1) Com mais um jogador em campo, e depois de termos chegado ao empate, não fizemos um remate à baliza. Isto é o futebol do Sobrinho da Tia Lola. Tem sido sempre. Só agora os senadores, os paineleiros e demais caboucos descobriram a pólvora.
2) O David Luiz, um defesa central, foi o desastrado carrillero do futebol benfiquista. Foi preciso vir um Quique.
3) O treinador do Benfica ganhou um tipo de troféu que lhe assenta muito bem.
4) O primeiro penaltie foi muito bom.
5) O que ganhámos? Uma dor de cabeça: mais um ano de Quique.
No estádio do Algarve, ao intervalo, uns animais afectos ao Benfica estão a pôr em risco a vida de crianças e de pacatos burgueses que foram ver um jogo de futebol. Isto repete-se há anos, no Benfica, no Porto ( o Público, o jornal da excelente Sonae, até dedicou a capa da revista ao líder dos Super Dragões) , no Guimarães e em muitos outros clubes. Parece que a pena para quem promove a violência brutal e gratuita ( sem desculpas revolucionárias) nos estádios de futebol é a proibição de ver futebol. Quando uns ciganos ou uns pretos dão uns tiros num bairro merdoso é "o estado de direito que está em crise". Quando os animais da bola batem em toda a gente, usam armas e sovam polícias, é um "problema desportivo". Os promotores da Taça Carlsberg não mostram. Então não aconteceu.
Já que estamos a falar de spots. Já é tudo natural, já tudo se faz sem esforço. Em matéria de jornalismo oficial. O desprezo e a chacota a que votam MFL é apenas uma parte do serviço. A outra são as viagenzinhas, as intimidades, as simpatias fracturantes, o cosmopolitismo de bidé.
posted by FNV on 2:27 da manhã
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ESCORREM AZEITE:
Isto aconteceu. É normal, estamos permanentemente vigiados. Na portuguesinha SIC-N, há minutos, a versão foi: "Obama transpôs mais uma barreira" ( a ida ao show de Leno). Quanto vale a aposta sobre qual seria a tirada do azeiteiro se em vez de Obama tivesse sido o velho republicano a "apoucar" os deficientes?
Parece que certa esquerda não deixa que se diga que a locutora daquele inenarrável spot da Antena 1 (a rádio do Estado) contra as manifestações é a Eduarda Maio, por coincidência também autora de uma biografia sobre José Sócrates.
Deviam tê-lo dito ao actor contra quem os manifestantes alegadamente se manifestavam, ou então ele enganou-se na deixa quando tratou a locutora de voz tão conhecida por "Eduarda".
Uma outra conclusão que se pode retirar é que, ao contrário do que apregoa José Sócrates, o número de manifestantes sempre conta para qualquer coisa...
Devo 300 euros por mês ao sr. Soprano que generosamente me diz que durante os próximos dois anos só terei de lhe pagar 150/mês. Após esse período a minha dívida regressa ao habitual e ainda terei de devolver 24 x 150 euros. O problema é que estou desempregado agora ( o sr. Soprano foi muito atenciosos) e com a crise que poi aí vai o mais provável é estar também desempregado daqui a a dois anos. Se não conseguir continuar a pagar a a dívida acrescida dos 24x 150 euros, o sr. Soprano parte-me os joelhos.
Nota: envolvo o sr. Soprano para colorir a história e porque tenho lido muitas notícias sobre banqueiros. A parte dos joelhos foi inspirada mo Paulo Assunção.
posted by FNV on 12:50 da tarde
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O QUE RAIO QUER ISTO DIZER?
O Pedro Caeiro, ex-tripulante activo desta nau e membro honorário da mesma, escreveu há tempos (num comentário a um post deste sinceramente vosso) que "um jornal diz muito acerca dos seus leitores". Hoje, no Público, o advogado de Josef Fritzl saiu-se com esta: "Até os leitores do Guardian odeiam pedófilos". "Até"? Talvez o Pedro passe por cá e explique à gente o que isto quer dizer.
Não é tese nova, mas estas declarações mereciam mais atenção. Infelizmente o povo mediático esteve entretido com a 53ª detenção do Mário Machado do PNR.
