A manipulação das chefias e redacções dos media não deve ser confundida com o problema da liberdade de expressão. A manipulação parece ter existido, sobretudo feita por arrivistas ( mais ou menos jovens) desejosos de mostrar serviço. A entourage de Sócrates não fez mais do que fizeram Miterrand, Berlusconi, ou Cavaco, no seu tempo ( lembro-me muito bem como era a RTP, A Capital e o DN ( este é uma vocação). Essa manipulação acaba por provocar baixas? Claro, se não não era manipulação. Acontece que a liberdade de expressão é um assunto infintamente mais sério e excêntrico às possibilidades manipulativas da actual órbita governamental. Quem se se interessa pelo assunto, e o estuda, sabe que é um disparate falar de ausência de isegoria em Portugal. E é um desrespeito miserável pela memória daqueles que, de facto, a sofreram no passado. A liberdade de expressão não se esgota no ego de um jornalista ou na caneta de um comentador. Envolve um vastíssimo sub-conjunto de liberdades e, por isso, sempre que foi cerceada, implicou um aparelho político global. Orgãos inteiros, partidos, sindicatos, universidades, todos foram silenciados em experiências do passado ( para falar só do passado). É conveniente manter a cabeça arrefecida.
Concordo. É precisamente porque a lógica do poder, de qualquer poder, tende a ser uma lógica de manipulação e de silenciamento da dissidência que as sociedades democráticas dão especial protecção à liberdade de expressão. E noto até, neste episódio, uma feliz coincidência: as conversas gravadas são afinal de Junho, mês em que o tal esquema já era conhecido nas redacções e mês em que foi publicamente noticiado. Resta, pois, a politiquice. Será que alguém vai cair na tentação da moção de censura por causa deste episódio? Ou é apenas para fazer drama do mesmo género do que o Governo fez com a lei das finanças regionais?
Bom argumetário, na minha opinião. A colocar as liberdades, designadamente a de expressão, en su sitio. Lá no alto! Mas deixo a provocação ("fogo amigo"): 1. A manipulação (ou auto-censura, se vista do outro lado) não é sintoma de alguma doença, ainda que não abale o essencial da saúde (liberdade)? 2. A constante descida, desde há uns anos, no ranking da liberdade de expressão/opinião (e, já agora, do da corrupção) não é outro sintoma?
Já dera como adquirido que FNV era um caso de má visão sem retprno. Felizmente estava enganado: este post repôe na justa medida o facto de que se fala. A liberdade de expressão, muito menos se esgota no ego de jornalistas e comentadores que apenas cheiram a Democracia como oportunidade pessoal. Felizmente há memória.
Para quem joga sempre em todas as bancadas recordar o "facismo" no meio da sujeira, da justiça dominada pelo poder e de se ter escondido isto tudo para se ganharem eleições, não é nada.
É mais um exemplo poético.
Ainda o hei-de ver a voltar à famosa campanha alegre.
Isto é como se lembrar de citar Sebald quando Israel usa armas químicas e destrói o Líbano em por causa da ameaça de um rapto já resolvido.
Não. Estava à espera desta desde que disseste que ias tirar uma sabática para escrever um livro e, no dia seguinte a uma bronca socretina saltaste para a campanha da Ferreira Leite.
Percebes. Agora volta lá a declamar Alegre que essa é que é a tua imagem política- uma palhaçada de saudosismos fora de tempo.
Aos leitores: esta zazie usa a mesma táctica dos anónimos de que fala JPP: diz que tem nome, que podia assinar Bertoldinha e que tem amigos a conhecem. Não se deixem enganar. E tu, Zazie, podes berrar aqui à vontade: nunca te apago ( sempre aprendes alguma coisa sobre assinaturas).
É, essa dos anónimos de cu, já respondeu bem o Valupateta ao mongo do JMF do Público.
Essa é mais uma prova da tua estupidez.
Chamas anónima por eu "não aparecer" e não ter o nome registado num jornal.
Quem diz é retardado mental.
