posted by FNV on 11:41 da tarde
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RUY BELO, SEMPRE:
À míngua de água numa língua de mágoa a dívidas a duvidas devidas nos levam secreções secretas e sacrílegas de dádivas de vida divididas.
Em vão devasso os meus devassos dentes remisso os arremesso a um insosso almoço num círculo de ouvintes dos de antes distantes que abraço no abraço que hoje posso.
CATCH 22: Tendo perdido o meu cartão da ADSE, achei que a solução mais simples seria ir ao centro de atendimento de pessoal do meu serviço pedir uma 2ª via. Simpaticíssimos, que sim, que era só preencher o impresso e pagar 1,25 euros. Extasiei-me, senti-me Europa. Quis pagar, tinha trocos e tudo. Que não, que não mexiam com dinheiro. Só com cheques (eu nem sabia que ainda existia tal coisa) ou vale postal. No valor de 1,25 euros. Não era por eles, era pelos outros, os da ADSE. Agradeci e saí com o impresso. Um destes dias, perderei meia hora da minha vida, mais um litro de gasolina, mais a taxa de um qualquer parquímetro, para ir a uma estação de correios pagar um vale postal de 1,25 euros a favor da ADSE. A parte boa é que o meu serviço se encarrega do envio de toda a documentação - e parece que até paga os selos.
posted by PC on 2:51 da manhã
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STASIS BENFIQUISTA:
1) Um título do Benfica faz-nos amar o próximo mais do que ele se ama a si próprio.
2) O Benfica é a única coisa que suscita em Portugal um sentimento colectivo ( a Igreja também era mas já não é). No estrangeiro o Benfica está em casa. Para os outros clubes o estrangeiro é o estrangeiro. Não se humilha um embaixador. O Benfica é o clube do povo ( como lembra o Nuno Pereira na caixa de comentários), não é o clube dos que fugiram do povo.
3) O jornal "A Bola", o Izvestya de L.F. Vieira, tem feito um trabalho miserável e altamente lesa-Benfica. É um pasquim de propaganda desavergonhada que pendura lá um Olímpio-raivoso e um Sousa Tavares ( razoável) para dar um ar de respeitabilidade. O Yebda já é um Tigana, o Sidney deixa a milhas o Maldini e outras barbaridades. É queimar o botequim e erguer no seu lugar um monumento ao Nené ( vinte anos de SLB: 1966-1986).
posted by FNV on 8:33 da manhã
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BOMBA(IM): Por motivos profissionais, há pouco passei algum tempo no Oberoi Mumbai - um dos hotéis visados pelos terroristas ontem. Na ponta de uma enorme baía tem uma vista impressionante para o mar e estrada marginal de uma das cidades mais intrigantes que conheci. Marginal onde, com um colega brasileiro passeei imenso ao sabor da maresia, conversas sem destino e encontros inusitados. Não é possível passear em Mumbai sem ser interpelado - a miséria na Índia tem uma dimensão impensável para espíritos ocidentais e está sempre presente. Mumbai, Bombaim, a cidade rebaptizada (com um nome de origem hindu) pelos nacionalistas hindus do BJP é um dos sítios mais perturbantes que já tive o prazer de pisar. Dizer que é um local de contrastes é exagerar de um eufemismo. Cidade aberta ao mundo, fundada por portugueses, lugar da Gateway to India, espectacular monumento do tempo imperial britânico que celebra a visita do imperador. Caleidoscópio de néons dos últimos sucessos de Bollywood ou do último grito dos produtos de consumo, acolhedor lar de incontáveis start-ups, de empreendedores, financeiros, visionários, vigaristas, intelectuais, artistas, negociantes e oportunistas. Centro de comércio permanente. 