De há umas semanas para cá, deixaram ( vários blogues , assessores, jornalistas-assessores e politólogos) de falar diariamente na escalada dos juros da dívida pública . Se a queda do governo nada tem a ver com o facto, não se compreende por que motivo o silêncio substituiu a corneta.
Bem, a culpa é das poucas qualidades que não carece de demonstração.
FNV: os juros no mercado secundário, no imediato, em pouco nos interessam agora. Depois do recurso ao FEEF, com as revisões em alta do défice e tendo em conta a situação para que caminha a Grécia - num mês, os juros no mercado secundário da dívida pública grega a dois anos dispararam de 16 para 25% -, com alta probabilidade de reestruturação da dívida, era normal que os juros nos mercados secundários subissem também no nosso caso. Mas o que importa a Portugal no presente é uma e uma única coisa: qual o juro que a «troika» vai definir para o nosso país. É esse juro, para já desconhecido, que traçará o futuro de Portugal. Se for demasiado alto, seguiremos o caminho grego de reestruturação da dívida e não se admire se os juros nos mercados secundários continuarem a sua tendência de subida (e verá que o falatório retornará: desta vez não para anunciar a necessidade de ajuda externa, mas para anunciar a necessidade de uma reestruturação da dívida). Mas isto iria sempre verificar-se, independentemente da queda ou não do Governo. Cumprimentos.
A (re)ver: a entrevista ontem na SIC Notícias de José Gomes Ferreira (no Negócios da Semana) a João Duque e António Carrapatoso. Fica claro como é que um jornalista deve ser: sabe exactamente do que está a falar, discute com os entrevistados, pergunta, requer esclarecimentos, confronta os entrevistados com opiniões suas no passado, etc. É assim que se mata a propaganda.
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