REVISITAR o inenarrável Anti-Direita Portuguesa (links directos indisponíveis por culpa do meu Mac) foi o que me ofereceu a gentileza do novel Margem Esquerda (boas-vindas). E pensar eu que cheguei a perder tempo a explicar às senhoras do Glória Fácil que trogloditas carregados de ódio não existiam blogosfericamente falando, apenas na extrema direita.
Um aperitivo: "ser juiz ou magistrado do MP é uma das saídas profissionais que um jovem fascista tem hoje em Portugal".
posted by FNV on 11:42 da tarde
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O PIOR PS: Os cartazes em Lisboa supostamente contra Santana Lopes ( depois de um ano a criticarem ao estilo), a dois (!) anos das autárquicas. O retorno do guterrista argumento da criminalidade e da insegurança (lembram-se de 1995?). A locomoção de remóra, colada à barriga do Bloco de Esquerda, no caso do referendo do aborto. O silêncio anafado e grave de Ferro, sobre o caso Felgueiras, descobrindo agora que "as decisões dos tribunais são para respeitar". O vergonhoso assobiar para o ar perante sondagens esmagadoramente favoráveis, depois de um ano de Casa Pia, a tal que foi "inventada para destruir o partido".
O combate à despolítica do Ambiente, do Ordenamento e da Cultura, não interessa a estes senhores. Até o Bloco ou a Providência resolverem fazer qualquer coisa.
Não me costumo interessar (nem escrever) muito por estes circos, mas este PS, se não existisse, tinha de ser inventado.
posted by FNV on 11:12 da tarde
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ELES COMEM TUDO: Este post do nosso Comandante é apenas mais um exemplo de um sinal disposicional do homem ocidental de hoje: esperamos muito de tudo, esperamos demais.
A satisfação das necessidades básicas, a democratização de alguns mecanismos reguladores, o conforto do pós-guerra precipitou nos tempos de hoje um homem-vampiro. Do sexo esperamos maravilhas, orgasmos alucinados, a realização das fantasia mais mirabolantes ( daí o sucesso da pornografia e da prostituição numa época de liberdade sexual), o preenchimento absoluto. Do trabalho esperamos dinheiro, muito dinheiro, casas e iates, poder e horizontes ilimitados de expansão. Dos territórios comunicacionais esperamos o fim da solidão e o reconhecimento dos outros, a admiração universal que nos resgate do anonimato.
A lista é extensa, o mecanismo é curto. Esperamos de cada uma destas coisas muito mais do que poderemos obter delas. A desilusão é inevitável. E entretidos nessa vertigem, desprezamos metódica e minuciosamente o sabor das coisas simples e limitadas. E desprezamos igualmente as coisas verdadeiramente sábias: a morte, o parto, a guerra e a água. Somos de novo crianças, que como no post do NMP, escolhem o próprio sexo.
posted by FNV on 6:48 da tarde
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SER DEUS POR $18,840: Um dos maiores mistérios da Natureza consiste na distribuição razoavelmente equitativa de nascimentos entre o sexo feminino e masculino, com ligeiras variações à volta de todo o globo.
Este equilíbrio precário, misterioso e essencial para a sobrevivência e reprodução da espécie pode agora ser alterado por obra e graça humana. Este dossier da Newsweek dá conta das fascinantes e assustadoras evoluções da medicina reprodutiva que permitem a escolha do sexo do filho com quase 100% de segurança. Para mais aprofundadas informações e contactos úteis consultem www.choosethesexofyourbaby.com ou myboyorgirl.com.
Lá se vai o tempo das singelas perguntas pós-ecografia ou pós-parto: é menino ou menina ? É o que os paizinhos, em tempo, quiseram.
posted by NMP on 6:36 da manhã
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VIVER E MORRER PELA INTERNET: Howard Dean deve à Internet grande parte do seu sucesso eleitoral e do seu impacto mediático. Mas como tudo, este meio tem um verso e um reverso: horas depois de um discurso que lhe pode ter sido fatal, já circulava este remix das emoções descontroladas de um candidato que esteve quase para ganhar sem oposição e por falta de humildade poderá ter deitado tudo a perder.
posted by NMP on 6:15 da manhã
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ACTUALIZAÇÃO: Foi actualizada a coluna dos links.
FALSIFICAÇÕES: Avisa-me o NMP que afinal o blogue de Anabela Mota Ribeiro não é de Anabela Mota Ribeiro, e que eu deveria ter prudentemente esperado pela confirmação de autoria. Tem graça, porque quando comentei pela primeira vez um texto de Vital Moreira ou de Bragança de Miranda não lhes telefonei para casa. O mesmo (não) fiz no caso de outros autores que não são figuras públicas. Idem aspas para o caso de bloggers que se estrearam sob anonimato: confirmações de autoria para que vos quero.
