O pai , o modelo -pai, o pai-chefe, desapareceu. Isto tem sido celebrado por significar o fim da opressão machista e autoritária. Ocupemo-nos, para já, desta. A autoridade paterna oferecia um bem sem preço: o treino para a luta. Aprendia-se, com tempo e em segurança, a nobre arte da rebelião. E aprendia-se outra coisa: o mundo tem lugares marcados. Hoje, livres de tão ingentes grilhetas, seria de esperar gerações inteiras de inconformados libertários. Infelizmente, encontramos gerações inteiras amestradas, distraídas do seu futuro e crédulas. Fabulosamente crédulas.
Em bom rigor, hoje não faltava nada lá em casa. Mesmo assim, achei que era minha obrigação descer a um supermercado e fazer compras para o Banco Alimentar. Sugiro que façam o mesmo. Com o que puderem. Com sorte até com desconto em cartão ou produtos em promoção. O que for. Todos não seremos demais para acudir às vítimas da bancarrota Sócrates.
posted by VLX on 5:02 da tarde
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SEMPRE QUE FALTA O DINHEIRO RENASCE O IBERISMO:
Podia ser que , sentado em cima de um governo vergastado nas sondagens pelos 2 milhões de eleitores que nele quiserem acreditar há pouco mais de um ano , Passos Coelho fosse capaz de falar claro. Não é. São muitos anos de alcatifa. Tem graça. Atrás dele ( bem escudada nesta língua de pau que diz tudo e o seu contrário) está uma comandita que sonha com o cargo de ministro; as coisas ficarão de tal maneira que a tomada de posse será a única boa recordação.
posted by FNV on 6:38 da tarde
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SECESSION (II):
Eu e os Blaue Reiter fomos lá. Abrimos o gestor público ao meio e convidámo-lo a entrar no forno. Não se esqueça de tirar o rolex. Tudo por e-mail, claro. Somos civilizados.
posted by FNV on 2:28 da tarde
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JESUS NÃO CHEGA AO NATAL!
Esta surpreendente constatação retira-se com toda a facilidade das notícias que vão sendo sopradas para os jornais, das entrevistas de dirigentes mais ou menos importantes e das acusações da mulher de Luis Filipe Vieira. Há que preparar a pôva para se escorraçar o homem e isso está a ser feito naqueles modos muito próprios a que aquele clube nos habituou.
Não que me custe que o treinador benfiquista caia da cátedra em que se julgava confortavelmente acomodado ou que prove do xarope aromatizado de cicuta com que naquele antro costumam brindar os treinadores em desgraça. Cada um sabe de si e a arrogância do treinador ao longo do ano passado vale bem o tratamento. Os seus colegas não o chorarão. Os outros clubes não o pretenderão. E ele lá ficará num deserto qualquer sem sequer a companhia dos amigos de ocasião (ou da ocasião), a contar as facadas nas costas que levou juntamente com a choruda indemnização.
Quanto a esta última, espero que não se esqueça de agradecer ao Porto o facto de ter inflacionado no defeso o seu valor, obrigando o Benfica a blindar entusiasticamente o seu contrato, vintém a vintém, com a alegria esfusiante dos que só vêem ao perto. E com lunetas.
Se o Vasco mantiver a média - 25 posts consecutivos depois de cada derrota do Benfica - e se o Benfica voltar a perder, o meu roteiro de publicação será o seguinte: - Até Domingo às 12.00 A.M. --Depois de terça-feira a partir das 09.00 P.M.
E com muito jeito para as lides domésticas: fazer camas a outros, tratar da roupa suja, divulgar coscuvilhices na mercearia...
Chato é estar sempre a perder coisas e a culpar os outros.
posted by VLX on 10:30 da manhã
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A DOUTRINA ELZA PAIS:
Morreram mais mulheres este ano às mãos dos homens, mas o que aumentou foi a visibilidade do fenómeno. Tem de se tapar o fenómeno. Esta doutrina é semelhante à defendida pelo padre Vítor Feytor Pinto quando coordenou o Projecto Vida: não havia mais UDIV ( drogados que se injectam), havia era mais visibilidade do fenómeno. O resultado foi um triste recorde que demorou anos a apagar. Faz sentido. Elza Pais, especialista em "questões de género" , também fez uma comissão à frente do Instituto Português da Droga e Toxicodependencia ( 200-2002), na linha habitual de entregar a política de droga a pessoal partidário em trânsito ou a curiosos ( João Goulão acabou com a tradição) . Conheci fugazmente ambos e guardo uma óptima impressão pessoal do padre Feytor Pinto.
"(...) Faltam também três remates certeiros para o paraguaio igualar José Águas, mítico goleador dos encarnados no auge do Benfica no Velho Continente, como sexto melhor marcador de sempre do clube em competições europeias.
