BOAS NOTÍCIAS: Ainda do Expresso de hoje: "Ana Gomes vai para a Europa". E também: "Pinto da Costa reprovado na Universidade do Porto".
Hummm..., isto está a correr tão bem que a Briosa ainda vai ganhar a Alvalade. Assim como assim, o dia já está ganho.
posted by FNV on 12:04 da tarde
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"ESPÍRITO SANTO INCENTIVA CAVACO", é a manchete do Expresso de hoje. É desta que os católicos de esquerda se vão agrupar em torno do homem que não lê jornais.
posted by FNV on 12:00 da tarde
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UMA ESMOLA AMERICANA? Noticia o Independente que os EUA vão oferecer a Portugal uma fragata da classe Perry, para já: depois outras virão. O autor da peça diz que a fragata está em bom estado, e que a classe referida está destacada para as Caraíbas e Pacífico. Diz também que de facto existem alguns problemas no up-grade do equipamento, nomeadamente o director de tiro e o radar de superfície. Mas no cômputo geral, obrigadinho Tio Sam.
Subsistem no entanto alguns probleminhas. Esta fragata que vem já, a USS Sides pertence de facto à classe Oliver Hazard Perry, mas é uma versão curta das FFG-14, foi construida em 1970, entregue em 1981 e passou á reserva (descomissioned) a 02/28/03.
Quando foram lançadas, estas fragatas tinham boas capacidades de POS (Proteccion of Shipping) e de ASW (Anti-Submarine Warfare), mas o tempo passou. Os americanos foram actualizando, na viragem do século, as limitações naturais de um equipamento datado. Assim, apenas os 10 navios ainda operacionais receberam o Sidekick ( um jammer contra ASM's de baixa altitude), tal como um up grade dos helis que fazem parte do sistema de combate: têm agora dois SH-60B Seahawk LAMPS (Light Airborne Multipurpose System), uma variante naval do famoso Blackhawk do filme de Riddley Scott, que já possui torpedos MK 46/50, maior capacidade de carga e maior raio de acção (450 milhas náuticas)
Ou seja, a melhoria na capacidade do radar (o original tem apenas 23 milhas náuticas de range), no sitema de defesa anti-submarino e na capacidade dos helis transportados a bordo, é o que torna as ainda FFG-7 em serviço, apetecíveis: é o caso das que estiveram em 1996 no Báltico, no BALTOPS, e das que estão nas Caraíbas em controlo de narcóticos. Mas os EUA oferecem as desactualizadas, cujo custo de conversão é desconhecido mas pode ser calculado em função do custo independente de cada um dos up grades necessários. Por alto e amadoramente, pelas minhas contas, a partir de 100 milhões de euros (20 milhões de contos para cada unidade).
É evidente que Portugal não pode fazer a figura de pobre e mal agradecido. Mas é escusado transformar uma côdea de pão num bolo-rei.
posted by FNV on 11:10 da manhã
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AULD LANGE SYNE: Acabado de regressar de uma missão-relâmpago nos mares do Atlântico Sul, com os ouvidos ainda a transbordar de belas mornas ondulantes, ligo a RTP2 e sou brindado com a Last Night of the Proms. Para quem não conhece o significado real da palavra fun. Sou plebeu, gosto muito.
posted by PC on 1:11 da manhã
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O NAUFRÁGIO: Que não o desta embarcação - pelo menos, enquanto o rumo escassear e o rum sobejar - mas sim o da embarcação nacional. Ao verificar que o PS recuperou a maioria da intenção de voto sondada dos portugueses, logo me ocorre o Titanic. De facto, embora o comandante seja casmurro e a tripulação tenha os seus defeitos, nomeadamente, não conseguindo comunicar com os seus passageiros, tentam desesperadamente salvar um barco em que a tripulação anterior gastou demasiado dinheiro (quando não o atirou borda fora). E gastou-o na orquestra e não nos salva vidas. A situação parece desesperada. Há mesmo adultos que se salvam tomando lugares destinados a crianças. No entanto, a maioria dos passageiros parece preferir a orquestra e a sua música, que os acompanhará ao fundo do mar.
