posted by FNV on 11:38 da tarde
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CUM GRANUM SALIS:
Disseram-me que o Francisco José Viegas tinha um talk show na TVI24. Fui ver e discutia-se a redução de sal no pão, medida governamental vigorosamente defendida pela Fernanda Câncio e estribada nas recomendações da OMS. Devo ter ouvido mal: então as padarias não podem vender vários tipo de pão, uns com mais sal e outros com menos? Se bem me lembro, o argumento principal a favor da actual lei do tabaco era este: se te queres matar não me leves contigo. Aplicado ao caso do pão, escapa-me como é que a minha opção por um pão com mais sal prejudica a saúde dos defensores da nova lei. Cheiram o meu sal? E se um futuro governo - em colaboração com estes senhores e alcandorado nos estudos da OMS - decidir que o sexo oral é perigoso para a propagação do papiloma vírus? Estamos entregues a chefes de turma.
posted by FNV on 10:25 da tarde
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UMA NOITE DE CHUVA (XIX):
Um tubarão ciumento. Morde por despeito e mente sem os dentes todos. Um bocado como os homens que resolvem a infância às três da tarde. E este sol que não pára. Descobre tudo. Até a pequena cárie no dente do tubarão. É isso que não o deixa dormir. Assim o ciúme é anaeróbico. Se respira morre.
A alusão é pouco subtil. O laranja vai desmaiando em verde passando pelo amarelo e a cor da frase do poster central é o vermelho: o PSD ao encontro do símbolos da bandeira nacional. O problema é que o degradé resulta algo confuso e, salvo melhor opinião, de gosto duvidoso. No PS, Sócrates tem aparecido num azul-bebé ( em televisão fica mais bebé) igual ao que Menezes utilizou nas directas. Trabalho da Cunha Vaz & Associados?
posted by FNV on 12:45 da tarde
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NÃO É COM VINAGRE QUE SE APANHA MOSCAS:
Isto é o que está dentro ( eu vi e ouvi MFL dizer que Sócrates lidou e lida mal com a crise), mas na capa está: "Ferreira Leite culpa Sócrates da crise económica". Regressemos aos téoricos. Os psicológos sociais que estudam a mudança de atitudes sabem que a credibilidade da fonte ( para usar a linguagem de Montmollin) é um factor essencial. Se a assistência ouvir um industrial criticar a poluição causada pelo conjunto das fábricas de uma cidade, o índice de persuasão da fonte ( o industrial ) sobe em flecha. No caso do DN, a chamada da primeira capa tende a reduzir a credibilidade da fonte: quem dará crédito a um político que "culpa Sócrates pela crise económica"? É assim que elas se fazem.
posted by FNV on 10:17 da manhã
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NÃO É NOVIDADE, NÃO É NOTÍCIA:
Percorrendo as primeiras páginas dos jornais aprende-se muito. O Primeiro de Janeiro diz que o resultado na Champions League do Futebol Clube do Porto é o “ORGULHO DA NAÇÃO”.
Outros mal ligam ao facto: deve ser porque não é notícia.
posted by VLX on 3:00 da manhã
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NÃO SEI SE VIRAM, MAS É MAIS OU MENOS ASSIM COMO FOI:
(refiro-me ao futebol europeu, claro)
Uma vez devidamente peneirada a coisa, para o fim ficam os habituais: Inglaterra, Alemanha, Espanha e Porto.
Regressemos ao ruído, à sombria comissão liquiditária desta fábrica de trapos coloridos. Se não há melhor emprego para a culpa e os domingos custam dias a passar.
Estou com uma raiva que já não sentia desde o meu primeiro pré-molar. Andámos nós a marcar golos de bicicleta em Anfield Road ( Miccoli), ou a eliminar o Manchester, para ver estes gajos apurarem-se graças a pormenores técnicos. Vou morder uma borracha. Ou um guizo de peluche.
posted by FNV on 9:45 da tarde
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HOY: Na TSF, discutiu-se muito se o futebol português tem lugar no futebol europeu. Espero que logo os azuis e brancos façam das tripas dragões e demonstrem, como habitualmente acontece, que sim!, que o futebol portuense tem lugar no futebol europeu. E, se por acaso não passarem à fase seguinte, que pelo menos isso aconteça com honra e esta seja em parte devolvida ao futebol português, que tão amarrotadinho ficou.
