QUESTÕES PRÉVIAS:"O que está em causa no referendo tem obviamente a ver com a lei que já existe"?!?... Porque "está em causa acrescentar uma alínea à lei"?!?... Ó Fernanda Câncio, desculpe que lhe pergunte, sabe com quem está a falar?!?... Se sabe, guarde esse tipo de argumentos para outras plateias que não esta porque esse tipo de coisas envergonha-me, deveria envergonhá-la a si quando as escreve e, acima de tudo, insulta os leitores de ambos os nossos blogues, que contam encontrar neles argumentos com alguma elevação e discussão minimamente séria. Se não arranja razões para as suas opiniões, goze-me à exaustão, ponha a ridículo a minha azelhice em matéria informática, inunde-me de números e estatísticas que eu não possa sequer confirmar porque a Fernanda também não se digna a esclarecer devidamente a que se referem, mas não me venha com coisas deste género. Nem eu nem os nossos leitores merecem estas, como direi?, infantilidades...
AGORA O QUE INTERESSA: Repiso: o que está em discussão não é a lei actual nem ela importa, na discussão do momento; estamos a debater a possibilidade de se poder abortar livremente, de impedir o desenvolvimento de uma vida que se está a gerar e a desenvolver, sem ser sequer necessário invocar qualquer motivo para o fazer. Já percebi que não quer discutir isso, mas é o que eu e o país estamos a discutir e é isso que vai a referendo.
Não subestime o meu conhecimento sobre a matéria, que eu também não subestimo o seu. E não pense que eu confundo o que quer que seja, principalmente números. A Fernanda é que não explicitou devidamente o que estava a falar e tratou de uma coisa no comentário que me fez, e de outra no post que colocou no Glória Fácil. Diga-me de que números é que está a falar e eu apresentar-me-ei a discuti-los, onde e quando quiser.
Agora, repiso também o que já lhe disse: a Fernanda pretendia dar a entender que se fazia diariamente uma enorme quantidade de abortos de fetos "vivos" (obviamente), "humanos" (evidentemente) e "viáveis" (coisa que não é verdade e que a Fernanda corrigiu mais tarde no seu blog). Abortos por causa fetal não são seguramente feitos por serem viáveis os fetos. E num tema desta importância devemos ser rigorosos, não teimosos.
Sobre o debate de que fala não comento porque não o vi. Mas sobre a Odete Santos sempre posso dizer que não levo muito a sério os argumentos de que se socorre. Há dias vi-a na SIC a defender que o aborto não tinha nada de traumático, e via-a ainda a defender que o aborto era necessário porque o patrão, perante a mulher grávida, podia não lhe renovar o contrato se ela não abortasse. Deve ter sido a única vez que a Odete Santos ficou do lado dos patrões, mas para isso teve de sacrificar um ser inocente que não teve culpa de nada. Com argumentos deste tipo, não me parece que vão muito longe, desculpe que lhe diga.
Não ponha no meu teclado palavras que não escrevi. Nunca me ouviu nem nunca me ouvirá (ou lerá) a dizer mal das mulheres, que tanto adoro e admiro, ou da sua capacidade de decisão, da sua racionalidade ou o que seja, pelo que também não vale a pena vir com golpes violadores das regras do marquês de Queensberry. O que eu disse, sem generalizações, e mantenho, é que existem pessoas que utilizam e utilizarão com maior facilidade o aborto como método anti-concepcional. Sabe isso tão bem como eu, certamente que lê um Semanário onde ainda há poucas semanas vinha uma reportagem que acabava por revelar serem feitos abortos pelas mais fúteis razões. Não serão todos, mas são muitos e serão muitos mais no futuro, caso a liberalização vá para a frente. E não desconhece certamente as pressões que já existem sobre as mulheres para abortarem, nem o acréscimo de pressão que ocorrerá no caso da liberalização do aborto.
