NEM TUDO É MAU: The Five Corners Quintet - Chasin the Jazz Gone By: o melhor som do ano!
posted by Neptuno on 10:30 da tarde
#
(0) comments
AINDA CARRILHO: Vi o Prós e Contras tanto quanto me foi possível, porque tamanho ego não cabe em todos os ecrans. Podiam conversar durante uma semana que o Dr. Carrilho nunca iria aceitar a verdade: que nunca ganharia eleições algumas (livres) devido à sua transbordante e rebarbativa - não apenas eleitoralmente - vaidade. E é pena que tanto narcisismo prejudique a bondade de parte dos seus argumentos: que há manipulação informativa, que há mau jornalismo, que o quarto poder representa demasiado poder sem controlo (o mínimo possível, i.e., o judicial) e à mercê de... quem tem unhas. Sujas.
posted by Neptuno on 10:19 da tarde
#
(0) comments
DIA DO CÃO: Mais uma proposta que revela bem a "qualidade" do bando de inúteis que nos (?) representa na AR. Depois da demagogia, da proverbial falta de quórum, do "trabalho" político-futebolístico, entre outras banhadas, podemos concluir com segurança que todo o santo dia é dia do deputado parasita. É fácil descobrir quem é o cão.
posted by Neptuno on 10:12 da tarde
#
(0) comments
MAIS OLHOS DO QUE BARRIGA: No alegre consulado do eng.º Guterres e sob o beneplácito do saudoso dr. Sampaio, construiram-se mais quatro estádios do que os necessários para receber o Euro 2004 e compraram-se doze ( ou oito?) excedentários aviões F-16. O nosso problema não é o tempo das vacas magras: é o das gordas.
SILÊNCIO MORTAL: É o que se ouve numa praça, antes da morte do touro. É o respeito. Uma corrida de toiros é um espectáculo brutalmente violento. É o espectáculo violento por excelência, uma vez que os massacres, as guerras, as violações de crianças e os assaltos a velhinhas não são produzidos como espectáculos. O propósito de uma corrida não é o de matar um animal. O propósito de uma corrida é o de tornar esse sacrifício uma arte e, naturalmente, uma técnica. Quem negar a brutalidade da corrida é um demente. Acusam-nos de barbaridade porque o progresso de uma civilização mede-se pelo respeito com que tratamos os mais fracos, cabendo neste grupo os animais. Logo, matando animais espectacularmente e tirando gozo disso, somos bárbaros. Pequena confusão à vista. Numa corrida, todos os seres humanos são tratados com cortesia e respeito, o que não é coisa comum na fábrica social. Resta o animal. Pois bem, uma corrida não pretende o sofrimento do animal, pretende a sua morte, que é uma coisa diferente. Todos morremos, o toiro bravo morre num enlace artístico e técnico. O toureiro também, como no quadro de Manet " O Toureiro Morto". Há quem não seja sensível aos dispositivos técnicos e a arte do toureiro; ou quem julga que o público apenas se diverte com a morte do toiro. A esses nada tenho a dizer. A brutalidade da corrida assenta na ideia de morte como inevitável, mas merecida. Isto é o que fere a cultura urbana, na qual a morte ou é inútil ( por um punhado de dólares) ou vergonhosa ( a da criança às mãos de quem a devia proteger) . A corrida confronta-nos com a nossa maldade, ensinando-nos a organizá-la e a civilizá-la: é um espectáculo cuidadosamente encenado, recheado de regras, vigiado por leis e julgado por observadores. A brutalidade e a violência são contidas por todo este aparelho normalizador, que ainda por cima exige, e ferozmente, muita arte ao toureiro. Tomara que toda a barbaridade que por aí grassa fosse como esta.