A blogosfera é assim. Eu comentei uma Anabela Mota Ribeiro que se dizia agente cultural da RTP 2 e que lia a Odisseia em grego não sabendo nada de grego. Não telefonei para casa da AMR nem para a RTP, de facto. Tal coisa não me ocorreu. Como não me ocorreu querer provar que uma e outra eram a mesma. Se a AMR do blogue não é a AMR da RTP 2, tanto melhor para ela, a da RTP.
Resta que me ofereço à AMR da RTP ( a acreditar na informação do NMP) para dar na cabeça do idiota que a falsificou com um dos meus halteres de 15kg. Ou então, pensando bem, ofereço-me depois de confirmar que é ele o falsário. Nunca se sabe.
posted by FNV on 11:05 da tarde
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BOCEJO: Uma deputada inglesa da bancada liberal-democrata disse que se fosse palestiniana também seria bombista-suicida. Caiu o Carmo e a Trindade lá do sítio, que vergonha, que horror, etc. Não percebo tanto fuss.
A indivídua, que aparenta cinquenta e picos, muitas décadas de peace&love, vigilias pelos presos do IRA, e war against a sociedade consumista, machista e capitalista, disse alto, o que muitas e muitos como ela, pensam baixinho.
Nem na sua juventude nem sua recente maturidade, teve tempo para acender velas por Praga, pelos metralhados do alto do Muro, pelos congelados do Gulag. Mas é compreensiva e solidária agora. Antes isso.
posted by FNV on 9:34 da tarde
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AI AI AI AI...! A imagem da Anabela Mota Ribeiro a ler a Odisseia, sem saber uma palavra do idioma, inspirou-me a figura de um invisual a ler braille com os dedos escorregadios. Só isso, mais nada.
PERSONALIDADE À VISTA: Em virtude de um acidente doméstico recente, precisei de ir comprar uns óculos (no Brasil "um óculos") novos. Entrei numa loja e comecei a experimentar as armações disponíveis. Ao fim de algumas tentativas, a escolha já era clara. No entanto, o diligente vendedor não se coibiu de dar o seu sábio empurrão: "Esses óculos conferem uma personalidade forte a quem os usa." Depois de reparar no preço entendi o porquê do estímulo para tão inusitado incentivo.
Se é possível "vender" o futuro, a fé e a felicidade, porque não a personalidade? De qualquer modo, aviso já que não sai nada barata...
posted by Neptuno on 11:28 da tarde
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COMO TE COMPREENDO, JOHN MALKOVICH: Também eu fugia a sete pés se fosse abordado pela novel blogger ( ver link nos amigos do Glória fácil) e agente cultural do canal Dois da RTP, a tal que lê a Odisseia em braille e com vaselina nos dedos.
posted by FNV on 8:57 da tarde
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DESCENTRALIZAÇÃO: O Bloco de Esquerda propõe a deslocalização dos ministérios, o da Defesa para Tomar, o do Ambiente para Chaves. Aproveitando a bolina como qualquer marinheiro, proponho também eu outras descentralizações:
* O Ministério da Agricultura, para Perolivas, Reguengos
* O Ministério das Obras Públicas para Engenho, Leiria
* O Ministério das Finanças para Maria Vinagre, Aljezur
* O Ministério da Justiça para Bezerra Doida, Serpa
Outras estruturas e personalidades também poderiam aproveitar para se descentralizarem:
* O Secretário -geral do PS para Queimadela, Águeda
* O Comité Central do PCP para Memória, Leiria
* Manuela Moura Guedes para Palhaça, Oliveira do Bairro
* O Partido Popular para Foz do Cabrão, Vila Velha de Rodão
* O deputado Francisco Louçã para Vale da Mula, Almansil
* Anabela Mota Ribeiro, para Porto-de-Ovelha, Guarda
E assim se vivia melhor. Ou não.
posted by FNV on 8:37 da tarde
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PROPONHAM, QUESTIONEM, CHATEIEM ! Ontem no balanço da blogosfera esqueci-me de mencionar o Quadratura do Círculo, o blogue do ex-Flashback agora em versão televisiva. Façam favor de lançar novos ou velhos temas para discussão pelo Bando dos Quatro.
posted by NMP on 2:10 da manhã
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VAMOS LÁ A DAR UMA MÃOZINHA: O weblog Portugal tem sido um projecto fundamental para a consolidação da blogosfera lusa. A tripulação desta nau, fazendo jus à sua fama de lacaios da Corporate America e porcos imperialistas, manteve-se fiel à plataforma da Blogger. Mas isso não nos impede de apreciar um trabalho sério, de qualidade e sobretudo muito útil.
