É uma boa ideia o ministério da Admnistração Interna ter um blogue e responder aos comentadores. Melhor seria haver mais blogues ministeriais ( embora correndo o risco de multiplicar o número de comentadores especializados em generalidades).
posted by FNV on 3:08 da tarde
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PALHAS AO PALHEIRO, MENINAS AO CANDEEIRO:
Enquanto o eng.º Carmona respira com dificuldade, o PS e PCP animam uma pré-nupcial dança das cadeiras e amuam nas conferências de imprensa. Pois, pois, " Lisboa é que é importante ". Nota-se.
posted by FNV on 2:46 da tarde
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SPORT LISBOA & HISTERIA:
Este Benfica é um manual digno de Charcot. Entra de rompante, enleia e seduz até que uma resposta mal dada o faz cair por terra. Surge então o episódio conversivo : não se pode levantar porque crê ter as pernas paralisadas.
KLAUS MANN, HOMOSSEXUALIDADE, FASCISMO E SOCIALISMO:
O artigo foi originalmente publicado * na revista Europaische Hefte, Praga, véspera de Natal de 1934. Na URSS acabava de sair uma lei brutalmente repressiva da homossexualidade e Mann suspirava: No país que queríamos o mais esclarecido, o mais progressista do mundo, a forma de amor que evocamos é abjectamente reprimida . Mann não esperava nada dos nazis e dos fascistas, mas não compreendia por que motivo a esquerda europeia queria fazer do homossexual o bode expiatório, o "judeu" dos antifascistas. Também se interrogava por que razão nos jornais anti-fascistas lemos as palavras "assassinos e pederastas" quase tão frequentemente reunidas como " traidores e judeus" nos panfletos nazis. Mann não compreende. No século XX, nazis, comunistas, fascistas ( e o Islão radical) , todos prometeram uma "ordem nova ". A recusa da homossexualidade residiu na força do regresso às relações naturais, à fantasia do grupo primordial ; dessa forma, tudo o que fosse artificioso, construído, não-natural, pertenceria exclusivamente ao campo da teoria política ou da promessa salvífica. O elemento nacionalista fornecia também o link para a repressão homossexual, pois sangue / terra e honra / pertença eram pares definidores do naturalismo grupal. Tudo o que fosse diferente era perigoso.
* Utilizo a versão publicada no Magazine Littéraire de Setembro de 1996, tradução de Lionel Richard.
posted by FNV on 4:46 da tarde
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O ERRO DE PARALAXE:
Entre a imagem retiniana e a imagem gráfica existe mais distância do que aproximação, sendo nuclear a colocação do ponto de partida perceptivo no âmbito do campo óptico ( optical array), como demonstra Almeida Santos a partir dos trabalho de Gibson. No caso do tão propalado culto da imagem de Sócrates, o problema põe-se da mesma forma: O que tem existido até agora é um défice de personalidade no PSD e no CDS. Esse défice faz parecer exagerada qualquer reportagem, ou legítima recolha de dividendos de um estilo de actuação política, que favoreça o primeiro-ministro. O movimento excessivo do socratismo é tão aparente quanto o imobilismo, compreensível dadas as circunstâncias, das figuras da oposição "respeitável " é real.
Enquanto no sudeste do Afeganistão se prepara a definição do controlo do eixo Sangin-Kandahar-Spin Baldak, convém observar o que acontece nas zonas adjacentes. Se 90% do ópio mundial é produzido no Afeganistão, a forma como ele sai do país é tão importante como o registo de produção e de transformação básica. O Tadjiquistão, o Casaquistão e o Quirguistão são os principais corredores do narcotráfico e também nesses territórios o ópio assume um papel de motor da economia. Hoje, uma pequena nota sobre o primeiro dos territórios referidos: O Tadjiquistão faz cerca de 1200km de fronteira com o norte do Afeganistão e o rio Panj domina essa linha. Na estrada para Moscowsky e Shurobad, e um pouco mais acima, na passagem do Khorog, as apreensões de pasta de ópio constituiram 70% do total de 2004. Na ponte de Khorog a droga viaja em automóveis e camiões, e os cães utilizados sofrem com a altitude e com as condições dos canis, o que diminui a sua eficiência. A droga continua tranquilamente a sua viagem na auto-estrada do Pamir até Murgab, capital do enclave do Gorno-Badaquistão. O Tadjiquistão fornece as condições ideais para um entreposto. A guerra civil ( 1992-1997) criou centenas de bandos armados que controlam o território montanhoso fora do alcance do governo de Dushanbe. O conflito permanente entre as estruturas civis e as militares, o dinheiro fácil do narcotráfico, a descentralização quase absoluta do controlo policial e admnistrativo tornam o país ingorvenável. O caso do general Gaffor Mirzoyev ilustra bem o problema: ex-comandante da Guarda Presidencial, envolveu-se alegremente no tráfico de armas e de ópio até ser nomeado chefe da Agência Anti-Narcóticos. É ironicamente apelidado de "verdadeiro drug-czar" e enfrenta de novo diversas acusações judiciais. A ausência do Estado em grande parte do território, a miséria causada pela guerra civil e a existência de cerca de um milhão de emigrantes ocasionais na Rússia e no Cazaquistão, criaram as condições perfeitas para o escoamento do ópio afegão. A quantidade de interesses implicados e a diversidade dos equlíbrios geopolíticos envolvidos tornam ainda mais risível a ideia de que o problema no Afeganistão se resolve com a destruição de uns quantos hectares de papoila.