Não compreendi o seu horror aos tapetes de arraiolos. Eu gosto deles, e ao preço a que se vendem parece-me bastante interessante aprender a fazê-los. E, depois, que lhe incomoda que se ajudem as mulheres? Quanto ao "decidir, em consciência e responsabilidade, ter um filho é um pouco mais que isso", apenas lhe digo: e destruí-lo?...
posted by VLX on 7:36 da tarde
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CONSCIÊNCIA SOCIAL: Mergulhado num artigo sobre a corrupção da droga em Shenzen, ouço, de raspão, a brincadeira dos garotos. Diz ele para ela: " Vai então lá às compras mas não uses o meu cartão de crédito porque estou desempregado".
posted by FNV on 7:21 da tarde
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TANTA ASNEIRA: A capa do Expresso sobre as toneladas de heroína que estão prontas a serem "despejadas sobre a Europa ". Os números da produção afegã ( estimada) não são novidade nenhuma - já aqui os referi há mais de um mês - e a conclusão é imbecil: grande parte dessa heroína vai para a Rússia, para o Paquistão, para o Irão e para o Sudeste Asiático. Talvez exista um underlying no título e no conteúdo da peça, mas felizmente não o descortino.
posted by FNV on 4:14 da tarde
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LONGE VÁ O AGOIRO: O inolvidável Rui Gomes da Silva, num almoço de apoio a Luis Filipe Meneses, disse que há dois PSD: " o que é de todos, e o dos intelectuais, que gosta de estar na sede ". Ficamos a saber que o senhor quer um partido de " não-intelectuais ": gente que não leia, não estude, não pense. "Nesse" PSD, Gomes da Silva seria, presumo, uma figura incontornável.
COMO TAMBÉM DE FUTEBOL VIVE O HOMEM...: Hoje realiza-se um derby na capital. Não é um derby à séria, como acontece quando as equipas se equivalem e estão próximas na tabela classificativa; não será um derby emocionante, como acontece quando as equipas atacam vigorosa e corajosamente, sempre à procura de mais e mais golos, não será um derby com defesas extraordinárias, por impossibilidade natural, mas enfim, convencionou-se chamar a isto que eles têm lá em baixo derby e nós cá estamos para assistir, entre bocejos e bejecas.
Estranhará certamente o leitor o meu interesse neste derby verde e rubro, distante e insosso, mas na verdade confesso estar cheio de curiosidade em conhecer o bizarro resultado final que sairá do jogo entre a equipa que ordinariamente só marca um e a equipa que geralmente leva pacotes de três...
posted by VLX on 4:29 da tarde
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RESPOSTA A TERESA: Sobre um recente post meu colocado aí abaixo (Falácia atrás de falácia), comentou Teresa que existiria um "furo", um problema, uma questão mal resolvida que retiraria velocidade à caravana do não (ao aborto), "furo" esse que consistiria na ausência de explicação acerca das razões de exclusão de ilicitude em caso de violação.
Não me parece que tenha razão e julgo antes que navega num equívoco. Hoje em dia, a "caravana do não", como lhe chama, não está a discutir essa situação nem essa situação está em discussão, neste momento e com este referendo. Não está em discussão para os que defendem o aborto livre nem para os que o não pretendem e, não estando o assunto a ser debatido, não vejo que mereça ou exija explicações nem razão para, como sustenta a Teresa, a alegada ausência de explicações retirar velocidade à "caravana do não".
De resto, não vejo sequer motivo para que devesse ser "a caravana do não" a dar qualquer explicação sobre as razões de exclusão da ilicitude nesses casos, mas sim quem fez e aprovou a norma a que se refere.
De todo o modo, tratar desse assunto (ou de outros eventualmente relacionados) num momento em que ele não está em causa só serve para desviar as atenções daquilo que neste momento interessa. Há realmente muita, muita, muita gente por aí que pretende desviar as atenções, criar manobras de diversão, nuvens de poeira sobre este tema - todos os dias vemos isso, nos jornais, nas televisões, nos blogs e nos comentários que são feitos. Mas não devemos deixar de nos concentrar no que está efectivamente em debate: o que interessa hoje é saber se se deve permitir o aborto livre, apenas porque se quer, até às dez semanas de gravidez, ou não. Não foi seguramente o seu caso, mas considero que nuvens de poeira revelam apenas falta de argumentos.
posted by VLX on 4:10 da tarde
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DIA DE BOLA: O novo Procurador-Geral é do Benfica e da Académica. Acho bem: é a melhor combinação possivel, aliás a única. Passo a explicar: Pode ser-se de um só clube nacional ( Benfica , Sporting, ou Académica), de um só clube regional ( Arrentela, FC Porto, União da Madeira) ou de dois regionais ( Tourizense e FCPorto, por exemplo). Mas ser-se da Académica e do Benfica reúne o DNA de dois clubes nacionais, com a particularidade do segundo ser o primeiro de todos. Magnífico.
