Quando Carlos Macedo, salvo erro em 1988, criticou a política de saúde de Leonor Beleza foi expulso do PSD: expulso. Há por aí quem tenha vivido esses tempos caladinho e hoje, sem se rir, critique o "clima abafado" e "a ausência de liberdade de expressão" no PS. Esses sizudos vêem Alegre ameaçar com um novo partido (não é apenas uma política sectorial que ele critica) e nem assim se desmancham.
Nota: isto foi escrito no meu cubículo que tem penduradas várias fotografias do eng.º Sócrates; neste cubículo dedico-me à mais abjecta e servil subserviência ao Poder Rosa, o que me anima e mantém vivo na esperança de um dia poder ser chamado para capacho do Grande Engenheiro e da sua extraordinária comitiva ( e a receber qulaquer coisinha em troca, naturalmente). Na impossibilidade de ser um intelectual desprendido com namoradas novas e high-tech, resta-me o consolo de procurar servir o país com o meu aspecto orizóide.
posted by FNV on 11:23 da tarde
#
(2) comments
ODI ET AMO (LXVIII):
O ciúme doentio é uma forma de morte. Afasta os outros de quem queremos, julgando que ficamos com a pessoa só para nós. Sim. Mas para que queremos alguém que só nos quer a nós? Os psicanalistas, os homens das pinças de barro, distinguem-no da inveja: é mais primária esta, só quer destruir o Outro. No entanto, o ciúme doentio, separando o Outro do resto do mundo, acaba por ser uma sentença de morte. É como se nos tornássemos no caixão do Outro.
Na falta de campos de milho, o pessoal do Bloco resolveu tomar as dores dos velhinhos do Grémio Lisbonense e acabou de levar umas bastonadas valentes. Para não variar ( já no célebre desfile da rua do Carmo que também acabou em bastonada foi a mesma coisa) o relato foi feito por uma kamarada estrangeira. Já reparei que estes betos-anarcas não se afastam muito do Rossio: deve ser uma seca ir impedir a retirada de maquinaria de uma fábrica de Arcozelo do Riacho. Para isso está lá o PCP.
Perante a possibilidade da criação de um novo partido socialista deitei contas à vida: já em miúdo adorava coleccionar autocolantes. Pensei em Partido do Progresso e isso fez-em lembrar qualquer coisa. Fui vasculhar e encontrei: já houve um. A 6 de Maio de 1974, Fernado Pacheco de Amorim fundava o "Movimento Federalista". Acompanhavam-no José Miguel Júdice, Nuno Cardoso da Silva, José da Costa Deitado, entre outros. O objectivo do partido ( estas coisas com o dr. Júdice são sempre originais) era dar corpo ao projecto de Spínola e das teses de "Portugal e o Futuro" ( do qual tenho uma 1ª edição autografada que me foi oferecida pelo meu falecido sogro coronel do exército e à epoca envolvido em algumas situações). Não sei exactamente porquê, mas o movimento passou entretanto a "Partido do Progresso" e acabou por se dissolver depois da aventura da maioria silenciosa ( o 28 de Setembro). Mas a sua curta existência foi suficiente para impedir o nome que Amaro da Costa e Freitas do Amaral quiseram dar ao partido que estvavam a fundar. Freitas menciona o episódio numa linha das suas memórias políticas ( O Antigo Regime e a Revolução) sem dar a conhecer aos leitores o que era o tal Partido do Progresso e sem referir o nome de Júdice ( provavelmente desconhecia a composição do movimento). E assim o "Partido do Progresso" ficou "Centro Democrático Social". Mas era um bom nome para o novo partido de Alegre.
posted by FNV on 3:48 da tarde
#
(8) comments
GARY SNYDER, SEMPRE:
Where's hell then? In the moon. In the change of the moon: In a bark shack Crouched from sun, five days, Blood dripping through crusted thighs.
( Praise for sick women, 1954)
posted by FNV on 3:10 da tarde
#
(0) comments
UMA MÁXIMA INTEMPORAL?
Coyote: "I guess there never was a world anywhere" Earthmaker: "I think if we find a little world, I can fix it up"
( Burning, 1956)
posted by FNV on 10:52 da tarde
#
(0) comments
QUEM A TEM CHAMA-LHE SUA (II):
"Uma novidade com que fui confronatdo no meu segundo governo, e que muito me incomodou, foi a violência dos ataques dirigidos a alguns dos meus ministros, nalguns casos visando mesmo atingir a sua dignidade e o seu bom nome (...). Era convicção do governo que os interesses atingidos pelas medidas tomadas conseguiam penetrar alguma imprensa (...). Chocado com algumas atitudes do PS, cheguei a acusá-lo de dar acohimento e aceitar ser porta-voz das posições de grupos poderosos, que lutavam para manter os seus privilégios(...) A campanha de calúnias contra os ministros também não era alheia à feroz concorrência que se verificava nos jornais e à sua interpenatração com grupos económicos (...)"