O projecto weblog Portugal impôs-se graças ao solitário esforço do jornalista Paulo Querido, que nunca ganhou um tostão com esta actividade. Com o tempo, muito graças ao seu próprio sucesso, a sua manutenção tornou-se incomportável sem acesso a fundos. Neste contexto, surgiu esta página de donativos.
Bloguistas de todo o mundo luso, uni-vos !! Ajudemos este projecto estruturante (como diria um qualquer especialista em desenvolvimento regional) da blogosfera lusa.
posted by NMP on 1:40 da manhã
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DAVOS: No meio de um frio alpino e de 6500 polícias, continua a realizar-se por estes dias um dos maiores e mais famosos encontros político-diplomático-financeiros do mundo, o Fórum de Davos.
Gostei particularmente de ver a curta intervenção de Bill Clinton (ver aqui em webcast). Nota-se que é um homem livre do espartilho de ser líder da maior potência mundial e começa finalmente a dizer o que pensa. A sua intervenção, defendendo a paz e um crescimento global sustentado, é de alguém esclarecido e com nítidas preocupações sociais. Em 12 minutos ainda tem tempo de introduzir o conceito de "sistematização", defendendo a criação de mecanismos para que pequenas iniciativas de sucesso consigam ser transportas para um mercado de larga escala. Líderes mundiais...aprendam!
posted by TRM on 1:31 da manhã
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DORIAN MOURINHO: Sério, competente, profissional, trabalhador, altivo, jovem, orgulhoso, narciso, marialva, vaidoso e pretensioso, evidenciando-se e libertando-se de um quadro crapuloso, envelhecido, corrupto, preguiçoso, licencioso, incompetente, facilitista, manhoso e desencantado.
No entanto, também ele um dia terá que olhar para o seu retrato que, na verdade, não era assim tão mau. Nem ele assim tão bom.
posted by Neptuno on 1:13 da manhã
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RETOMEMOS: Hoje não blogo, estou a produzir. Ficaria inconsolável se a retoma retomasse sem mim.
AINDA SOBRE BLOGGERS: Para que não subsistam dúvidas, quando digo que sou avesso a pré-condições que determinem o conhecimento pessoal a partir da blogosfera, não me estava a referir especificamente ao post do nosso PC ou do Jimmy Cricket. Sublinho que tanto me parece uma tolice ter ir jantar com tipos ( ou meninas) que não conheço de lado nenhum, como será uma tolice deixar de ir beber um copo com alguém de cuja existência só me apercebi através de um blogue. O que vier, vem.
posted by FNV on 10:45 da tarde
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MOURINHO: Na RTP, muito haverá a dizer. Mais tarde.
posted by FNV on 10:45 da tarde
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LOGAN, POR FAVOR: 30ºC negativos na Sibéria, nestes dias de Janeiro. De facto, ainda não inventaram prisão melhor.
posted by FNV on 12:06 da tarde
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PIERRE LE FOU: Leio no Público que o Prof. Pedro Dias, declarou que por ser "de direita e heterossexual" tem "dificuldade em entrar nos meios intelectuais conimbricenses". Já experimentou o Sr. Professor penetrar pela esquerda baixa? Se não, não se preocupe: nem todo o "meio intelectual conimbricense" (herdeiro do café Tropical que se celebrizou por assistir a discussões até às 5h da manhã sobre quem era mais marxista) escreve poesia juvenilóide, usa socas e lenços palestinianos, vive à base de fluoxetina, ou tem aquele ar urbano-depressivo comme il faut. Também há matemáticos, tradutores, fotógrafos, historiadores, que são vergonhosamente inteligentes, heterossexuais, pró-americanos, e que tomam banho todos os dias.
PS: se ainda insistir, escreva um ensaio sobre como as leoas são, na verdade, lésbicas de garras, e as femêas chimpazés preferem machos com quem possam falar sobre os problemas da primatologia pós-moderna. Vai ver que entra de caras nos "meios intelectuais conimbricenses".
posted by FNV on 11:57 da manhã
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ÁS VEZES, o conhecimento virtual até estimula o conhecimento pessoal. Conheço casos desses, com sucesso e tudo. Por isso, e no âmbito da discussão blogosférica em torno do texto do Jimmy Cricket, não parto do príncipio que tenha necessáriamente de existir uma condição de não-blogger.
No meu caso ( e dou a minha opinião, uma vez que todos fomos convidados), sou avesso às pré-condições, quais dedinhos em riste, que determinam absolutamente os mecanismos pelos quais se regem o conhecimentos pessoais. O que vier, vem.
posted by FNV on 10:55 da manhã
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O PROFESSOR ROSAS: Se tivesse sido seu aluno, tinha a tarefa facilitada quando chegasse a altura dos exames: versava na folha de prova as suas palavras, de verbo ad verbum. Nas suas crónicas de ontem, previa meio-milhão de mortos no Iraque, uma Estalinegrado em Bagdad, o isolamento americano na trapalhada, o dilúvio na região. Na sua crónica de hoje, confirma as suas previsões de uma "derrota da estratégia imperial" americana no Iraque e no Afeganistão.