Adenda: Folheando os jornais descubro que o deputado do PCP Bernardino Soares é do Benfica. Pronto, lá terei de o passar a olhar de outra forma.
A JUSTIÇA DA SEMÂNTICA: Não deixa de ser uma ironia que a primeira batalha interna no grupo parlamentar do PCP nesta legislatura tenha sido travada em nome da ...renovação.
posted by FNV on 4:29 da tarde
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SEMPRE HOUVE " ESPECIALISTAS " CHEIOS DE CERTEZAS: Em meados do século XIX, o Dr. Eliphalet Nott, presidente do Union College ( em Schenectady, Nova Iorque ), explicava que o consumo de álcool provocava a combustão espontânea do corpo humano:
"...these causes of death of drunkards by internal fires, kindled often spontaneously in the fumes of alcohol, that escape through the pores of skin, have become so numerous and so incontrovertible that I presume no person of information will be found to call of their existence into question."
( Edward Behr, " Prohibition: Thirteen Years that Changed America ", Arcade Publishing, 1996, New York)
posted by FNV on 11:53 da manhã
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ORIGINAL: Um criativo acaba de dizer no Fórum TSF isto: " O Vaticano é um dos fautores do capitalismo e portanto promotor do regresso à idade das trevas". Esta gente não leu Marx, mas, inexpicavelmente, adivinha K. Poomeranz: o capitalismo nasceu com a Idade Média, não com a Expansão. Ora toma!
TURQUESAS ( II): A ida de Ratzinger à Turquia não é tão relevante quanto seria a de Ali Khamenei ao Vaticano. Viaja quem precisa.
posted by FNV on 11:59 da tarde
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TURQUESAS: Quando a UE se alargou aos países da ex-Europa de Leste, muitos risinhos de condescendência se abriram sobre os ingénuos ( como eu ) que não percebiam que um sevilhano nada tinha em comum com um esloveno. Se bem me lembro, com a Turquia foi a mesma coisa: a UE perdia a sua " lógica identitária ". Agora Ratzinger falou e a Turquia já é "essencial " à Europa. Deve ser por isso que ele é Papa: para guiar o rebanho.
posted by FNV on 11:46 da tarde
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CARA FERNANDA CÂNCIO, DO GLÓRIA FÁCIL: Realmente, que mundos novos se abriram para mim com a descoberta dos "cliques"! Nem sei como é que consegui viver até agora sem isto!...
Bem... coisas importantes. Sabemos ambos que pretendeu dar a ideia de que bastaria um atestado médico "à la Guimarães" para se poder abortar, e sabemos ambos também que (felizmente, na minha opinião) não é assim. Se for ler com atenção o que escreveu no comentário que me fez, reparará que vinha a falar da permissão do aborto até às 16 e 24 semanas de fetos humanos "vivos e viáveis", dando a ideia de que seriam esses os mais numerosos e que se fariam todos os dias em todos os hospitais e várias vezes ao dia. Sabemos ambos igualmente que não é assim (para "vivos e viáveis" só em dois casos extremos se pode abortar sem punição), e ainda bem que já teve a oportunidade de corrigir os tiros no Glória Fácil, esclarecendo incauto leitor que a maioria dos abortos são por causas fetais (de todo o modo, confesso que não tenho a certeza de que não esteja a incluir nos números que refere os abortos espontâneos - terei de ir confirmar -, o que altera todo o seu raciocínio).
A legislação actual tenta proteger a vida intra-uterina e apenas não pune o aborto em circunstâncias excepcionais. O que se pretende fazer agora é permitir que sem se verificar qualquer circunstância excepcional (porque nem sequer é preciso invocar qualquer razão para lá do "eu quero, posso e mando") seja completamente livre o aborto até às dez semanas.
