DN, página 54, hoje. O tema é o Queer Lisboa, nomeadamente um filme brasileiro que conta a história de dois homens , meios -irmãos "muito próximos", que se envolvem sexualmente. Até aqui, tudo como dantes em Abrantes. Acontece que o autor da peça, Nuno Carvalho, escreve a certa altura: "O filme vale (...) e pela boa intenção da história, que pretende enfrentar os tabus em torno da homossexualidade e do incesto". Notem que o incesto é , estranhamente, posto no mesmo plano da homossexualidade. O progresso civilizacional e cultural é uma locomotiva imparável. Qual será o próximo "tabu" ?
Sempre que Bento XVI se desloca em visita a algum país é recebido por multidões exultantes de alegria, felizes da vida, como nenhum outro Chefe de Estado. Ninguém mais consegue reunir à sua volta tão elevado número de pessoas, incluindo naqueles países em que os católicos são uma minoria. É sempre uma festa, são sempre momentos de emoção e inesquecíveis.
Sempre que Bento XVI se desloca a qualquer país dá-se também o estranho fenómeno de se reunir em matilha um bando de chihuahuas para atacar a caravana do Papa. Os latidos, estridentes, são invariavelmente os mesmos: os custos das visitas (que têm a ver com isso?), o conservadorismo da Igreja Católica (que lhes interessa, se não lhe pertencem?), a moral sexual da Igreja (a que não estão obrigados) e, agora, em êxtase, o facto de terem existido (ou existirem) padres que cometeram o crime hediondo de abusar sexualmente de crianças.
O Papa tem-lhes feito a vontade (outra coisa não se esperaria de Ratzinger) e expiado esses crimes e pecados, mesmo não tendo nada a ver com eles. E pelo mundo fora lamenta publicamente, pede desculpa por eles, chora e reza, anuncia tornar-se mais vigilante. Não conheço mais ninguém que faça isto.
Dado o crime de que se trata, o asco que provoca e a inocência das crianças, tudo temperado com o ódio à Igreja Católica, eu até percebo que certas pessoas passem o dia a exigir responsabilidades da Igreja Católica (que não se confunde com o facto de existirem, no seu seio, alguns padres criminosos) e desculpas do chefe da Igreja Católica.
Já não percebo é que essas mesmas pessoas não exijam diariamente pedidos de desculpas de outros responsáveis. Em Portugal, ficou demonstrado que um número indeterminado (mas elevadíssimo) de crianças inocentes foi vítima de abusos sexuais. Essas crianças foram abusadas sexualmente, de forma repetida, ao longo de décadas, por safardanas. Essas crianças estavam entregues a instituições do Estado, instituições tuteladas pelos Governos, Governos esses presididos por Primeiros-Ministros. Não vejo ninguém a exigir diariamente do Primeiro-Ministro um pedido de desculpas. Aliás, e rectificando, nunca vi ninguém a pedir do Primeiro-Ministro sequer uma declaração sobre o assunto. Deve ser por ele não ser muito católico.
posted by VLX on 12:15 da tarde
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OUTRA VEZ À PAULADA:
Sempre que Sócrates e Teixeira regressam de Bruxelas fazem-no de monco caído, com as orelhinhas a arder e o rabinho entre as pernas. Não é só a vergonha nacional que isso implica, é também a demonstração plena, interna e externa, de que não sabem governar o país e de que só à cacetada se desviam dos trilhos irrealizáveis que teimosa e obstinadamente pretendem.
posted by VLX on 11:27 da manhã
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A Liga Norte é mais ou menos assim:
Os sitiantes estão extasiados: recrutaram Gabriela Canavilhas, uma Joana D'Arc improvável. Cada um pensa com o pé que tem mais à mão.
posted by FNV on 12:16 da tarde
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COMIDA PARA PEIXES (II):
A quantidade de crimes pedófilos , alguns datando dos anos 50, que têm sido descobertos desde que Ratzinger foi eleito é notável. Foi preciso um Papa como ele para estas coisas saltarem para a rede como peixes. E, para mais, ainda se desdobra em desculpas.