Que os seus alunos e leitores compreendam: houve o meio-milhão, houve Estalinegrado, não há tropas de mais de vinte países no Iraque, o coronel Kadhafy não assinou nehum pacto com o Tio Sam, o Oriente está a ferro a fogo, da Jordânia à Arábia.
Aprendam.
posted by FNV on 10:40 da manhã
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OPTIMISMO E BOM HUMOR:Estas declarações do Governador do Banco de Portugal vêm confirmar que há sinais de um inversão do ciclo económico: 2004 poderá já trazer um crescimento positivo.
Porventura esta retoma da actividade económica poderá ser mais saudável que as anteriores. O esforço de consolidação das contas públicas após o festim guterrista e o efeito de algumas reformas no mercado de trabalho eventualmente permitirão um crescimento económico menos dependente do Estado e mais da actividade empresarial e investimento privados. Esperemos com optimismo para ver se estes sinais se confirmam.
Uma pequena nota: a esquerda bloguística não se referiu a estas declarações. Não sou advogado de defesa do Luís Delgado (até porque ele não precisa, é crescidinho e sabe-se defender) mas quando era ele a prever a retoma económica, não havia um dia sem um comentário jocoso ou espirituoso. Dir-se-ia que lhes passou o bom humor. Logo agora que ele parece começar a justificar-se.
posted by NMP on 6:08 da manhã
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O DEBATE MAIS IMPORTANTE: Começou nas instâncias comunitárias uma das discussões mais importantes para o futuro do país nos próximos dez anos: as perspectivas financeiras da União entre 2007 e 2013. Esta notícia dá conta do ponto em que se encontra o debate.
A proposta do comissário de política regional, Michel Barnier, é a de que os fundos estruturais deverão ser divididos entre as regiões dos actuais estados-membros e dos novos estados (50% para cada). Esta proposta encontra uma forte oposição por parte dos maiores contribuintes para o orçamento comunitário - a Alemanha e a França (que estão já com os olhos postos a Leste). Acresce que os países contribuintes pretendem limitar o orçamento comunitário a 1% do PIB da União Europeia, o que diminuiria ainda mais os fundos estruturais para desenvolvimento de regiões mais desfavorecidas. Esta importante negociação decorrerá durante este ano e 2005.
Um facto curioso, que se retira da leitura da notícia, é que o comissário Barnier utiliza o exemplo de Portugal, como um dos países que não soube ou não conseguiu aproveitar os fundos entretanto dispendidos, para justificar a divisão de fundos que propõe. Com base no exemplo português sustenta a sua tese (que aliás nos parece correcta) que a União deve manter a sua atenção na coesão económica e social entre regiões e não deixar nenhuma para trás. Como é fácil de perceber pelas declarações de outros intervenientes neste processo, este destino é cada vez mais provável.
Usando uma abordagem cínica e estreita, a utilização do caso português nem é mau de todo, do ponto de vista de posição de partida parta a negociação de mais fundos após 2006. Numa análise mais funda e séria, estas declarações são um claro atestado de que temos andado, pura e simplesmente, a ver passar os outros.
posted by NMP on 5:48 da manhã
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NA MINHA MODESTA OPINIÃO o candidato democrata que colocaria mais dificuldades a Bush seria John Edwards. É um sulista, o que lhe garante muitos votos em estados do Sul e do Midwest tradicionalmente decisivos e ultimamente muito difíceis para os democratas. É um self made man, um produto do american dream, de origens humildes em contraste com o berço de ouro de George W.: percebe as dificuldades e aspirações da classe média e de quem trabalha para viver, ao contrário do Presidente, não se cansa de afirmar.
E tem um toque clintonnesco: é um orador excelente e dotado (foi um advogado de barra especializado em casos de indemnização) e foi senador apenas durante um mandato, o que lhe dá credibilidade quando ataca os interesses instalados em Washington.
Talvez pareça novo de mais. Votou a favor da guerra no Iraque mas, em tempo de preocupação generalizada com a segurança e defesa americanas, alguma ausência de gravitas pode-lhe fazer muita falta. Será sempre uma excelente aposta para candidato a vice-presidente de outro qualquer nomeado.
posted by NMP on 5:34 da manhã
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UM BALÃO CHEIO DE AR foi como se revelou o fenómeno Howard Dean nas eleições primárias do Iowa. Dean era o favorito, segundo todos os comentadores. Acabou num humilhante terceiro lugar.