A isso chama-se, muito simplesmente, liberalização do aborto até às dez semanas e permite que se fale, ainda que seja no limite, em "abortar porque me apetece".
Percebo perfeitamente que não queira discutir neste plano (é chato, não é? também me parece), mas como é o plano em que as coisas estão, se não quer discutir as coisas assim não entre na discussão. Admito é que não tenha percebido completamente a questão em cima da mesa (pois só assim se compreende que insista em querer discutir o que foi aprovado há 22 anos e não o que está hoje em debate).
No mais, e só para sua reflexão, aconselho-a a reler com atenção o que eu escrevi no Mar Salgado (aproveita e sempre se diverte com os posts do Filipe, que são sempre geniais): eu não disse que considerava excepcionalmente justificado o aborto por padecer o bebé (o feto, se quiser) das doenças que refere na adenda ao seu post, eu escrevi que o legislador é que entendeu não punir os abortos nessas situações, o que é bem diferente pois não sou o legislador.
Saber o que eu considero sobre a lei actual seria uma boa discussão e não me importo de um dia a travar consigo, publicamente ou não. Mas como o assunto não está hoje em discussão nem interessa para o debate que se avizinha, nenhum dos dois quer ser acusado de estar a pretender desviar as atenções do que está verdadeiramente em causa e que realmente se pretende discutir, não é?
posted by VLX on 9:07 da tarde
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ANTENA ISLÂMICA: Hoje, duas faces. No Iraque, uma organização ligada à Al Qaeda, a "The Jihad Media Batallion", publicou um guia de 26 páginas destinado a ajudar à difusão da jihad na internet, com instruções específicas sobre como utilizar o Google ( toda a história em www.mypetjawa.mu.nu). Nos EUA, um cidadão de origem argelina, Khalil Bendib, criou um blogue com os seus cartoons ( www.bendib.com), porque entende que o Islão pode ser difundido, sem violência, através do humor. O seu lema é : "The penn is funnier than the sword".
posted by FNV on 12:39 da tarde
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A PROPÓSITO: Já que se anda a discutir a política de drogas, nada melhor do que assistirem ao 2º Seminário Redução de Riscos, que se realizará no Porto, nos próximos dias 6 e 7 de Dezembro. Este sinceramente vosso falará sobre a história dos modelos de controlo dos consumos, e estará muito bem acompanhado por João Goulão ( director do IDT) , Luis Fernandes e Luis Vasconcelos ( investigadores na área dos comportamentos de risco e criminalidade) , entre outros. Inscrições junto da Agência Piaget para o Desenvolvimento.
posted by FNV on 12:23 da tarde
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RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE "f" AO MEU POST "QUE QUERIDOS, QUE FOFOS": Caro "f", raramente respondo a anónimos mas sinto-o tão confundido e baralhado relativamente a um assunto que considero tão sério que sinto obrigação de lhe escrever. Não sei qual a sua especialidade nem o conhecimento que tem do que fala - o crime de aborto - mas não leve a mal que lhe diga que, segundo a legislação actual, não basta, como diz no seu comentário, um simples "atestado médico" para se poder abortar até às 16 ou às 24 semanas. No primeiro caso, o aborto só não será punível se tiver havido violação (para utilizarmos termos simples); no segundo, ele só não será punível se houver motivos seguros de que o nascituro venha a sofrer de forma incurável de grave doença ou malformação congénita, comprovadas ecograficamente ou de outra forma suficientemente segura de acordo com as regras da arte.
Há, por isso, razões específicas (existem outras e outros prazos) para o legislador considerar não punível como um crime aquilo que verdadeiramente não deixa de ser considerado um crime (o aborto). Ao contrário do que afirma, o assunto não é pacífico, não é sequer "aparentemente pacífico"; mas é a lei que temos, porque o legislador entendeu que tamanha aberração e crime (o aborto) só deveria não ser punível em situações excepcionais e gravíssimas, de tal forma que a mulher (e o homem, não o esqueçamos embora ele muitas vezes se esqueça das suas responsabilidades) não fosse obrigada a assumir uma criança nestas condições (*).