posted by VLX on 1:14 da manhã
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EDUCAÇÃO SEXUAL:
Não compreendo a confusão palavrosa que por aí vai. Se a minha filha de dez anos tiver uma aula em que estuda o funcionamento do aparelho reprodutor, a prevenção de comportamentos sexuais de risco ( num módulo adequadoa uma criança) e umas generalidades sobre o respeito nas relações afectivas, tudo muito bem. Se um homem, ou uma mulher, ou um padre, ou um professor, dentro de uma sala de aula, com ou sem ajuda de modelos de plástico, quiser ensinar a minha filha de dez anos a masturbar-se, faço queixa na PJ .
posted by FNV on 12:35 da manhã
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ELE HÁ CADA DOIDO...:
Acabo de ouvir na RTP-N Emídeo Rangel a dizer que quer que as crianças da Casa Pia, vítimas dos abusos sexuais, agora adultos, venham à televisão falar para validar os seus testemunhos. Se preferirem, com máscaras.
Até onde vai a capacidade de fazer fretes! Que morbidez, que voyeurismo, que atitude imbecil!
Este personagem não tem a mais pequena noção ou respeito pelo que estas pessoas já sofreram e passaram em criança.
Este personagem não percebe que aquilo que as vítimas sofreram em criança não muda com o passar dos anos ou pelo facto de se tornarem adultos: aquilo ficar-lhes-á marcado pela vida toda.
Este personagem não percebe sequer que, num Estado de Direito, este tipo de situações são resolvidas nos Tribunais, segundo a Constituição e as demais normas aplicáveis: é aí, é nos Tribunais que se validam os testemunhos, não nas televisões que, na sua opinião, tanto vendem sabonetes como presidentes. E, nos Tribunais, as crianças já ganharam, não precisando mais das televisões nem de apresentadores nem sequer de comentadores como do que falo.
Arregacem as mangas, sujem-se quanto quiserem, dêem conferências de imprensa, enfeitem-se com os aventais, esfalfem-se no trabalho, trabalhem nos tribunais superiores, marquem almoços nos restaurantes do costume com as pessoas do costume, façam o que quiserem para inverter a decisão condenatória de 1ª instância.
Mas, de uma vez por todas, deixem as vítimas em paz!
Quanto ao personagem em causa, não lhe ouvirei mais nenhuma alarvidade. Metem-me nojo. Mete-me nojo.
Ou seja: só depois de debatermos a monarquia, a região-piloto na regionalização e o tamanho das barbatanas do atum-azul , é que estamos preparados para discutir o orçamento do Estado para 2011.
posted by FNV on 9:54 da tarde
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AINDA OS CÓMICOS:
Afinal, a ameaça do Benfica de não participar na Taça da Liga não é só uma ameaça nem apenas uma monumental anedota: é um flop completo e irrealizável!
Tanto que os senhores que ainda há pouco faziam uma barulheira enorme puseram a violinha no saco e dizem agora que, se calhar, só vão faltar a um ou dois jogos (a espiral de maluqueira é coisa que sempre me fascinou).
Amanhã, imagino, pode ser que já só ameacem chegar um nadinha atrasados aos jogos (mas não faz mal, os adeptos engolem tudo).
Daqui a uma semana, depois do desaire da próxima jornada, prevejo que tenhamos novos programas humorísticos. Estou lavado em lágrimas, com tamanhos cómicos. Os Gatos Fedorentos que se cuidem...
posted by VLX on 8:03 da tarde
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COMIDA PARA PEIXES:
Hoje, nos últimos minutos do programa de Rita Ferro Rodrigues, na SIC, antes do telejornal das 13h. Três indivíduos ( supostamente um psicólogo, um jornalista e um criminólogo, na prática três trapaceiros), com a ajuda da apresentadora, falaram sobre a vida privada da médica morta em Coimbra. "Falaram" é um termo suave. Não encontro, no entanto, um termo suficientemente forte .
