FALA QUEM SABE: Daniel Oliveira, no Expresso, sobre os "freaks" de extrema -direita que "já perceberam a lógica mediática": "E têm direito a tempo de antena sempre que se juntem mais de dez". O bom do Daniel deveria ter registado a patente.
posted by FNV on 7:40 da tarde
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INTERPRETAÇÕES: A página 9 do Público de hoje relata as declarações de Ana Gomes, feitas ontem num debate em Lisboa. Terá dito AG que os homens que se opõem a uma maior participação política das mulheres são "pacóvios". Discordo: quanto muito serão gays. Não acredito que AG quisesse dizer que todos os que discordam da lei da paridade são pacóvios: uma impoluta guerreira da democracia como AG nunca diria uma coisa dessas. Terá também dito AG que é adepta da "meritocracia" como critério orientador para a composição das listas partidárias. Desta vez concordo, embora estranhe o namoro de AG a uma posição tão "neo-liberal". Finalmente, uma participante no debate terá dito que a verdadeira igualdade só acontecerá "quando houver mulheres incompetentes em lugares importantes". Pode ficar descansada.
posted by FNV on 4:02 da tarde
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FANTÁSTICO, MIKE! O minuto 90 do filme "Syriana" explica-nos que os regimes arábes não se modernizam ( secularização, direitos humanos, democracia, etc) porque os EUA não deixam.
posted by PC on 11:24 da tarde
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MUNDIAL: Continuando na mesma nota revivalista, sempre adorei o futebol. Quando chegava a altura de um Mundial, nada mais interessava. Procurava saber tudo o que se passava nos jogos, com as equipas e com os jogadores. E a questão é mesmo essa, era preciso procurar tudo: não transmitiam os jogos todos, só havia dois canais de tv, não havia internet nem jornais desportivos todos os dias e só havia notícias de vez em quando. Hoje em dia, continuo a adorar o futebol e o Mundial (parte da tripulação vai reunir-se no Domingo para ver a bola!). No entanto, é difícil não ficar enjoado com avalanche de informação e desinformação, a qualquer pretexto e em qualquer meio sobre o evento. A quantidade de fait divers idiotas à volta do certame é de bradar aos céus. Mas o pior mesmo é a postura competitiva entre os vários canais televisivos, na tentativa de "ir mais além" no rigoroso escrutínio da actividade da nossa selecção. De facto, depois de ver uma entrevista a um especialista em traumatologia que, sem ter outra informação que não as imagens televisivas, se prestou a comentar os virtuais cenários de uma hipotética lesão de Deco, decidi que só vou ver mesmo os jogos.
posted by Neptuno on 10:50 da tarde
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PORTUGAL - ANGOLA: Sempre que penso neste jogo lembro-me de quando era pequeno e da forma como eram encarados os nossos jogos contra países como a França, onde as nossas centenas de milhares de emigrantes eram o mais baixo escalão da sociedade, os quase-escravos, aparentemente à mercê de um povo com superior poder económico. Se juntar a isto as centenas de anos de colonialismo, tal como hoje é encarado...
posted by Neptuno on 10:40 da tarde
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FIAMA: Em maré de prémios, Fiama Hasse Pais Brandão. Justíssimo.
A TRADIÇÃO JÁ NÃO É O QUE ERA: A maior parte das vezes, as tentativas de fazer "rejuvenescer" a tradição dão resultados confrangedores. Depois da sinistra versão do Hino Nacional de Dulce Pontes (nada contra um nem contra a outra, só contra a conjugação), surge um anúncio na TV (créditos pela detecção: Micha) onde uns moços joviais pedem umas moças modernas em casamento oferecendo-lhes uma sardinha assada embrulhada num guardanapo. Em vez de lha esfregarem nas ventas, as meninas manifestam grande regozijo. A cereja vem no fim, quando uma das noivas limpa os dedos de sardinha num manjerico e os leva ao nariz, cheirando-os com volúpia. Por este andar, um dia destes temos aí o Governo Português a apresentar publicamente um relatório oficial, com resultados oficiais, sobre as investigações "exaustivas" em relação às "escalas técnicas" dos vôos da CIA nos Açores. Deixai-vos disso: o Hino pede fanfarra, o noivado pede anel, os relatórios do Conselho da Europa pedem comentários do porta-voz do MNE.
posted by PC on 11:39 da manhã
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PERTO DE MANAUS, LONGE DE LISBOA: Tinha-me ficado, ontem, pela saudação privada, porque é assim que entendo que estas coisas se tratam; entretanto, a leitura do post do João Morgado Fernandes fez-me mudar de ideias. Assim, aqui vai um grande abraço ao Francisco José Viegas ( a quem devo vários favores e um bom sitemeter) pelo prémio literário recebido. Francisco, bebe uma topázio das antigas por mim, sff.