ESPERTEZA?: O cambalacho entre a autarquia vimaranense e o Vitória local para exportular mais uns euros à UE é o infeliz exemplo acabado da forma como a maioria dos portugueses - seja a título privado ou a um nível institucional - sempre lidou com a UE e com os respectivos fundos estruturais. O que verdadeiramente interessa é sacar a nota, seja como for e seja para o que for, sem preocupações de rigor, planeamento ou mesmo de legalidade. De qualquer modo, embora as tais estruturas tardem a aparecer, o verdadeiro alcance da nossa proverbial esperteza virá ao de cima com o iminente epílogo do nosso (?) acesso aos ditos fundos.
posted by Neptuno on 11:15 da tarde
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SAMPAIO E O ORÇAMENTO: Não queria estar sempre a bater no ceguinho mas... Desta vez, na sua mensagem ao parlamento a propósito do orçamento, Sampaio alerta para os problemas estruturais das finanças públicas portuguesas, que continuam por resolver. E embora tal afirmação suscite o nosso acordo, não deixo de lamentar e estranhar que durante os seis anos de gestão danosa do governo Guterres o nosso PR nunca se tenha pronunciado sobre o assunto. Mas, infelizmente, a explicação vem mais à frente na mesma mensagem, quando elogia despudoradamente o governo Guterres pela "diminuição da incidência da pobreza (...) resultante de medidas de apoio e integração social..." O nosso PR, afinal, subscreve a política do subsídio à preguiça, da maquilhagem económica pontual à custa do empobrecimento generalizado do país - cuja factura ainda estamos a pagar - e da irresponsável distribuição de riqueza que não existe, aumentando exponencialmente a despesa pública sem qualquer investimento.
Sinceramente, este tipo de idealismo - quero acreditar que seja este o caso - que pura e simplesmente ignora o elementar - antes de distribuir riqueza é preciso criá-la - é de uma demagogia verdadeiramente pornográfica. Infelizmente e tal como a pornografia, este discurso vende bem.
posted by Neptuno on 10:35 da tarde
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DESCONTRACÇÃO E ESTUPIDEZ NATURAL: Dez toneladas de haxixe foram icineradas hoje pela P.J.
Os verdadeiros narcotraficantes rejubilam. Não há "erva", "sabonetes", "chamont", no problema: experimenta o cavalo, vais ver que é melhor. Muito melhor.
posted by FNV on 7:09 da tarde
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THAT VISION THING: Ouvi ontem pela CNN o discurso de George W. Bush sobre a aventura espacial. E gostei. Aliás, gostei muito. Não pelo estilo, que manifestamente não aprecio, mas pelo conteúdo.
Um plano estratégico com metas a médio-longo prazo é, digam o que disserem, contrária à ideia de um governo populista e preocupado na reeleição, como tanto(s) criticam a administração Norte-Americana. O anúncio de um investimento extra de 12 biliões de dólares é um sinal de confiança na ciência e no ser humano. O apelo aos países amigos ("our allies") para com eles participarem nesta nova aventura é um gesto de boa fé. E por fim, a declaração "this is a journey, not a race", acaba com fantasmas da guerra fria, onde a corrida espacial era apenas mais um palco do conflito político-militar.
O que não entendo é tamanha visão estratégica vinda de um presidente conhecido por várias gaffes, sendo uma das mais conhecidas a sua confissão sobre a sua falta de jeito para "essa coisa da visão" ("that vision thing")! Enfim, ou aprendeu muito ou está muito bem rodeado....
posted by TRM on 5:33 da tarde
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DESCULPEM QUALQUER COISINHA; Aos Parlamentares de Portugal: se algum dia me irritaram, se algum dia vos desejei mal, aqui me penitencio. Sois regularmente castigados com uma severidade tal, que é digna de mais comiseração do que aquela que eu possa algum dia dispensar.