No teu caso é mais que isso- é cinismo. Não só sabes mais de mim do que eu alguma vez quis saber acerca de qualquer blogger, como és estúpido e não me chamarias anónima se eu assinasse Maria Albertina Silva, ou outro nome viável.
Mas, como até sabes quem eu sou, através de um amigo comum, és pulha e rasca nestas rábulas de porteira.
Quando o li julguei por momentos que este post branquedor fosse ironia ou humor. Suponho que os calculos partidarios sirvam para muita coisa, mas, caramba.
E olha, para que fique claro. Mais facilmente eu defendo a liberdade aqui na blogo de todos os Valupatetas ou Migueis Abrantes, avatares a berlinde, que dos sabujos e bufos que vão denunciar bloggers aos chefes ou que ainda lambem os guizos aos estalinistas que os perseguem.
O teu problema com os nick names é que tu nem com nome completo, morada, BI, profissão e declaração do IRS consegues ter coluna vertebral que te dê identidade.
Opsss, Filipe, Socretino, alegrista, jppista, etc, etc ???? E eu a pensar que era só benfiquista e que tinha uma costela ( sem coentros )Ferreirista ( de Manuela ). Defeitos todos temos :)) Está desculpado, os comentários da Zazie são sempre um espectáculo. Um abraço
Contacta as porteiras todas da blogo porque eu não citei nenhum nome.
Que tu sejas porteira e cínico e analbeto que insulta um blogger por usar nick name, só diz do QI negativo que hás-de ter.
Que, neste caso, até saibas muito mais do que a rábula dessa imbecilidade que te lembras sempre de dizer, idem. Desde a Natureza do Mal e dos encontros que eu tive com outros bloggers que já podias ter resolvido a curiosidade acerca do meu nome.
Ou então, como faz qualquer pessoa educada, enviavas-me um mail e pedias para eu me apresentar.
Tenho e.mail no Cocanha. Agora o que eu nunca vi foi ninguém andar a insultar pessoas que não conhece por achar que tem direito de as conhecer por megafone e "denúncia pública".
A tua imbecilidade é esta. Só uma pessoa muito estúpida era capaz de chamar anónimo a quem usa um heterónimo e insultar um desconhecido para o conhecer.
Ó António: hoje achei que ela ilustraria bem o meu post. Gostava de viver num mundo em que as Zazies não prcisassem de anonimato para insultar. Tá bem abelha eheheh... Abraço.
Insultas é meio mundo que é blogger e usa nick e vem cá dar beijinhos a um sujeito que considera abaixo de cão os milhões de pessoas que usam a net e que ele ainda não conseguiu listar num arquivo.
E agora diver-te. Antes de de queixares pela "liberdade de expressão" e mais não sei quantos devias era queixar-te à Natureza pelo dívida que tem para contigo.
Ou então comprar um cérebro na feira da Golegã.
Depois, talvez conseguisses ver a figura de imbecil que fazes sempre que invocas os "anónimos cobardes da blogosfera" e a "anónima zazie que não aparece nos encontros"- como disseste no Aspirina B, a defenderes outra anedota- o joãozinho dos pequeninos.
As anedotas que idolatram o Céline e o usam para tribalismos rascas de partidarite e que nem sabem que Céline é um pseudónimo.
Mas, para quem mede a qualidade do mundo pela capacidade de insulto;
a da liberdade pelas paradas gay e nº de putas disponíveis e da corrupção do Poder, por haver mais corruptos na terra e no passado termos tido o "facismo", acho que estás no lugar certo.
No lugar dos idiotas úteis que vivem desta chafurdice e que sem trincheira e sujidade de campeonato, não tinham mais nada para teorizar a "bola".
Núncio, Desculpe, mas hoje deu-me jeito dar corda ao conhecido emplastro . O seu ponto 1 é vero? talvez, mas terá de investigar em casa muito perigosas: as da justiça. Seja como for, lá irei a seu tempo.
A sua argumentação não pode servir para relativizar a gravidade do que vimos acontecendo. Assistimos a tentativas desse tipo nos governos de Cavaco (com muito pouco sucesso, diga-se...), Durão Barroso e PSL.