posted by VLX on 6:02 da tarde
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HESITAÇÕES DO ESCRIBA IV:
Chato, chato, nestas coisas da escrita, é quando o escriba deambula pelas suas divagações e se esquece do que realmente pretendia escrever inicialmente. Mas pode ser que vá a tempo: simpatizo com o clube português que jogou esta terça-feira nas competições europeias, desejo-lhe melhor sorte na Taça UEFA do próximo ano, achava simpático que alguns comentadores da sua cor voltassem à civilidade que era, em tempos, seu apanágio, e que todos os seus recuperem rapidamente das suas feridas para lutarem arduamente pelo segundo lugar no campeonato nacional, que está inteiramente ao seu alcance se (forças ocultas) não levarem o vizinho ao colo. Como depreenderão, eu estava com verdadeiras dificuldades quanto ao título do post.
posted by VLX on 1:20 da manhã
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HESITAÇÕES DO ESCRIBA III:
Ainda a propósito dos títulos ocorre-me também o gravíssimo problema dos 6.300.000 portugueses com a falta dos mesmos para os seus queridos. Esses portugueses não imputam essa sua pobreza actual (actual de quase trinta anos, é certo...) e fomeca faminta à falta de inspiração, qualidade ou jeito: preferem justificá-la com recurso a forças ocultas, misteriosas, como na Idade Média. E assim, vivendo na obscuridade, não se apercebem da realidade das coisas: imaginam que são iguais entre iguais e que apenas o acaso e a sorte mudam o destino. Não é assim, é preciso trabalhar.
O motivo pelo qual alguns são postos fora dos grandes salões, logo no início (quando não são mesmo impedidos de entrar pelo porteiro ou até chutados a pontapé da secretaria), e pelo qual alguns outros, melhores e mais civilizados, são gentilmente convidados a sair mais tarde com doze croquetes no papo a duas mãos quando as coisas se tornam verdadeiramente sérias tem a sua razão de ser. Há uma diferençazinha: uns são, outros não; uns podem, outros não; uns conseguem, outros não; uns sabem estar, outros não; uns jogam, outros não – não é igual.
E por isso alguns uns ficam cá em baixo, ao frio, a olhar para cima, para os janelões iluminados, a imaginar como serão os talheres de prata, os guardanapos debruados, a música da orquestra, os penteados das senhoras, as gravatas dos senhores. E até pode ser que alguns dos senhores saiam cedo, mais cedo, tenham de se vir embora – acontece, pode acontecer, mas não é certamente por serem escorraçados e enxovalhados!
Mas como aqueles que pelo seu esforço desgraçadamente não conseguem lá chegar pretendem justificar as suas fraquezas com o oculto, como não conseguem perceber que há diferenças e atacam, atiram pedras, vociferam, mexericam ignobilmente sobre a vida pessoal das pessoas, nunca esses coitados poderão lá chegar nem compreender verdadeiramente a razão pela qual também são invariavelmente derrotados nas suas terras e são anualmente desprovidos de títulos.
Ainda bem que não apanhou fiscais de linha gémeos.Dava empate.
posted by FNV on 12:42 da manhã
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HESITAÇÕES DO ESCRIBA II:
Um dos maiores problemas de que padecem os escritores prende-se com os títulos. O problema do escritor com os títulos não é exactamente igual ao problema que os adeptos do Sporting e do Benfica têm, também com os títulos. Ou seja: não é um problema de falta de títulos mas sim de títulos a mais. Bem vistas as coisas, o problema do escritor com os títulos é semelhante ao do Futebol Clube do Porto e seus adeptos. Pelo menos - confesso a fraqueza - no meu caso concreto (embora não seja escritor nem nada que se lhes pareça).
Começado o jogo de hoje, estava aqui a alinhavar umas linhas simpáticas de entusiasmo quando os golos se começaram a suceder. Fui alterando o texto e ele estava até amoroso - a sério!, principalmente a partir da infelicidade do terceiro golo – quando tive de começar a apagar repetidamente o título do post. O post estava querido mas era impossível não colocar alguma ironia no título – só que eu tinha de estar sempre a alterá-lo! Assim de memória eram coisas como “Força, Sporting: salva a honra!” Mal acabei de escrever estes caracteres e já tinha de ser “Sporting evita derrota igual à da primeira-mão e consegue não perder por 5!” Pouco depois estava obrigado a um “Sporting segura diferença da primeira-mão!”. Mal tinha guardado o texto e já alterava o título para “Muda aos 5, acaba aos 10?”. Não tinha acabado o cigarro e já ouvia Zeca Afonso a gritar-me novo título “Venham mais 5…” – eu confesso que nem conseguia escrever o post, sempre a ter de alterar o título do mesmo! As lembranças sucediam-se como golos: “Sporting – estranha obsessão infantil por Enid Blyton: os Cinco em Alvalade e os Sete em Munique!”, “Sporting poupado na Champions: à dúzia é mais barato!”
