UMA SUGESTÃO DO FNV JUNIOR: O Benfica jogará com o Belenenses na primeira parte e com o Gil Vicente na segunda.
posted by FNV on 11:03 da manhã
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UMA PREVISÃO: As informações são escassas e quase nada de jeito está on-line, é certo. Seja como for, arrisco que Cuba fará a transição para uma democracia burguesa nos próximos 8-10 meses. Alguns pretendem demonstrar a podridão autoritária desejando que ela dure mais um pedaço, mas eu acredito em valores mais altos. Acredito que alguns carrascos se regeneram e, sobretudo, acredito na vontade das pessoas em viver melhor. Como liberal à moda antiga, acredito que que os povos aproveitam todas as oportunidades para se desembaraçar dos opressores. Acredito que os cubanos não são diferentes dos outros.
VIVA LA PEPA! Uma crónica antiga de Vila-Matas desenterrou um pedacito de História que a minha cabeça ligeira há muito havia esquecido: relata um almoço no qual Miró, até aí calado como era seu hábito, remata com um brinde: "Viva La Pepa!". Será também o meu remate de futuras refeições sombrias. Os espanhóis faziam um trocadilho com o nome da Constituição de Cádiz, aprovada no dia de S. José ( 19 de Março de 1812): "Pepa" em vez de "Pepe Botella" ( José Bonaparte). E com esse grito se atiraram aos franceses.
EFICÁCIA: Deve reconhecer-se, sem rebuço, a vitória da propaganda. Durante todo este tempo ninguém viu uma única imagem de um soldado do Hezbolah, de um lança-mísseis do Hezbolah, de um quartel do Hezbolah. Israel esteve mais de um mês a combater civis inocentes, pontes, estradas e hospitais.
posted by FNV on 11:37 da tarde
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CÁ PARA MIM: Plutão foi mas é apanhado a fumar.
posted by FNV on 11:32 da tarde
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MANÍACOS: Ouvido na fabulosa "Bancada Central" ( na qual participei em tempos que já lá vão), acerca do sorteio de grupos da Champions League: "O Sporting foi prejudicado enquanto o FCP e o Benfica foram beneficiados". Num sorteio! Começam cedo.
posted by FNV on 9:01 da tarde
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DESPREZO: A verdade, porque não tem valor facial; a beleza, porque não se compra; a honestidade, porque dá muito trabalho; a fidelidade, porque é sempre confundida com o sexo; os filhos, porque crescem; o dinheiro, porque nunca é suficiente; os leões, porque roubam a carne aos leopardos.
posted by FNV on 8:43 da tarde
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LETRAS & BALAS (III):Hanan al-Shaykh nasceu em Beirute, é mulher e foi jornalista. Vive actualmente em Londres onde publica coisas que nem sempre agradam aos "partidários de Deus", como foi o caso do "Women of Sand and Myrrh" ( Quartet, 1998) Leia-se um pedacito do My storie is too long to tell , no original "Hikayati Sharhun Yatool " - retratando um tempo em que os libaneses foram invadido pelos turcos que supostamente os iam libertar do jugo colonial francês... O conto foi traduzido por Roger Allen e publicado no Banipal ( nº24/Outono de 2005).
" Mother had been married to a man from a illustrious family in Nabatiyye that allegedly traced its origins all the way back to the Crusaders. The men in the family were renowed for their valour and for wearing golden gloves. Mother's husband however was a muleteer plying between southern villages in Lebanon and the city of Beirut. The two of them had built the house we live in and had four children. They all live happily together till the First World War started. That created a famine because the ottoman authorities cutt off all supplies and sequestered everything. Locusts chewed up every green in the field, Turkey nationalized all the inhabitants, every single man within its starving domains had to join the army."
OS "MAS" QUE CANTAM: Não entendo por que motivo se continua a tentar explicar o que o Hezbolah é. Ou o IRA, a ETA, as milícias sérvias e o Sendero Luminoso. Desde os anos 60 que qualquer grupelho sanguinário beneficia da compreensão dos valorosos defensores da liberdade (modernaços mas herdeiros de tradicionalíssimas organizações como, em Portugal, os defuntos UDP e PSR) . Se e quando parcimoniosamente criticados, os sanguinários têm sempre uma justificação: foram criados pelos americanos/ ocidentais/neo-colonizadores ou por causa deles. Claro que se a coisa envolver os infames judeus a festa está garantida, até porque nessa altura os valorosos defensores da liberdade recebem uma substancial ajuda de outras distintas famílias. Idem para os regimes: Fidel não fez mais por causa do embargo americano, o PCP ainda anda a discutir se a Coreia do Norte é ou não uma democracia entalada pela "globalização capitalista", e sobre o que ainda há 20 anos se passava na Europa não vale a pena estar sempre a falar. Francamente, é simples.
DESCASCANDO MELANCIAS: A srª Gertrudes foi durante 40 anos uma acérrima defensora da penalização do aborto. Católica convicta, mulher de direita, desancou sempre naqueles que não respeitam o sagrado direito à vida e que incensam a sociedade hedonista e egoísta. Num livro recente admitiu ter feito um aborto aos 17 anos "porque namorava com um rapaz sem perspectivas de emprego e dado à bebida". A srª Gertrudes, como seria de esperar, beneficiou da compreensão dos militantes prò-aborto, seus adversários todos estes anos: "um erro de juventude perdoa-se sempre e confessar agora só lhe acrescenta grandeza", têm afirmado.
DESABAFOS DE FÉRIAS V: As férias também são tempo de modorrar em frente à TV, tentando recuperar o que perdemos ao longo do ano. Na SIC passa, com calendário aparentemente irregular, uma série holandesa de entrevistas sobre o tema "On Beauty and Consolation". O conceito é atraente, o interesse das entrevistas segue os termos do calendário (até agora, prendeu-me só, e muito, a de Vladimir Ashkenazy). On consolation: Simão volta a não sair do Sélebê. Quem diria, hã?
