O leopardo persiste em envolver-se em actividades para as quais já não tem idade. Resultado: uma pata dianteira partida. Resguardará as energias para as tarefas essenciais, regressando à nau quando estiver melhor.
SEXTA-FEIRA, NO TAGV, ÀS 18.OO H.: A musicóloga brasileira Janete El-Haouli fala do seu livro "Demetrio Stratos: Em Busca da Voz-Música". Mais pormenores aqui, e um pouquinho desse fenómeno vocal, grego de Alexandria:
"Toutes les fois que les parents ordonnent ou défendent quelque chose à leur enfant, c'est pour son bien. Il doit être persuadé que ce qu'on lui défend est toujours mal, quand même il ne saurait pas pourquoi, et il doit s'en abstenir avec un soin religieux."
( "Les devoir des enfants envers leurs parents - A l'usage des ècoles primaires", H. Barrau, Hachette et Cie et Louis Colas et Cie, Paris, 1861)
PARADOXOS DA INVESTIGAÇÃO: A introdução que se escreveu no início já não serve, e a coisa ainda não está suficientemente pronta para se escrever a introdução final.
Vista de longe - como deve ser -, a campanha lisboeta parece presa. Os "independentes" são máscaras, os regulares têm o rabo atravessado. Uma questão aeronáutica domina a campanha, sendo talvez por isso que eles, os candidatos, não descolam. Assim como assim, venham os telejornais sobre os feriados. Nas praias...
posted by FNV on 9:59 da tarde
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LEOPARDICES (XXI):
A expressão é de Holderlin, a explicação é de Heidegger: tempos de penúria. São os tempos da noite do mundo, de um mundo que despediu Deus e os deuses. E o lenhador acrescenta: esta época é tão pobre que nem é capaz de sentir a falta de Deus como uma falta. Descontando a crença na decadência, tão popular nos meios românticos da época, sempre me parece que os humanos cada vez mais se aproximam de nós: acreditam apenas no que vêem. O problema é a noite, não é?
Uma mulher de 50 anos suicidou-se com a filha deficiente de 25, contam os jornais. Atirou o carro ao mar, parece que já não tinha forças. Conheço muito bem este mato, já ouvi muitas vezes esta raiva, esta vontade de enterrar uma recordação. Não tem glamour fracturante, é obscena e sanguinolenta. Ao contrário de outros cenários de predação , este não mereceu destaque mediático. Ninguém quer saber da solidão no estado líquido.
A última vez que ganhámos na Bélgica foi há 43 anos ( e um desafio amigável). Pois claro. Durante estes anos só tivemos tamancos: Eusébio, Humberto Coelho, Jordão, Nené, João Pinto, Futre e etc.
O "Público" *, sempre tão preocupado e minucioso com "a violência da extrema-direita", fala em Bloco Negro para aqui, Bloco Negro para ali, e não desata. Naturalmente. Os meninos das diatribes de ontem, em Rostock, são uma organização muito conhecida na Alemanha - a bem dizer uma rede de organizações - que não tem perdido uma oportunidade de "lutar" contra o fascismo, o capitalismo e afins, isto desde há pelo menos 15 anos. São abertamente de esquerda - anarquistas, anti-fascistas, libertários, o que quiserem - e entre outros artigos interessantes sugiro a leitura de Antifascist Superhero, de Joel Morton. Só falta a habitual luminária vir dizer, como habitualmente, que o que se passou ontem foi causado por infiltrados de extrema-direita. Esta negação - por desonestidade intelectual ou por subserviência - da violência das esquerdas é tão mais patética quando se conhece a história do terrorismo europeu dos últimos 40 anos, para não falar das matanças que todos os projecto utópicos tiveram que fazer para atingir (?) os seus objectivos. É justo dizer que existem esquerdas que há muito despediram esta escatologia macabra, que lutam por coisas com as quais facilmente me identifico. Mas nem é isso que incomoda. O que deixa um amargo na boca é que esta negação da violência revela a parte do pensamento de esquerda que abomino. Desde logo, a superioridade arrogantemente salvífica: somos perfeitos, o Inferno são os outros ( os fascistas, os Pinochet, os Franco etc) . Depois, e muito pior, é uma esquerda que sabe o que é melhor para mim se eu fosse diferente daquilo que sou; é uma esquerda que, embora vivendo parasitariamente entre os ramos da liberdade, tem sempre um machado na mão.
* Agora ( edição de 4 de Junho) são "espontaneístas". Vale tudo o que acabe em "istas" menos "esquerdistas". É o que eu digo, esta gente é ungida.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.