L'ARROSEUR ARROSÉ [Da série: Pôr-se a jeito]: O problema de posts como este, é que desconsideram o efeito boomerang. Fatal, fatal.
Adenda: foram mais de 48.000.
posted by PC on 11:00 da tarde
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L WORLD: De "Lesbian World", é o nome de uma série da Fox. Estava ontem a assistir a um episódio quando, a certa altura, duas favelcas despem os tomara-que-caia. Uma delas exibe um par de belíssimos calvários, a outra também apresentava umas belas lentriscas. A primeira deita a facha de palha à segunda, entornando de caminho um copo de sumo. Lá esfregam as bêberas, permitindo ao telespectador a possibilidade de entrever dois formosos quiosques. Mas tudo é feito sem alma, deixando em sossego os guisos e respectivo canêlo.
CADÁVERES: Parece que vão revestir os maços de tabaco. Não sei se funcionará. Ainda esta semana, depois de músculos, ossos e cartilagens, reproduziu-se uma bexiga. Ou seja, o corpo humano não tarda nada é todo manufacturado em casas da especialidade. Seja como for, os antigos eram mais avisados: nas "Coéforas", Ésquilo faz Orestes apresentar os cadáveres dos causadores da desgraça do país ( e assassinos de seu pai) bem como os pormenores macabros do crime. Mas com tanta exibição de sangue, o pobre Orestes acaba por perder o tino.
posted by FNV on 12:32 da tarde
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40.000 PASTILHAS DEPOIS: O Público de ontem trazia na última página a historieta de um "jovem" que entre os 21 e os 31 anos consumiu, entre outras coisas, 40.000 pastilhas de MDMA ( "ecstasy"). Naturalmente, o moço apresenta "danos cognitivos". Eu, se não os tivesse já, também os adquiria se assistisse a 40.000 doses do "AB...Sexo".
CARGA DA BRIGADA LIGEIRA: Nada pôde fazer contra a mais valia do oponente, aliada à serventia prestada por quem era suposto ser isento (qual sofrimento provado por "Os Belenenses" na última jornada). No intervalo, bem como no final da peleja, deu para perceber a real motivação dos rapazes, no deslumbramento de um Olimpo a que não pertencem, qual upgrade de hotel em época baixa: quem conseguiria trocar a camisola com o Ronaldinho?
A OBRIGAÇÃO DE RECEBER: Recuperando um pedacito do velhinho Essai sur le don, de Marcel Mauss, agradeço ao Benfica. Não se tem o direito de recusar o potlach, não se deve ter medo de retribuir. Oere oboeratu rapazes, as minhas costas são vossas.
posted by FNV on 11:20 da tarde
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SÁRÁVÁ CANADÁ: A propósito da polémica em volta da expulsão de portugueses "clandestinos" do Canadá: tendo acompanhado recentemente a legalização da permanência de um cidadão brasileiro em Portugal, o aspecto mais estranho (de entre os inúmeros obstáculos a serem ultrapassados) residiu certamente na obtenção de uma certificação notarial quanto ao conhecimento escrito e falado da lingua portuguesa!!! Segundo parece, tal certificação abrange todos os cidadãos estrangeiros, sem excepção dos oriundos de países em que o português é a língua oficial. "O senhor fala e escreve português?" "Ôi?"
SEM RESSENTIMENTOS, E COM PENA: Parece que O Acidental vai descansar. É pena, porque (sei que é um lugar-comum, mas não tenho culpa) criou e manteve um espaço próprio na blogosfera, que, atrevo-me a prever, não encontrará dono tão cedo. Dentro de um certo confinamento político que assumiu desde a primeira hora, O Acidental tem de tudo um pouco: gente séria, gente divertida, gente que escreve bem. Tivemos algumas discussões e desencontros (potenciados, como sempre e inevitavelmente, pelo desconhecimento mútuo do "homem-por-trás-da-tela"), e deles ficará, para mim, o que interessa: o prazer da controvérsia. Por isso, chega a hora de enviar a todos os Acidentais, sem excepção, um abraço.
posted by PC on 1:30 da tarde
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ADEUS Ó PÁ: Entre benfiquistas, é assim que nos despedimos. Ao Paulo Pinto de Mascarenhas ( com o qual partilho uma alma vermelha) e ao "seu" O Acidental que pelos vistos vai acabar, desejo boa sorte.
