A perda súbita transforma o quê? A pergunta é tão ingénua como parece: não transforma nada. Um dia de praia letal, um passeio de automóvel carnívoro, uma queda que confirma a atracção dos corpos pela gravidade; pouco importa, o facto não é novo. O desaparecimento do outro esteve sempre lá, na exacta medida da dependência, da esperança e do medo. É um requerimento mental continuamente actualizado. Uma perda súbita mantém tudo tal qual estava. Não modifica nada, apenas confirma a nossa fragilidade, tantas vezes disfarçada, tantas vezes negada.
O pastor Jeremiah, ex-condutor espiritual de Obama, voltou a repetir: " O 11 de Setembro foi uma retaliação pelo terrorismo que a América pratica". Gosto deste pastor. Não se refugia na ladainha cobarde e hipócrita que jura que "os EUA usufruiram de um grande capital de simpatia a seguir aos atentados, que depois desbarataram com a invasão do Iraque".
Tempos difíceis, menos escrita. Publicarei, quando puder, as primeiras edições de um projecto antigo: um pequeno dicionário on-line da História das Drogas.
E AGORA PARA DUAS COISAS COMPLETAMENTE DIFERENTES:
Excelente artigo de Rui Tavares, no Público, desmontando o tremendismo de Vasco Pulido Valente; inclassificável, literalmente, a entrevista de Cunha Vaz, também no Público.
posted by FNV on 12:54 da tarde
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NÃO PRECISAM DE NOS AGRADECER: O vosso problema é que a segunda equipa do FCP chega e sobra para a segunda equipa do campeonato.
INCRÍVEL: Como o Guimarães se deixou golear por 0-5 contra um Porto light, facilitando a vida ao Sporting e ao Benfica. Alguém devia investigar.
posted by PC on 10:30 da tarde
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BRIOOOOOOOSA: Oiço na rádio que a Académica assegurou o sossego com mais um tri (não tão alegre como o anterior mas um tri é sempre um tri). Afinal, aconteça o que acontecer a partir de agora, a minha segunda-feira vai ser festiva como as outras.
posted by VLX on 6:54 da tarde
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SEGUNDA-FEIRA COMO OS OUTROS...: Os azuis tiveram imenso azar ontem e jogo de hoje não se decide. Algo me diz que ainda vou ter uma segunda-feira tristonha como a da maior parte das pessoas. Bem... também nem tanto.
posted by VLX on 6:39 da tarde
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CAPRICHOS DE PLUMA: Leio a cronista do Expresso, na Única, que nos diz ter ido em tempos a um congresso do PSD. O «lugar era o Pavilhão de Santa Maria da Feira, um desses lugares inóspitos e periféricos, servidos por auto-estradas desertas, exemplo de tudo o que foi mal feito no plano de desenvolvimento regional.» Esta pequena frase, carregada de autoridade e certezas, revela a um tempo não só ignorância geográfica e histórica como também evidencia o umbiguismo lisboeta e o desconhecimento de tudo quanto passa daí e, ainda e principalmente, a leviandade com que às vezes se atiram as ideias. Santa Maria da Feira é uma terra carregada de História, a meio tempo entre o Porto e Aveiro. Não teve de ver o seu nome alterado, abrilhantado, como algumas povoações periféricas da capital. Aliás, nada tem de inóspito nem de periférico: possui uma cultura própria, um meio empresarial e industrial próspero, uma identidade. Nunca esteve, nem hoje nem na altura do congresso a que Ferreira Alves se refere, servida por auto-estradas desertas, exemplo de errados planos de desenvolvimento regional. Santa Maria da Feira teve a sorte de se encontrar no fim do primeiro troço da auto-estrada Porto-Lisboa (na perspectiva de Clara Ferreira Alves, na última saída da auto-estrada do Norte, antes de se chegar àquilo, como se chama?, a Câmara do Meneses... Gaia!, é isso!), a A1 passa por lá. Convirá lembrar que esse troço da A1 foi construído ainda na década de 70 e, atenta a AE de que falamos, não me parece que isso tenha ocorrido ao abrigo de qualquer "plano de desenvolvimento regional", bom ou mau. Agora há uma via rápida (que o governo quer rebaptizar de auto estrada para poder cobrar as portagens que tinha prometido não cobrar) que vai de Gaia a Aveiro e passa por lá perto, mas nunca nenhuma das duas vias esteve deserta. Recentemente, o troço da A1 entre Gaia e Santa Maria da Feira foi alargado para três faixas e, mesmo assim, o trânsito é imenso. Se Clara Ferreira Alves quer ver o que são auto-estradas desertas, sugiro imensas à volta de Lisboa, Torres Vedras, Benavente, Salvaterra, Óbidos, etc., etc.. Como são perto do umbigo, imagino que não sejam lugares inóspitos nem periféricos, alguns são bem bonitos, o passeio é agradável e quase não há trânsito.
PS: declaração de interesses - nada me liga a Santa Maria da Feira.
Por que motivo uma mulher prepotente haveria de ser diferente de um homem prepotente? Seja como for, o mundo agora é delas. É um mundo cada vez mais limpo, arrumado e justo; e também chato como o caraças.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.