MISS PEARLS: Atrasadíssimo, em virtude do período estival, um beijo à Isabel ( www.misspearls.blogspot.com) pelo aniversário do seu blogue. Com dedicatória do Conde de La Rochefoucauld: "La sévérité des femmes est um ajustement et un fard qu'elles ajoutent à leur beauté."
posted by FNV on 10:04 da tarde
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MAIS PAPAGAIOS: O meu amigo JPPedrosa, autarca socialista e blogger, também tentou apanhar-me com o piton esquerdo mas arrepiou caminho. O problema não é Grass ter servido nas SS aos 17 anos nem ser "um intelectual de esquerda" , como diz o Daniel Oliveira ( www.oarrastao.weblog.com). Deve-se desprezar em absoluto os seres que julgam fácil e já disse noutro post que a mim não me apanham nessa. O problema é Grass ter-se afirmado sempre como uma reserva moral da Alemanha e da Europa. Concordo com Vital Moreira ( www.causanossa.blogspot.com) quando diz que não há comparação possível entre Grass e outros alemães que viajaram, bem maduros, com o nazismo. Mas é evidente que a bonomia e compreensão com que foi recebida a sua confissão é suspeitíssima: soubesse-se hoje que um empedernido advogado da proibição total de todas as drogas tinha fumado uns charros aos 17 anos e lá tinhamos os luso-engraçadinhos do costume a entupir os jornais e os blogues com graçolas evidentes e ...moraleiras.
posted by FNV on 9:08 da tarde
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ESTE PAPAGAIO (AINDA) NÃO ESTAVA MORTO: Soube-se há dias que na ex - Checoslováquia comunista o doping estava consagrado como actividade oficial. Destinava-se a demonstrar a superioridade dos sistemas socialistas e claro que o "soube-se" é ornamental: a coisa só teve destaque porque encontraram documentos comprovativos ( ele há gente desconfiada). E o coitado do meu papagaio que pensava que o doping no desporto de alta competição era o reflexo desportivo da imoral e desenfreadamente competitiva sociedade de consumo capitalista.
posted by FNV on 4:28 da tarde
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MUITO TECE O TECELÃO: Subtrai o treinador ao vizinho Boavista a 10 dias do início do campeonato e explica: " Isto só veio reforçar as boas relações já existentes entre os dois clubes". Não percebem o que o sr.Pinto da Costa quer dizer? Leiam outra vez.
FISTULAR: Depois do surto psicótico da praxe, a miúda de 21 anos engordou 40 kg. Graças ao leponex e ao risperdal. Pois muita terapia, pois algum controlo. Tudo muito certo com 40 kg a mais. Falta nascer o psi que lhe ofereça o espelho mágico enquanto ela não lê as desventuras de Dorian Gray.
posted by FNV on 11:15 da tarde
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ESTE O PC NÃO ROUBA: O meu amigo PC do Mar Salgado, bem entendido, que tem a mania de cobiçar a bonecada dos jardins alheios. Falo do busto do sr. Adriaanse que o shôr Vieira deveria mandar colocar à entrada do Estádio Da Luz em vez de andar a dar nome de cemitério ao Centro de Estágio. De uma penada, o holandês pôs o FCP na senda da penúltima época ( aposto que este ano vai ter outra vez três treinadores) e engrominhou definitivamente o Boavista que ia bem lançado para (talvez ) nos dificultar a vida. É de homem.
PATAFÍSICA (II): Leio na imprensa especializada que o "Prof. " Henrique Calisto continua a treinar futebol no Vietname, onde foi campeão nacional. Isto é deveras intrigante. Como é que os vietnamitas, com milhares de treinadores à disposição, se lembraram de escolher o Calisto? Porquê o Calisto? Ainda para mais, "calisto", segundo o dicionário, significa " " homem de mau-agouro e a cuja presença o jogador infeliz atribui a sua má sorte". Isto tem de ser esclarecido.
posted by FNV on 11:37 da manhã
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LETRAS & BALAS (I): O objectivo é pôr gente da zona a falar. Toda a gente. Comecemos por Mahmoud Darwish, un dos mais conhecidos poetas palestinianos. Nasceu em 1941 na Palestina, em al-Barweh, e cresceu sob ocupação iraelita. Aqui fica este Not like a foreign tourist would, traduzido por Sinan Antoon ( personagem que também hei-de cá trazer) e extraído de La ta' tadhir 'amma Fa'alt ( " Do not apologize for what you did"), editado pela Riad El- rayees Books, Beirute 2004:
" Three abandoned churches, broken minarets, evergreen oaks on both sides, villages like dots on effaced letters, and a girl on the grass asking a phantom: Why did you grow old and not wait for me ? He says to her: I was not present when the silk dress became too tigh for two apples so sing as you did just now: If I were older If I were older."