Para título do post que queria simpático acabei por desportivamente me decidir por uma afirmação isenta de Derlei, nas suas declarações proferidas logo no final do jogo: “os golos foram acontecendo, foi natural...”
Mas – que raiva! – o texto amoroso do post já não jogava minimamente nem com a realidade nem com o título!
Eu tenho simpatia pelo Sporting e queria escrever palavras simpáticas ou simpaticamente não escrever palavra alguma.
Mas depois deixei a televisão ligada e ouvi João Adelino Faria, da RTP-N, exultante porque "o golo de honra foi um grande golo!" Mudo para a SIC-N e oiço o Ribeiro Cristóvão a desculpar o jogo de hoje e a agoirar o jogo de amanhã do FCP contra o Atlético de Madrid (devem estar todos mortinhos para que corra mal). Ainda nesse canal, lembrei-me então dos comentários de Rui Santos sobre o Leixões (o que ele não dirá sobre o Sporting face ao Bayern...). Volto enojado à RTP-N, a tempo de ouvir Oliveira e Costa a referir o Arsenal - FCP, como se isso fosse qualquer coisa de comparável com o desastre que hoje se abateu sobre os portugueses, em geral, e sobre os sportinguistas, em particular. Estava quase a desligar a televisão com o comando quando, certamente por associação de ideias, me recordei do zapping de ontem, entre Dias Ferreira e Alfredo Barroso, e das afirmações e acusações que proferiram, incluindo mixórdias sobre vidas privadas. E dos disparates que deixam aí nas caixas de comentários sobre o meu clube. (...) Os muito maus que me perdoem... mas vou ter de comentar!
Vocês dão-nos o guito, nós damos-vos a respeitabilidade. Uma história de bordel tresandando às origens da verdadeira realpolitik ( cada estado cuida apenas e só dos seus interesses), mas sem visão nem plano. Daí o banquete na Ajuda: os falidos mostram as pratas aos novos senhores. Nada a obstar conquanto não nos vendam histórias da carochinha.
Foi o tema do fórum da TSF. Subitamente convertidos ao que disseram que MFL disse: suspende-se a democracia por um tempito para se poder desenvolver o país. Agora já não rasgam as vestes. Lembram-se disto? Era tempo de vacas gordas e os angolanos eram uns malandros ressabiados. Estas boas relaçõe$ fazem o pleno: a direita esfrega as mãos, a esquerda* assobia para o lado e o centrão coça a barriga.
* exceptuando o Bloco
posted by FNV on 11:12 da manhã
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ÍNDICES DE AFLIÇÃO:
Durante muito tempo, e a propósito dos árbitros que pediam quinhentolas e dos outros que remetiam as facturas das férias no Brasil para contabilidades alheias, os tripeiros acossados brandiam o índice Calabote( um obscuro árbitro dos anos 50). Hoje, na SIC-N, o impagável Guilherme Aguiar ( o tal ex-director executivo da Liga que diz que o jogo nunca pára) saiu-se com outra. Apertado por causa das - honestas -declarações do juiz Mortágua ( o que telefonava aos árbitros a transmitir as queixas do sr.Pinto da Costa), brandiu o índice Freeport. Quando eu era apanhado a roubar chocolates também me queixava das amígdalas.
Nota: isto não é um post sobre futebol; é sobre aldrabões.
posted by FNV on 11:27 da manhã
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UMA NOITE DE CHUVA (XVIII):
Quatro e quinze da manhã. A hora dos degolados. A melhor hora. O bairro sossegou e a estudante do lado embala um sono de carreira: já sonha com uma bata branca e prateleiras alinhadas. Será na Danone ou na Yoplait. A rua está mole, as pedras cobrem-se com o nevoeiro. Pouca gente passa e ninguém se cumprimenta. A civilização, finalmente.
Cosam umas meias, façam uma sopa, aspirem a casa e cuidem dos filhos. Como já fazem tudo o resto ( até conduzir) , só vos falta isso para serem perfeitas.
Pessoas ( algumas consabidamente mal educadas) que deram o cuzinho e cinco tostões para ser deputadas ( e apresentar-se assim ) dizem agora do parlamento o que Maomé não dizia do toucinho.
Alegre agora tem falta de carácter. Juntou-se a Mário Crespo, a Moura Guedes, a Paulo Rangel, a VPV, a MFL, a Pacheco Pereira, vários jornais, uma estação de TV e demais avulsos. Estão todos descaracterizados como os carros da GNR. O computador Magalhães também revelou uma grande falta de carácter com aqueles erros todos. Inadmissível. No outro dia, um señorito socialista acusou-me do mesmo porque toquei na femme blanche e isso é proibido. E eu que só vivo para entregar mercearias.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.