DESABAFOS DE FÉRIAS IV (OU DA INVEJA BRANCA): As férias também o são das emoções. A única emoção que procuro neste Agosto é um robalo com mais de um quilo na outra ponta da linha. Mas hoje senti uma inveja branca quando vi ser aplaudido de pé, no Estádio de Alvalade, o maior jogador português que vi verdadeiramente visto. Jogando pelo adversário. E, nele, todo o drama do robalo fora da água: por que raio é que um génio da bola tem de saber dizer coisas inteligentes, de improviso, para quarenta mil pessoas, por que raio havemos de sorrir quando diz que "nunca deixou de sair" de Alvalade, por que raio tem de ensaiar uns saltinhos de rabo no banco quando a câmara está apontada. Inveja, sim, e muito pura. Que pena não ter nascido na Areosa, este robalo de uma tonelada.
posted by PC on 11:40 da tarde
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GESTALT: A Paz parece beneficiar de uma estranha inversão da prioridade lexical sobre a Guerra. Ninguém faz "manifestações pela Guerra", ninguém se reclama de "belicista" ; não se fazem "conversações de Guerra", não existe o Nobel da Guerra nem existem "forças de manutenção" da Guerra. Dir-se-ia que ela, a Guerra, só existe nas nossas cabeças.
posted by FNV on 12:16 da tarde
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GENTLEMANS: Uma forma evidente de reduzir a sinistralidade rodoviária passa por proibir as mulheres de conduzir. O automóvel é um produto da sociedade de consumo capitalista e dá cabo do buraco de ozono. Protestos? Tirando ( algumas) mulheres, não vislumbro nenhuns. E sempre nos aproximávamos de culturas alternativas...
posted by FNV on 12:11 da tarde
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POIS É: Com que então a grande contratação da RTP, o Gato Fedorento, agora vai para o ar às duas da matina? Pois vai e bem: aquilo tem tanta graça como o Badaró.
posted by FNV on 11:18 da manhã
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LETRAS E BALAS (II):Joumana Haddad é tradutora e editora de cultura no jornal libanês An-Nahar. Vive em Beirute, tem um blogue ( www.joumanahaddad.com, com textos em português), escreve poesia e o tom geral é um bocado piroso. Ainda assim, este texto que ela publicou numa cooperativa de tradutores on-line pergunta bem: Quanto pesa um coração? Ora vejamos:
" At the risk of sounding sentimental and silly, I repeat : pack my fast-beating heart and take it with you, dear Ala, Abed and Mansoura. I' ve been meaning to get myself a new heart anyway. A lighter kind of heart. A heart that its not jammed with stings and tenderness, with dreams and bitterness, with devotion and panic. A heart that is not fragile, nor unnecessarily sensitive; not defenseless, nor blindly optimistic. A heart that weights nothing. Almost. "
ERVAS PERIGOSAS: De pouco terá valido a Cristovão da Costa e a Garcia da Orta terem descrito, há mais de 400 anos, as propriedades da datura. Este sinceramente vosso também já há anos publicou um pequeno artigo sobre as drogas europeias esquecidas, recebido com tanta indiferença quanta a dos alunos a quem tenta cativar para o tema. A belladona e a datura, comuns na Europa desde a Idade do Bronze ( pelo menos) , dispensariam boa parte da parafernália de drogas sintéticamente duvidosas e outras geopoliticamente causadoras dos maiores dissabores. Enfim, adiante. A planta que o grupo de amigos madeirense utilizou - e que provocou a morte de um deles - tem de ser utilizada com muito cuidado. A origem do nome datura é obscura: tanto pode advir do indiano dhatura, dhat sendo o nome do preparado obtido a partir dela ( Rudgley) como do baptismo de Lineu a partir do verbo dare, significando a oferta de poderes sexuais ( Heiser). Cristovão da Costa, em 1576, alinhava várias designações: datyro ( árabe) datulo ( turco), unmata caya ( no Malabar, unmata siginificando, segundo Rudgley, "loucura divina"). A designação portuguesa actual -erva trombeteira - deve-se à forma em cone das sua flores. Cristovão da Costa já na altura avisava que se tomada em excesso mata. Amato Lusitano, nas suas anotações ao Livro Primeiro de Dióscorides, apontava uma das espécies da datura, a stramonium, como a mais rica em produção de sensações e perigos. E é. A datura mima-nos com três alcalóides: hiosciamina, escopolamina e atropina, cujas propriedades são tantas que seria fastidioso enumerá-las. A beladona, que também apresenta (embora em proporções diferentes) os mesmos alcalóides, já causou diversas mortes em crianças por causa da tentadora beleza das suas bagas. E o problema está precisamente aí: a concentração tóxica varia de planta para planta e o seu efeito no utilizador também, havendo quem tolere mais e quem tolere menos. Lautréamont descrevia Maldoror como tendo a boca cheia de folhas de beladona, e o Conde não é leitura para meninos.
posted by FNV on 11:31 da manhã
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JORNALISMO VERMELHO: Tenho deixado progressivamente de comprar "A Bola" porque gosto de saber o que se passa no Benfica. O jornal transformou-se no orgão oficial do sr. Vieira ( são imorredoiras as reportagens feitas quando Vieira se desloca "ao estrangeiro") Ontem, vi e ouvi o sr. Vieira na TV dizer o seguinte: "O Simão fica e, se na terça-feira estiver em condições, de certeza que vai jogar". Hoje, "A Bola" transcreve: "Se o treinador assim o entender, vai jogar na terça-feira".
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.