( palavras escritas depois de ter visto e ouvido a intervenção parlamentar (Deus me perdoe!) da deputada (A Republica me perdoe!) Isabel de Castro (Dª. Inês me perdoe) de Os Verdes.
posted by FNV on 3:22 da tarde
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RAZÃO TINHA O PHILIP LARKIN: Se pusermos psicólogas a falar sobre sexo dos jovens universitários, com jornalistas a moderar, obtemos uma das melhores xaropadas que a cultura ocidental pode fornecer. Que ouvi eu hoje na TSF, a propósito de um Simpósio sobre o tema na Torre do Tombo (local adequado) ? Coisas como estas: "Os homens são mais virados para a acção, as mulheres para a interiorização" (sic), ou "uma em cada quatro universitárias são vítimas de sexo forçado".
A juvenilização da cultura ocidental, iniciada nos famosos anos 60, quando reflectida na posição observadora das supostas ciências sociais, produz de facto, maravilhas. O sexo forçado de milhares de mulheres casadas, ainda viçosas, ou já velhas de 70 ou 80 anos, não interessa à inteligentsia psicológica. O que importa é salvar os jovens, alisando todas as agruras da vidinha, limando todas as esquinas que possam encontrar. Alguém acredita que 25% das universitárias sejam "forçadas" a ter sexo? Reparem que não se fala de violação, mas de sexo forçado. Imagino portanto que 25% das universitárias têm sexo com o João quando queriam eram comer o amigo dele. Ou então têm sexo quando lhes apetecia ver a novela das oito. Para completar a desgraça, recorrem ao psicólogo. Coitadas.
O PETRÓLEO "DOS SANTOS": Tomando como válida a maior parte das notícias vindas a público nos últimos vinte anos sobre o regime de Angola, este último não será muito diferente do regime de Saddam. Se exceptuarmos o genocídio dos curdos - situação idêntica não terá ocorrido em Angola sobre as populações afectas à Unita por falta de meios - tudo o resto é semelhante. Mas, com uma diferença significativa e bem reconfortante para o regime. É que, exceptuando o dinheiro que entra nos bolsos "Dos Santos" e respectiva pandilha - os 4 mil milhões de dólares que desapareceram das contas do estado entre 97 e 2002, mais os milhões que desapareceram sem nunca terem sido oficialmente contabilizados - os restantes lucros acabam por ir parar às "mãos certas", ou seja, àqueles que teriam o poder militar para resolver o assunto mas que têm motivos mais valiosos para não o fazerem. Acrescendo o conveniente respeito pela esfera de influência da Rússia, herdada da URSS - que talvez explique a ausência de referências ao "direito internacional" em certos discursos relativos a Angola.
Para os 68% de angolanos que sobrevivem (?) com menos de um dólar por dia, as histórias do petróleo, dos diamantes e demais riquezas do seu país são meros contos de fadas.
posted by Neptuno on 9:50 da tarde
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ATÉ MAIS LÁ PARA O VERÃO: O comandante desta embarcação terá de se deslocar a outros portos, pelo que em princípio só estará de volta na próxima segunda-feira. Fica o barco bem entregue.
posted by NMP on 5:21 da manhã
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REGIONALIZAÇÃO (2): O maior risco da regionalização é o surgimento de legitimidades eleitorais concorrentes com a administração local e central, que transformem a governação do país num processo de negociação permanente semelhante ao que hoje existe com as Regiões Autónomas (os Açores são menos vocais, mas hajem nessa matéria objectivamente da mesma maneira que a Madeira).
Acresce que Portugal tem um problema sério, estrutural, de finanças públicas. Que se agravaria certamente com governos regionais com peso negocial junto do governo central e com recurso autónomo à Banca e aos mercados financeiros (basta ver o que acontece com as autarquias e ampliar-lhe a escala). O exemplo da Argentina está aí, aos olhos de todos, para lembrar o que pode acontecer a um país, quando cada região se endivida a seu bel prazer sem controle nem centralização de responsabilidades.