Claro que é evidente que todo o poder dificilmente cede à tentação de, podendo, influenciar a opinião divulgada. E essa tentação varia na razão directa do peso do estado na economia.
Agora nunca, desde o PREC, assistimos a algo parecido, na extensão e na intensidade, a esta estratégia concertada, mafiosa, de tudo controlar e a tudo recorrer para afastar, seguindo os ensinamentos leninistas, quem ouse discordar. Sobretudo, quem ouse pôr em causa o carácter, sim, o carácter, do primeiro-ministro.
Não acrescenta nada, mas posso deixar de escrever: este texto é do melhor, em poucas palavras, que li nos últimos tempos sobre este assunto - sobretudo, pelo discernimento que revela.
alguém, aqui, se esqueceu de tomar o rohypnol... ;-) santa paciência... ou, como diria o meu velhote: é preciso ter uma paciência de corno. filipe: o meu amigo não estava à espera de atender ao domingo, pois não? saudações
1- Tem uma boa dose de razão. Mas o incumbente vive em função da imagem, tudo pela imagem e não há limites. E se fosse o Santana? 2-Caro Filipe, nem sei o que lhe diga... Arreliou O MP?
Quando fizeres as rábulas de vitimização e as farsas das liberdades do pântano "democaca", antes de chamares a polícia, aproveita para recordar os poemas inspiradores.
Neste post, o FNV mete tudo no mesmo saco, confundindo valores e pessoas e contribuindo para a incapacidade de distinção que é o nosso grande mal moral enquanto opinião pública de um país com graves problemas éticos. Cavaco não fez um décimo do que fez Sócrates enquanto governante em matéria de limitação da liberdade de imprensa. Assim como não Santana não fez um décimo e foi despedido ainda assim. Donde, é pena, mas este post é lamentável de um ponto de vista puramente argumentativo. Não só não podemos fazer comparações do género Sharon - Hitler, colonatos - campos de concentração, e dizer que é tudo farinha do mesmo saco, como temos de saber onde traçar a linha e dizer basta a um governo que em telefonemas tratam da compra de todos - frise-se: todos - os órgãos de comunicação social que possam ser incómodos para o primeiro-ministro e isto claramente a solicitação ou determinação deste. Penso que o que digo é simples bom senso.
Além disso há outro aspecto no texto com que não é possível concordar.
A liberdade de expressão não é apenas um direito individual de cada um; é também uma garantia institucional, ou seja, uma garantia de que a discussão pública dos assuntos da comunidade decorre de forma livre e é nessa perspectiva que a liberdade de expressão é primordialmente encarada nos países anglo-saxónicos, em particular, na América.
A eliminação de programas televisivos ou de jornalistas incómodos impede a existência de uma discussão pública livre no nosso país. E nessa medida atenta contra a liberdade de expressão. Sempre pensei que também isto fosse uma verdade la palisseana, mas os últimos dias têm sido férteis em matéria de surpresas a esse nível.
Contrariamente às doutas opiniões de alguns dos comentadores iniciais acho que o post merece bem a trapalhada dos comentários. Ainda assim agradeço o desenho (com toda a certeza que esquemático) do tipo-ideal de "problema de liberdade de expressão". Saio um bocado de cabeça não-esfriada devido à necessidade de reflectir sobre a isegoria. E também pela comoção, lembrando-me de todas essas vítimas históricas dos totalitarismos. Acabrunhado, até.
Por outro lado aliviado, na minha longínqua terra são apenas meia dúzia de jovens quase-turcos que prejudicam o normal fluir do mercado da imprensa. Que logo se reordenará, virtuosamente.
Ó Filipe, este seu arrazoado faz-me lembrar, no mau sentido, um certo director-desportivo que há tempos falou em "falta de cultura desportiva" - mas manobra tenebrosas armadilhas em longos túneis de suspeição e mesmo em casa anda com guarda-costas pessoal - não lhe basta os da Prosegur e o gajo do colete laranja que dizem que é da mesma empresa de segurança mas há dois anos que a deixou para se dedicar às guerrilhas do benfas.
