"Considero ímpia e detestável a máxima segundo a qual , em matéria de governo, a maioria de um povo tem o direito de fazer tudo o que lhe apraz. No entanto, penso que se deve situar a origem de todos os poderes na vontade da maioria. Estarei a entrar em contradição? "
(Tocqueville, Da Democracia na América)
posted by FNV on 3:39 da tarde
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A VIDA COMO ELA É:
" I teach how we cheat the young: that is, to know how tall a tree is I must fall from the top; that is, desire burns. "
( Robin Blaser, A 4 Part Geometry Lesson)
posted by FNV on 11:10 da manhã
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A VIDA COMO ELA É:
"Quando o último pássaro morrer na última oliveira a ocidente opõe o peito ao que acontecer e levanta a cabeça dignamente."
( Ruy Belo, Homem de Palavra (s))
posted by FNV on 11:01 da manhã
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A VIDA COMO ELA É:
" Who ever lov'd, that lov'd not at first sight? "
AGORA NÓS...: Caro Stephens, não me esqueci. Você dizia que o seu voto pelo SIM era pela vida e que o meu voto NÃO não poupava nenhuma vida. Imagino que neste momento da campanha já esteja convencido do equívoco do seu raciocínio, mas vamos lá ver. Nenhum de nós duvida que está ali um ser humano com dez semanas, que se trata de uma vida humana que, se ninguém lhe fizer mal, verá a luz do dia cerca de seis meses mais tarde. Só por estar ali um ser humano distinto da pessoa que o acolhe e abriga durante os cerca de nove meses é que o aborto é considerado por si (e por mim) como uma coisa "má e terrível", de outra forma não seria.
Ambos sabemos também que é panfletário o argumento da morte cerebral para contrapor ao momento do início da vida. O argumento da morte cerebral funciona como um respeito pela vida, pelo prolongamento até ao limite da vida humana no seu término e não fará sentido estendê-lo no final, destapando o início. Por outras palavras, o princípio que está subjacente a que se utilize esse momento para se determinar a morte, aplicado ao momento do seu início, leva necessariamente a que consideremos vida humana o feto com dez semanas.
De forma que quando você diz que o seu voto SIM salva vidas, não está a equacionar toda a realidade. Você só está a pensar nas vidas das mulheres e não nas dos filhos abortados e isso é batota na contabilidade das vidas salvas, pois por cada vida efectiva de mulher que julga salvar, você abre as portas à destruição de centenas ou milhares (os do sim costumam falar em milhões de abortos mas eu sou mais comedido...) de vidas pelo aborto livre.
O voto SIM neste referendo, nenhum de nós duvida, permite que o aborto seja completamente livre até às dez semanas; não existirá nenhuma ponderação de valores, a mulher pode chegar ao hospital e dizer "quero abortar". Sem mais. Fica a ser direito da mulher. Isso não obrigará ninguém mas impele e incentiva a mulher a abortar, é natural que assim seja. Em qualquer conflito que a mulher possa ter quanto à sua gravidez, é-lhe apontado o caminho mais fácil: está ali, à sua espera, num hospital perto de si, grátis.
É impossível que o produto não se venda em catadupa.
Você quer proteger uma pessoa que não se protegeu a si própria desprotegendo por completo o feto inocente. Isto não pode ser considerado um bem em lado nenhum do globo. Eu prefiro proteger o feto inocente e recuso-me a conceber que seja possível, que seja livre, que seja um direito a pessoa dispor desse feto inocente só porque quer.
Se efectivamente pretende a despenalização do aborto, Stephens, sabe tão bem como eu que existiriam inúmeras maneiras de o fazer sem que se caísse nesta monstruosidade de se tornar completamente livre o aborto a simples pedido da mulher, até às dez semanas. Isto não é modernidade nem acompanha a Europa (cujos países mais civilizados tentam actualmente impedir por todas as formas o aborto); é um atraso e um retrocesso civilizacional de 40 anos! Vamos a tempo de parar este retrocesso, votando NÃO. E certamente que logo que passar a birra e o amuo a José Sócrates pela derrota do SIM será possível construir uma solução que não venha a reboque da estrema-esquerda e que não liberalize o aborto.
Sim, pois você sabe muito bem que isto mais não é do que uma ratoeira da extrema-esquerda (bloquistas e comunistas) para tornarem o aborto livre uma coisa normal, natural e quase boa. Tem visto gente a defender isto como quase um método anticoncepcional, um curioso método "anti-pós-concepção". Gente a dizer que é um direito da mulher, alguns mesmo a clamarem que o aborto é um direito da criança, o direito a ser desejada. Já viu tamanha enormidade?
Vote NÃO. Este voto é que salva verdadeiramente vidas. Muitas. E exija dos nossos governantes maiores apoios a quem deseje ajudar e apoiar a vida. Vote NÃO, essencialmente porque é o que o bebé faria.
