DUAS NOTÍCIAS: Há cerca de uma semana escrevi um post sobre imigração. O nosso amigo Rui, do excelente e já clássico Klepsydra, ripostou com este post, contestando uma das teses que aqui desenvolvi: existe um espírito mais amigável na América em relação à imigração do que na Europa.
Parece-me que o argumento do Klepsydra se baseia mais no desconforto que as apertadas medidas de segurança causam a quem chega hoje em dia aos Estados Unidos, ou aqui se movimenta, do que numa análise indisputável dos factos. Este clima, resultado do 11 de Setembro, é perturbador, mas resulta mais de questões de segurança do que de uma predisposição para barrar a entrada a imigrantes. Bush reafirmou hoje, no discurso do Estado da Nação, a sua intenção de emitir licenças de trabalho para 8 milhões de imigrantes.
Durante a semana que passou desde que discordámos, duas notícias vieram reforçar esta minha convicção. Em primeiro lugar, este dossier da Time, sugestivamente intitulado Plugging the brain drain, veio autenticamente em socorro do meu argumento. Os artigos tentam explicar as razões para a gigantesca fuga de cérebros da Europa para os EUA (o que aparentemente contradiz a tese expressa no Klepsydra). Por último, o impressionante número de 6.500 imigrantes que, segundo o que li e não vi desmentido, Portugal está oficialmente disposto a receber em 2004. Nem merece comentários.
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