Isto não quer dizer que não concorde com a existência de unidades administrativas supra-municipais que permitam uma melhor alocação de recursos. A escala municipal é cada vez mais insuficiente para enfrentar fenómenos de metropolitização de áreas urbanas contíguas ou de desertificação de regiões inteiras. O aumento de capacidade reivindicativa, sobretudo se tecnicamente e politicamente integrada pelos interesses de vários municípios teoricamente levará a uma melhor alocação de recursos.
Devo também referir que não sei (como não sabia na altura do referendo) o que é ser a favor ou contra o princípio da regionalização. Reformas de organização administrativa não se discutem em abstracto, mas sim perante planos concretos. E a proposta de regionalização do governo Guterres era disparatada e irresponsável. As oito regiões que propunha (e não cinco como, certamente por lapso, Luís Nazaré menciona no Causa Nossa) não correspodiam a qualquer agregação com base em problemas comuns ou complementares. Resultavam apenas de um processo de negociação politiqueiro. A forma como se chegou à proposta era em si uma boa ilustração do que nos esperaria a seguir, como bem então denunciaram defensores de sempre desta reforma como Vital Moreira (pelo que me lembro, defensor da solução de cinco regiões).
Claro que se pode contra-argumentar que o Tribunal de Contas poderá sempre controlar o endividamento das regiões, como tenta fazer com as autarquias e que esse controle depende grandemente do empenho do Ministério das Finanças central. Pode ser, mas como o consulado guterrista também demonstrou, talvez fosse melhor não fazermos depender a solvência financeira do país de equilíbrios políticos conjunturais.
O atitude do governo tem sido hábil ao tentar acomodar a necessidade de reorganização administrativa e a urgência de descentralização do país com as dificuldades e perigos que um processo deste tipo levanta. É um processo gradualista com uma dimensão de learning by doing, com possibildade de recuo e margem de aprofundamento, pelo que talvez seja ainda cedo para o condenar liminarmente.
posted by NMP on 4:42 da manhã
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REGIONALIZAÇÃO (1): O projecto de descentralização administrativa que o Governo colocou em vigor tem motivado alguns comentários na blogosfera. O nosso spin doctor, com o sentido de oportunidade e brilhantismo que o caracterizam, pergunta onde estão aqueles que se opuseram à regionalização ? Não sei onde páram os outros, mas está aqui um.
Quando militei no referendo sobre a reginalização pelo não, houve um argumento da parte dos defensores do sim que reconheci como válido: dada a desigual distribuição do rendimento pelo País impunha-se uma rearrumação administrativa do país para não prejudicar grande parte dele nas negociações com Bruxelas. Foi essa a motivação inicial para o governo, aliás seguindo ideias que já vinham do governo anterior, avançar com esta reforma: a separação da Área Metropolitana de Lisboa do resto do território, nomeadamente dos municípios do Oeste que viam o seu rendimento per capita (medida que serve de base à atribuição dos Fundos de Coesão) inflaccionado e portanto perderiam por essa razão direito a alguns fundos.
As propostas avançadas pelo Governo para outras áreas do país têm como pedra de toque a vontade dos municípios, que é a unidade de organização administrativa local com tradição num país em que o centralismo (que é certamente excessivo, mas muitos vituperam por vezes precipitadamente) teve um papel histórico fundamental na manutenção da coesão e independência nacional face aos nuestros hermanos. Pelo que me é dado ver, estamos perante um processo gradualista, de associação e sobretudo, o que é mais importante, que muito dificilmente culminará numa legitimação eleitoral directa das autoridades destas áreas. Será sempre uma legitimidade indirecta contra a legitimidade directa dos orgãos de governo municipal e central, neste último caso o parlamento. E é aí que está o busílis da questão.
posted by NMP on 4:14 da manhã
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NÃO VENDE MAS É BOM: Esperei o dia todo e não vi na blogosfera nenhuma reacção positiva ou negativa a este artigo do Embaixador José Cutileiro. Percebo a falta de interesse: não fala em partes íntimas de personalidades públicas, não menciona cartas anónimas, nem faz revelações escaldantes sobre a Casa Pia.