NEM DE PROPÓSITO: Janeiro foi o mês em que se fizeram mais abortos em Inglaterra, nos últimos 32 anos. Esta é pelo menos a notícia relatada num dos principais jornais diários londrinos, de acordo com a extrapolação dos dados fornecidos pela Marie Stopes, uma organização internacional com sede no Reino Unido que além de lutar por uma melhoria da saúde reprodutiva também procede através das suas várias clínicas à realização de abortos. A saber, 5992 abortos no mês de Janeiro. As razões apontadas são várias. Uns referem que se deveu às consequências da época festiva de Dezembro, acompanhadas em Inglaterra por muito álcool, desinibição e aumento da libido. Outros apontam os cortes orçamentais do NHS, a dificuldade de aceder aos serviços de saúde e uma crescente diminuição do investimento na política preventiva. A verdade, algures! Estes dados podem nem ser correctos, visto que não há dados do NHS nem de outras clínicas privadas. E os dados de um mês não são suficientes para estabelecer uma tendência. Mas de uma coisa podemos estar certos, mesmo após o referendo esta discussão irá continuar...
posted by TRM on 6:52 da tarde
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ABORTO: Os piores aspectos da campanha do referendo prendem-se com os extremismos que, por vezes, se encontram dos dois lados da barricada. Seja a radicalização dos "pró-vida" contra os "pró-morte" ou o aborto como bandeira da liberdade, como valor absoluto. Pior do que isto, só mesmo a transformação do referendo numa luta partidária. Nada mais absurdo do que uma orientação de voto partidária numa questão tão íntima como esta. E, seja qual for o lado vencedor, nenhum deles tem motivos para festejar. Se ganhar o "não", continua por resolver o problema do aborto clandestino e respectiva criminalização; se ganhar o "sim", considerando que cada aborto se traduz numa eliminação de uma vida humana, não me parece que o aumento do seu espaço legal de ocorrência seja motivo para festejos. Uma verdadeira vitória para todos seria aceitarmos democraticamente o resultado, seja ele qual for mas, por favor, sem foguetório e sem a lamentavelmente previsivel recolha de dividendos partidária.
EM DEFESA DO FILHO DA MÃE: Com o desgaste à porta, tenho-me perguntado várias vezes por que razão andarei eu a perder tempo - que me é tão caro e raro - e energia - que me vai faltando - com isto do aborto. Egoisticamente falando, a questão não me atinge minimamente. Eu não abortei os meus filhos já nascidos nem irei nunca abortar os filhos que ainda me vierem. Que me interessa a mim que os outros considerem a coisa mais natural do mundo abortar os seus próprios filhos? Que vejam isso como uma coisa perfeitamente legítima? Um direito?
Os socialistas consideram o aborto livre até às dez semanas um sinal de modernidade e civilização? Força!, para a frente é que é caminho. Os bloquistas consideram que é um direito da mulher decidir pôr termo à vida intra-uterina que a natureza lhe confia? Siga a marinha! Os comunistas ainda andam agarrados à ideia do aborto como uma conquista de classe? Andor com essa porcaria! Os pais não querem saber das suas responsabilidades perante as vidas por si geradas, atiram para cima das mulheres toda a responsabilidade de decisão sobre a vida dos seus filhos, assobiando para o lado? Problema deles. As mães pretendem ser juízes em causa própria dirimindo elas próprias a sua relação com o filho não nascido? Que se lixe! A sociedade acha tudo isto normal e natural? Paciência para ela! - Que me interessa a mim se isso não me afecta? Mais valia gastar o tempo com os meus filhos a estar aqui a escrever, ou em debates, ou em campanhas.
Acontece que quando chego perto deles e os vejo felizes, sossegados e protegidos, lembro-me de que nem os socialistas, nem os bloquistas, nem os comunistas, nem certos pais e mães, nem sequer a sociedade pretendem proteger a vida dos outros filhos não nascidos. Essas vidas correm assim o sério risco de virem a ficar completamente desprotegidas durante as suas primeiras dez semanas (dois meses e meio!...), totalmente entregues às suas mães que, por desgraça ou irresponsabilidade, não interessa, ficariam livres de decidir pôr fim a elas, reflectidamente ou por impulso. E nessa altura volto para aqui, para o teclado, ou para os debates e campanhas socorrer quem ainda se não pode defender. Ironicamente, abandono os meus para vir defender os filhos dos outros das suas próprias mães.
posted by VLX on 4:56 da tarde
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INTERLÚDIO: O leopardo anda com algumas dificuldades de adaptação à nova árvore ( é muito alta e lisa). Regressa quando dominar melhor o 2Blogger.
HÁ VIDA EM MARTE: Por intermédio de uma amiga private banker tive acesso à restrita exposição pré-sale sobre Arte Moderna e Impressionismo, que decorreu este domingo em Londres na leiloeira Christie´s. O champagne, os violinos e também o mais recente sushi eram elementos presentes nas salas de exposição, onde se exibiam quadros de Picasso, Renoir, Chagal, Miró, Magritte, Dali, Modigliani, entre muitos outros. Investidores institucionais com ar despreocupado, old ladies com o seu cachorro ao colo, Marchand d'art histéricos, jovens modelos enfadadas e alguns wannabe´s compunham a fauna presente na sala. A uma determinada altura, enquanto observava atentamente um quadro de Kandinsky a ser leiloado por um preço base de 1.500.000 libras, aproxima-se de mim um homem que diz: “Nem pense em comprar esse quadro! Está demasiado inflacionado…a City ainda está a nadar em dinheiro dos prémios anuais…compre só lá para o Verão que de certeza será mais barato”. Agradeci-lhe muito o seu comentário e disse que sem dúvida iria seguir o seu conselho. Enfim, quem me manda ir passear em planetas que não o meu…
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.