SEGREDOS DO LARÁRIO: As crianças da Casa do Gaiato são "adoráveis crianças" até ao dia em que envolvam figuras públicas em acusações de pedofilia: nesse dia passam automaticamente à categoria de mânfios adolescentes e sabichões. As crianças da Casa do Gaiato são "adoráveis crianças" nas mãos de velhos pecadoraços até ao dia em que sairem do larário e empalarem um transsexual: nesse dia passam a perversos polimorfos.
posted by FNV on 9:07 da tarde
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O GRUPO: É um grupo de homens que estão todos na casa dos quarenta, mais coisa menos coisa. Conhecem-se alguns há mais de 30 anos, outros há 25, nunca menos disso. Continuam amigos e continuam a encontrar-se regularmente: em combinações de dois, três ou quatro; frequentemente reunem-se todos. Ao longo dos anos espalharam-se por cidades, profissões, casamentos e divórcios. Ao contrário do que possa parecer, esta situação é deveras extraordinária nos tempos que correm. Aqui há um par de meses, o Pedro Picoito atirava-me um osso: escreve aí qualquer coisa sobre o excesso, enjoativo, da necessidade de "afecto" nas relações actuais. Aqui está um bom pretexto. Uma das razões pela qual este grupo se conserva é porque são todos amigos, sem o serem. No sentido actual do termo, amigo é uma mistura de confidente com cúmplice. Coisa perigosa, que tende a durar pouco, já se vê. A amizade feminina é assim, e por isso é mais volátil que promessa eleitoral . Este grupo de amigos, por razões misteriosas, constituiu-se como uma família alternativa: não há necessidade de se darem todos extremamente bem. Como numa família das antigas, nem todos têm entre si o mesmo grau de proximidade nem a mesma intensidade de relacionamento. Gravitando em torno do grupo propriamente dito, foram-se agregando relacionamentos novos ( poucos), filhos e, inevitavelmente, as mulheres: tão essenciais quanto substituíveis. Os homens deste grupo não precisam uns dos outros para viver, trabalhar, fornicar, ver futebol, escrever. Ocasionalmente trocam favores, como é normal. A intimidade de cada um deles fica com cada um deles e só muito raramente é posta na mesa. Em primeiro lugar, o tempo. Quando olham para trás, agora a meio das sua existências, percebem que, sem saberem exactamente como, construiram uma coisa. Essa coisa ultrapassa largamente as suas capacidades, individualmente consideradas. O grupo faz parte das suas vidas, já não é uma opção. Como é que lá chegaram? Retomemos a tese inicial: eles nunca foram confidentes nem cúmplices estratégicos. Desenvolveram gostos diferentes, têm carros diferentes, clubes diferentes, livros diferentes, partidos diferentes. Uns são pais de família, outros pingam amores, uns são ricos, outros são pobres. Quando a morte começar a sua monda, o grupo ficará : ele nunca existiu, só os amigos existiram. E esses continuarão tranquilamente a encontrar-se.
LEVAR A CARTA A GARCIA: Já não ao general da guerra hispano-americana pela posse de Cuba, mas ao repetente presidente peruano, Alan García. O potencial peruano de produção de folha de coca é tradicionalmente poderoso. O departamento de La Libertad fornecia por volta de 1900 à Coca-Cola a famosa Merchandise nº5, ingrediente "secreto" ( feita à base da folha dita de Trujillo) da famosa fórmula imperialista. Esta folha foi limpa do alcalóide a partir de 1903 e alguns historiadores, como Gootenberg, acreditam que os EUA nunca favoreceram excessivamente a importação da cocaína pura peruana. Seja como for, e como já aqui dissemos, a pressão americana na Colômbia tem ressuscitado o filão peruano. O que sobrou do Sendero Luminoso, segundo relatava o Washington Post, de 22 de Março de 2003, está desde essa altura a construir depósitos estratégicos ao longo do Apurimac e do Alto Huallaga, em estreita colaboração com traficantes colombianos. O coronel Benedicto Jimenez, que capturou o líder do Sendero, Abimael Guzman, em 1993, calcula estarem reunidas todas as condições para o surgimento de uma aliança produtores-terroristas à maneira das FARC colombianas. Talvez não seja bem assim, já que as FARC cresceram a partir da guerra civil de 1948-1953, devidamente enquadradas do ponto de vista ideológico e doutrinário. O Peru de hoje vive noutro mundo, mas a previsão de Jimenez pode vir a revelar-se parcialmente correcta. As comunidades agrícolas do Apurimac têm vindo a organizar-se numa confederação que já conta com cerca de 500.000 membros: o seu objectivo é preservar a coca peruana como "património cultural", retomando o refrão do vizinho Evo Morales.