Mas deveria merecer mais atenção. Porque é uma análise lúcida, desabrida, cândida (não confundir com ingénua) e objectiva da encruzilhada que o País enfrenta, que apenas a experiência e a distância bem calibradas permitem.
posted by NMP on 4:07 da manhã
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UPDATE: Com as mudanças de plataformas e a verdadeira explosão do número de blogues torna-se impossível acompanhar as mudanças em real time. Assim procedemos a uma limpeza e actualização de moradas dos links da coluna da direita. Ainda deve haver imperfeições mas devagar se vai ao longe.
posted by NMP on 4:03 da manhã
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WAG THE DOG: A ver e rever o debate entre jornalistas, hoje na SIC-Notícias, sobre os supostos abusos da liberdade de imprensa, o suposto desejo de limitar a dita cuja, etc.
Muito, mas muito interessante, foi a parte em que os jornalistas começaram a discutir a precária relação entre a verdade verdadinha e a verdade vendidinha. Nessa altura, o moderador Adelino Faria achou por bem mudar de assunto. Rapaz sábio.
Movimento Popular de Libertação de Angola: 4,000 milhões de dólares produto da venda de petróleo angolano, pelo governo angolano, desapareceram. As culpas e as consequências são, como é costume, do Ocidente.
posted by FNV on 9:16 da tarde
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O QUE FAZ FALTA é ouvir o mais recente trabalho dos Strokes. Com um agradecimento pelo aviso ao Tiago e um abraço especial ao Neptuno que há uns anos, regressado de NY, me deu a conhecer a melhor banda deste início do século XXI. Ele há pequenos momentos que ficam pr'á vida !
ALBERTO JOÃO: Hoje, em declarações prestadas aos órgãos de comunicação social a propósito da pedofilia na Madeira, Alberto João Jardim afirma: "Sou (como) uma velha meretriz, já perdi a vergonha...!".
Sr. Presidente, com estas frases lapidares não esperávamos nós outra coisa...
posted by TRM on 9:24 da tarde
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PARTIR PEDRA: Dou uma volta por aí, a coisa vai-se fazendo: em coro, todos abominam o muro israelita. Da nova geração da esquerda-solidária não posso dizer nada. Mas da velha, se eu ainda fosse dado a indignações, ia buscar a moca de Rio Maior ( pretexto para me chamarem caceteiro, temos que ser uns para os outros) que está pendurada cá em casa há muitos anos: os safardanas que décadas a fio defenderam e justificaram o Muro de Berlim, indignam-se agora com os tijolos sionistas. E sempre disfarçados de pregadores da verdade e dos bons costumes, ajudados pela absolvição histórica dos crimes comunistas.
É caso para inverter o ditado: o hábito faz o calhorda.
posted by FNV on 11:09 da manhã
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E LA NAVE VA: Um reboliço passageiro no porão desta nau fez-me fazer um ponto da situação. O Mar Salgado é de facto um blogue colectivo, mas não "de direita" como escreve Vital Moreira no seu Causa Nossa (link só disponível na coluna da direita). E é talvez por isso que me sinto bem aqui: há de tudo.
Quando era estudante e ia beber um copo à Clepsidra (local de culto da academia gauche-sauvage) fazia questão de vestir qualquer coisa da Lacoste. Já quando as horas eram passadas no café BC-BG Ding-Dong, equipava-me de boina preta, barba de três dias e livros debaixo do braço. Ainda hoje convivo muito melhor com a contradita do que com coros gregos. Fui sempre desalinhado, aprendi e ensinaram-me (sorte de ter uma família grande) a viver ao arrepio da tristeza dogmática. É por isso que gosto de estar aqui.
As lágrimas já inundam o teclado, por aqui me fico. Chuiff..
posted by FNV on 10:54 da manhã
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MITOS E IDEIAS FEITAS: Soube pelo Pedro Mexia da edição portuguesa no final do ano passado da obra de Irving Kristol, Neoconservatism: Autobiography of an Idea. Os neoconservadores são, hoje em dia, o grupo mais odiado pelos opositores da política externa da Administração Bush.