Este resumo e este resumem, mas vai sendo altura de tentar compreender a origem. Ao contrário do que já li no pequeno mundo dos blogues, não necessito de emoções para pensar este PSD. Escrevi um insignificante par de textos de apoio a MFL, não sou militante, não sou lisboeta-mediático. Sem reserva mental:
1) Passos Coelho chegou à liderança do PSD com a imagem do homem do aparelho ( como Guterres) . A atribuição era feita com base em factos, mais do que em inferências: nunca tinha desempenhado cargos executivos, nunca tinha ganho eleições e até há pouco tempo tinha vivido dentro do partido ( deputado e deputado europeu). Daqui não viria mal ao mundo do ponto de vista da imagem pública.Os problemas começaram depois. A memória que as pessoas têm dos projectos inovadores é maior do que se pensa. Na primeira tentativa para ser eleito , PPC apresentou uma agenda liberal vincada. Na segunda corrida eleitoral começou a recuar. O episódio do haxixe ( só soube o que tinha fumado no dia seguinte) , irrelevante em si mesmo, foi a urpflanze que passou a dominar o estilo: direi o que for preciso para ganhar. Ora, aqui as coisas começaram a azedar: a uma imagem aparelhística juntou-se uma imagem de insegurança. O público aceita um aparelhista dominador, ou um underdog inseguro, mas não um aparelhista receoso.
2) Nestes meses de oposição, PPC entrou bem quando transmitiu ao público que, dada a crise grave ( antes apenas o produto da imaginação fértil dos ferreira-leitistas) , colaboraria execpcionalmente com o governo. O cabeçalho do blogue CC mostra que PPC não tinha grande alternativa. Depois é que foram elas. Ao fim destes meses, o que é que o público regista como imagem do homem que quer desalojar Sócrates? Uma ideia de revisão da constituição, um susto e um recuo. É menos que nada.
3) Uma explicação reside na inexistência de densidade política no projecto de PPC. Vindo do aparelho, agregou à sua volta pessoas que nunca se distinguiram pela coragem política. Pior: reuniu nomes que ao longo do tempo foram saltando, sem sombra de pudor, de facção em facção, quando não de partido em partido.Se, ainda por cima, recua, por causa das sondagens, nas poucas propostas em que supostamente acreditava, que atribuição faz o público à sua liderança? Pois.
4) A prova de vida de PPC mostra que num partido como o PSD o líder não pode ser de marca branca. Não pode ser gerado em laboratório, certinho e orientado no gabinete de um senador experiente. São os defeitos , alguma dose de loucura e um certo desprezo pelo lugar, que garantem a identidade política do actor. Passam a vida com Sá Carneiro na boca e ainda não aprenderam isto.
E este vosso escriba também não vai em futebóis. Não é uma medida perfeita, pois não, mas passa a mensagem que Wassyla personifica: as mulheres não têm de se esconder. Ponto. Uma parte da esquerda europeia, muito humanista e pacifista, protesta e diz que as muçulmanas andam assim porque querem? Sim, cresci a ouvir uma ladainha semelhante acerca dos desgraçados polacos, russos, romenos, etc.
O mito da decadência não é exclusivo da visão mais ou menos conservadora do mundo. Hilde Walter escrevia no Die Weltbuhne ( 27 de Julho de 1931) : As mulheres tornaram-se impopulares. Isto não é uma boa notícia porque toca em coisas que não podem ser explicadas apenas pela razão. Uma atmosfera desconfortável vai-se reunindo em torno das mulheres trabalhadoras. Hilde Walter exprimia a preocupação pela ideia ( uma "psicose de massas") de que o retorno das mulheres a casa poderia resolver o desemprego das massas. Os tempos de crise são propícios às psicoses de massas? Claro que sim. Os tempos de escassez reavivam uma capacidade humana cooperativa muito pouco simpática: o instinto de sobrevivência.
