Em 1977 e, por coincidência, também em Janeiro.
É compreensível que muita gente não se interrogue sobre os motivos pelos quais , de repente, se instalou na Àfrica no Norte e no Médio-Oriente ( uma criação de um historiador da Marinha americana em 1902) um desejo de democracia. É curioso: a série mais antiga que mantenho aqui no Mar Salgado, a
antena islâmica, nunca me proporcionou debates, discussões ou um número significativo de comentários. À minha ( reduzida) escala, perguntei muitas vezes (
aqui, por exemplo) por que motivo Soroush e Shabestari continuavam a ser ignorados na Europa. É tudo humano, as perguntas perturbam a paixão das convicções.
Não deixo de assinalar como notável , e orientalismo puro e duro, de novo, meter no mesmo saco os Imaziguhen argelinos , os beduínos jordanos e os xiitas duodecimanes ( ortodoxos) iranianos , amalgamando a categoria - " todos são árabes e andam de camelo e agora querem a democracia".
Se, no entanto, e ainda que por um instante, esta gente , ou a parte que o deseja, viver em liberdade, os tumultos já serviram para alguma coisa. Tal não nos deve, porém, impedir de continuar a perguntar , estudar e suspeitar. Sim, suspeitar,
suspicere: olhar de cima, olhar melhor.