IMAGINE: Pedindo licença a John Lennon, imaginem que os acontecimentos em França eram comentados com a mesma subjectividade com que foram comentados os tumultos de Los Angeles, ou as condições de vida da maioria das vítimas de New Orleans, ou a rapidez da actuação dos meios de socorro. Imagine que era a administração Bush a falar sobre a "canalha". Já agora, please imagine que era essa mesma administração a limitar o "direito de reunião"...
LEI & ORDEM: O que tantos ansiavam, aí está: a coisa está, para já, controlada. Não compreendo no entanto muito bem que tal seja motivo de grande discórdia, ao ponto de ser erigido em argumento principal. Só um desmiolado pretenderia que a polícia e as medidas excepcionais não surgissem num quadro excepcional de crime. Arrumada a questão, fica o resto: estudar, compreender, prevenir. Só um desmiolado julga que 12.000 polícias podem estar eternamente na rua; ou que medidas excepcionais podem ser a regra.
posted by FNV on 7:35 da tarde
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"CHICO-ESPERTO": O Presidente Sampaio alertou recentemente para o "chico-espertismo" na sociedade portuguesa. Não deixa de ser curioso que o faça no final de um mandato que alcandorou o chico-esperto à condição de português-tipo deste início de século. É certo que o presidente não governa. Também é certo que muito do que ocorreu nos seus mandatos teve origem em data anterior. Mas, a verdade é que muita coisa aconteceu debaixo do seu insensível nariz durante os últimos dez anos. O chico-esperto, que apenas conhece direitos, prospera na impunidade, na cunha, na desresponsabilização, na ultrapassagem pela direita, na negociata sem factura, no arranjinho político e no total desrespeito pelos outros (bananas). É fácil reconhecer que este perfil é mais comum actualmente do que há dez anos atrás. Penso que o Presidente Sampaio não teve firmeza perante a degradação do ambiente social, do lamentável corporativismo que o mina, da educação moribunda e da justiça (?) que não funciona - pelo menos, para a maior parte das pessoas. No que toca directamente à política, ígnorou o abastardamento das instituições - cujo auge foi a negociata parlamentar do "orçamento limiano" - parecendo refém dos maiores partidos políticos (com especial incidência no seu!), cujos lideres ganharam as últimas legislativas mentindo deliberada e descaradamente nas respectivas campanhas eleitorais. Mas, pior do que tudo, é o facto do tal chico-espertismo se ter tornado o comportamento dominante. As pessoas admiram e copiam o chico-espertismo bem sucedido, como se comprovou nas recentes eleções autárquicas. Pode avaliar-se a actuação de Sampaio caso a caso, se agiu bem ou mal em cada ocasião ou se foi, pura e simplesmente, ultrapassado pelos inexoráveis acontecimentos. No entanto, o balanço dos seus mandatos é indissociável da comparação entre o país que encontrou ao assumir a presidência e o país que agora nos deixa.
posted by Neptuno on 7:12 da tarde
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RIZOMAS: Em Março deste ano, Villepin anunciou a criação de uma fundação que coordenará, "livre de toda a opacidade", a gestão dos dinheiros destinados a ajudar as actividades oficiais das comunidades muçulmanas. Quem acompanha estas coisas sabe muito bem que um pouco por todo o lado, sobretudo depois do atentado de Atocha, começou a prestar-se muita atenção aos dinheiros muçulmanos aparentemente legais. Neste artigo - oumma.com/article.php3?id-article=1436 - escrito na mesma altura, Ali Rahmi, porta-voz do CMF ( Collectif des Musulmanes de France), protestava veementemente. Dizia Rahmi que a medida iria na prática nacionalizar os fundos e desmotivar os agentes privados. Mas dizia sobretudo que a medida exprimia a "islamofobia oficial" em França.
posted by FNV on 12:01 da tarde
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CRISE DE VALORES: Vitor Baía revelou que foi benfiquista até aos 14 anos, por influência do pai.