posted by FNV on 10:06 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA ( teórico-política):
Deixemos de lado as facilidades que concedemos aos adversários fazendo passar o jogo todo por Aimar, o facto de a baliza estar orfã e a falta de ambição ( barriga cheia). Centremo-nos na política. A ameaça de não participar na Taça da Liga é umremake de 2007 e, tal como na altura, Vieira vai voltar meter o rabinho entre as pernas. Esta ameaça é a prova de que Vieira acha que a generalidade dos benfiquistas são estúpidos. O pedido de Vieira aos adeptos para não acompanhar a equipa fora de portas é a prova de que Darwin não era benfiquista. Lamarck talvez, mas Darwin não. Não somos um clube regional-paranóide que faz manifestações por causa de retretes e os Fóculportos A e B até cantam o nosso nome. O osso é simples. O Benfica está a disputar a Liga Norte, comandada por três dragões de ouro : Fernando Gomes ( presidente e ex-administrador da SAD do FCP), Herculano Lima ( Comissão Disciplinar) e Andreia Couto (directora executiva e a quem o FCP deve a participação na Champions no ano passado). Abandonaram os tempos do guarda Abel e da fruta de dormir e agora é tudo institucional, upper classI say( até os macacos já jogam golfe). O que se deve fazer é dar o troco dos últimos anos: uma guerra sem quartel à Liga Norte, no jornais, nas televisões, nos blogues. O problema é que não há massa crítica: os nossos representantes são vesanos acéfalos, manécocos e lapardões vagamente alfabetizados.
posted by FNV on 4:41 da tarde
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PÉROLAS DE COMICIDADE:
O presidente do Benfica quer que a gente não se ria do clube mas isso não é humanamente possível quando ele deliberadamente põe o clube a jeito. Eu nem queria, mas prometi aos miúdos.
O mais recente comunicado (que visa apenas cumprir o duplo objectivo de pressionar os árbitros para o jogo com o Sporting — que está surpreendentemente calado — e distrair os distraídos adeptos do Benfica) é uma monumental anedota de um ridículo tal que seguramente envergonha qualquer benfiquista sério. A mim, claro, faz-me rir e rebolar de gozo.
Primeiro, a ameaça de não participar na Taça da Liga, a tal que durante anos foi a única coisinha que conseguiu conquistar, mesmo que isso fosse por via de se aproveitar de erros clamorosos de arbitragem, como aconteceu com a final do Sporting. Julgo que a única resposta da organização a uma ameaça arrogante deste tipo é "não quer participar, não participe, vá pentear macacos".
Depois aquele disparate de aconselhar os adeptos a não irem aos jogos fora e verem as derrotas pela televisão ou rádio (repare-se na pérola: «os sócios e adeptos [...] não devem continuar a ser lesados económica e emocionalmente"). Que coisa disparatada! Que amuo infantil. Os outros clubes da primeira Liga deviam juntar-se e, em comunicado conjunto, mandar o Benfica passear. Passear a sua arrogância, prepotência e altivez por onde quisesse, que fosse pressionar o Camões.
Particularmente cómica é a atribuição da qualidade de persona non grata ao Secretário de Estado, aparentemente por ele não se ter envolvido num processo que passou pelos Tribunais a sério e já foi resolvido. É de um ridículo nunca visto.
Igualmente cómica a visita que pretendem fazer ao Ministro da Administração Interna para se queixar de uns vândalos que lhe apedrejaram o autocarro. Uma delícia! Mas por que não se queixam antes à polícia e deixam o Ministro em paz? À mesma polícia que andou a investigar o vândalo do very light, aqueles que incendeiam autocarros, atacam dirigentes desportivos, agridem hoquistas do FCP, ou então os vândalos das claques vermelhas, entretanto condenados, que tinham soqueiras, droga, armas e demais coisinhas do género na arrecadação?
Eu não percebo como é que os adeptos do Benfica engolem esta areia toda pela boca abaixo, eu não percebo como é que os adeptos e dirigentes do Sporting não se insurgem contra esta algazarra toda, não percebo a razão pela qual os outros clubes da Liga não se insurgem contra esta arrogância vaidosa, não percebo por que motivo os árbitros não se indignam e não se queixam deste escarcéu, e, por fim, não percebo como é que a globalidade da comunicação social passa este comunicado sem se rir. Eu não percebo nada disto mas, com tantos e tamanhos disparates, estou com uma barrigada de riso tal que até tenho medo que me faça mal.