Pelo visto você, Filipe, é tal e qual. Eu bem percebia pela truculência com que fala do FC Porto. Enfim, não lhe basta o pecado original do benfiquismo, para mais deslocado. E, pelo visto também, o balom bermelho vai pelo mesmo caminho...
Agora já lhe perceço a ideia de rebuscar o guarda Abel. Tem sempre esses traumas de infância? Ah, ouvi dizer que até as gajas bebem mais do que os boys em Coimbra.
Não percebi muito bem, o seu comentário é muito meta-retórico, excepto a parte dos guarda-costas. Ainda estou em boa forma física ( ainda aguento com os jovens lobos) e mental: não tenho coleira.
Só agora dei conta: ó Zé Luís,V. tem sentido de humor e nenhuma vergonha: eu sou truculento a falar do Fóculporto? eheheheheh... Deve ser outro Zé luís que escreve no Portistas de Bancada .
É, você é truculento porque é falso o que alega, como é inocente este arrazoado em que se vê como o Filipe, que me parece (sem o conhecer) uma cabeça bem pensante, facilmente descamba para a puerilidade que o leva a negligenciar esta gravíssima situação ocorrida.
Você sobre o FC Porto só vê maldades, mas o Benfica é que é levado ao colo e você quer descobrir crimes e refastelar-se em escutas que todos os tribunais reprovaram nem encontraram os indícios criminais que lá levaram os alegados casos, além de fabricados por literatura de cordel, mas o Filipe, que reconheço inteligente, culto e mesmo erudito, entende "normal" este assalto à Democracia pela clique partidária da mordaça e fala em "boas intenções" por um lado e sem fundamento a suspeita das más intenções que a generalidade da Opinião Pública reconhece neste caso de tanto Sol e imensa sombra.
É esta chamada de atenção que queria frisar-lhe. Além de desconhecer o que é o ambiente do Porto (só se lembra do guarda Abel, mas desconhece o primo do Veiga) e ter noção errada, por ignorância premeditada, do que é o ambiente em Lisboa, no futebol e na política.
A mafia que tomou conta do futebol, acredite ou não, até tem tido mais subserviência mediática, comparando com o que a política ainda não consegue encobrir. Apesar de tudo, garanto-lhe, os assessores sócretinos ainda não conseguem controlar e obscurecer a matéria informativa como os encornados da Luz têm feito: e estes da Imprensa à Justiça.
E não deixo de reconhecer o mérito do Benfica por jogar mais fora do campo do que a competência que (não) lhes vejo em campo. Controlam tudo e fazem bem, pois está assumido que é assim que se ganha naqueles lados, a fazer as coisas por outro lado. Tomara os parvos da SAD portista, para mais com um pomposo director de comunicação que passou na RTP-N a ler os títulos do correio da manha nos dois primeiros anos do Apito Dourado, controlarem alguma coisa e influenciarem algo só na Imprensa como faz o Benfica. Aí ganham de goleada, claramente.
À beira do arcanjo Gabriel que dominava a comunicação do Sampaio, até na obsessão contra o FC Porto campeão europeu e Mourinho, os pascácios que aconselham Sócrates, de quem nem sei os nomes, mal servem para diabos da contra-informação.
comparar a situação que se viveu com Cavaco com a que se vive com Sócrates é profundamente desonesto. E não me diga que o Independente foi também sujeito a pressões. Eu sei que foi. Mas que eu saiba nunca se chegou a este ponto. Além de que o Independente servia acima de tudo o projecto de poder pessoal de Paulo Portas, além de servir para transmitir muito lixo inventado. Não são situações de todo comparáveis. Enfim, já não o tinha em grande conta, não posso dizer que pense pior de si...
Ai o Independente inventava lixo? Pois inventava. Ai foi sujeito a interessantíssimas inspecções fiscais a seguir a manchetes difíceis? Pois foi. Exacto.
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