PS: Já agora, ao finito o franco atirador, do Luís M. Jorge, também. Só não sei é se ele é dos nossos.
posted by FNV on 12:21 da tarde
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A ATLANTIZAÇÃO DO NARCOTRÁFICO (II): Durante muito tempo o comércio das drogas obedeceu à direccionalidade correspondente à ordem mundial: do Sul - pobre e produtor - para o Norte, rico e consumidor. Nas Américas, os carteis mexicanos dos anos 80 assim funcionaram, levando heroína e cocaína para os EUA e Canadá; Marrocos levava haxixe para a Europa, os turcos levavam ( e ainda levam ) heroína asiática para o sul da Europa. O eixo atlântico, sobretudo o da cocaína, horizontalizou a geopolítica do tráfico. É claro que sempre existiram grandes tráficos regionais horizontalizados, porventura o mais célebre o do ópio anglo-indiano para Guandong, na segunda metade do século XIX. Mas a novidade atlântica une-se a duas (novas) realidades:
1ª) A alteração dos hábitos de consumo dos europeus que estão progressivamente a deixar a heroína ( e consequentemente a adoptar mais a cocaína e os sintéticos).
2ª) A alteração histórica e política dos regimes da África Ocidental: já não são colónias e estabilizaram politicamente, estando agora a criar os seus carteis profissionais.
Existe ainda outro factor, nada negligenciável, mas de natureza mais instável: a pressão norte-americana na Colômbia e sobretudo no México tem criado dificuldades aos outrora quase impunes carteis dos manos Arellanno, Carrilo-Fuentes, Londono e outros. A apetência europeia pela cocaína caiu como mel na sopa para estes e para os seus sucessores; a disponibilidade de intermediários ganeses, senegaleses e caboverdianos, idem.
PERGUNTO-ME se Emily Dickinson terá escrito o " 'Hope' is the thing with feathers...", etc., a pensar na águia Vitória. É possível, há premonições surpreendentes. Mas convirá controlar aqueles "blind and bloody soldier[s] with foul hand" com que Henrique V ameaçava o Governador de Harfleur. Sobretudo quando se encontram na sua grande área: Camp Nou não é o Restelo.
posted by PC on 11:57 da tarde
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É MELHOR ASSIM: A agenda profissional não se coaduna com o calendário futebolístico e assim, mais uma vez, não vou ver o jogo debaixo da mesa. Amanhã, às 19.45h, ainda estarei a falar com pessoas tristes, em luto ou simplesmente neuróticas. Tenho a certeza que duas horas depois, informado do resultado do jogo pela minha secretária ( confirmando à cautela no rádio do carro pois a senhora já lá está há quase 40 anos), estarei mergulhado na maior angústia de todas: como se vencem italianos?
posted by FNV on 10:01 da tarde
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AMARETCH IS STILL CARRYING FIREWOOD: Isto depois de 2,3 trilhões de dólares de ajuda a África nos últimos 50 anos. William Easterly resume o seu já muito comentado livro ( The White Man's Burden, Penguin, 2006) num texto bem explícito, publicado ontem no www.cato-unbound.org. Carregar lenha, sempre.
ANGOLA: Aí está um bom exemplo de como as circunstâncias culturais revelam um país que ainda não está preparado para a democracia e respectivas vicissitudes, justificando-se a ditadura de uns quantos iluminados que, certamente, têm orientado a distribuição da riqueza de forma equitativa e justa, desse modo impulsionando o saudável desenvolvimento do país. Convém não esquecer a inspiração soviética do movimento que manda no pais há trinta anos.
posted by Neptuno on 7:16 da tarde
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QUEM PAGA O QUÊ: Obrigar os produtores de vinho a pagar as campanhas de prevenção rodoviária poderá ser um bom princípio, caso seja precedido de medidas que obriguem os deputados a pagar as medidas que contribuam para a recuperação do atraso do país...