O número três será, por tudo isto, mágico para Cardozo..."
(continua aqui, no dn de ontem mas pleno de actualidade)
posted by VLX on 4:19 da tarde
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PARA SE SENTIREM VIVOS...:
...os jogadores benfiquistas aproveitaram o passeio e foram visitar o Mar Morto.
posted by VLX on 3:16 da tarde
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O PEQUENO POLEGAR:
Cardozo fez dói-dói.
posted by VLX on 3:16 da tarde
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É GENTE DE MUITO ALIMENTO...:
Depois dos 3 golos no campo, os jogadores benfiquistas ainda foram enfardar hambúrgueres para o aeroporto.
posted by VLX on 3:15 da tarde
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DEPRESSÃO-REPRESSÃO ( XX):
E depois há aquela promessa - o tempo tuda cura. Nada. Só se for como a cura das carnes, toda sal e perda de água, o músculo ficando seco e paralisado. O que acontece é outra maravilha da natureza. À medida que os meses e os anos passam, habituamo-nos. Sem vergonha: qualquer perda é inferior à vontade de continuar a fazer as coisas mais mesquinhas.
posted by FNV on 1:55 da tarde
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DEPRESSÃO-REPRESSÃO ( XIX):
Sonho com o que não quero que aconteça. Um cancro mais agressivo, mortes de gente que quero salvar, apocalipses em cadeia e eu escondido a roer batatas velhas. Tenho medo de que a culpa, essa razão de viver, me abandone.
posted by FNV on 1:54 da tarde
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PARA A LAREIRA (II):
Com algum lume. Gastone Bertolotti: I Barbari e gli albori dell'Europa ( Fògola 2007). Mais uma visão amável dos germanos que invadiram Roma. Tem os mapas de batalhas ( Teotoburgo, Catalaunici, etc) mais simples e eficazes que já vi - parecem desenhos de crianças( evoluídas). Com mais lume, Hofmannsthal ( já cá o trouxe em correspondências). Uma recolha monumental: sob o título Le lien d'ombre, toda a poesia mais a póstuma. Traduzido por Jean-Yves Masson ( Verdier 2006).
posted by VLX on 1:11 da tarde
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O PORQUÊ DE UMA DERROTA:
Segundo o jornal O Jogo (página 7), Douglas da Silva e Zahavi, do Hapoel, revelaram que estiveram 3 (três) dias seguidos a ver vídeos, nomeadamente o do jogo do Benfica com o Futebol Clube do Porto, no Estádio do Dragão, aquele em que Vieira se refugiou nos balneários.
Para a próxima vão ficar 5 (cinco) dias seguidos a ver o vídeo desse jogo, assegura-nos fonte que pretende manter o anonimato.
posted by VLX on 12:00 da tarde
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PARA A LAREIRA:
Com pouco lume. Gastone Bertolotti: I Barbari e gli albori dell'Europa ( Fògola 2007). Mais uma visão amável dos germanos que invadiram Roma. Tem os mapas de batalhas ( Teotoburgo, Catalaunici, etc) mais simples e eficazes que já vi - parecem desenhos de crianças( evoluídas). Com muito lume, Hofmannsthal ( já cá o trouxe em correspondências). Uma recolha monumental: sob o título Le lien d'ombre, toda a poesia mais a póstuma. Traduzido por Jean-Yves Masson ( Verdier 2006).
posted by FNV on 10:18 da manhã
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ELZA PAIS SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER:
posted by FNV on 9:06 da manhã
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DEPRESSÃO-REPRESSÃO (XVIII):
E depois há aquela doçura - o tempo tuda cura. Nada. Só se for como a cura das carnes, toda sal e perda de água, o músculo ficando seco e paralisado. O que acontece é outra maravilha da natureza. À medida que os meses e os anos passam, habituamo-nos. Sem vergonha: qualquer perda é inferior à vontade de continuar a fazer as coisas mais mesquinhas.
posted by FNV on 1:17 da manhã
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DEPRESSÃO-REPRESSÃO ( XVII):
Sonho com o que não quero que aconteça. Um cancro mais agressivo, mais mortes de gente que quero salvar, apocalipses em cadeia e eu escondido a roer batatas velhas. Tenho medo de que a culpa, essa razão de viver, me abandone.
O PSD decente ( Pacheco Pereira, Ferreira Leite, Paulo Mota Pinto) vota contra a proposta do PS ( entrega declaração de voto). O outro tem um pé dentro e um pé fora. Como sempre.
posted by FNV on 11:19 da manhã
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O ataque dos mercados.
posted by FNV on 11:15 da manhã
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A ALEGRIA DO POVO:
A TSF paga a um ignorante para este dizer que "espera bem que a greve não seja contra o governo , porque mal estaríamos se fossem os sindicatos a fazer política, papel que pertence aos partidos". A meio da manhã, já depois dos cereais, tentou emendar e reconheceu que a greve "é política". A rádio, às vezes, pode ser uma alegria.