Howard Dean transformou-se em ano e meio no maior fenómeno do processo eleitoral do EUA. Governador de um estado com pouco mais de 500 mil habitantes aproveitou, como ninguém até agora, a Internet para fazer passar a sua mensagem e angariar fundos (angariou mais que qualquer outro candidato democrata até à data). A sua mensagem de oposição radical a Bush, carregada de energia, raiva (chegando a rondar o puro ódio por tudo o que Bush é ou representa) trouxe para junto de si milhares de voluntários, sobretudo jovens universitários, que o adoram e acompanham para todo o lado. É este entusiasmo que há muito não se via nas eleições americanas. Mas a liderança nas sondagens não se traduziu em votos.
É certo que o complicado método de contagem de votos do Iowa retira muita, para não dizer toda, da validade de sondagens de intenção de voto. Mas Dean tem problemas mais fundos: a mensagem de contestação radical, pela negativa, conjugada com a personalidade abrasiva fazem dele um candidato pouco presidenciável. Para perceberem melhor o que quero dizer dêem uma espreitadela ao discurso verdadeiramente desastroso que fez aos seus apoiantes, após a divulgação dos resultados - foi uma mistura de gritaria, zanga, raiva e apelos à mobilização em tom guerreiro que assusta até alguns eleitores radicais, quanto mais os moderados.
Acresce que Dean tem algumas contradições e dificuldades difíceis de superar. Não tem experiência em política externa: é curioso que, segundo inquéritos à saída dos caucuses, a maioria dos opositores à intervenção armada no Iraque votou em John Kerry que, enquanto senador, votou a favor da intervenção armada e não em Dean que tem feito do tema um dos seus principais argumentos eleitorais. Os eleitores terão preferido a crítica equilibrada, sensata e sustentada de Kerry à política externa de Bush ao primarismo demagógico. Por outro lado, tendo começado por se declarar como o candidato anti-establishment, Dean acabou por ser apoiado pelas principais figuras do establishment do Partido Democrata: Al Gore (que mais uma vez prova que é um pé-frio eleitoral), Jimmy Carter, a maioria dos congressistas democratas. Por último, Dean não tem qualquer capacidade de comunicação emocional - é um straight-talker, o que produz muito bom efeito a elencar críticas, mas não cativa votos.
Terça-Feira o circo continua no New Hampshire e apesar de tudo Dean ainda tem boas hipóteses (afinal de contas, ainda é o candidato com mais dinheiro, o que lhe permitirá concorrer em todos os estados). Mas a forma como reagiu ao resultado do Iowa não augura grandes melhoras.
posted by NMP on 5:05 da manhã
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DUAS NOTÍCIAS: Há cerca de uma semana escrevi um post sobre imigração. O nosso amigo Rui, do excelente e já clássico Klepsydra, ripostou com este post, contestando uma das teses que aqui desenvolvi: existe um espírito mais amigável na América em relação à imigração do que na Europa.
Parece-me que o argumento do Klepsydra se baseia mais no desconforto que as apertadas medidas de segurança causam a quem chega hoje em dia aos Estados Unidos, ou aqui se movimenta, do que numa análise indisputável dos factos. Este clima, resultado do 11 de Setembro, é perturbador, mas resulta mais de questões de segurança do que de uma predisposição para barrar a entrada a imigrantes. Bush reafirmou hoje, no discurso do Estado da Nação, a sua intenção de emitir licenças de trabalho para 8 milhões de imigrantes.
Durante a semana que passou desde que discordámos, duas notícias vieram reforçar esta minha convicção. Em primeiro lugar, este dossier da Time, sugestivamente intitulado Plugging the brain drain, veio autenticamente em socorro do meu argumento. Os artigos tentam explicar as razões para a gigantesca fuga de cérebros da Europa para os EUA (o que aparentemente contradiz a tese expressa no Klepsydra). Por último, o impressionante número de 6.500 imigrantes que, segundo o que li e não vi desmentido, Portugal está oficialmente disposto a receber em 2004. Nem merece comentários.
posted by NMP on 3:54 da manhã
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BALANÇO DE 2004: De volta ao comando da tripulação, é tempo de um pequeno balanço blogosférico. O País Relativo surge renovado e reforçado, com um belo grafismo a fazer jus à qualidade dos textos. O melhor entrevistador da rádio portuguesa resolveu tomar uma atitude que há muito se impunha e retornou em forma à blogosfera.
O nosso carinhoso amigo do Terras do Nunca está preocupado por ter concordado com um post do Mar Salgado. Imagine ele como eu me tenho sentido - tive a mesma inquietante sensação ao ler este, este e estepost.
A nossa alma gémea e o Abrupto desenvolvem uma interessante e estratosférica discussão sobre a tradução de um poema de Kavafis. Na blogosfera, estamos sempre a aprender e a espantar-nos (as coisas que algumas pessoas sabem !).
