O momento já foi de festa mas espero que Villas Boas faça sentir aos jogadores do FCP que o trabalho deste ano ainda não está terminado:
É certo que já arrumámos o Benfica, humilhando-o no Dragão, na Luz, na Luz outra vez, enfim, onde o encontrámos, circunscrevendo-o a uma pequena coisa que nem bem é uma taça: é um flute. Ou nem isso: é uma lambreta. Excelente até aqui.
Os rapazes puseram ainda o Platini em sentido, fazendo-o engolir os disparates que em tempos proferiu e obrigando-o a agraciar, com as respectivas medalhas de prémio, os elementos do FCP, incluindo o seu Presidente, tudo à frente das televisões do mundo inteiro. Foi igualmente saboroso.
Mas, para o ajuste de contas ficar completo e a casa definitivamente arrumada, falta ainda sovar aquelas hienas que há uns anos se juntaram aos abutres que queriam ganhar na secretaria o que não conseguiam no campo. E para isso é preciso concentração no Domingo, muita concentração e pontaria.
Só depois de mais essa Taça de Portugal a Família Portista poderá descansar com a consciência tranquila do dever cumprido.
E tudo no campo, ao contrário do que alguns amantes de Coppola andam sempre a magicar.
No FCP não se descansa, é tudo trabalho: Falcao já treina golos ao próximo guarda-redes do benfas.
Só nunca percebi muito bem por que razão os vermelhos não quiseram contratar Falcao. Prefeririam aves de capoeira?
O Braga é uma grande equipa, o Mingos um excelente treinador. Como eu esperava, foi um jogo difícil, o FCP nunca teve sorte nos sorteios nem na meia-final para encontrar os seus adversários.
Mas foi um jogo sem violência, sem as claques ilegais, sem autocarros incendiados. Portugal deu uma boa imagem de si, com estas duas grandes equipas de futebol.
O ser humano tem destas fraquezas, prefere um pássaro na mão que dois a voar. Ainda há dias gozava e pensava que nada de melhor haveria na vida do que aquela vitória por um a zero no Estádio do Braga. A humilhação, a cara do Coentrão, a do Luisão, a enorme bola de chiclas, as orelhas caídas, o monco caído, tudo era maravilhoso, divino, magnífico. Hoje peno, tremo e temo.
Oh, alegrias efémeras, que fúteis sois! Se não seria muito melhor ter hoje outro adversário que não o coriáceo Braga. Se não seria muito melhor ter pela frente um grupo que já conhecemos, a quem já demos umas quantas abadas, malta que não tememos (principalmente com árbitros estrangeiros), que já escorraçámos das competições, que facilmente leva do FCP um banho de bola de todo o tamanho. Hoje penso que melhor seria o nosso autocarro incendiado em Dublin pelos vândalos do costume do que o autocarro do Braga na baliza. A baliza, a baliza... O quanto eu não daria hoje pelo Roberto na baliza...
Angústia... Teremos trocado a efémera alegria do outro dia pela certeza da vitória na final?
Paciência! O adversário não é o mais fácil que nos poderia calhar, não vai ser trigo limpo, não serão favas contadas como poderia ter acontecido, mas confio na força do FCP. Vai ser seguramente um grande jogo, sem a costumeira violência daquelas claques ilegais, sem autocarros incendiados, sem pedradas, mas o Porto vai ganhar! Força, FCP!
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