Apesar disto, ainda há imbecis que ficaram muito satisfeitos com o fracasso ( por medo, puro medo) do programa de troca de seringas nas cadeias.
posted by FNV on 12:49 da tarde
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LEOPARDICES (II):
A TSF, fingindo que promove o debate, está toda a manhã a queimar Ratzinger. Acabou de entrevistar o"teólogo" José Manuel Pureza que tem um nome muito parecido com um sociólogo de Coimbra e militante do BE. Coincidências. O padre Pureza acha que Ratzinger defende uma "biologia não trabalhada" e "conceitos morais abstractos". Interessantes ideias as deste "teólogo". Biologia não trabalhada - a sexualidade dos bonobos - é precisamente o que Ratzinger não quer, e conceitos morais concretos não conheço nenhum. Os portugueses que estão na TSF a zurzir no Papa estão-se bem nas tintas para os africanos que morrem de SIDA. Ainda recentemente esteve em Portugal um soba riquíssimo que tem a populaça na miséria, incluindo a miséria sanitária, e foi recebido como um Deus. O que irrita a TSF-BE é haver um discurso alternativo à sexualidade da macacada. Fidelidade e abstinência, coisas tão normais que todos nós as praticámos algumas vezes na vida, são vistas como conceitos alienígenas.
Ratzinger tem razão quando diz que o preservativo não resolve o problema da SIDA. Sabemos isso há muito tempo: no Ocidente ( Europa , EUA e América do Sul) ,há mais de vinte anos que enfiamos a camisa e não parámos a epidemia. Nas Áfricas ( há várias) o preservativo não resiste a uma bunda louca e uma noite de cerveja de sorgo. Como noutro lados. A diferença no número de mortos deve-se a factores simples: nasce mais gente e fode-se mais. Resta o argumento do mal menor: o preservativo não resolve, alivia. É verdade, mas é outra conversa: a abstinência também não resolve, alivia.
posted by FNV on 9:33 da tarde
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UMA NOITE DE CHUVA (XXI):
Ligação automática à necessidade. Um homem ( Maslow) decidiu que os macacos preferiam a mãe felpuda ao biberão mecânico. Sabiam que estavam a ser observados. Estamos condenados ao aborrecimento. As nossas mães são bronzeadas e independentes, o nosso biberão é inteligente. Sabemos que estamos a ser abandonados.
posted by FNV on 9:20 da tarde
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MAIS UMA PÁGINA QUE SE VIRA, NA PRESIDÊNCIA DE LFV:
A FIFA entendeu por bem retirar o Sport Lisboa e Benfica da página dos Clubes Históricos do seu site. Desconheço onde o terá arquivado.
posted by VLX on 5:23 da tarde
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DROGAS, PROIBIÇÃO E CRISE (II):
Na Ilha da Utopia, More não é de modas: a recidiva em matéria de adultério é punida com pena de morte. Nada de novo nem especialmente utópico: a vontade de organizar todos os aspectos da vida pública acaba sempre no direito de regulamentar todos os aspectos da vida privada. Keats e Shelley usavam láudano regularmente; Byron também, sobretudo para aguentar as críticas a Hours of Idleness. O biógrafo de Bismarck, Charles Low, garante que o chanceler injectava-se sempre antes de discursar no Reichstag. Já Berlioz regressou na velhice ao ópio com que se tentara matar em novo. No fim da vida usou-o para suportar as nevralgias, as gastrites e o medo da morte. Nenhum destes personagens sobreviveria no higiénico século XXI. Por que motivo as drogas - o haxixe, o ópio e a cocaína - se tornaram ilegais? Esta é a pergunta , porque tudo o resto - a discussão sobre o actual estatuto e as eventuais alterações ao mesmo - depende da resposta que conseguirmos elaborar. Em traços gerais podemos dizer duas coisas:
a) Os EUA lideraram o movimento que conduziu à proibição. b) Há uma data específica: Manila, 1908.
As Filipinas foram o laboratório dos control advocates, como se designavam os partidários da alteração do estatuto do ópio. No próximo número veremos por que motivo a coisa começou nessa parte do globo. Mete chineses, sempre os chineses.
(cont.)
Bibliografia: variada, como sempre, mas sobretudo Barbara Hodgson( 2001).
Nunca somos tão verdadeiros como quando magoamos. O ruminante espaço entre a ideia e a acção, habitualmente ocupado por um dromedário, incendeia-se. Também conheço a técnica do jujutsu: usa-se a mágoa do outro para o magoar ainda mais. E depois aquele dedo de fígado que dançava sem parar.
Não tomo partido, ao contrário do João, porque toda a historieta é ridícula e está mal contada. Ela deve ser lida apenas para percebermos mais qualquer coisa acerca das incestuosas relações entre jornalistas e políticos.