A LESTE NADA DE NOVO: O governo francês anunciou a adopção de várias "medidas sociais" como um dos meios de superar a crise que abala a République. Cada um sabe de si, mas, vista de fora, a iniciativa parece má. Desde logo, porque, anunciada nestas circunstâncias, enche a barriga de gozo aos palermas que gostam de criticar qualquer iniciativa social, seja ela qual for, só porque é "social": lá vem o discurso irónico - e ignorante - acerca de Rousseau, do bom ladrão, da necessidade de diálogo e compreensão, etc. Aqueles que nunca perceberão que a pacificação social favorece, sobretudo, os proprietários dos carros. Adiante. Depois, num plano puramente estratégico, porque cria um precedente perigoso. Por último, a decisão do Governo francês não deixa de ser repugnante, na medida em que, tomada assim sobre o calor dos acontecimentos, traduz o seguinte pensamento implícito: foi preciso tudo isto para que nos déssemos conta da vossa existência, foi preciso tudo isto para que nos sentíssemos obrigados a olhar para lá do périphérique. Cada grupo social continua a estender a sua força até onde os restantes o permitem. Como alguém disse no século XIX, é um fenómeno que faz parte do sistema.
posted by PC on 1:52 da manhã
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O NEVOEIRO: Dissipa-se, inevitavelmente. Afinal os perigosos bandidos que deveriam ser varridos à martelada são cidadãos franceses a tresandar a leite. Afinal o "desemprego" e a "ausência de oportunidades" é capaz de não ser um grande problema aos 14 anos. Pode ser que agora se possa pensar.
posted by FNV on 1:02 da manhã
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POUCA -TERRA: Tinha quatro anos quando foi escolhida da ninhada - olhe Sr.Dr., tirei-lhe uma mão cheia de piolhos - e consta que a dona-parideira disse à futura mãe, não leve esta que é muito teimosa. E é, de facto. Hoje quer ser hospedeira de bordo, mas a mãe adoptiva, a que a foi buscar à ninhada piolhosa, quer a miúda com uma licenciatura. O aborrecido disto tudo, é que mãe adoptiva, antes de o ser, tinha um filho que morreu à beira de entrar na faculdade. Ou seja, o destino é um comboio atrasado.
posted by FNV on 12:45 da manhã
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GPS's sff: De manhã ouço na rádio um militar pré-sindicalizado a explicar o percurso da manifestação: a gente vai por ali, segue por acoli, óspois havemos de ir dar a qualquer lado. À noite vejo e ouço na TV os estudantes manifestantes, concentrados em Lisboa, vindos de todo o país mas acocorados numa deprimente e frugal milena. E vejo-os divididos entre a facção que quer ir para a frente do ministério e a que quer "cumprir a agenda do PCP" ( assim mesmo, dito por um deles, descontente com a desorientação) defronte da AR. Bem fiz eu, nos meus tempos de estudante, apesar de ter faltado ao almoço familiar das quintas-feiras ( rissóis de camarão da costa feitos pela cozinheira lá de casa, a Florinda, que me iniciou na coisa culinária) para me meter numa camioneta com o objectivo de ir esperar o ministro Seabra a Penela. A razão do protesto era o aumento do preço das refeições nas cantinas: como facilmente se depreende, fui desinteressadamente e não como "excluído". A viagem foi curta, da manifestação não sei nem nunca soube, mas os queijinhos do Rabaçal ( é ali perto) já ninguém mos tira.
