O discurso de Cavaco Silva marca um novo tempo. A partir de agora, o governo fica definitivamente a prazo: pelo discurso e pela constituição. Pensemos um bocadinho.
Sócrates está a fazer o que qualquer outro faria no seu lugar. Claro que foi irresponsável quando iludiu a realidade para ganhar eleições, mas temo bem que qualquer outro político modernaço tivesse feito o mesmo. O presente é que interessa. Não me parece que o discurso do PR tenha servido para alguma coisa. Apelou a um sobressalto cívico, requentando o direito à indignação de Mário Soares, mas espero que não venha a morder a língua se as hordas chegarem aos jardins de Belém. De resto, umas boníssimas preocupações com os mais pobres, coisa que qualquer tipo decente partilha.
Como eleitor de Cavaco Silva, o que espero é coragem. Ou apoia o governo nas dificuldades que são comuns a outros países ou demite-o sem temer os resultados eleitorais. Não votei no Rassemblement Pour le Cavaquisme.
"Não me parece que o discurso do PR tenha servido para alguma coisa." Não deve ter servido se no dia em que o fez a Stasis tem 55 comentários e CS menos de 5%.
Vai-me desculpar a assumpção à bulldozer, mas se está a fazer o que qualquer outro faria é porque qualquer outro seria medíocre. Cada dia que passa sente-se a necessidade de começar a mexer no chassis da viatura, e Sócrates mais não faz que deitar fora os bancos, a bagagem dos putos e, por esta altura, já dois ou três passageiros. Se Cavaco pouco mais pode fazer, pode pelo menos exigir que o governo vá para além de obedecer ao orçamento que trouxe de Bruxelas.
Mas partilho com o Filipe o receio de que ele se entusiasme e de que ainda assistamos ao regresso dos congressos anti-governo.
Soares (com Mota Pinto) não fizeram nada disto! Até mesmo com Guterres não acredito que se andasse a passear esta falta de vergonha e a reiterar mentira e conversa de vendedor de pechisbeque a falar de Cartier e Bulgari.
Este imbecil abastardar da coisa pública, a aptência para apoucar tudo o que não re-rentre nas emulações 'fast-food' ou 'fast-making' da "modernidade" que esta tralha julga ter-lhe sido revelada em exclusivo - sei lá, em uma das excursões ou 'joggings' mundanos que eles alarvemente consomem para a sua construção de 'homens de mundo'- e que tudo sacrifica, inclusive a dignidade do País e da sociedade e gentes que ele devia representar, vai ser o pior legado desta socretinada instalada e amestrados associados.
Não sei o que fariam outros politicos "modernaços" - posso intuir fraquezas, mas ainda acho que a maior parte deles consegue ter um pingo de vergonha ou pelo menos qualquer fusível para não alongar patologias de delirio- e, sinceramente, não vejo o PSD com os comportamentos de carneirada que hoje vemos no PS. Mesmo no tempo de Cavaco, já havia Marcelo, Judice, e depois Cadilhe, Alvaro Barreto, Miguel Beleza, e outros que nem no Governo prestavam 'vassalagem' ao chefe!
Faço minhas a palavras da Henedina (com a devida vénia). Mas temo que a coragem que espera não vá além de umas arengas palacianas. Desconfio que o preto no branco, tal e qual coloca no seu post, apareça assim tão clarinho...
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