2) Uma vez tive um furúnculo ao qual, por distracção, dei imenso tempo. O staphylococcus aureus (agora obriguei os meus filhos a designar assim o Roberto) é uma bicheza que fica atarrachado à pele, não se mexe e tem uma cabecita corada que apetece esmagar. O esborrachar guardamos para os que dizem que temos de dar tempo ao staphylococcus robertensis ( como diziam do balboensis).
3)Balboar. Comprar bons laterais? Náaa...isso é para amadores. Dificil é comprar bem nas reservas do Rayo Vallecano. Vão ver.
4) Ouço as declarações de JJesus Pinheiro de Azevedo: no pasa nada, há uma cabala contra o Roberto. Esta palavra faz perigosamente lembrar cabazada e caballo. JJPA quer afundar-se. Está no seu direito, claro, mas para isso podia ter escolhido o Sportingue.
5) Tribunal plenário para apurar meticulosamente os contornos de uma certa transferência bancária para um certo banco espanhol onde estará uma conta de um certo clube madrileno.
O nome da série ( um simples exercício académico há muito planeado) não implica uma colagem nem um regresso ao passado, mas não esconde a impressão do autor: começa a respirar-se um ar pesado que recorda o período entre guerras: ressurgimento e recomposição do nacionalismo ( desde 1990) e das velhas fronteiras , crise financeira e económica, alianças tácticas entre totalitarismos ( fascistas, comunistas e, agora, islamitas radicais), minorias étnicas desprotegidas, crise da democracia parlamentar ( após os anos de engorda da UE). Esta semana foi comentada a decisão de Sarkozy ( um show off inconsequente) de deportar ciganos: famílias, grupos inteiros, velhos, novos, culpados e inocentes. É bom notar que todos repararam na França , mas pareceram esquecer a Hungria ( os vídeos aí em baixo estão à vossa disposição). Os próximos serão, provavelmente, os judeus, antiga fatia da Lucken-Positionen, como cravou Marx. Para os mais novos, que julgam que foi só Hitler e o século XX, recordemos como Karl Luger, mayor de Viena, se referia a Budapest - 45% de jornalistas judeus, 49% de médicos judeus, 24% de professores universitários judeus ( Silber 1992)- no final do século XIX: Judapest.
Ontem, no meu gabinete, esteve sentada à minha frente uma figura familiar. Tem entre 20 e 40 anos e vive no país do TGV, do Allgarve, do pão sem sal, do enxame de auto-estradas, do Magalhães, das energias renováveis e do ensino compreensivo. Não obstante, é regularmente espancada pelo marido*. Ao longo dos últimos anos, esta figura familiar fez crescer no terapeuta uma neoplásica irritação. Aqueles porcos impedem-me de trabalhar, infernizam a vida dos filhos e matam, lentamente ( ou de uma vez) , as mulheres que os escolheram. As orgulhosas organizações católicas - pró-vida e pró-família - podiam ir para o terreno ? Podiam.
* esta aparente contradição será objecto de um futuro texto.
posted by FNV on 10:44 da manhã
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O DIÁRIO DE BAZAINE (II):
Nunca mais acama. Usa os colarinhos apertados e há muito que caminha sobre andas invisíveis - ajustes exclusivos de quem tem mais de 80 anos. No outro dia, ao balcão da pastelaria, sobre um saco de croissants, declarou que é da idade da República. Não sei se vos acontece confrontar o vosso futuro com o presente de velhos assim. Não é uma actividade repousante: desejar ( sobreviver) o que tememos ( a decadência).
Prevenção rodoviária. As mulheres passariam a conduzir apenas fora das cidades ( menos rotundas ), os homens apenas nas cidades ( e abaixo dos 50km/h).
posted by FNV on 12:32 da tarde
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A FLECHA DE ZENÃO (IV):
Ângelo Correia explicou aos velhos aprendizes: só lá chegamos em segurança se eles caírem. Com um general vindo da logística ao comando de um preguiçoso esquadrão penne di falco, o velho marechal sabe que tem de ser assim. Pois, mas eles não cairão tão facilmente e Cavaco não facilitará a vida aos pretendentes. Um longo inverno aguarda o corpo expedicionário. Se os velhos aprendizes souberem esperar, como é próprio dos sitiantes, a coisa talvez resulte. Por isso é difícil de compreender a ansiedade esbracejante. Ou talvez não: se apenas salivam com os despojos, cada dia que passam ao frio, e do lado de fora das muralhas, é um dia perdido.
posted by FNV on 12:54 da tarde
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O DIÁRIO DE BAZAINE (I):
Era uma mulher, de quarenta e poucos anos, com aquele ar de vida a meio e uma grande vontade de ser amada com força. Sei que não sabia estacionar e pelos vistos também não sabia cozinhar. Às vinte e duas horas foi à varanda. Estava calor e queria sentir qualquer coisa no peito. Viu o filho, na rua, abraçado à namorada. Largou duas lágrimas, pequeninas e redondas, que apanhou com mão direita. Vemos tanta da nossa miséria na felicidade dos outros.
O segundo filho ( ainda bebé) de Goethe morre. Schiller envia-lhe ( Jena, 20 de Novembro de 1795) um ferro de palmo: O que o pode consolar é que essa morte foi rápida e matou sobretudo uma esperança. Nas mortes lentas dos adultos, preguiçadas em terapias agressivas ou em tubos incolores, a morte também já só mata a esperança. Sim, uma esperança diferente. Com mais cabelo.
1)Dar tempo ao Roberto? Claro que sim. Atleta versátil ( na sua curiosa especialidade). Tenho uma capoeira no pátio que está vaga, o moço pode vir quando quiser e ficar o tempo que quiser. Há moelas.
2) Os chumbergas que gerem o clube , depois de dezenas de milhões de euros gastos, ainda não tiveram tempo para contratar dois bons laterais. Mas têm arte ( e comissões ?) para ir buscar o terceiro guarda-redes do Sobrinho da Tia Lola.
3) David Luiz está inchado de soberba e violência. Alguém lhe explique que o SLB não é uma casa de alterne nem ele tem o apelido Alves.
4) O Peixoto. Sim, há jogadores parecidos na terceira divisão da Bolívia. Acontece que estamos na Europa e só na bagalhoça o podemos imaginar vestido com a nossa camisola.
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