TUDO ACABA ONDE COMEÇA: Nessa noite, estava num qualquer hotel duvidoso em Atenas. Só soube na manhã do dia seguinte, desconfiado da realidade e preocupado com as propriedades alucinogéneas do horrível ouzo. E agora, que vi este post do Gabriel - sempre com aquela simplicidade aguda ("na veia", diriam os brasileiros) -, revivi a vontade súbita de perder o vôo de volta para Portugal e apanhar o comboio para Berlim, onde vira, meia dúzia de anos antes, as lápides da vergonha fratricida. Em algum momento da vida, todos gostaríamos de ser berliner.
posted by PC on 11:26 da tarde
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NTUXPA HAMONÔTÔ: Caso ocorresse em Portugal o incêndio de carros em catadupa, como acontece em França, penso que haveria uma guerra civil. Pode haver desemprego, descontentamento, uma justiça que não existe, podem maltratar a mulher, raptar os putos, pegar fogo à casa, roubar a carteira ou mesmo esgotar a cerveja mas... não toquem no carrinho.
DO PUDOR: Pode ser saudável mudar de opinião, de mulher ou de partido; até tenho um amigo que mudou de clube na idade adulta. Na esmagadora maioria dos casos que conheço (esse meu amigo é uma excepção) , as razões da mudança são boas, ou, ao menos, compreensíveis. Mas já me faz muita impressão que, por alturas da mudança, se diga o piorio da ex-mulher para provar o amor verdadeiro à nova paixão. Sobretudo quando nada se espera dela.
ROTINA: Chuva, trânsito, levar miúdos, chuva, trânsito, trazer miúdos, fazer o jantar, deitar miúdos, arrumar a cozinha. E inventar, inventar sempre. Lá dizia o Saint-Just, em tempo de inovações, é perigoso tudo o que não for novo.
posted by FNV on 7:06 da tarde
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INQUÉRITO SOBRE A HUMANIZAÇÃO: Pretender humanizar bidonvilles modernos ( os bairros sociais) é o mesmo que pretender humanizar a guerra nuclear. Um livrinho já muito antigo ( The Religion of Java, UCP,Chicago,1959) estudou a religião numa parte da Indonésia; entre outras coisas, estudou a coabitação, numa zona de Java, entre: descendentes da antiga elite holandesa e do seus aliados aristocráticos locais, os Prijaji, com bons empregos na administração central, culturalmente evoluídos e professando uma religião de características mistas hindu-budistas; os Abangan, sobretudo camponeses e ligados a antiquíssimos rituais animistas; os Santri, comerciantes e lavradores ricos que já foram a Meca, cultores de um islamismo purificado. Clifford Geertz, o autor do estudo e durante muitos anos professor em Princeton, acabou por elencar factores que tendem a exarcebar ou a moderar o conflito entre estes três grupos. No grupo dos factores "maus", para além dos óbvios - desconfiança básica, por exemplo - um é particularmente interessante:
* a necessidade de bodes expiatórios que suportem a tensão gerada por uma mudança relativamente rápida do sistema social.
No grupo dos factores "bons", também para além dos evidentes - a partilha, apesar de tudo , de uma cultura comum - este é digno de nota:
* o facto de os padrões religiosos não revestirem directa e cruamente as formas de vida social, antes aparecerem indirectamente, subtilmente; isto possibilita um equilíbrio entre os vários compromissos - religiosos, de vizinhança, laborais, etc. - de forma a que desse equilíbrio nasçam vários tipos mistos de grupos e até de indivíduos.
posted by FNV on 4:06 da tarde
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ENTRETANTO: Leiam-se os comentários ao post "Youth, Poverty, Despair", afixado ontem no www.angryarab.blogspot.com: a culpa é da América de Bush. Mas também se pode ler no www.Al-Qaria.net.blog, um post onde a frase do Corão é ligeiramente retocada: "one night of power is better than a thousand months". Noutro plano, um artigo de Amirah Ibrahim, no Al-Ahram, um jornal egípcio on-line, sobre a vedação de arame farpado que está a ser construída em redor da estância turística de Sharm El-Sheik. Terá uma extensão de 20km e cortará ao meio a povoação de Al-Ruweisat. O objectivo é prevenir ataques terroristas e assegurar a sobrevivência da estância, logo, o emprego da população local. Parece-me que as dúvidas levantadas por aquelas bandas são justificadas: as comunidades beduínas vizinhas da futura vedação não estão lá muito convencidas. É que um homem não pode viver só de pão.