Por último, ainda só estamos a 21 de Janeiro e o Liberdade de Expressão (um dos melhores blogues lusos) já escreveu o melhor post de 2004 sobre a histeria mediático-colectiva em torno do processo da Casa Pia. Para relembrar, sobretudo quando a loucura e o delírio, daqui a uns tempos, voltarem a dar sinal de vida nos espíritos e mentes de políticos, agentes judiciários e demais comentadores de serviço pelas páginas de jornais e ecrãs de televisão.
A / C DO ANTÓNIO COLAÇO (COM UM ABRAÇO DA MALTA): Pede o timoneiro de uma das mais alegres naus da blogosfera um comentário ao texto que Jiminy Cricket lhe fez chegar por e-mail, e que reza: "Não fosse esta minha teoria de que os conhecimentos virtuais assim devem manter-se e estaria a beber um licor à saúde do vencedor dos "ânimos de Ouro 2003". Jantem bem e divirtam-se!".
A título estritamente pessoal - como é política desta barca -, começo por esclarecer que naveguei por aqui meses a fio sem conhecer pessoalmente nenhum outro blogger para além dos que compõem a nossa tripulação. Mais recentemente, acederam à blogosfera pessoas que fazem parte do meu círculo de amigos e conhecidos: primeiro, estes malfeitores, depois, Vital Moreira e, por fim, um mostrengo que dá os primeiros passos. No mais, nada.
Gosto da coisa assim e, por isso, estou próximo do texto do J. Cricket. Não quer dizer que o conhecimento blogosférico não possa evoluir para um conhecimento inter-pessoal - mas não como bloggers enquanto tais, antes como pessoas que podiam ter-se conhecido noutra circunstância qualquer. Um encontro de bloggers, para mim, e com todo o respeito por quem sente diferentemente, faz o mesmo nenhum sentido do que uma confraternização de utentes do 6 - Santa Clara, um dos célebres almoços dos Antónios, ou, na melhor das hipóteses, um jantar dos AA. Insisto: é apenas uma opinião que nada tem de normativo e nem sequer é uma questão de princípio - é só um jeito de blogar.
posted by PC on 11:35 da tarde
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UMA QUESTÃO LEXICAL: O que têm ex-trotskystas, ex-estalinistas, nacionalistas saudosos de Salazar e fascistas mais ou menos moderados, a dizer sobre imigração? Nada.
A especialidade desta pouco recomendável cambada foi sempre a emigração.
posted by FNV on 9:53 da tarde
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DIAS: Tendo tido conhecimento directo do que se passou, omito naturalmente detalhes que levem à identificação dos personagens. No passado Domingo, uma adolescente ia de mota e chocou contra um carro. Está em coma, prognóstico muito reservado.
O metal da coisa é que esta adolescente teve uma irmã e um pai que já morreram. Falta alguém? Pois falta: a mãe. Por enquanto, vive.
Sempre que estes fios me enredam, lembro-me da maldição de Goethe: Não há nada mais difícil de suportar do que uma sucessão de dias belos.
( Um dia destes bolsarei qualquer coisa sobre a perda a prestações e a inimaginável capacidade humana de a digerir)
posted by FNV on 8:58 da tarde
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UMA EXCEPÇÃO: Talvez pela forma como é mal tratada na blogosfera, sempre me inibi de aqui trancrever poesia; mas um relance pelo Abrupto, recordou-me uma das coisas mais deliciosas de Wallace Stevens:
Rationalists, wearing square hats,
Think, in square rooms,
Looking at the floor,
Looking at the ceiling.
They confine themselves
To right-angled triangles.
If they tried rhomboids,
Cones, waving lines, ellipses -
As, for example, the ellipse of the half-moon -
Rationalists would wear sombreros.
COMBATER O DÉFICE ATRAVÉS DO AUMENTO DA RECEITA: Há muito que ansiava pelo livro que me chegou hoje às mãos (gentileza da nossa amiga Grazietta) e que dá pelo nome de Forse Queneau. Enciclopedia delle Scienze Anomale, de Paolo Alberoni e Paolo della Bella (Zanichelli, 1999). Logo que o folheei à pressa, no Verão passado, em casa de um amigo triestino, suspeitei poder encontrar aqui as respostas para os problemas do mundo e, quem sabe, de Portugal.
Ao abrir o livro numa página ao acaso (p. 158), como convém numa obra desta índole, deparei com a ciência das finanças bizarras, que se dedica ao estudo da evolução histórica da actividade fiscal das autoridades políticas e/ou religiosas tendente ao conseguimento de recursos através do lançamento de impostos e taxas bizarras.
