Este mesmo autor , trotskysta, ridicularizava os relatórios da CIA, anteriores à revolução, que asseguravam longa vida e estabilidade ao regime do xá. Tinha, no entanto, razão quando referia que o ponto crítico da fermentação revolucionária se deu quando as mesquitas se tornaram o único local onde os iranianos podiam discutir livremente sem ter a polícia à perna. Julgo que podemos ver nos movimentos tunisinos, jordanos, sudaneses e egípcios, uma causa comum; a falta de dinheiro. Muito mais do que grandes aspirações democráticas, ou o apelo de neo-intelectuais orgânicos, é o empobrecimento que está a gerar a revolta. Isto ajuda a explicar que mecânicas semelhantes ocorram em realidades tão diferentes como as referidas.
Por último, é interessante notar que no Irão pré-revolucionário também o factor económico foi decisivo. Por um lado, a proto-industrialização do país gerou uma massa razoável de carenciados ( pois é...) , por outro, o Xá confiscou os bens das estruturas religiosas.
Caro FNV, Referiu a falta de dinheiro como factor de ignição da rev. no Egipto (o mesmo se aplicará à Tunísia, à Jordania, etc...) Mas julgo que as elevadas % de desemprego, e esgotamento aparente de oportunidades ao nível de uma geração terá levedado o fermento da contestação. Há muito por onde se dê um abraço de boas vindas a jovens "imprestáveis", e o que me choca é que todas estas fracções, aparentemente imiscíveis, estão unidas e focadas no mesmo objectivo. Não imagino o que acontecerá no rescaldo desta "nightstand" quando descobrirem de facto com quem passaram a noite.
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