SOCIOLOGIA EM VINHA D'ALHOS: Em Timor, são jovens deliquentes que se entregam ao vandalismo e à pilhagem; nos arredores de Paris, são jovens marginalizados que protestam politicamente contra a exclusão e o neo-liberalismo.
posted by FNV on 11:26 da manhã
#
(1) comments
RTP-N: Tem óptimos programas. O 7xCiência, cuja audiência desconheço mas que espero que continue; o Liga dos Últimos, que nos ensina mais sobre sobre Portugal do que uma estante de livros de socioantropologia lusitana; a Rita Lobo Xavier, no Choque Ideológico, que fala no tom certo: não me soletra as coisas de mangas arregaçadas.
posted by FNV on 10:59 da manhã
#
(4) comments
BOM FILHO À CASA TORNA:"À frente, em assalto e tomando posições, vieram os australianos. Eram os trezentos e oitenta homens da 2ª Companhia Independente, comandada pelo major Spencer, unidade especialmente preparada para guerrilhas (...). No dia 28 de Outubro, logo de manhã cedo, com doze australianos a proteger-nos a retirada e sentinelas colocadas nas encruzilhadas, pôs-se a caminho uma caravana de cerca de oitenta pessoas(...). Então, o que acabava de falar lançava a pergunta e o coro respondia: - De quem é esta terra? - Dos portugueses! - De quem era esta terra quando os nosso avós nasceram? - Dos portugueses! - De quem será esta terra quando nós morremos? - Dos portugueses!"
Carlos Cal Brandão, "Funo, Guerra em Timor", 1946, Tipografia Sporting, Porto.
MALDITO PRESTES JOÃO: Ainda há poucos meses, Xanana Gusmão esteve em Portugal ( até deu o pontapé de saída num jogo da Académica) e tudo era um mar de rosas: "obra bem feita", "exemplo a seguir", "vitória da persistência", etc. Agora, debaixo de toda a pedra encontramos seres para os quais o que se está a passar "não constitui surpresa nenhuma".
Adenda: o Paulo Gorjão, do www.bloguítica.blogspot.com, recorda-me o seu sábio aviso, feito na altura certa. Não saiu debaixo de qualquer pedra.
posted by FNV on 12:29 da tarde
#
(1) comments
MAIS FREI BERNARDO: Do "Soneto em que Lisardo mostra a constância que sempre teve no amor de Sílvia estando ausente" :
"Agora tenho em mim bem conhecido, à custa de tão larga experiência, que pode um coração posto em falência, guardar livre o castelo do sentido:
E aquele que em ausência é fementido, não me pode sofrer a paciência, que se diga que amou: pois sem falência quem uma vez se rendeu sempre é rendido."
ALGUÉM PERDEU UMA SANDÁLIA?: "Os espíritos matavam cerca de 200 pessoas por noite e ninguém sabia. Os espíritos que vivem nas nuvens são porcos sujos F. P. [sic]". (regularmente (re)pichado pelas paredes da cidade). Avizinham-se tempos de grande espiritualidade.
posted by PC on 11:19 da tarde
#
(0) comments
CREDO!: Nestes tempos em que a religião deve servir os nossos propósitos, não haverá uma crença que nos impeça de ir a casamentos e baptizados de outras religiões a meio de Agosto? Quero acreditar.
posted by Neptuno on 7:02 da tarde
#
(0) comments
REGRESSOS:"Yu kuei", de Yuan Mei ( 1716-1798), traduzido por Arthur Waley:
When I reached the setps a fluttering snow of blossom struck my face; What a joy, amid such fragance, to take off one's travelling dress. My old wife says with a smile, pointing at my concubines: "If it had not been for the plum blossom, you would never have come home!"
Como é evidente, há dois "blossoms" ( arbustos/conjuntos): o das ameixas e o das concubinas. Calcula-se que o viajante desejasse matar saudades de ambos. Mas a observação da mulher legítima é um tratado de sabedoria: tratei tão bem das ameixas como delas ( das concubinas). Superioridade absoluta da jardineira de corpo e alma.
E JÁ NÃO È POUCO: A maior vantagem em termos esta parte do PS no governo, reside no acolhimento que um certo segmento da opinião publicada, da Intersindical e da oposição de esquerda destinam a muitas das suas propostas. As mesmíssimas políticas ( por exemplo na educação) , se levadas a cabo por um governo PSD, nunca seriam discutidas sem o ferrete do "reaccionarismo tendencialmente fascizante".
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.