Ao lado dos impostos sobre os pecados (Papa João XXII, 1245-1334) e sobre os cadáveres (Piemonte, início do século XV), encontramos o fabuloso imposto sobre a indiferença, projectado, durante a Revolução Francesa, por um tal Lacombe, para combater o amor insuficiente pela República.
Já agora, dra. Ferreira Leite, valia a pena pensar nisto.
PS: A genialidade do título Forse Queneau encontra-se em toda a obra. Mas quem pretender encomendá-la directamente à Zanichelli via Internet prepare-se para pagar em despesas de envio o dobro do custo da dita.
posted by PC on 11:26 da tarde
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PORTUGAL - CORRUPÇÃO E SOCIALISMO: Aceitando que a corrupção é um fenómeno comum a todas as sociedades desde a antiguidade, é intrigante reflectir sobre o seu grau de incidência nos diversos países do mundo e sobre a sua importância no maior ou menor desenvolvimento das nações. Parece-me indesmentível que, em Portugal, a corrupção - e respectiva impunidade - é um forte factor de sub-desenvolvimento (causa e efeito?). No entanto, não temos o monopólio do fenómeno. Aliás, em países bem mais desenvolvidos acontecem escândalos de proporções "mais desenvolvidas" - veja-se a Enron + Arthur Andersen nos EUA (não esquecendo as últimas eleições na Flórida...), a Elf em França, os sacos azuis do Sr. Khol na Alemanha ou as "mãos limpas" na Itália.
Qual será então a diferença entre a corrupção dos outros e a nossa, que nos deixa na cauda da Europa?
Parece-me que a resposta reside no facto de, nos mais ricos países capitalistas ou em qualquer regime totalitário ou autocrático, a corrupção ser uma prática reservada aos poderosos, a uma elite. Que raramente é apanhada mas que, quando tal acontece, é severamente punida. Mas que merece a reprovação quase unânime das populações, seja ao nível do pagamento dos impostos, do acesso ao emprego, das promoções e demais práticas sociais.
Ao invés, em Portugal, existe um verdadeiro socialismo no que diz respeito à corrupção, ou seja, está acessível a todos, sendo uma prática corrente e transversal na sociedade portuguesa - do ministro ao mais anónimo dos cidadãs - não atraíndo uma reprovação social evidente. E que, por mais ostensiva que seja nunca é devidamente punida.
E que vai demorar umas gerações a resolver.
posted by Neptuno on 10:25 da tarde
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O JOGO DA "MULA": Nova versão em que os premiados serão aqueles que conseguirem adquirir uma qualquer publicação no território nacional que não tenha uma fotografia, um dito ou uma entrevista com o Dr. Júdice.
Nota: pacotes de sopa instantânea Knorr não serão admitidos a concurso.
posted by Neptuno on 10:13 da tarde
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NE TRAVAILLEZ JAMAIS! Com grande surpresa e consternação, registo que afinal este ano sempre vai haver Queima das Fitas em Coimbra. Logo agora que o coimbrinha Maio de 68 pós-moderno começava a encontrar os meus interesses de classe.
posted by FNV on 12:36 da tarde
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A VITÓRIA DO PANGARÉ? Há uns tempos, um dos juristas de bordo, o nosso PC, dizia com alguma graça que as pontes soçobram, os viadutos colapsam, os metros inundam-se mas não se fala de uma crise na engenharia. Vem isto a propósito de ter estado a trabalhar com o Forum da TSF em ruído de fundo. Sei bem que vale o que vale, mas hoje o programa, pela enésima vez dedicado á crise da justiça, contou com a participação do Dr. Júdice, de agentes vários, e do inefável Dr. António Marinho. Este último disse coisas como estas: "não há independência do poder judicial", os juízes nesta legislatura "estão ligados ao poder executivo actual", os juízes que saiem do CEJ são "meninos arrogantes que só sabem direito", só há justiça para "os ricos", existe uma "diarreia legislativa" (sic).
Também sei que o Dr. Marinho vale o que vale, não sabendo eu em sede de ciência jurídica o que ele valerá. Mas parece-me que a coisa está a resvalar quando se diz que os juízes julgam em função da cor política do advogado ou do réu. E como os mecanismos comunicacionais cimentam a representação social das práticas sociais, talvez fosse útil que à liça viessem opiniões diferentes desta rumorejante marulhada.
posted by FNV on 11:39 da manhã
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A ALEGRIA DO POVO e do campeonato, é a equipa do SLB: ao contrário do superiormente barricado FCP, que despacha os adversários sem demoras, e do clube rico dos viscondes de Alvalade, o SLB joga e deixa os outros jogar (11 golos nos últimos dois desafios!), qual Paideia do futebol popular, simples e honrado.
posted by FNV on 11:39 da manhã
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MALEITAS VELHAS: O editorial do Expresso explica-nos que os tabloides, a blogosfera e a internet são uma ameaça à democracia. Nada de novo: os anti-modernos e românticos do século XIX, como Nietzsche e Burckhardt, ou os proto-fascistas de inícios do século seguinte, como Le Bon e Spengler, diziam a mesma coisa da imprensa da época. O poder ao povo é muito bonito, se o povo for bonito.