posted by VLX on 4:33 da tarde
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UM REPÓRTER NUM TRIBUNAL DE COIMBRA:
posted by VLX on 11:58 da manhã
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A VELHA E O GORDO:
No pequeno gabinete fazem um par emocionante. Ela, pelos setenta, é um chavão da mulher portuguesa do campo. Mirrada, veste uma saia preta e uma blusa com flores azuis e brancas. Está de pé, o cabelo apanhado num toutiço, as mãos enormes e inchadas, uns olhos bruscos que completam a figura tensa e elegante. Ele está esparramado na cadeira, exibindo um triplo queixo que vigia um enorme babete improvisado a partir de um resguardo. Grunhe sons avulsos e pousa as mãos oleosas em quilómetros de coxas oprimidas nas calças pretas. Vieram de camioneta, deixando uma casamata em cimento rebocado. O espaço no campo é para o turista com cartão pousadas. O casebre do par improvável não tem mais de cinquenta metros quadrados. Do caminho à casa são vinte passos e ao lado há tempo para umas couves, galinhas acomodadas numa rede enrolada e pouco mais. Na saleta, que nunca usam ( é para o padre e para as visitas), uma Nossa Senhora de Fátima emoldurada absolve uma mesa velha e manchada. Ela é viúva, tem mais dois filhos na Alemanha e um cancro no estômago, que menciona com uma secura intraduzível. Não precisou de estudar para saber que o que aí vem: quem vai tomar tomar conta da montanha de gordura com cérebro de bebé. O meu bebé.
Diz-se que o clube quer dar “um grande murro na mesa” (suponho que irá utilizar o David Luiz para o efeito...) por causa das três derrotas que já soma em apenas quatro jogos (não estou a contar aqui com a derrota na Supertaça, frente ao FCP, com uma arbitragem que não mereceu críticas dos vermelhos). Para a semana, espera-se, serão certamente dadas cabeçadas na parede.
Mais engraçado é que, perante as sucessivas derrotas, os dirigentes vermelhos mais não fazem do que chantagear (árbitros? Federação? Liga?, sei lá eu...), ameaçando não participar na Taça da Liga (que chantagem mais burra...) ou ameaçando não levar os adeptos a jogos fora da Luz (não, realmente esta chantagem é ainda mais burra – da última vez que os adeptos ficaram em casa (2008/2009), o clube levou dois secos no Dragão).
Uma vez mais, os dirigentes benfiquistas enterram a cabeça na areia e soltam areia para os olhos dos seus adeptos, tentando, como sempre, resolver os seus problemas fora das quatro linhas. Mais valia porem os olhos no recente jogo dos dois candidatos ao título para perceberem a verdadeira razão dos seus desaires: foi um jogo de categoria superior, com um estádio cheio, com golos, com indefinição até ao fim, com garra, com dois treinadores que se respeitam, sem questiúnculas, sem zaragateiros fardados nos túneis. Isso é que é futebol. Mas o dirigente benfiquista, como "medidas drásticas", prefere lançar atoardas, ameaças e fazer chantagem do que enfrentar e resolver o problema. E os adeptos engolem, animados e enganados.
Segundo percebi do amontoado de palavras que proferiu, Luis Filipe Vieira pede para não brincarem com o Benfica e não quer que se estejam a rir do Benfica. Mas como pode o ser humano não sofrer barrigadas de riso quando é ele próprio quem brinca com o Benfica e com os benfiquistas?
posted by VLX on 4:04 da tarde
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ERA UMA VALENTE AMONA...:
Eu não quero incentivar ninguém ou atiçar alguém nem que se ponham já à bulha aí para baixo mas, olhando para a classificação, constato que se, na próxima jornada, o Marítimo ganhar ao Beira-Mar e o Sporting ganhar ao Benfica, o Benfas fica, empurrado pelos leões, abaixo da linha de água, na zona de despromoção, naqueles lugares que nos jornais geralmente vêm a sombreado...
Bem, mudando de assunto, e a Académica? Que categoria...
