Trazem-me favas e ervilhas frescas da horta, chouriças do fumeiro de Fevereiro, mel e limões. São, portanto, palavras com as quais teremos de escrever na língua.
Uma perninha de borrego passa a noite no tabuleiro, lardeada com alho, tomilho, sal e regada com sumo de limão. A casca do limonete, ralada, faz a crosta da perninha. Vai ao forno infernento ( mas pouco tempo, que o lechal* bicho não teve ocasião de pecar) e é constipado a meio para obedecer ao dogma: tostado, médio, rosado-vivo. Antes de o safar, pincelar com mel que pinta a crosta alimonada de um tom alaranjado. Venham de lá as ervilhas, aferventadas e castigadas no seu sportinguismo com um raminho de hortelã do vaso.
As favas, como Napoleão já não as dá aos cavalos dos hussardos, já se sabe, só têm de ser desejadas. Saltear as rodelas de chouriço e reservar. O faval endemoninha-se com o estrugido da ordem, uma fatia de toucinho (sem E-250) e os coentros: poucos mas bons. Uma pitada de acúcar mata a acidez da leguminosa e dá descanso ao piloro. Adicionem no final as rodelas de chouriço e lembrem-se de Tormes.
Então bom proveito com o vosso clafouti de espuma de ostras do Sado montado em sensação de foie das landes.
* A Joana pergunta-me pelo borrego. Não suporto o bichão desde que fui à tropa . Falo de borreguinho de leite.
ah, que maravilha,, nada como uma boa favada para nos fazer esquecer algumas amarguras de índole desportiva .....se a amargura for muito profunda, empape bem o arroz no molho e acompanhe com um bom tinto do Douro !
Estou na clínica, num intervalo forçado, isto é um tormento, mas enfim: Com o rosbife de borrego um Tinta Pinheira e Jaen, serve muito bem um Cabriz, um Pellada ou até um bom exemplar da Adega Cooperativa de Mangualde. Com as favas tem de ser corpo e alegria. Um Chaminé novo, 2009.
Bem que gostava de provar, mas não posso: deixaram-me aí na caixa de correio umas fotos minhas de corpo inteiro. Já me informei com quem sabe e é oficial: alguém quer *coagir-me* a fazer dieta.
Uma boa favada não é aconselhável para quem quer fazer dieta.Para isso é que existem médicos que coagem constantemente os seus pacientes para fazerem dieta durante a consulta, enquanto ruminam uma pastilha que reduz o apetite, outras vezes são mesmo os enfermeiros que com um carolo na cabeça alertam para a necessidade de tal medida, mas em último caso recorre-se ao director clínico que no corredor de acesso ao consultório pressiona descaradamente o dito paciente. Há para todos os gostos !!!
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