"AI ISTO NÃO É A ÍNDIA...?": A patente "desmotivação" dos jogadores e da massa associativa da Selecção Nacional aumenta significativamente as possibilidades de Portugal ser campeão do Mundo. Sempre fomos bons a chegar aos lugares de que não fazemos grande questão.
posted by PC on 9:28 da tarde
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ALDEIA DA ROUPA BRANCA: Scolari é um ignorante mal - educado e adepto de regimes fascistas porque chamou "bosta" a Miguel Sousa Tavares. Eduardo Prado Coelho, no Públicode hoje, classifica João Pedro George como "débil mental". Bem sei que EPC foi em tempos um feroz defensor da ditadura ( do proletariado); será que também fica arrumado na gaveta de Scolari?
posted by FNV on 3:42 da tarde
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MAIS DO MESMO: No passado foi bin Laden que ajudou à reeleição de Bush, agora foi a intromissão de Chavez que facilitou a eleição de Alan García, dizem os do costume. Nada a fazer: para esta gente, a democracia na América do Sul só é boa quando crava espinhos na garganta de Mr. Danger.
posted by FNV on 3:29 da tarde
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O MUNDIAL DO BENFICA (III): Os iranianos podem ter a bomba atómica, mas nós temos o gajo dos nitrofuranos.
posted by FNV on 12:17 da tarde
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BOM NEGÓCIO: Na compra do Hesíodo, acabadinho de publicar, um brinde. Vasculhando as estantes da livraria da Imprensa Nacional, em Coimbra, traz-se o Octávio, de Minúcio Félix, e O Gorgulho, de Plauto: os dois por 5, 95 euros. Isto é que é feira do livro.
posted by FNV on 12:06 da tarde
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O MUNDIAL DO BENFICA (II): Muito mais importante do que os resultados dos Filipiços, é o comportamento dos jogadores do SLB. É crucial que o Simão e o Petit marquem pelo menos dois golos cada, mesmo que os Filipiços percam todos os jogos. Também seria conveniente uma lesãozita do Lúcio para o nosso Luisão poder brilhar.
posted by FNV on 12:01 da tarde
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O MUNDIAL DO BENFICA (I): Vocês desculpem-me mas o leopardo Vicente vai ver o mundial de cima da sua árvore. Explicando melhor: a presença da selecção nos Mundiais perturba-me um pedacito. Gosto de analisar sossegado as peripécias de um Togo x Coreia do Sul ou a evolução desse fenómeno equatoriano que dá pelo nome de Edison Mendez. O chinfrim da coluna do safari, com o seu cortejo de carregadores atrás de um Serpa Pinto gaúcho, é insuportável.
JORNALISTAS? ONDE? Nas conferências de imprensa da selecção, os jornalistas, acagaçados com Scolari, desfazem-se em desculpas antes de conseguirem perguntar a Maniche se ele está em forma e se deveria estar presente no Mundial. Na TSF repete-se até à exaustão que bandos armados de delinquentes lançam o pânico nas ruas de Díli: longe vão os tempos parisienses da procura das causas da violência, das entrevistas a sociólogos e activistas, das reportagens de investigação feitas pela própria rádio. Percebe-se cada vez melhor a predilecção de alguns ( e algumas) jornalistas pelas colunas de opinião, pela fofoca política e pelo jornalismo de causas. Parvos e parvas é que não são.
MICROCAUSA: Desistindo, exausto e derrotado, de saber o que é um felino colopêndio (terá o Colopêndio do outro Vicente ainda alguma relação, para além da cauda pendida, com o Leopardo?), proponho, ansioso, uma ponte que me religue à Humanidade: poderá a Sagres, depois de passado esse evento telúrico que dá pelo nome de Mundial 2006, prosseguir na produção da Sagres Selecção (Receita Especial), que é seguramente a melhor cerveja que já se produziu em Portugal e, esta sim, provavelmente, uma das melhores cervejas do Mundo?
ASSIM FALOU O FELINO COLOPÊNDIO: Na Romagem d'Agravados, Gil Vicente põe na boca do fidalgo :
"Quando falo, estou calado; quando estou, entonces ando; quando ando, estou quedado; quando durmo, estou acordado; quando acordo, estou sonhando; qundo chamo, entam respondo; quando choro, entonces río; quando me queímo, hey frío; qunado me mostro, m'escondo; quando espero, desconfío;"
O tigre do Calvin podia ter escrito isto, mas o verdadeiro leopardo é o antigo ourives de D. Leonor.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.