Adenda: não são contentores. São "monoblocos climatizados".
posted by FNV on 12:42 da tarde
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"O TEMPO DOS OPORTUNISTAS NO BENFICA PASSOU"
Disse Luís Filipe Vieira aos adeptos para os acalmar e estes lhe oferecerem paciência no "caminho do sucesso".
Como já devem ter tido ocasião de suspeitar, eu não sou propriamente um adepto benfiquista mas, provavelmente como eles, gostaria de saber qual foi esse tempo no Benfica, quem foram os oportunistas do Benfica a que LFV se refere e o que é que isso tem a ver com a recente derrota em casa frente aos amiguinhos do Vitória de Guimarães, tudo sem ter de ir perguntar ao Octávio Machado. Julgo que nem é pedir muito...
posted by VLX on 12:21 da tarde
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DROGAS, PROIBIÇÃO E CRISE (I):
O Economist publicou este editorial. Bom pretexto para regressar ao assunto que tantas vezes aqui trouxe ( sem grande sucesso, mas respeitemos a regra de Confúcio). Comecemos pelo princípio: Em meados do século XIX, nos EUA, no tempo em que os movimentos que haveriam de conduzir à Prohibition ( Lei Seca) davam os primeiros passos, váriaz vozes avisaram sobre o que estava para vir. Dois nomes, hoje famosos, trabalharam bem: Lysander Spooner e Henry David Thoreau. O lema de thoreau - o melhor governo é aquele que menos governa - deve ser entendido à luz dos acontecimentos da época e não como bandeira de ultra-liberais apalermados. Thoreau bateu-se com os esclavagistas, sobretudo com Daniel Webster ( autor da Lei dos Escravos Fugitivos).Webster defendia a manutenção da escravatura porque ela assim estava consagrada na Constituição. O príncipio de não-intromissão de Thoreau inseria-se num projecto mais vasto de luta pela dignidade humana. À medida que se avançava para a votação da 13ª Emenda ( abolição da escravatura) lançavam-se as bases para a votação da 18ª, o Volstead Act, que haveria de dar origem à Lei Seca. Quase sessenta anos separam as duas votações: a que aboliu a escravatura e a que ilegalizou o álcool. Spooner avisava em 1875: Enquanto não for claramente estabelecida e reconhecida pelas leis uma distinção entre os vícios e os crimes, não poderá existir na Terra qualquer direito, liberdade ou propriedade individuais. Relembro frequentemente aos meus alunos que o actual estatuto das drogas - a proibição- é que é uma novidade. Até ao início dos anos 60 do século passado - embora para o fim já muito mutilado- vigorou o antigo e ancestral costume: cada um sabe de si. Este debate tem de ser feito com calma e com estudo ( nada é simples nisto). Pela minha parte assim será.
(cont.)
Bibliografia: variada, incluindo Behr ( 1996) , Thoreau ( 1848) e Spooner ( 1875).
Pela capa da Pública ( aquilo é um assunto nacional, regional ou doméstico?) e por isto: o que espanta é a quantidade de diplomas legais produzidos pelas cabeças do ministério. Explica muita coisa.
posted by FNV on 4:12 da tarde
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MALHAR À FARTAZANA:
Nos comentários a este post. Alegre é um sem-abrigo e MFL é senil. E isto só agora começou.
posted by FNV on 4:07 da tarde
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REBENTAR DE RISO:
Ricardo Araújo Pereira recorda hoje, em A Bola, o que Miguel Sousa Tavares dizia de Ana Salgado quando esta era a testemunha credível e Carolina a menina má.
posted by FNV on 12:28 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA:
1) Leio no Pravda que o Marselha veio observar o Luisão. É este o drama. Deviam comprá-lo à confiança.
2) Também no Pravda, os trambolhos do sr. Vieira dizem agora que o Sobrinho da Tia Lola está desorientado. O verbo, o verbo...
3) Não participámos nas competições europeias. Óptimo. Desde a goleada grega e da derrota miserável aos pés dos serralheiros ucranianos que não me apetece brincar. Quando crescermos apareceremos. A turma dos camarotes-croquetes vai ter de arranjar novo ídolo. Agora dava jeito um filho de um tenor.
4) Quem esteve bem foi o FCP, essa intrigante mistura entre o Satriale's e uma agremiação desportiva. E fazem bem em portar-se bem : lá na UEFA ainda não se esqueceram do lado satriale dessa malta.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.