O Pacheco Pereira é hoje a terceira voz ( ainda que oficiosa) do PSD e por isso o que diz tem de ser analisado de forma especial . Ele sabe bem que muito o aprecio, mas não podia deixar passar em claro o tom jocoso com que aludiu à eventual ligação entre grupos económicos, jornais e investigações ad hominem.
posted by FNV on 3:36 da tarde
#
(0) comments
GARY SNYDER, SEMPRE:
Peace, war, religion, Revolution, will not help. This horror seeds in the agile Thumb and greedy little brain That learned to catch bananas With a stick.
Meu caro Vital: o pobre do Mário Crespo arrisca-se a ir para o panteão dos "subservientes ao poder" com o tal artigo da passada segunda-feira no JN ( não consigo linkar o post do VM - "Autos de Fé" - mas foi publicado ontem). É certinho.
posted by FNV on 11:17 da manhã
#
(4) comments
COISAS QUE INTERESSAM:
Escolas e esquadras têm de estar em bom estado senão a retórica não funciona. Numa escola velha, suja e assaltada vezes sem conta, bem pode a ministra pregar - naquele seu tom gelado - a "exigência" que ninguém a ouve. Esquadras de polícia que são pretexto para Carnaval, a única coisa que "estimulam" é o crime. Uma boa oposição devia interrogar-se por que motivo a reforma da educação não começou por baixo ( sou um tipo antiquado que acha que a menos que todos os professores sejam como Zenão um stoa não serve). Do mesmo modo, uma boa oposição devia sarrazinar o governo sobre a razão de tanta pressa numa reorganização das forças policiais que arranca com instalações provisoriamente risíveis ( sabendo-se que o provisório tende para o definitivo nesta parte da Ibéria).
Na Quadratura do Círculo ( que mesmo semi-imobilizado por causa do nervo occipital em pior estado do que a perna do Mantorras eu não perco), António Lobo Xavier, Pacheco Pereira e Jorge Coelho, cada um no seu registo, rebateram a tese da possível influência da Sonae nas recentes investigações do Público sobre Sócrates:
1) ALX disse ser insultuoso pensar tal coisa e JC disse ser impossível a tal tal coisa ter acontecido. Talvez, são convicções. Sei, como espectador retirado, que Belmiro de Azevedo disse que a OPA sobre a PT era o grande projecto da sua vida e que o governo o impediu. É completamente impossível que o dono de um grande grupo económico que tem um grande jornal resista à tentação de sugerir/libertar/mencionar/encorajar uma vendetta? Não. É feiopensar que Belmiro de Azevedo cedeu à tentação? É. Também Sócrates acha insultuosas certas coisas que se pensam ( nem tudo são "factos"...) acerca dele. É vergonhoso e atentatório da liberdade de expressão ter medo de discutir tudo isto? É sim senhor.
2) JPP satirizou as hipotéticas ligações entre os interesses e os ódios do proprietário de um jornal e as investigações ( ou ausência delas) que esse mesmo jornal realiza ( ou não). Mas JPP não tem dúvidas quando o caso é com o JN do Porto. O JN é detido pela Olivedesportos, que namora a facção do PSD portuense afecta ao FCP/Menezes e que é visceralmente anti-Rui Rio. Neste caso JPP não se coíbe de comentar a linha editorial do jornal. Já o fez diversas vezes e aqui chega mesmo a ser explícito. Em que ficamos?
3) A liberdade "do falar" (a isegoria do gregos) não é importante apenas quando é contra os chefes políticos. Também é importante mesmo que afecte outros círculos poderosos. Aliás basta ver que mais facilmente o homem da rua diz mal em público do PM ou do autarca do que do seu patrão ou do juiz da terra. Quem a tem chama-lhe sua et pour cause...
