OS PEIXES DO MAR SALGADO - Nº 3: O BARBO CEGO DO IRÃO: Depois de termos estudado a Rémora e a sua associação com o Cherne, seguida do Peixe Palhaço, a primeira edição d'Os Peixes do Mar Salgado não ficaria completa sem uma referência ao Barbo Cego do Irão (Iranocypris typhlops, Bruun & Kaiser:1944), última espécie que conseguimos recolher nestes dias de mar batido.
Este simpático ciprinídeo habita no Rio Tigre, passando toda a sua existência em caves e grutas. Tímido, prefere a serenidade das águas paradas e não lhe agrada misturar-se com outras populações.
A pele é rosa, debruada por barbatanas azuladas que lhe dão um ar algo aristocrático. Não há diferenças de tamanho significativas entre a fêmea e o macho.
Como o nome indica, é destituído de visão, tendo por isso grande dificuldade em nadar: bate amiúde contra os obstáculos e as suas trajectórias são, as mais das vezes, erráticas.
Esse handicap faz com que repouse grande parte do tempo sobre o fundo, onde encontra meios de sobrevivência graças a um olfacto apurado. À semelhança da generalidade dos ciprinídeos, é omnívoro, conhecendo-se alguns casos de canibalismo.
O feitio recatado e o aspecto translúcido dificultam a sua observação, mais fácil quando se agita em fundos lodosos que, esverdeados, lhe dão o necessário contraste.
Infelizmente, encontra-se referenciado na IUCN Red List of Threatened Species, que lhe atribui o estatuto de "vulnerável": não estando "em perigo crítico", nem mesmo "em perigo", enfrenta um elevado risco de extinção a médio prazo.
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