Sim mas não, talvez e nunca, amanhã ou depois, vou sentado e de pé, não aprecio mas quero, etc. É todo um estilo laboriosamente trabalhado ( lembram-se do charro do day after?) que talvez só não contasse com os tempos que correm. Vai ter surpresas.
1) Todos os dias vemos, lemos e ouvimos pessoas que participaram activamente nas tais Opções Desastrosas destes últimos anos. Ocuparam cargos, fizeram elogios, montaram feitorias. achincalharam quem disse a verdade. Isto já é bizarro, mas ainda mais bizarro é vê-las , lê-las e ouvi-las como se tivessem vivido em Marte nestes últimos anos. Tolera-se melhor a incompetência do que a perfídia, embora só esta renda votos.
2) Nada disto vai importar muito. Os políticos dos próximos anos vão finalmente ter de usar a palavra. Não me refiro às castanholas nos blogues e no twitter, ou aos slogans lisboetas das agências de comunicação e dos seus señoritos. Refiro-me àquela coisa que é independente das sondagens e do número de motoristas ao serviço. Vai ser glorioso.
posted by FNV on 2:14 da tarde
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UMA POSSIBILIDADE:
Como as coisas estão, Alegre talvez desista a favor de Francisco Lopes. A esquerda unida atingiria, sem muita dificuldade, os 15%.
posted by FNV on 12:18 da tarde
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Close call. Very close. Ainda assim, luta desigual ( muitas armas) , bem diferente dos gloriosos tempos de Karamojo Bell, Selous, Galvão, Pardal, etc. E o solo arenoso denuncia facilmente o trajecto do leão. Note-se a posição ajoelhada dos atiradores: na vida real os leões atacam rente ao solo ( este por acaso vem com a grimpa um bocado levantada). O som mais agudo suscita um .333 Jeffery ou 375 H&H.
Cruzei-me no outro dia com o suicídio de uma mulher que deixou filhos ( um pequeno) . Este deixou , comum nas conversas ou nas notícias, é o osso. Recusando, como os antigos, em absoluto o cartaz da cobardia , fica em alguns casos uma admiração - ver o maravilhoso, literalmente.
Uma anti-Medeia que escolhe não criar nem proteger as partes que dela se separaram. Um enorme respeito pelo seu último instante antes de a largarmos no deserto.
posted by FNV on 10:35 da manhã
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DEPRESSÃO-REPRESSÃO ( XV):
Uma cultura que se organiza para fugir à rotina acaba nos braços dos antidepressivos e ansiolíticos. A rotina é arma certa para desafiar o mandamento estóico ( o passado é tudo o que temos de seguro ). Não somos escravos da rotina, somos é torturados pelos sonhos.
A esquerdas lisboetas ( incluindo o Barreiro) não discutem a NATO. Discutem, e de que forma, o que ocorreu na manifestação anti-NATO. Quem desfilou onde, quem deu a ordem a quem, quem denunciou o quê e por aí fora. Ele é rolos de textos nos blogues, ele é réplicas e tréplicas, ele é vídeos e contra-vídeos. Não é assombroso. Quem acompanha as discussões intra-esquerda ( o PS não conta) já deu conta do narcisismo agudo que as reveste. O único bloco coerente tem sido o PCP, porque é o único que sai de Lisboa e dos media/blogues, mas terá dificuldades em enquadrar as acções directas que se avizinham. É que nem sempre existirá uma estrutura espectacular como a de anteontem com uma coreografia tão organizada.
O caso em si não interessa agora. Bem lembrado porque o actual director do DN, João Marcelino, esse Duque de Alba da ética jornalística , era, na altura, o director de um dos jornais "de sarjeta" que AG refere.
posted by FNV on 5:36 da tarde
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LUSTRATIO BLOG:
A mão estendida:
Começam a surgir as primeiras rosnadelas. Não estamos, não andamos, não somos: temos orgulho. É o estádio de denegação, verneinung no original freudiano: recusamos a representação consciente e fixamo-nos, histéricos, numa elaboração dela. E pode ser aproximado da alienação marxista já sem a interpretação religiosa de Feuerbach, antes para estabelecer que os homens criam estrutras que os afastam de si mesmos. A necessidade absoluta escapa à moral ( ainda não decidi se isto se aplica ao canibalismo em Macau durante o cerco japonês), pelo que não terei vergonha de estender a mão.
A mão fechada:
Dizem que temos vivido acima das nossas possibilidades. Discordo: temos vivido abaixo das nossas possibilidades. Somos bons a sair do país, cavar batatas, pegar touros, assentar calçada, escrever poesia e viver com pouco. E é isso que não temos feito.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.