Isto é muito diferente daquilo de que fala e de que se fala actualmente, que é a permissividade total de se abortar até às dez semanas sem qualquer razão, excepcional ou não, sem qualquer motivo, apenas porque apetece (não me interessa sequer discutir as outras razões que em concreto se possa ter, basta-me o inacreditável da lei permitir abortar sem qualquer razão, porque quero, porque me apetece, porque me interessa, porque me enganei, porque sim).
Nos termos em que as coisas nos são actualmente propostas, é perfeitamente possível (não há outra forma) falar-se de "liberalização" do aborto e, como estão as coisas, vou mesmo mais longe: de promoção do aborto (**)!
Por fim, permita-me que o esclareça de que aquilo que se pretende perguntar no referendo para se instituir como norma, caso ganhe essa posição, não é que seja a mulher a decidir abortar, ao invés do médico, como candidamente supõe. Primeiro: basicamente o médico não tem nada a ver com o assunto, se não for apenas para declarar o perigo de vida da mãe ou da criança (em última análise, confirmar a violação). Em segundo lugar, garanto-lhe que com a liberalização do aborto - e por estranho que lhe pareça -, a mulher fica muito menos "livre" para decidir abortar. Sendo completamente livre, permitido, e (parece-me que é o que se quer) até aconselhável o aborto até às dez semanas, a mulher fica muito mais dependente e sensível às investidas nesse sentido do namorado, marido, da família ou medo dela, e até dos patrões. Qualquer dia, uma mulher que diga ao patrão que tem de acompanhar o filho ao médico recebe como resposta tivesses abortado, poderias tê-lo feito porque era permitido.
Fica assim o ser humano mais permeável às pressões, venham de onde vierem, aos medos, às fragilidades que a situação pode causar. Fica menos livre para decidir e deixa de decidir com clareza num momento que, para a pessoa em causa, já pode ser suficientemente difícil.
Post scriptum: Custa-me a crer que nos hospitais todos os dias se façam voluntariamente abortos, várias vezes ao dia, mas não tenho aqui comigo dados que me permitam refutar essa afirmação (também indemonstrada). No mais, tenho imensa pena de que não tenha compreendido uma das irónicas mensagens do meu post: pouco me interessa o tempo de gestação dos bichos de que falava; mas são tão queridos, os animaizinhos no ventre das mamãs, não são?
(*) Repare, o que não torna o aborto numa coisa boa. Mas estes temas, a cujo debate não fujo em futuro próximo, levariam muitos posts e não são os que estão em discussão no momento. (**) Julgo que estamos todos de acordo em que o aborto é uma coisa abominável.
Post scriptum 2: Teresa (comentadora do post "Falácia atrás de falácia"): o facto de não ser punível o aborto em caso de violação não torna o aborto numa coisa boa. As horas tardias não me permitem agora esclarecer o assunto mas passe pelo Mar Salgado nos próximos dias.
Post srciptum 3/adenda: foi-me dito aos berros que "f" é Fernanda Câncio, jornalista, e que escreve no Glória Fácil, com link apenas aí à direita porque me esqueci outra vez de como se fazem os links.
ALERTA VERDE COM BOLINHAS VERMELHAS: A Protecção Civil avisa que vem aí o Natal.
posted by FNV on 8:40 da tarde
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PRÉMIOS FNV 2006:
Prémios Absolutos:
Melhor blogue: Mar Salgado. Melhor blogue colectivo: Mar Salgado. Melhor blogue masculino: Mar Salgado. Melhor blogger: FNV ( Mar Salgado). Melhor blogger masculino: FNV ( Mar Salgado). Melhor blogger feminino: talvez um dia, FNV ( Mar Salgado)
Prémios de Consolação:
" Melhor template deitado fora ": aquele do Luis M Jorge ( O Franco Atirador ) que tinha o gajo deitado com a pistola. " La' Illah il' Allah Sócrates Rasul Allah": João Morgado Fernandes ( French'kissin) " Macacos super-eróticos " f., JPH e ASL (Glória Fácil) " Liberal é a tua avó ": Blasfémias " Sou de Coimbra e com muito gosto ": Vital Moreira ( Causa Nossa) " Batman ": Pedro Picoito ( 312 blogues diferentes) " Ao pé de mim o VPV é uma doçura ": João Gonçalves ( Portugal dos Pequeninos) "Tu queres é música ": Carla Hilário Almeida ( Bomba Inteligente)
posted by FNV on 12:46 da tarde
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FALÁCIA ATRÁS DE FALÁCIA: Um grupo de médicos e outros profissionais da saúde apresentou-se à comunicação social apelidando-se pomposamente de "Médicos pela Escolha" e defendendo a despenalização do aborto. Diziam-se dispostos a combater "os enganos" com a sua "experiência científica de profissionais" do sector e pretendiam contrariar a ideia de que o sim ao aborto fosse contra o código deontológico dos profissionais da saúde.