24 horas por dia. Burgo arrogante na sua vibração de pináculo da nova economia indiana. Metrópole que contém a indescritível (por incapacidade das palavras) vergonha de Dharavi, o maior bairro de lata da Ásia, onde vivem cerca de 2,5 milhões de seres humanos. Dharavi que, depois do tempo lá passado, nunca mais me saiu da cabeça. Um festim de vida e apatia ou (talvez melhor) resistência. Ruas que não merecem o nome de becos. Um caso de emergência de higiene e de salubridade. Imagens, sons, cheiros, risos, silêncios, correrias, choros, sorrisos embaraçados de quem se esforça por ser um bom anfitrião contra todas as possibilidades ou o ar alienado de quem sabe que a miséria é quase um destino (o perverso sistema de castas ainda funciona de forma muito eficiente, na prática ao arrepio da democrática e igualitária constituição indiana). Tudo isso estranha-se. Muito. Mas, acreditem, entranha-se. Para sempre. Em Dharavi, como em toda a Mumbai, há muçulmanos, hindus, cristãos, budistas, judeus, xintoístas, ateus e agnósticos. Como os há no Leopold, um café de ar colonial preenchido e vivido por um indiano caos e uma mundana vivacidade. Um espaço de encontros fugazes mas interessantes entre locais, turistas e demais gente de passagem. Gente de todo o lado. Um daqueles poisos onde um estranho se sente imediatamente em casa. Talvez por isso tenha sido o primeiro local atacado pelos bárbaros. Mumbai, Bombaim é uma cidade fascinante. Cosmopolita. Afável e estranha. Acolhedora e dura. Como o resto da Índia é um festival de cores, vida e alegria, de insensibilidade, decepção e choque. Uma construção humana que nunca saíria da cabeça do mais inspirado dos planeadores. Fruto da ambição humana, da atracção da polis e da sedimentação da História. Espaço de possibilidades infinitas e terreno fértil para a resignação. Mosaico da Índia que foi e ainda é. Símbolo da Índia que quer, pode e deveria ser. Morada do desespero. Hino de esperança. Os fanáticos sabem muito bem onde atacar.
Amanhã o sr. Luís Filipe Vieira vai à SIC fazer o balanço de cinco anos de presidência. Espero que os que o têm incensado não lhe façam agora uma espera. Isso é um hábito de outras casas. Já escrevi o suficiente sobre este Benfica, já aturei optimistas de bidé e benfiquistas do croquete; só me resta suspirar. Teremos sempre a RTP-Memória.
posted by FNV on 10:23 da tarde
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EMPEDÓCLES, SEMPRE:
Pois como antes eram, também serão, e jamais, penso, destes dois (amor e ódio) ficará vazio o interminável tempo.
( trad. de Rúben Torres Filho)
posted by FNV on 11:03 da manhã
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"ELES LUTAM COMO CRIMINOSOS, SABE?"( V.S. NAIPAUL):
posted by NMP on 5:27 da tarde
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UM NOBEL NEO-CON:
V.S. Naipaul, ontem , ao DN, sobre Guantánamo: "Não me ofendeu muito quando aquelas pessoas foram mandadas para Guantánamo (...). Não posso dizer que tenham direitos humanos. Eles lutam como criminosos, sabe?". Hoje, na entrevista concedida ao Público, não aparece nada disto.
posted by FNV on 12:10 da manhã
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TOMÁS GONZAGA, SEMPRE:
Tu, Marília, se ouvires que ante teu rosto aflito o meu nome se ultraja co suposto delito, dize, severa, assim em meu abono: - Não toma as armas contra um ceptro justo alma digna de um trono.
posted by FNV on 10:37 da tarde
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CHAMPIONS: Vós, que rachais lenha, sois pelo Kiev, ou do Arsenal, do Fenerbahçe e mais do diabo que vos carregue. A nós, basta-nos ser do Futebol Clube do Porto.
posted by FNV on 10:05 da manhã
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MAIS NOVAS DA NOVA RELIGIÃO:
453ª reportagem sobre a mudança do paradigma da dominação masculina na sexualidade, desta vez no Expresso. Como de costume, estas peças acabam a fazer publicidade à Maleta Roja, uma empresa que vende vibradores e silicones para o banho, e a declarar que elas também já vêem filmes pornográficos. Tamanho fellatio à imaginação - coisa comum nas costureirinhas suburbanas - para definir o novo paradigmaresultou desta vez numa sugestão: Já não tenho paciência para os tipos intelectuais , cheios de problemas emocionais. O que está a dar é um daqueles tipos que a única coisa que lêem é a "Bola". Há que perseverar. Ainda faltam os macacos.
