Noto que muitos raciocinam com se estivéssemos ainda em 2008. De certo modo comprende-se. Não foi apenas o PS que mascarou a situação. A esmagadora maioria da opinião publicada, confortada pela ( então) quinta coluna do PSD, acantonava na "
trupe do Pacheco e da Manela" a
visão miserabilista de Portugal. Não esperava que esses
muitos compreendessem agora a situação e, naturalmente, dispenso as lições de hoje como dispensei as de ontem.
Não me assusta a reflexão moral, mas não é dela que necessito. O que está em causa é mobilizar as pessoas para atingir um objectivo comum. Essa mobilização tem de ser transversal à sociedade, porque vivemos ( e vamos viver ainda mais) tempos muito duros. Os cegos , e os malfeitores, estão convencidos de que podem utilizar os antigos códigos políticos, legais e teóricos. Não podem, não poderão.
A pobreza linfática que nos vai invadir gerará revolta e desânimo e só um aldrabão o pode negar. Apesar de tudo, uma sinalização colectiva de partilha das dificuldades tem boas posssibilidades de conseguir diminuir o caos resultante desses dois sentimentos. Se forem necessários novos instrumentos, legais ou políticos, que os escolhamos sem receio.
Grandes males, grandes remédios. Ou não é assim?