posted by Neptuno on 7:11 da tarde
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ISTO É QUE É UM REVOLUCIONÁRIO: Fidel acaba de nomear o irmão como seu sucessor. Numa altura em que ninguém liga patavina à monarquia, Fidel demonstra uma vez mais o seu espírito vanguardista. Tivesse El Che tido filhos e muito menino andaria por aí com a figura do sucessor estampada na camiseta.
posted by FNV on 12:34 da tarde
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INITIALES BB: O motivo pelo qual o Benfica vai ultrapassar o Barcelona é este: os catalães julgam que já ganharam antes de combater. É meio caminho andado para a derrota. Ganha o SLB por 2 a 1.
A ATLANTIZAÇÃO DO NARCOTRÁFICO (I): Um dos problemas da mudança de contexto da produção de droga neste início de século prende-se com a alteração das rotas. Terão por certo reparado no espectacular aumento de apreensões de cocaína em Portugal - a Espanha está na mesma situação - e talvez se recordem da actualização que já aqui fiz: a ex-África Ocidental europeia ( Marrocos, Senegal, Cabo Verde, entre outros) constitui hoje um eixo privilegiado de escoamento para as cidades europeias da cocaína sul-americana. No outro lado do globo, a produção afegã de ópio cresceu brutalmente nos últimos dez anos , sendo que o Afeganistão detem agora cerca de 80% do total mundial. Isto obriga a pensar na alteração de hábitos de consumo e como sempre na História das drogas, na modificação das rotas de tráfico. Estamos a falar, segundo o UNDOC, de um mercado de 200 milhões de consumidores, representando 5% da população mundial compreendida entre os 15 e os 64 anos. Deste total, 14 milhões consomem cocaína e 11 consomem heroína. É claro que podemos objectar que estes cálculos pecam por defeito. Sabemos que a perspectiva é optimista através da constatação das áreas de cultivo para o arbusto de coca, que é neste momento um recorde absoluto: em 2004 calculavam-se 24.000 hecares de arbusto de coca na Bolívia, 80.000 na Colômbia e 50.300 no Peru. O aumento justifica-se pela sede europeia, a nova rota é atlântica. Na zona dos países do Golfo da Guiné foram apreendidas em 2004 14 toneladas em trânsito para a Europa. Em Setembro de 2005, um navio com 3 toneladas foi interceptado ao largo de Cabo Verde. A rota atlântica tem-se imposto como natural, a geografia dando a mão ao narcotráfico, como é habitual. No Afeganistão, os EUA enterraram em 2005 mais de 780 milhões de dólares para combater a produção de ópio, sem sucesso. A heroína afegã, transformada na Turquia, Uzbequistão e Turquemenistão, não segue só para a Europa rica, onde o seu consumo tem declinado, substituido pelo da cocaína e sintéticos.. A Rússia é o alvo: 6 milhões de heroinómanos contabilizados em 2005. Como é bom de ver, se os números do UNDOC que citei estivessem certos, só a Rússia seria responsável por quase metade do total de heroinómanos do mundo. A combinação deste factos explica a importancia da rota atlântica:
1) Ela é neste momento constituida pelo eixo Colômbia-Resto da América do Sul- África Ocidental- Península Ibérica.
2) Ela serve (quase) exclusivamente para tráfico de cocaína.
3) Ela conta com a Mauritânia, Gana, Nigéria, Senegal e Cabo Verde como principais pontos de transição para o seu destino final.
Para próximo post, a análise deste esquema: o papel desempenhado pelos africanos, o tipo de transporte, as políticas de recepção.
Fontes directamente citadas: Relatórios anuais ( 2005) do UNDOC e do INCB.
posted by FNV on 11:56 da manhã
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DANIEL DE OLIVEIRA SALAZAR: As televizõeszzz não moztramzzz as gloriosazzzs manifestazõezzzs como elazz são, só mozztram oz arruaceirozzz parisiensezzzzzs. Dezzzliguem as televisõezzzzzs. Chão o diabozzzz.
posted by FNV on 11:27 da manhã
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COSTAS: Um é bom jogador, muito rápido e eficaz. O outro insiste em só querer ver as jogadas no replay.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.