posted by FNV on 10:58 da manhã
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SHAHIBA : Significa juventude, intifada tem raiz em nafada, "abalar", daí talvez a associação de intifada com romper, livrar-se de algo, talvez crescer. Seja como for, a intifada foi muitas vezes enquadrada como um movimento cultural ligado à recusa de viver sob ocupação israelita. Tal visão impede a possibilidade de uma intifada poder parar, pois tal implicaria a existência de um manipulador atrás do pano que a fizesse parar. Esta era a análise do gate-keeper da intifada nos EUA, Edward Said, que numa entrevista dada em 1992 e publicada em Power, Politics, and Culture, (Vintage, Nova Iorque 2002), sublinhava que também seria uma ingenuidade olhar a intifada apenas como a revolta da sahiba com as pedras na mão. Do ponto de vista da vontade e do número, estes movimentos islâmico-franceses poderão significar "uma recusa de viver sob ocupação". Mas como, perguntará o leitor, se o território é francês? Tem a certeza?
UM CONCEITO PÓS-MODERNO?: Ó PMF, essa não percebi: o que seria, exactamente, "uma espécie de Maio de 68 magrebino"? De comum não terão, apenas, a violência e a geografia? Ou o que se passa agora em França também se pode qualificar como uma espécie de poll tax riots - em versão magrebina?
NÃO VOS DEIXEIS ENGANAR: A globalização, o modelo neo-liberal, o comércio livre, a exclusão racial tipicamente norte-americana, etc., etc., voltaram a atacar, desta vez na banlieue das cidades francesas, onde infiltrados da CIA (ou da MOSSAD) e (malgré lui) o agente do "law and order" Sarkozy desencadearam distúrbios para tentar provar à intelligentsia europeia que a opressão e a revolta não existem só nos EUA e no Médio Oriente. Mas não o conseguirão ! (posso garantir)
ET MAINTENANT...: Em Julho passado, depois dos atentados de Londres, a grande preocupação do Sr. Sarkozy era suspender os acordos de Schengen e reinstaurar os controlos fronteiriços para garantir a segurança da França. Agora que tem um verdadeiro problema, evoluiu para o conceito mais popular de "varrer a escumalha". Não se sabe ainda para onde, nem se a "escumalha" varrida terá de mostrar o passaporte - francês - na fronteira.
posted by PC on 8:07 da tarde
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NOTAS DA JORNADA: César Peixoto é um guarda-redes que se sai bem às bolas perdidas; Rui Nereu vale por dois, o que é uma maçada porque assim o adversário está sempre em posição regular; razão tem a FIFA, quando nos seus regulamentos não obriga à colocação de redes nas balizas, disposição que se destina a permitir a realização de jogos oficiais em Bujumbura, ou noutros sítios exóticos, como o estádio de Alvalade.
posted by FNV on 12:26 da tarde
#A PENA E A ESPADA: Tenho acompanhado com interesse a discussão do estilo marcação cerrada que nos blogues e nos jornais se tem feito sobre os motins franceses, e tenho-a acompanhado também na blogosfera islâmica, ainda com mais interesse ( o www.islam.online.net.com. é um dos bons pontos de partida). Nos nossos blogues e jornais parece que a coisa está do género "quem não é por nós é contra nós". Dito de outro modo, está tudo explicado: ou aquilo não tem nada que ser estudado ( é tudo sociologia barata), ou então só pode ver visto pelo ângulo da sacrossanta culpa ocidental. Permitindo-me variar, sublinho um aspecto curioso: ao contrário de muitos dos países de origem dos pais dos amotinados, a França é um lugar de livre expressão, mas registe-se que o meio utilizado não foi, digamos assim, o da palavra. E isto é crucial. Já aqui tenho trazido o caso da blogosfera iraniana, e no Finantial Times de hoje podemos ler um artigo de Nasrim Alavi sobre o assunto, e sobre o blogger iraniano que desencadeou o movimento how-to-blog em Farsi. Noutro local, no www.altmuslim.com, aparentemente longe do tema dos motins, Havva Gunney-Ruenbenacker publica um texto de crítica aos que entendem - como Ayaan Hirsi Ali - que o Corão passa um cheque em branco aos tradicionalistas para tratarem desumanamente as mulheres muçulmanas. A guera civil começa por vezes muito longe da primeira barricada, e 20 milhões de muçulmanos no espaço europeu são uma boa razão para nos lembrarmos disso.