PATAFÍSICA (I): Comprovei que as embalagens de alface pronta a usar têm mais talos que folhas. Já suspeitava. Para onde vai o resto das folhas? Não existem à venda embalagens só de folhas. Elas têm de ir para algum lado. Mas para onde? Isto é muito grave.
posted by FNV on 11:34 da tarde
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"A DÚVIDA, ESSA NOSSA MODERNA COROA DE ESPINHOS": A frase é de T.E. Lawrence mas podia bem ter sido dita por Primo Levi na altura da invasão israelita do sul do Líbano em 1982. Levi assinou então, juntamente com outros democratas ( e outros menos democratas) italianos, uma petição exigindo a demissão de Begin e a retirada de Israel do Líbano. A dúvida que incomodava Levi prendia-se com a perda do capital de simpatia junto dos judeus da diáspora que a política gressiva de Israel causava. Falava-se então do ressurgimento do anti-semitismo * na Europa. E Levi falou bastante: entrevistas ao La Repubblica, ao Oggi e ao Panorama ( todas em Junho de 1982), ao L'Espresso ( Setembro de 1984) , ao Corriere Medico ( Setembro de 1982), entre outras. Levi assumiu nessa altura uma clara condenação daquio que designou como "o militarismo de Israel". Considerava-o nocivo à causa do judaísmo internacional, mas também a um outro aspecto mais profundo: "Se nós somos democratas, devemos ser democratas primeiro e só depois italianos ou judeus ou outra coisa qualquer" ( Panorama, 5 de Julho de 1982). Levi fascinou-se, na sua viagem a Israel nos anos 60, com "o espírito igualitário e tolstoiano dos kibboutzim, com a imagem de um país socialista e campesino" ( Resistenza, Giustizia e Libertá, nº 4, Abril de 1968). O militarismo de Begin e Sharon, na opinião de Levi, fazia Israel correr o perigo de enfraquecer a "forte consciência democrática da nação israelita" ( idem) . No entanto, e declarando-se sempre como não-sionista, Levi classificava a fundação do moderno Israel como "um acontecimento absolutamente histórico de extrema importância para os judeus do mundo inteiro" ( The Jerusalem Post, 29 de Novembro de 1986). A bota não batia com a perdigota. Nas entrevistas marcadas pela invasão do Líbano, sobretudo nas publicadas no La Republica e no L' Espresso, a dúvida alia-se à bota (desavinda da perdigota): como defender Israel sem defender as guerras israelitas? Levi ultrapassa o promontório escudando-se num farol: "o melhor da cultura judaica sobrevive fora de Israel, é a cultura da Diáspora, dispersa e policêntrica." ( L'Espresso, Setembro de 1984). Compreendo bem a dúvida de Levi, que Lévinas sintetizou em tempos (Difficile Liberté, 1963) : "Israel não se tornou pior do que o resto dos países do mundo em que insere; porém, é inegável que deixou de ser o melhor". Em Levi, esta visão de dois judaísmos - o da Diáspora e o de Israel - é marcada pela agressividade territorial. Não é a minha guitarra, não tenho unhas para tal. Interessa-me o papel que Israel desempenha hoje mais do que ontem: um modelo de sociedade ocidental, livre e plural, numa zona marcada pela tentativa de homogeneização islâmica. A questão é saber se a "militarização" de que falava Levi é favorável às pretensões fundamentalistas islâmicas. Outra dúvida é saber se Israel pode sobreviver sem lutar e por que motivo "tem de ser o melhor". Outra ainda é saber se de alguma forma os Ocidentes podem tirar conclusões válidas a partir da postura israelita. Coroas de espinhos...
* Já dei para o peditório dos que julgam ter descoberto a pólvora: o termo é usado há muito, e em toda a parte, apenas na versão judaica do semitismo. O resto é conversa habilidosa que pode ser analisada noutra ocasião.
UM DOCE ENGANO: Afinal Camacho já não vem. O "Prof. Jesualdo", indefectível lampião e conhecido pelo seu amor "ao método, à planificação e ao rigor", vai pegar no plantel do FCP, escolhido e trabalhado por outro, a 12 dias do início do campeonato. Oxalá no futuro todos os meus enganos sejam assim.