4) Também é sintomático ver o desinteresse pela questãozinha das incompatibilidades do estatuto de deputado com "outras actividades". É muito complicado? Descompliquem. É difícil e tem de se ver caso a caso? Vejam à vontade que nós esperamos.
posted by FNV on 11:58 da tarde
#
(5) comments
TAMBÉM ME PARECIA:
Alguns bloggers lusos atiraram logo: Obama não tem experiência, é "plástico" ( ou plasticina), enquanto a srª Clinton é um poço de endurance. O Nuno explica aqui bem explicadinho, mas tenho a impressão que é tempo perdido: por cá estamos cada vez mais preguiçosos e moraleiros.
posted by FNV on 10:19 da manhã
#
(5) comments
EM ABERTO: Hillary Clinton ganhou os maiores estados e deve terminar esta terça-feira com uma vantagem de cerca de 100 delegados sobre Obama. Mas a compita do lado democrata está acesa e a manterem-se as tendências das últimas semanas, as coisas não estão famosas para os Clinton. As próximas primárias devem favorecer Obama mas os desafios relevantes serão no início de Março, o Ohio e a Pennsylvania. Com uma corrida tão apertada a coisa pode só estar decidida no Texas lá para a Primavera. Hillary começou a noite a exigir um debate por semana com Obama. Antecipou-se e falou cedo para encaixar todo o efeito mediático da vitória em New York e no Massachussets (certamente com um saborzinho especial por ser o estado dos Kennedy e de John Kerry). Obama fez um discurso de quem sente estar prestes a tornar-se o front runner - criticou McCain sem o nomear e lançou a carta da eligibilidade (o argumento de que Clinton não consegue atrair voto independente ou republicano). A questão da eligibilidade é complicada - há a percepção de que Obama é mais atraente para independentes e republicanos mas nos estados em que o Partido Democrata é mais forte Hillary venceu - Obama ganhou em estados onde os democratas muito dificilmente ganharão em Novembro. Assim, Obama será mais elegível se se impuser a ideia de que as eleições serão disputadas ao centro e pela atracção de novos eleitores e independentes e Hillary caso as eleições se ganhem pela mobilização dos fiéis. De qualquer forma, os democratas mobilizaram mais do dobro de votantes do que os republicanos, o que dá bem conta do entusiasmo e mobilização da equerda americana. Do lado republicano, McCain ganhou uma vantagem quase decisiva - tem já metade dos delegados que necessita para obtera nomeação. Nesta quinta-feira tem oportunidade de tentar ganhar boa vontade dos conservadores com um discurso que fará no Conservative Political Action Committee. Se correr bem, terá começado o caminho para a união do Partido Republicano (esta união seria muito favorecida por uma nomeação de Hillary Clinton - nada une mais os republicanos que o ódio a Clinton). Por último, refira-se que até à data cada um dos candidatos democratas já participou em 17 debates e do lado republicano foram 11 ou 12. Este processo pode ser um circo mediático mas seguramente que os candidatos são submetidos a um escrutínio enorme. As primária seguem nos Estados de Washington, Nebraska e Louisiana no próximo Sábado e em Washington DC, Maryland e Virginia na próxima terça-feira.
posted by NMP on 6:35 da manhã
#
(3) comments
DA EXPERIÊNCIA E DO PLÁSTICO COMO ACTIVOS POLÍTICOS: Um dos factos que mais vezes passa despercebido quando se fala do contexto político na América de hoje é o da enorme impopularidade do Congresso de maioria democrata. O Presidente tem quotas de aprovação em torno dos 30% mas o Congresso tem quotas em torno dos 10%. A maioria democrata foi eleita após ter prometido terminar a guerra do Iraque e aprovar a expansão de serviços públicos na área da Saúde. Num sistema político de clara divisão dos poderes, os democratas não podiam prometer isto pela simples razão que não tinham poderes para o implementar. Um ano e meio depois há mais tropas no Iraque (o célebre "surge"), os serviços de Saúde estão na mesma e a América está à beira de uam crise económica. Num ambiente deste tipo não admira que as eleições sejam efectuads sob o avassalador signo da ideia de "mudança". Do lado republicano muito por mero instinto de sobrevivência, escolhendo o único candidato com remotas hipóteses de ganhar. Do lado democrata com uma mobilização ainda maior e ainda mais furiosa contra o establishment (bushista e do próprio Partido). Num contexto destes, a suposta experiência não é um activo mas um problema. Foi esse o génio político da campanha de Obama - colocar a questão entre experiência (leia-se responsabilidade pela actual situação do país) e mudança. Claro que isto vive tudo de percepções, porque a substância da questão é outra. Por exemplo, na minha opinião não há nada mais plástico, e que não resiste a um escrutínio um pouco além da superfície, do que a construção da imagem de Hillary Clinton como uma experiente policymaker - tem mais 3 anos de Senado que Obama, que por acaso tinha estado durante 8 anos antes no Senado do Illinois enquanto a senhora cortava fitas - mas enfim, em matéria de patranhas cada um compra do que quer. Basta aliás ler as auto-biografias de ambos (no caso de Obama são dois livros) para perceber o oceano de separação entre o estofo intelectual de cada um - a biografia de Hillary cheia de todos os estereótipos ocos de quem se quer apresentar como uma lutadora desde os anos 60, com a catilinária do Vietname e dos direitos civis (por acaso na altura a senhora votava em Barry Goldwater). Não há um pensamento fora destes estereótipos. Nem uma ideiazinha original. Um olhar que seja sobre os assuntos, mais elaborado ou mais básico, que fuja ao script da feminista rebelde tornada profissional independente, sofredora dona de casa e Primeira Dama dedicada a toda a espécie de assuntos sociais irrelevantes. Uma diferença enorme para com as obras de Obama que nos apresentam um homem capaz de reconhecer em si as contradições e nuances da vida (contidas na sua biografia e na experiência de vida dos outros), um político bastante ideológico, consciente do seu pensamento mas capaz de se colocar no lugar dos outros e perceber as suas ideias, as suas motivações e os seus objectivos. É a diferença entre a subtileza e densidade políticas e a uni-dimensionalidade fundada nas lutas ideológicas extremadas que desaguaram em auto-indulgência, tacticismo e vacuidade.
