Quando subi a bordo desta nau ela já velejava de vento em popa, ligeirinha, pelas águas mais revoltas da blogosfera. Vim completar uma tripulação que tinha a particularidade de se conhecer toda desde criança, o que levou a que as altercações a bordo se resumissem a descobrir quem tinha acabado, sem repor, as reservas de rum, e fazê-lo jurar que não tornaria (nunca ninguém cumpriu esta parte).
Apagar a luz, apagão na luz, luz a ver tudo negro ou luz apagada seriam imagens que me ocorreriam com alguma felicidade e sorriso nos lábios se não fosse isso se referir ao Mar Salgado, não obstante as suas cores, iguais às minhas. Os meus sete ou oito fiéis leitores sabem bem que a minha vida não me permite alimentar com decência um blog pelo que esta saída do Filipe me impele a atracar a nau em bom Porto, pelo menos por uns tempos. E, para bom Porto, nada melhor do que o de este ano.
Ao contrário do que acontece com o Filipe, não pensei ainda se irei continuar a escrever na blogosfera. Seja aqui, seja noutro já existente, seja criando um novo blog.
Tem dias em que estou cansado, tem dias em que me apetece escrever. Seja sobre política. Este governo. O aumento terrível dos impostos e do custo de vida. Os buracos que se vão encontrando, por entre facturas que são verdadeiras antiguidades. A crise. O desastre que foi o desgoverno socialista que nos conduziu ao fim da soberania. Ou então sobre a bola. Os calimeros. O desaire lampião, logo responsabilizando a arbitragem. Ou a violência dos seus adeptos, que agora partem os dentes aos árbitros. Ou sobre os árbitros, que mesmo assim lhes perdoam grandes penalidades claríssimas, umas atrás das outras. Sobre o Barça-Porto, esses gigantes do futebol da península ibérica. Seja sobre a comunicação social, que prefere sublinhar a actividade de um punhado de vândalos (que não deve ter conseguido chegar a tempo a Londres e se manteve por Madrid) a enaltecer a imensa massa humana que, ordeiramente, se limita a viver a sua fé e a acompanhar Bento XVI. Mais ninguém movimenta tamanho e tão pacífico exército, mas a comunicação social prefere os vândalos. Pior para ela. Seja sobre comida, restaurantes, receitas, seja sobre o que for. Ainda não decidi o que vou fazer neste campo, mas deixarei aqui avisos.
Não mexerei no sistema de rega, mas sou então obrigado a apagar a luz no Mar Salgado. Contudo, não desligarei o quadro eléctrico: pode ser que um dia mudemos de ideias e, por outro lado, sempre contribuiremos para a taxa do audiovisual que vem nas facturas.
Mas deixo aqui ainda dois exemplos da comunicação social que temos.
Ontem, na conferência de imprensa do Mingos, o jornalista da SIC N resumia cada uma das respostas do treinador do Sporting. A um tempo, tratava os telespectadores como analfabetos por supostamente precisarem de tradução e impedia-os de ouvirem as perguntas seguintes. Cavalgadura.
Mudando para a RTP N, oiço Vítor Pereira a dizer: “não viemos cá para vê-los jogar”. Pois a RTP N passava em baixo, um ror de vezes e entre aspas, a seguinte frase: “não viemos cá para vêr o Barça jogar”. A um tempo, deturpam a frase proferida e repetem até à exaustão um erro gramatical. Cavalgaduras.
Carissimo Vasco, ainda alimento o sonho de ver o Filipe na cozinha, eu na mesa com mais alguns e voce a tecer a review gastronomica...ainda alimento o sonho deste blog :) beijos
Não desligue o quadro eléctrico Vasco. A EDP ainda é uma empresa Portuguesa. E se quiser abrir uma poçinha na areia e encher de/com o mar diga-nos e iremos lá.
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