Nota: O dr.João Loureiro, peça fucral de um certo inner circle jurídico-mediático nortenho, passou a semana a dizer que tudo isto era "especulação dos jornalistas". Entretanto, três dos ditos cujos levaram no trombil e foram parar ao hospital. Amanhã lá estarão, como o bulldog de Cocteau, à porta do Bessa a pedir mais.
posted by FNV on 9:30 da tarde
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DR. MABUSE: Serei, por razões que não vêm ao caso, o último homem do planeta a julgar outro pela culpa que carrega. Não me interessa se Grass confessa agora porque receia ir para Inferno ( provável) ou porque quer promover o livro ( pouco provável) . O que se segue prende-se com outra viagem. Gunter Grass é um ícone de uma esquerda moraleira que não sabe bem como descalçar a bota: não, não foi aos 14 anos, foi aos 17, e sim, alistou-se na Schutzstaffel ( SS) , tendo cumprido serviço na 10ª Divisão Fundsberg. E sim, confessou ( só) agora e "isso só lhe acrescenta grandeza". Não, não acrescenta. Grass tem sido um moralista insuportável durante todos estes anos ( uma estucha) e um crítico do "capitalismo" e da "globalização" ( um direito inquestionável) , daí a a sua popularidade no sector esquerdino ( porque também há o outro) do pessoal de dedinho em riste e voz esganiçada. Na entrevista que agora toda a gente lê, Grass diz que quer combater a ideia de que os alemães foram vítimas involuntárias de Hitler: " Claro que os alemães foram seduzidos, mas muitos envolveram-se com entusiasmo". Vejamos o que este incorrigível moralista dizia em Novembro de 1999, já depois de ter recebido o Nobel, em entrevista ao Magazine Littéraire:
" Fiquei marcado desde a minha infância pela militância na Juventude Hitleriana; era uma dessas crianças marcadas com um ferro em brasa, sempre tive desprezo pelos anti-semitas. Mas devemos viver com o facto de que existem grandes autores que se deixaram seduzir."
Grass referia-se a Gottfried Benn e, sabemos agora, a outros grandes autores.
PASSARAM À CLANDESTINIDADE: A Barbie e o elefante Babar. Últimas relíquias da decadência burguesa, eram perturbadoras do saudável crescimento das nossas crianças. O povo zela e nós dormimos descansados.
posted by FNV on 11:58 da tarde
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O ARQUIPÉLAGO DOS BANHOS DE SANGUE: No Libération de 22 de Junho de 1953, Sartre declarava profeticamente: "Atenção, toda a América sofre de raiva!" Sim, leram bem: 1953. Muito antes do Vietname e dos "neo-conservadores fundamentalistas religiosos" de Bush. Muito antes também da intervenção de Clinton na ex-Jugoslávia, a tal que acabou ( já se pode ir fumar umas ganzas no entardecer de Dubrovnik) com os genocídios regulares que lá ocorriam, e classificada na altura como "predação imperialista" pelos deserdados do Muro.
posted by FNV on 11:41 da tarde
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UM BOM DIA PARA OS "PACIFISTAS": Sobre os cadáveres das crianças libanesas mortas, das casas libanesas destruídas, das famílias libanesas desfeitas, o Hezbolah, explica a TSF, "festeja a vitória disparando tiros para o ar". Faz todo o sentido: estão-se nas tintas para a integridade do solo libanês e de quem lá vive. O que lhes mandaram fazer - combater os decadentes israelitas - está feito.
ESTE É QUE A SABIA TODA: O velho Hesíodo: " O homem não obtém como melhor prémio do que uma esposa boa nem, pelo contrário, pior do que uma má, sempre a comer ". Pior só a esposa que o incauto narcisista escolheu como mãe dos seus filhos para compensar a (outra) mãe que lhe prometeu demasiado: geme "esfola" antes mesmo que o desgraçado consiga pensar "mata". Desconfia dessa bro, desconfia dessa...
posted by FNV on 9:22 da tarde
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BIENVENIDO SENÕR CAMACHO: O espanhol será apresentado amanhã como o novo treinador do FC Porto. Cheira-me que Quaresma vai ter vida difícil.
posted by FNV on 4:58 da tarde
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PRIVILÉGIOS: A melhor pianista portuguesa - indiscutivelmente egótica e afectada - não apresenta contabilidade organizada. E daí? Os autarcas, os empreiteiros, os clubes de futebol, a tropa, os institutos públicos, as universidades, não fazem mil vezes pior com quantias mil vezes mais elevadas? Os antigos, reconhecendo que o talento não se estabelece por decreto, sempre permitiram aos artistas uma vida especial. Por que motivo este país de especialistas em trafulhices com fundos comunitários não deixa a mulher pôr na conta algumas despesas com a formação que faz em Belgais? Ele há merceeiros (muito) mais sensíveis.
Adenda: li o que o João Gonçalves ( www.portugaldos pequeninos.blogspot.com), que muito estimo, escreveu ( abundantemente e bem ) sobre o assunto, mas não concordo totalmente com as conclusões que tira.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.