Daí a lamúria permanente do declínio e da perda de valores: é preciso inventar uma nova comunidade, chefiada por elites viris e cultas que arranquem o povo ao materialismo vil em que chafurda. Quem disse que a utopia (só) mora à esquerda?
XADREZ: Gosto imenso do jogo, preenche admiravelmente o tempo. Acho que aviva uma lareira, enriquece um Porto, aromatiza um charuto, fortalece uma amizade, revigora o raciocínio, e pode-se jogar com música de fundo, sentado em confortáveis sofás, não tem o menor inconveniente.
Claro que sou um amador, o pior dos amadores, conheço apenas meia dúzia de jogadas que pacientemente um familiar me ensinou e jogo mais por instinto do que por regra e sabedoria.
A vantagem de se jogar por instinto é a de que as jogadas e movimentos, mesmo os mais pensados, têm um toque de inesperado e de originalidade, que na maioria das vezes falta nos jogos dos grandes mestres. Às vezes resultam, outras não.
Como admirador do xadrez, não posso deixar de saborear até com um certo gozo o último movimento de Manuel Maria Carrilho (de quem não gosto particularmente, não venha aí um Diácono Remédios acusar-me de favorecimentos...). Sem auxílio das torres, bispos, rei e rainha ou mesmo dos peões, MMC fez jogada arriscada, adiantando-se a todos e atacando a Câmara Municipal de Lisboa. O movimento tem particular piada porque entala em xeque Pedro Santana Lopes, que displicentemente jogava animadamente em dois tabuleiros, ao mesmo tempo que irrita os seus parceiros socialistas no jogo.
Face à jogada, PSL terá de decidir-se, de uma vez por todas, em que tabuleiro quer jogar e apostar e, como é sabido, a decisão não é só dele. A coisa não está fácil.
Por outro lado, também vai ser divertido ver como jogarão as restantes peças socialistas. Acompanharão MMC neste xeque? Vai ser mesmo engraçado acompanhar os próximos movimentos de ambos os lados, que esta jogada original, inesperada e solitária provocou. Parece que a CDU já apoiou MMC; algumas notícias dão relevo à preferência do PS pelo BE na CML, o que não deve ter sido agradável de ouvir à CDU. Quem deve estar a gozar o prato, perdão, o jogo é Marcelo Rebelo de Sousa.
Ainda neste jogo, referência ao notável roque feito pelo lado socialista. Como se sabe, o roque é um movimento de protecção do rei, em que na mesma jogada a torre e o rei quase que mudam de posições (é, salvo erro, o único movimento em que se mexem duas peças na mesma jogada). O facto de se ter escondido lá no fundo do tabuleiro Ferro Rodrigues durante umas quantas jogadas parece já ter feito o PS subir nas sondagens. O xadrez é, realmente, um jogo magnífico, interessante e inesperado.
posted by VLX on 4:27 da tarde
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UMA ESMOLA AMERICANA II: Um leitor atento e sabedor corrige uma gralha óbvia: a USS Sides não foi construída em 1970, pois tal equivaleria, coitada, a estar 11 anos à espera de entrar ao serviço. A data de lançamento da fragata é 05/19/79. Outra questão prende-se com rendimento das turbinas a gás, questão relevante para um país pobre como Portugal. O nosso leitor diz e bem, que as turbinas a gás têm a desvantagem de serem pouco económicas a baixa velocidade. Com efeito, a maior parte de vida útil de um navio passa-se à velocidade de cruzeiro. Mas como tive ocasião de responder ao nosso leitor, também é verdade que as duas turbinas a gás General Electric LM 2500 da classe FFG-7, impulsionam o navio para lá dos 25 nós e demoram apenas cinco minutos a passar do estado de activação ao de potência máxima. É preferível à economia? Também me parece que não.
Outra questão levantada pelo nosso leitor, já mais detalhada, relaciona-se com o curto alcance do radar. Não propriamente do radar, o leitor tem razão, não especifiquei, mas do ESM (Electronic Defense Mesures). As fragatas antigas, as que virão, tinham, segundo as informações que disponho, 32 antenas SLQ com um alcance de apenas 23 milhas náuticas. Em Maio de1987 o USS Stark ( fragata da classe ) foi atingido por um míssil Exocet iraquiano, de fabrico françês, lançado por um heli ou por um avião, e a partir daí os americanos decidiram-se pelas tais melhorias e up-grades que infelizmente não estarão disponíveis nos navios que nos vão oferecer.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.