Estacionamos o carro sem dificuldade. Na longa esplanada cruzam-se casais com um bebé, daqueles que estão a começar e não têm preocupações com o início das aulas. Na linha do horizonte, em vez do aglomerado berbere típico de Agosto, apenas um pequeno acampamento em redor de uma bandeira vermelha. Beau Geste não dá sinal. Iniciamos a travessia da praia acompanhados pelo vento, que ignora a morte da estação. Os salamaleques habituais com a dona da concessão, que retribui a saudação sem nos recomendar a Alá, uma mulher vermelha e sem pescoço que nos conhece desde os juniores. À vista, meia dúzia de tendas, tipis Cree às listas azuis e brancas, algumas amarelas e brancas. São chapéus tradicionais com uma saia de roda e o pacote dá direito a duas cadeiras de realizador com a madeira lapidada pela nortada. Espalhados os pertences, sento-me numa das cadeiras, ponho os óculos escuros, acendo um cigarro e imagino-me o Nicholas Ray a filmar o Bitter Victory. E sou. A praia é quase minha. É a minha vitória sobre o Verão. No bar de apoio, apenas dois grupos de espanholas. Bronzeadas e bem arranjadas, bebem cerveja com moderação como se respeitando o deserto. Mais para a frente, na outrora congestionada zona concessionada, quatro barracas com famílias de Viseu ou Tondela e sotaque a condizer. Numa das barracas, três velhas discutem uma dona Odete que não tem vergonha de ir meter no ouvido da São tudo o que dizem dela. E dizem muito. No meio das velhas, um velho de boné e cataratas nos olhos dorme sentado. Não há corpos frescos nem telemóveis. A luz sossega e a grande praia prepara-se para as gaivotas. As barracas amarradas e alinhadas parecem hussardos sem as barretinas. A mulher vermelha e o filho fecham o bar, resmungando a sorte e a crise. Já na passadeira, viro-me para trás e respiro o fim.
posted by FNV on 7:33 da tarde
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"Democracy go to hell" e "fredoom go to hell" . A melhor é esta: "We don't want fredoom of speech". Ai não?
posted by FNV on 11:27 da manhã
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STASIS BENFIQUISTA:
Os prebostes já trabalham. "Colunistas" e redactores do Pravda, e amanhã, nas televisões, caniches à espera do trimming, já decidiram: a culpa é dos árbitros e da Liga Norte e ainda falta muito campeonato. Erradíssimo. Bem sei que no ano passado os andrades ( os normais e os patológicos) insistiram nestas duas panelas, substituindo a Liga Norte pelo Ricardo Costa. Isso é conversa de complexados regionais que não quiseram ver o óbvio: o Benfica era o grupo com mais ganas de vencer e recheado de gente ambiciosa. Hoje é o contrário. David Luiz, como estou nauseado de repetir, está inchado de soberba, Luisão andou meses a exigir dinheiro e até o tractor a pedal teve a veleidade de dizer que queria sair . Para completar o ramalhete, JJ declarou que com ele não jogam os melhores: jogam as curiosas apostas da SAD. Remédios? Nesta fase, poucos. Deixar os discursos de superioridade, seleccionar a alma em detrimento das vendas dos direitos de imagem e rezar para que o broncos tenham aprendido a lição.
posted by FNV on 10:48 da manhã
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A LINHA MAGINOT COM PERNAS:
Os sitiantes são óptimos a lançar ultimatos. Lançaram este, este e, claro, este. Um ultimato fica sempre bem numa discussão conjugal e entre adolescentes. Na guerra e na política, por regra, substitui-se a gritaria histriónica pela coragem. E não é preciso muita, basta não ter as sondagens como deusas e a esferovite como cimento programático. Mais intrigante, ou talvez não, foi o ultimato que esta direccção do PSD lançou a si própria. Inventou uma data qualquer de Setembro na qual Cavaco teria de fazer não sei o quê , caso contrário acontecia uma determinada coisa que o governo não queria. Denso, sem dúvida. Como um pantâno. Joffre lançou a linha desenhada por Maginot e o resultado provou que , como estratégia defensiva, ficar enterrado é mau. Este PSD, tão modernaço e comunicativo, vai mais longe: ataca barricando-se.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.