Em seu torno e da sua putativa influência cresceram inúmeros mitos e ideias feitas que por vezes têm muito eco na blogosfera. Este artigo da Foreign Policy, assinado por um neoconservador de segunda geração, desmente alguns desses mitos e ideias feitas e confirma outros.
Um contributo para um melhor entendimento do que é o debate de política externa hoje em dia na América.
posted by PC on 1:43 da manhã
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PRESENTE DE GREGO: Refiro-me à Urbanização Dr. Durão Barroso que, certamente, terá deixado este último com cara de cherne. A credibilidade da política e dos políticos passa pelo afastamento dos Majores, Narcisos e Fátinhas deste país.
posted by Neptuno on 12:29 da manhã
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INSÓNIAS: Quem nunca as teve? Quem nunca as sofreu? Coisa horrível, temível, terrível: tudo a dormir regalado pela casa toda e só nós, sozinhos, a deambular, a ver passar os minutos, a pesquisar novamente o frigorífico, a passear pelos canais da televisão, demorando-nos nos das compras (funcionará mesmo, aquela máquina de exercícios?...), revendo o delicioso Archie Bunker (estará bem escrito?...). Irra, que a noite nunca mais acaba! E tudo a dormir. Todos contentes, regalados, satisfeitos, na sorna, no descanso. Pode-se fazer o barulho todo, deixar-se as luzes abertas por onde se passa que numa noite de insónias ninguém acorda para nos fazer companhia. Parece que é de propósito.
As minhas insónias são uma coisa horrorosa, metem-me medo. A mim dá-me para ler pela noite fora, acabando por adormecer aí pelas seis da manhã, de luz e livro abertos.
As do meu colega PC também são más. Tradicionalmente más. Já as conheço há muito, muito tempo, mais do que os vinte anos que cantava o José Cid ou talvez mesmo dessa época longínqua. Percorre a nau de uma ponta à outra, fazendo barulho por tudo e por nada, zangado com Deus e com o Mundo, incomodando tudo e todos, quer ir a terra, quer companhia, um desastre.
A mim, como disse, dá-me para ler. Ao PC, mais activo, as insónias dão-lhe para matraquear o teclado do computador com escritos para o Mar Salgado.
Por isso não ligo muito aos posts dele escritos às quatro da manhã. Desejo-lhe apenas melhor sono na noite seguinte.
LEI DA IMPRENSA: Questiona-se actualmente a necessidade de endurecer as leis reguladoras da imprensa. Penso que, a exemplo do que aconteceu nos mais diversos campos da sociedade, a imprensa foi mais um dos "beneficiários" do mau funcionamento da justiça. Da mesma forma que, nos últimos anos (décadas?), compensou não pagar impostos e não cumprir contratos e obrigações em geral, em certos casos também compensou mentir, inventar, difamar ou caluniar. Em todos estes casos compensou, eventualmente, não cumprir A LEI. E parece-me que não será possível saber se a actual lei é boa ou não senão no desejado cenário da sua aplicação eficaz.
Na imprensa como nos restantes campos da sociedade, precisamos que a justiça funcione.
PS: Nem de propósito e a título de curiosidade, refira-se que o Prof. Marcelo se pronunciou hoje, na TVI, pela existência de crime na divulgação pelos meios de comunicação social de informações que estejam sob segredo de justiça.
posted by Neptuno on 11:54 da tarde
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2003: Ano novo, vida nova. Mas, sem esquecer as boas descobertas no ano passado. Assim, de entre o que mais gostei em termos musicais, gostaria de salientar os CD's Bliss - Quiet letters, Madlib - Shades of Blue e Miroslav Vitous - Universal Syncopations. Do Brasil, Mart'nália - Pé do meu samba e Ney - interpreta Cartola (ao vivo). Uma palavra para os Coldplay, os Strokes e Madonna, que continua a desafiar o seu próprio sucesso com êxito. A título de descoberta pessoal - que, de tão tardia, me envergonho - o senhor Paolo Conte.