Nota: em atraso, aos poucos, e entre outras fontes,
* Erika Marat, "Impact of Drug Trade and Organized Crime on State Functioning in Kyrgystan and Tajikistan ", China and Eurasia Forum Quarterly, vol.4, No1 (2006) * UNODC, Regional Office for Central Asia, Tajik-Afghan Border Assessment Mission August 2004 e Strategic Framework 2004-2007 Erik Nora, W. Byrd, " Afghanistan's Drug Industry: Structure, Functioning, Dyanmics and Implications for Counter-Narcotic Policy ", WB, Nov 2006.
Carece de congresso científico o estudo da adesão dos meus compatriotas ao uso dos coletes rodoviários. Coisas importantes e simples não são cumpridas ( não estacionar em cima das passadeiras ou não andar a 200 km/h), mas o colete é uma religião. A facilidade ( do uso da veste) não explica tudo. Lá bem no fundo, o que queremos é dizer aos outros que tivemos uma avaria ou um pequeno acidente. É como quem diz aos outros mirones : " Fui o primeiro a chegar e tenho uma farda para comprová-lo ".
posted by FNV on 7:40 da tarde
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A VIDA COMO ELA É:
Pascoaes, sempre, com uma pequena alusão estóica. Pessoa agradeceu o poema ( O Doido e a Morte) : "Tudo quanto o meu amigo expressa tem um sabor espiritual e Eterno." Assim:
" E enquanto o Doido, ao vento, assim cantava, Trotava a morte ao longo do planalto, Na meia-luz, na meia-realidade... E a sombra da sua Fouce, em negra curva, Ia da aurora ao poente; e a do seu vulto Parecia manchar toda a paisagem. "
Tenho pesquisado - como apoio ao trabalho terapêutico - os motivos pelos quais se diz que as mulheres fortes intimidam os homens. Não encontrei até agora nada de interessante, nada que ultrapasse os chavões habituais ( inversão do instinto de predador e outras psico-larachas semelhantes). Qualquer homem deveria adorar ir para a cama com uma mulher forte * ( rica, poderosa, inteligentíssima, etc), pois nenhum outro sítio é mais socialista, igualitário e utópico. No dia seguinte, claro, a realidade prossegue.
* desde que no prazo de validade e fisicamente aceitável, naturalmente.
Paulo Portas ia para o PSD e Santana Lopes para o CDS/PP. O PSD evitava um inimigo reptilíneo e o CDS ganhava um chefe marialva. Portas curava-se do desejo de destruir o PSD e Santana teria finalmente o seu novo partido da direita. Que nem um nem outro dessem por isso, não teria a menor importância.
posted by FNV on 3:22 da tarde
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A VIDA COMO ELA É:
Um paradoxo lento rodeia os pais: quanto mais as crianças crescem, o que queremos, mais a solidão nos acena, o que não desejamos. E rararamente damos conta, sem remerecer, da beleza irrepetível de uma boquita desdentada que nos pede uma história traz-o-sono. Guardar é bom, viver é ainda melhor.
Depois do Barça-3 Real-3 de ontem - futebol & patadas - , confirmei, uma vez mais, que se o Andersson-maravilha do FCP quiser ir jogar para Espanha terá de deixar o coro das carpideiras conspirativas em Portugal.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.