P.S. - Provavelmente se eu fosse americano votaria mais depressa em Clinton que em Obama por questões político-ideológicas. Mas isso não me impede de ser crítico de um processo de coroação e construção de imagem que estava em curso, que felizmente Obama pôs sob pressão e teste, e que era indigno de um povo e nação livres.
TRUTH ON TUESDAY: A tortura é hoje encarada como um crime contra o direito internacional costumeiro e, segundo alguns, uma violação de normas internacionais imperativas. Não creio que a tortura seja ilícita sempre e em qualquer circunstância (nomeadamente, quando preencha os requisitos da legítima defesa). Só que o estabelecimento dessa justificação cabe aos órgãos judiciários, e não à administração. Mas que interesse tem isto no dia das pré-eliminatórias para a Casa Branca?
EMPRESA PORTUGUESA CELEBRA CONTRATO DE VALOR "EXORBITANTE" COM O ESTADO LÍBIO: Muitos dos que escrevem hoje sobre o terrorismo islâmico não podem sequer lembrar-se de como Muammar Khadaffi encarnou, durante os anos 80, a própria figura do Mal. Mas outros já liam jornais nessa altura. É o problema das "listas": fazem-se e desfazem-se com um golpe de vento.
posted by PC on 11:28 da tarde
#
(0) comments
DA DEMOCRACIA NA AMÉRICA:
Há quem diga que Obama não tem experiência e que a América nunca escolherá um negro. Embora deixe a análise para quem sabe ( aqui no blogue é o Nuno Mota Pinto), aprendi com Tocqueville que na América um coveiro pode ser Mayor. Na Europa era ( e é) necessário pedigree. Por instinto escrevi aqui no Mar Salgado há uns meses que os finalistas serão McCain e Obama: é um par ordenado cujo primeiro elemento representa a fidelidade e cujo segundo elemento representa a adaptação; ainda que ambos meramente simbólicos. Espero que isto dito não me incluam nas listas infantis das "preferências": apenas constatei um facto e fiz uma previsão.