UMA COISA É CERTA: Sem Simão, a equipa fica muito equilibrada.
posted by PC on 10:22 da tarde
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O CANDIDATO DA DIREITA: É difícil escrever sobre algo que (ainda?) não existe e, por isso mesmo, esta posta limita-se a constatar a luta entre três candidatos da extrema esquerda, um poeta (igualmente permeável a certas ideologias de outrora) e um auto-proclamado social-democrata que, tirando a pose, nunca fez nada que um governo socialista não fizesse.
posted by Neptuno on 9:40 da tarde
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AROMAS: Dizem que o melhor é o de um bom pão de quilo a acabar de cozer, ainda fumegante e estaladiço. Não tenho a certeza. Sair do quarto bem cedo e sentir logo, lá em baixo (mas a subir rapidamente pelas escadas), umas torradinhas acabadinhas de fazer é sublime. Parece que já trazem manteiga. Fundamental que a atmosfera traga ainda o chilrear de uma qualquer coisa ao lume, uma cafeteira ou algo do género: sentir a essência de leite gordo a ferver, carregadinho de nata, mesmo para um não bebedor do mesmo é fabuloso. Ou o cheiro profundo do salgado do mar, numa praia ventosa e com o mar em fúria, a salpicar na cara. Simplesmente adorável é o cheiro da terra seca molhada, principalmente se num agreste fim de tarde, em Agosto, em pleno e deserto Alentejo. Há fragrâncias maravilhosas que povoam os recantos mais profundos da nossa memória e nos fazem sentir sempre bem, como a de um bebé acabado de sair do banho, devidamente untado sem avareza com a velhinha e clássica água de colónia Johnson. Ou, em oposição, o encantador pivete de um estábulo cheio de bois e palha seca. Verdadeiramente estupendo é o perfume do pisar do vinho, em particular, e dos bons vinhos em geral, o de uma velha adega - sempre belo - ou o da primeira lareira crepitante de Outono (também associada a torradas e compotas), acendida com pinhas velhas (nunca acendalhas!). O fumo de um bom charuto ou o voluptuoso aroma de um excelente tabaco de cachimbo, que me transporta sempre e muito velozmente para a segurança e felicidades da infância, são inolvidáveis. E haverá coisa melhor do que enfiar o nariz num velho armário de bebidas? Sentir aquela deliciosa misturada de odores de madeira e álcool? Ou mergulhar num livro antigo? E fruta verdadeira? É incrível como hoje, nas grandes lojas, se passa pela zona das frutas e não se cheira a nada; mas experimente-se uma velhinha mercearia com uma velhinha merceeira, cheia de fruta bichada, feia e disforme, e experimente-se com tempo o fabuloso bálsamo dos pêssegos, dos morangos, dos figos pequeninos.. que coisa admirável! Aproveite-se a ocasião e dê-se uma valente fungadela junto da broa quente, que está por cima do papel pardo, no canto do balcão de madeira carunchosa. É quase tão bom como o cheirinho de um belíssimo café de balão, quente, demorado e profundo. Ou o do interior de um carro novo. Pequenas coisas que nos fazem ficar felizes.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.