No cinema, destacaria 25th hour, Mystic River e Gangs of New York .
posted by Neptuno on 11:32 da tarde
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URBANIZAÇÃO DR. DURÃO BARROSO: Já todos nos habituámos aos excessos dos autarcas. Mas há uns que são mais iguais que outros. Aí ninguém bate Valentim Loureiro. Um campeão.
Hoje observei pelo pequeno ecrã a mais um desses esplêndidos episódios dignos de ficar registrado nos anais do populismo. Durante uma visita ao distrito de Gondomar o primeiro-ministro inaugurou uma urbanização que, para seu espanto, foi baptizada com o seu nome: "Urbanização Dr. Durão Barroso". Resta-nos a nós, portugueses a quem a toponímia ainda diz algo, questionarmo-nos o porquê desta distinção. Terá Durão Barroso feito algo em particular por aquela urbanização, que desconhecemos? Será só porque são amigos e pelos amigos faz-se tudo? Ou será que Valentim Loureiro espera com este gesto alguma atenção especial por parte do governo?
Qualquer que seja a razão o princípio está errado, e o erro é grave. Mas a atitude já faz lembrar os últimos anos do Cavaquismo, quando tudo era permitido...
posted by TRM on 11:07 da tarde
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O MAR SALGADO é uma nau caótico-pluralista que navega quotidianamente pela blogosfera. Mensagens SOS, telegramas e cartas de navegação para lobosdomar@hotmail.com
posted by NMP on 6:57 da tarde
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IMIGRAÇÃO: Uma das origens da diferença de dinamismo entre a sociedade americana e europeia é a forma como é olhada a imigração. George W.Bush esta semana fez mais uma demonstração dessa diferença. Lançou um novo plano de imigração que permitirá a legalização de 8 milhões de imigrantes ilegais e apelou ao aumento do número de green cards (autorizações de trabalho e residência) emitidos anualmente que são agora cerca de 140 mil. Os Estados Unidos têm todos os anos pedidos de cerca de 7 milhões de pessoas que querem viver e trabalhar aqui. Claro que estas propostas vão ser, num ano de eleições, contestadas e disputadas, mas a dimensão deste esforço revela uma clarividência política e predisposição da sociedade que deviam fazer corar de vergonha a Europa.
Alguns estudos sustentam que para a manutenção da taxa de crescimento da economia europeia dos últimos quarenta anos até cerca de 2050, serão necessários mais de 50 milhões de imigrantes. Primeiro, porque nós europeus deixámos de nos reproduzir. Segundo, porque há medida que o bem estar económico e social aumenta bem como o nível educativo, há uma série de tarefas profissionais que os locais deixam de querer efectuar.
A classe política europeia não encara esta questão de frente. É titubeante. Está, nesta matéria, refém dos Le Pen e imitadores mais ou menos tímidos do resto do continente. Tem medo do poder dos sindicatos, essas organizações humanistas que, no afã corporativo de defender apenas e só os seus associados, contribuem e muito para este clima anti-imigrantes.
Se queremos uma economia dinâmica, aberta, se pretendemos criar condições para o crescimento económico e o desenvolvimento social a médio e longo prazo, se ambicionamos viver numa sociedade liberal em todas as suas dimensões, temos o dever de combater esta demagogia anti-imigração.
posted by NMP on 6:14 da tarde
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TOP TENde novas palavras, novas frases, os melhores e piores nomes de produtos e de bandas rock surgidos em 2003, em Inglês. Reparem na segunda palavra (blog) - também há quem lamente, em nome da pureza da Língua inglesa, a evolução de web log para blog. Se fosse efectuada uma listagem semelhante em Português, certamente que blogue estaria entre as mais influentes novidades de 2003.
Leiam até ao final da página, onde terão como bónus uma explicação da origem da expressão inglesa mais utilizada no mundo - O.K. ou okay.