posted by FNV on 10:35 da tarde
#
(3) comments
A ORIENTE DO ORIENTE (IV)*:
Dizia Pascal Bruckner, o insuspeito autor de "O remorso do homem branco" ( uma recolha ácida das catilinárias auto-culpabilizantes da esquerda ocidental do século XX), que "se há porventura algo que a Europa possa ensinar aos outros, uma tal lição será o saber pôr-se em causa, o constante auto-questionamento que sempre praticou, exercendo-o de uma forma absolutamente sistemática". Com a honrosa excepção de Ratzinger, não temos feito nada disso. Uma das verdades de aço que não se questiona é esta: o Islão é um coio de miseráveis do qual emerge um grupo de fanáticos que recolhe as assinaturas necessárias para nos fazer explodir a todos. O argumento religioso é, note-se, decisivo e circular: "eles" são pobres porque são fanáticos religiosos e são fanáticos religiosos porque são pobres. A Europa parece não ter aprendido com a Tcheka e com a Gestapo que a religião não é o único alfobre do ódio. Nos anos 50, os afegãos pediram insistentemente ajuda aos americanos: quando em 1951 Zahir foi pessoalmente falar com Truman, e depois, em 1953, quando Nixon ( então vice-presidemte) visitou Kabul. A resposta foi negativa. Voltaram-se ( de novo) para os soviéticos que os ajudaram a estabelecer uma rede de ensino razoável ( da qual o Politécnico de Kabul foi a jóia) e diversas infra-estruturas civis. Nos anos 60 os americanos acabaram por ajudar pontualmente: no sudeste, em Lahskargah ( no Helmand), a Morrison-Knudsen construiu barragens, pontes, estradas e modernizou a agricultura. Hoje, nessa zona, só se cultiva ópio. Nos dias de Zahir havia mullahs, khans tribais, Islão por todos os poros. Mas, como se vê, não havia "ódio ao Ocidente" apesar da herança da fronteira Durand que em 1893 dividiu estupidamente o país. A recusa americana e o período de nojo britânico ( depois de os ingleses terem dominado/influenciado o Afeganistão durante mais de um século) acabaram por entregar o país, nos anos 70, a uma dupla influência: a das ideias comunistas e a da ortodoxia religiosa da al-Azhar que pregava a unidade do din wa dawla (da religião e do estado) . O frágil equilíbrio entre uma antiga ordem feudal e a lenta modernização do estado ( com mão de ferro, é certo) ruiu com a revolução comunista de 1979 e com a contra-reacção dos mullahs. O resto é o que se sabe.
La Terre chaque soir à son Porte-Manteau Oriental décroche cette sorte de Chapelle-Haute-de-Forme-à-Huit-Reflets que le coup de poing tout à coup de je ne sais quelle Résolution-Supérieure lui enfonce irrésistiblement jusq'aux yeux.
VITALIDADE: Faltam dois dias para a Super Tuesday. Aconteça o que acontecer, estas eleições ficarão marcadas pela prova da capacidade de regeneração do sistema político americano. Um republicano heterodoxo parece ter assegurada a sua nomeação. Um senador com 3 anos de experiência no Senado lidera o mais poderoso movimento político numa geração e faz estremecer o establishment do Partido Democrata. Quando a América parecia estar num beco sem saída, o sistema político mostrou sinais de enorme vitalidade, permitindo o surgimento de propostas e protagonistas novos. Os europeus, com uma classe política auto-centrada e incapaz de se renovar (em Itália parece que o Berlusconi vai voltar a apresentar-se e as nossas presidenciais foram o que foram), bem deviam prestar alguma atenção ao que por aqui vai acontecendo. Na terça logo veremos até onde vai a ânsia de mudança. Aqui vai uma mãozinha dos Black Eyed Peas, sem mais comentários (com uma vénia ao cinco dias)
posted by NMP on 6:11 da tarde
#
(1) comments
A STASIS BENFIQUISTA:
Nos primeiros oito minutos os madeirenses fizeram quatro faltas: três para amarelo e uma para vermelho ( o Cardozo levou logo uma cotovelada na penca que o fez ter ainda mais medo do que é habitual). O sr. Olegário, personagem querida na Luz, não mostrou nada. E bem, porque assim, pensei eu, o Benfica mostraria os dentes. Não mostrou. Os gregos quando se alheavam da stasis eram feridos de atimia. Ao menos acontecia-lhes qualquer coisa. Se um Grande de Portugal se amedronta em sua casa, se teme uma horda de espadartes luso-brasileiros, está tudo dito. Esta equipa está muito amaricada.
posted by FNV on 12:46 da tarde
#
(4) comments
COMITIA CURIATA E COMITIA TRIBUTA:
Não me parece um cenário extremo. Se levarmos a sério o ar prenhe com que políticos, analistas e bloggers analisam a coisa, um PM como este não serve o país. E o que dizem? Que o país percebeu que o PM é um aldrabão eventualmente ( senão decerto) corrupto, com um passado que desenterra minhocas a cada meia cavadela. Não amaciemos as coisas. A conclusão a tirar desta avaliação só pode, logicamente, ser uma: este homem não é bom. Então o passo seguinte tem de ser a sua destituição. Curiosamente, não ouvimos o apelo da selva; Jack London está surdo. Outra conclusão se impõe. Se não querem a demissão imediata do PM, afinal não é o interesse nacional, esse espermatozóide desorientado, que engravida os defensores da ética. O que dá jeito é Sócrates apodrecer no seu posto; e que se lixe o interesse nacional. Muito eu gostaria de ver novas eleições provocadas por um diploma domingueiro ou por um indevido subsídio de 1989: não valem menos do que um Henrique Chaves e, quem sabe, poderiam ser o estímulo para limpar muita coisa. Talvez excessivo, não é?
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.