Dias Loureiro disse na entrevista à RTP que quando saiu da política não tinha dinheiro nenhum e depois deu a entender que agora vive bem ( leia-se "muito bem"). Óptimo, a inveja não engrossa a lista dos defeitos do leopardo. Subsiste, no entanto, uma dúvida. Dias Loureiro era um anónimo cidadão antes de ser governante. Não me recordo de ter sido um ministro excepcional em qualquer área. Por que motivo enriqueceu depois de ter saído da política?
posted by FNV on 1:45 da manhã
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HÁ UM HUMORISTA EM BELÉM:
1) Viram o jogo do Cardozo hoje em Coimbra? Como é que dizam os catedráticos - Freitas Lobo à cabeça - no ano passado? "É preciso saber jogar para o Tacuara". Pois deve ser preciso saber muito. Genética, electromecânica, espiritismo etc.
2) Já se esqueceram que o Benfica esteve quase a contratar Queirós para ser o treinador este ano? Eu lembro-me bem e chorei-me todo aqui no blogue. Ia sendo internado e até comi sopa de abóbora. A FPF não deve, no entanto, desesperar. Há por aí gente melhor e disponível: o Prof. Neca, Henrique Nunes e Francisco Chaló, por exemplo.
3) Delicioso: quando Scolari empatava um jogo era um atrasado mental, um fascista e um beato. Queirós perde consecutivamente e o Ribeirinho da SIC-N, com a lendária honestidade intelectual que se lhe reconhece, responsabiliza os jogadores e o poderio do adversário.
4) Nova regra da Liga: se for para arrear no Reyes não é preciso pedir licença ( em Paços foi arrumado aos cinco minutos), a menos que seja o Binya a fazê-lo. Nesse caso é duplo vermelho.
posted by FNV on 11:45 da tarde
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ASSOBIO DE COBRA:
Se estes meninos estivessem associados ( com ou sem certezas) aos skins ou ao PNR, caía o Carmo e a Trindade. Assim, e pese o destaque no Expresso, parece que no pasa nada. O habitual.
O problema é que este discurso é sempre igual e dura há muito tempo. É uma tesão eterna.
posted by FNV on 3:56 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA:
Sou um benfiquista snob, analítico e saudosista. Este carnaval interessa-me tanto como uma pulga na cama. A propósito: é possível nacionalizar o Balboa?
posted by FNV on 12:53 da tarde
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E AINDA NÃO VISTE TUDO:
"Os homens mais novos são desinteressantes, todos iguais, parecem robôs, vestem-se da mesma maneira, dizem as mesmas coisas (...) têm medo de parecer mal (...). Se calhar a culpa é nossa que somos mães deles" ( Alice Vieira à conversa com Ana Sousa Dias, na Pública de hoje). Pois é. E os que aí vêm, educados na mais fanática religião da igualdade e vigiados por comissárias da dita, serão ainda melhores.
Ganhou prémios todos à esquerda: Pulitzer, LA Times e Bernstein. Nada neo-con, nada bushista, todo lefty. A Casa das Letras publicou-o em Portugal no início do ano e eu fui lendo de fio a pavio: Lawrence Wright, A Torre do Desassossego - O percurso da Al -Qaeda até ao 11 de Setembro. Um tipo acaba de ler aquelas 460 páginas e sente-se esquisito. Como é possível haver gente inteligente ( os imbecis não contam) que repete a ladainha das "origens pobres e famintas do terrorismo islâmico", pelo menos o da base do sr. Bin Laden?
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.