O PIOR CEGO É O QUE FINGE NÃO VER: Depois de um curto intervalo, regresso ao Mar Salgado e descubro, para além do belíssimo post do nosso Comandante sobre a morte (onde se mostra que, mesmo depois de Pessoa, os contabilistas podem ser poetas), um post do FNV intitulado "O pior PS", onde se criticam os cartazes do PS acerca da insegurança/criminalidade em Lisboa. Esse post mereceu a resposta do FN, do País Relativo, que o catalogou como uma "indignação da direita".
Demarco-me do resto do texto do nosso FNV, mas, quanto ao ponto em apreço, devo dizer ao FN que, tendo eu sempre votado à esquerda do PSD e algumas vezes à esquerda do PS (não sei se isso será suficiente, hoje, para ganhar um certificado de votante de esquerda), subscrevo inteiramente o post do FNV. É, de facto, muito preocupante que o PS se lance a colar cartazes contra a insegurança numa cidade liderada pela direita.
Diz FN que "os temas (e o 'povo') não são necessariamente de direita; as abordagens é que podem ser". Inteiramente de acordo. Mas se os ditos cartazes são uma "abordagem" de esquerda, creio que a direita ficará sem linguagem, sob pena de cometer crimes graves.
A grande virtude exibida por FN é a sua franqueza pragmática: "a questão é que enquanto o discurso da segurança for monopólio da direita, a esquerda dificilmente volta a ganhar".
Por mim, como simples votante, digo ao FN: a questão é que enquanto a esquerda pretender ganhar votos com o ideário e a linguagem da direita nunca voltará a ganhar. Ao menos, enquanto esquerda digna desse nome.
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