P.S. - Desculpem a publicidade, mas todo o site yourdictionary.com é excelente e muito útil
posted by NMP on 5:37 da tarde
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COLD MOUNTAIN: O mais nomeado filme para os Globos de Ouro e um dos principais candidatos aos Óscares deixa impressões contraditórias. Baseado no romance homónimo de Charles Frazier, este filme épico tem como pano de fundo a história do retorno a casa e à sua fiel e dedicada amada (Nicole Kidman) de um desertor da Guerra Civil americana (Jude Law). As peripécias desta clandestina e perigosa fuga são intervaladas pela descrição da dura vida dos que, ficando, se agarram desesperadamente às memórias e ao amor numa luta quotidiana pela sobrevivência e por uma vida normal.
Cold Mountain é servido por excelentes actores - Nicole Kidman tem uma prestação verdadeiramente arrebatadora que a confirma como a melhor actriz da actualidade, Renée Zellwegger demonstra a sua versatilidade e Jude Law é intenso e contido. Anthony Minghella (O Paciente Inglês entre outros) tem notório talento para escrever e realizar épicos.
No entanto, o filme deixa uma sensação contraditória. As duas linhas da narrativa são tão contrastantes, que por vezes o filme parece que pára quando não se está a descrever a fuga, aproximando-se perigosamente do registo tipo "xaropada" (o filme é bastante comprido - 2 horas e 35 minutos - e num ou noutro momento isso nota-se, o que nao é nada bom sinal).
A impressiva caracterização das agruras da guerra na rectaguarda, o papel do amor como única fonte de força e coragem, bem como o realismo de algumas cenas de batalhas são o melhor do filme. Porque de resto perpassa a todo o momento uma impressão fatal para uma obra deste tipo: a de que foi filmado e montado com imensa competência técnica e formal, mas com pouca emoção. O filme parece emocionalmente desligado do destino dos personagens. Tal torna-se especialmente notório nas cenas finais e epílogo que, tendo em conta o que vinha de trás, talvez pudessem ser mais intensos (esta opinião certamente não será consensual, pode ser fruto do esgotamento emocional do espectador nesta altura da obra, o que pode não ser atribuível exclusivamente ao filme).
Ficamos no final com uma irritante dúvida: assistimos a um E tudo o vento levou de segunda ou a uma obra-prima sobre o sofrimento que a guerra provoca e a salvação que só o amor puro, dedicado e fiel permite ?
posted by NMP on 4:36 da tarde
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PETER THE PREACHER: Não devem os leitores do Mar Salgado levar muito a sério o parágrafo final do post do nosso P.C., é só fumaça. Frequentemente, este justo marinheiro chama-nos ao convés com o seu livrinho de anotações na mão, e prega como só ele sabe. Depois passa-lhe.
posted by FNV on 11:25 da manhã
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ALHOS E BUGALHOS: A Presidência da República, sempre temerosa dos comentários de VLX e FNV (o nosso Neptuno ainda não deve ter terminado a sua reunião com Morfeu), veio logo, pressurosa, desmentir a notícia publicada pelo Expresso.
Só a cada vez mais cega tendência anti-Sampaio, que já denunciei aqui em post anterior, explica que se queira equiparar uma notícia desmentida às violações do segredo de justiça (equiparação subliminarmente feita nos posts dos meus companheiros, ao exigirem "coerência" e ao criticarem a eventual existência de "dois pesos e duas medidas").
Em primeiro lugar, porque ainda que fosse verídica a notícia do Expresso, a decisão do PR não está sujeita, por lei, a qualquer tipo de segredo; imagine-se o que seria se o Primeiro-Ministro tivesse de ordenar a instauração de um inquérito, por "fuga de informação" (nem sei bem de que tipo de inquérito poderia tratar-se...), cada vez que a comunicação social noticia antecipadamente a demissão de um ministro (Lynce, Martins, etc.).
Em segundo lugar, por isso que, na violação do segredo de justiça, a lesão do interesse público está na divulgação de uma verdade (isto é, de que certo facto, verdadeiro ou falso, consta num processo), que se quer, durante um certo tempo, secreta. Fenómeno que, como é evidente, nada tem que ver com uma notícia que o imputado desmente.
Gosto do combate político, mas estou habituado, aqui, a outros patamares de seriedade.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.