A questão nem é só material. É verdade que Sócrates gastou o que tínhamos e o que não tínhamos, torrou à tripa forra durante anos e escondeu ao país a sua real situação, garantindo que tudo estava bem. É verdade que foi atempadamente alertado e que desdenhou arrogantemente de todos os portugueses que o avisaram. É verdade que estraçalhou as finanças do país e nos meteu neste buraco. É verdade que a Sócrates se devem todos os sacrifícios que os portugueses hoje sofrem, e todos aqueles outros ainda mais gravosos que irão sofrer no futuro. É verdade que constitui uma ignomínia miserável Sócrates ter ido a Bruxelas comprometer os portugueses sem os avisar previamente do que fazia e uma inacreditável afronta só dizer agora que “era este PEC IV ou o FMI”. Isto é tudo verdade mas não é o pior.
O pior é o resultado de mais esta chantagem que Sócrates agora faz sobre os portugueses. Sócrates ameaça demitir-se se não lhe aprovarem o PEC IV. E ameaça que a sua demissão e a verificação de novas eleições fará o FMI invadir-nos de imediato.
A ser assim, a consequência disto é muito simples e evidente. Sócrates conseguiu que os portugueses tenham deixado de ser livres para escolher os seus governantes. Pela primeira vez desde o fim do PREC, os portugueses não podem, em total liberdade, tomar a decisão de eleger os seus governantes e escolher livremente o momento de o fazer: estão limitados na sua liberdade por força da actuação de Sócrates.
No fundo, o que Sócrates fez foi roubar a liberdade aos portugueses. E isso é imperdoável.
É revoltante esta estratégia do governo de : - nunca olhar para trás - nunca avaliar - tudo o que podemos fazer é perguntar "o que é que se pode fazer agora" e nunca "como é que chegámos aqui" A reflexão é interdita porque ela pôe a nu a incompetência. Não existem espelhos em S. Bento...
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