Dissecada a notícia, tentou-se verificar se no discurso dos pretensos cientistas haveria alguma novidade científica que nos fizesse acreditar que não haveria vida intra-uterina naquele período de dez semanas. Debalde. Nem tocaram no assunto. Arrogarem-se da sua experiência científica para combater os enganos foi uma mera tentativa de enganar os jornalistas e a população em geral.
Ensaiou-se depois perceber porque estranho motivo a defesa do aborto livre até às dez semanas não era contra o código deontológico dos profissionais da saúde, mas também não houve sucesso. Devem ter-se enganado (não quero crer que pretendessem enganar-nos duas vezes...): o que os cientistas queriam dizer era que o actual código deontológico, na sua opinião, estava desactualizado e que não reflectia o "sentir e o pensar" de muitos deles. Bendito código deontológico...
Acabaram por só conseguir justificar a sua posição favorável ao aborto livre com recurso à clássica ideia de que isso acabaria com o aborto clandestino, que é a rainha das falácias. O aborto clandestino continuará a existir sempre que quem queira abortar não pretenda fazê-lo às claras e à vista de toda a gente em estabelecimento de saúde legalmente autorizado ou o aborto se faça depois das dez semanas. Outro engano, portanto. Que raio de experiência científica, a destes senhores.
posted by VLX on 12:14 da tarde
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HAMLET NA FÁBRICA: O ministro do Trabalho e da Segurança Social está a pensar em adoptar uma ideia dinamarquesa: despedir mais facilmente e prolongar o subsídio de desemprego. Ser ou não ser descartável, eis a questão.
VERGONHA (IV): Sintetizando: é avaliar os nossos actos como se tivessem sido cometidos por alguém que não conhecemos.
posted by FNV on 11:12 da manhã
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VERGONHA (III): É um bocado como o brinde de Ruysun, o inválido veterano que Goethe põe a celebrar a guerra em "Egmont" : "Es lebe der krieg!". Jetter repreende-o, recordando-lhe matanças várias e a Bíblia. Ruysun acaba por mudar o brinde, já que "ninguém quer ouvir falar de soldados ". E bebem todos "pela segurança e pela tranquilidade ".
posted by FNV on 10:44 da manhã
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VERGONHA (II): Não vale muito nestes dias, dir-se-ia que não tem valor adaptativo. É um sentimento que tem de se libertar da carga religiosa e regressar ao sentido grego original de desonra ( aiskhyne ). É bom sentir vergonha pelos amigos que traímos, pelas crianças que não protegemos, pelas mentiras que não dissemos. Ainda por cima não custa muito nem nos impede de continuar a fazer asneiras. Por que motivo é tão rara, a vergonha, não sei. Talvez porque passamos pouco tempo sozinhos, talvez porque queremos sempre agradar a alguém.
posted by FNV on 10:30 da manhã
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VERGONHA: Eu seria capaz de fazer muito pior do que qualquer político que conheço: mentiria, roubaria, prometeria em vão. Só seria incapaz de não sentir vergonha. É isso que espero deles e delas.
A manhã está tão triste que os poetas românticos de Lisboa morreram todos com certeza
Santos Mártires e Heróis
Que mau tempo estará a fazer no Porto? Manhã triste, pela certa.
Oxalá que os poetas românticos do Porto sejam compreensivos a pontos de deixarem uma nesgazinha de cemitério florido que é para os poetas românticos de Lisboa não terem de recorrer à vala comum Mário Cesariny
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.