Suponho que, para além do óbvio - desgaste do PS e esperança no PSD - , os politólogos não tenham, neste momento, muitas referências. A grande massa de votantes não fidelizada está numa situação diferente de todas as anteriores. Já não se trata de saber quem dá mais, mas quem tira menos. E isto num contexto em que mais e menos já não são conceitos abstractos: agoram contam-se em euros.
Como se vão comportar esses eleitores assustados? A teoria clássica lança duas âncoras:
1) Preferência pelo que conhece, nessse caso o inconsciente colectivo agrupando-se em torno de uma entidade protectora;
2) Busca de uma solução salvífica, cumprindo a adesão ao pressuposto messiânico ( no nosso caso, sebastiânico).
A incerteza resulta do facto de nenhuma destas possibilidades aparecer como evidente. A estabilidade protectora ( o PS) é associada ( em parte, porque os eleitores sabem que espanhóis, gregos e irlandeses não foram conduzidos por Sócrates) à angústia da situação actual. A solução salvífica é impossível e o PSD recusa um discurso claro e corajoso ( escreve "cartas" de manhã e desdiz à noite o que balbuciou à tarde), porque qualquer proposta custa votos em qualquer lado.
No entretanto, os valentes da ruptura crucifixam qualquer bloco central, consenso ou governo de concentração. Cá estaremos para ver quanto dura o verbo.
Uma coisa é certa eu gostaria que quase não houvesse abstenção. Para a Europa que nos comenta de uma forma abjecta seria a melhor resposta. E mostrava união, esse sim seria o consenso nacional. Estamos aqui e sabemos o valor da democracia.
Nunca votei em branco tb em eleições excepto 1x na escola para marcar posição e comigo mais de metade da escola solidarizou-se. O que senti fez-me compreender cedo que não me podia "meter" em política pq gosto demasiado de ganhar. Essa é que é essa.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.