não me recordo de manifestações e oposições aos acordos comerciais com a Líbia, que tiraram muitas empresas da forca. Os princípios são princípios não são?
Quero crer que sim. E princípios é justamente o que não vejo na política externa de Sócrates, de que o exemplo mais gritante é justamente a parceria com Kadafi, ou Chávez, além do mais, mesmo de um ponto de vista estritamente "razões económicas", estúpido, porque imediatista, quod erat demonstrandum.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.