O problema dos portugueses é verem o Estado como uma coisa afastada, distante, que não é deles, e da qual apenas devem sacar o que puderem. Erro.
O Estado deveria antes ser visto como uma sociedade comercial, na qual participam como accionistas todos os portugueses, que com esforço tiveram de realizar o capital social necessário ao giro da máquina. Essa sociedade deveria ser bem gerida, proporcionando aos portugueses os benefícios, qual dividendos, dessa boa gestão.
Se assim imaginassem o país, os portugueses-accionistas estariam mais atentos à eventualidade de um ou outro accionista estar a delapidar a sociedade, através de baixas fraudulentas por doença, por exemplo, ou por receber dividendos indevidamente (através de um qualquer rendimento mínimo apenas por não pretender esforçar-se ou trabalhar).
Mas, acima de tudo, os portugueses-acconistas estariam atentos à administração que escolheram para dirigir tal sociedade. E se assim fosse, uma vez chegado o momento da administração prestar contas e ser avaliada, o que aconteceria? — Os accionistas seriam confrontados com a dura realidade: essa administração tinha falseado e martelado as contas, tinha escondido dos accionistas a sua péssima e desastrosa gestão, tinha mentido, tinha (ou os cônjuges por si) feito negócios com a sociedade, tinha-se endividado até mais não poder, tinha levado a sociedade à beira da insolvência e com ela quase a banca, atrasado o dever de se apresentar à insolvência, tinha provocado a necessidade vexatória de intervenção de outras sociedades, parceiras ou concorrentes, que passariam a mexer os cordelinhos da administração da nossa sociedade, impondo-nos regras e comboios de que não precisávamos. E, mesmo na ruína e na humilhação, essa administração continuava a mentir, a nomear amigalhaços às escondidas, a endividar-se, a prometer despesas futuras que obviamente a sociedade não poderia comportar.
Perante esta realidade, os accionistas eram ainda confrontados com a necessidade imperiosa de, de um dia para o outro, terem de aumentar o capital social da sociedade, ou de realizar suprimentos em condições miseráveis, ou de ficar sem a distribuição de dividendos durante um largo período da sua vida, ou tudo isso bem somado, para desgraça de todos, deixando para as gerações futuras, em herança, títulos que de nada valem.
Se os portugueses vissem o Estado por este prisma, na assembleia geral de accionistas que se aproxima correriam a pontapé esta administração socialista de Sócrates & demais pandilha, ponderando mesmo como punir esta gestão danosa.
A nossa sociedade ficaria seguramente muito melhor e teria ainda alguma hipótese de ser herdada pelos filhos de todos os portugueses-accionistas sem que estes tivessem de se envergonhar do rasto que deixam.
Busco um sítio para verter a minha angústia. Ando para cima e para baixo no blog à procura de um sítio onde possa verter esta mágoa na esperança de, atando-a a um comentário, ele me largar os pés. O Filipe deixou-se dessa coisa de comentários que, escaldado que está com o jogo da bola, nem na água fria da política está para ouvir dislates.... como estes meus.
Onde fica o Norte deste país? Desenganem-se os que retiram conclusões regionalistas desta pergunta; a minha pergunta bem podia ser outra: onde fica o "para cima?" Se estivesse debaixo de água com equipamento de mergulho, as bolhas de ar indicariam, sem dúvidas, para onde ir. Mas aqui onde estou falta-me o ar eu quero ir para cima mas não sei se consigo... Convivi com uma direcção política que, com o seu "Norte" próprio, fez questão de dar cambalhotas sobre cambalhotas, sobre cambalhotas até ter a certeza que ninguém deixaria de estar tonto. Depois foi só plantar o medo, assegurar que quem "não está connosco" está contra o país e carregar sempre e a todo o gás na mistificação.
Não compreendo como pode alguém ainda confiar o nosso destino a um homem destes.
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