Foi cúmplice no desbaratar dos recursos e gozava com a preocupação de MFL com o défice. Nunca entendi uma palavra do que ele disse excepto agora. Quando quer exprime-se muito bem.
A série passa a ter comentários, sem citações, bibliografia, ou teoria literária. Tudo natural. Neste pedaço de Fiama, flexível estraga tudo. Percebe-se por que motivo Fiama o acrescenta: veste-se de branco é neutro e vulgar. É um duche. E Fiama usa o branco porque vem da imagem essencial e das linhas. Uma chatice, ainda que o conjunto seja inexplicavelmente bom. Como um jantar em que nada é excepcional, algumas combinações são reguilas, mas no final esteve-se bem. E com a candura de Fiama. Vamos a isso:
Toda a substância dança em redor das suas linha. Ela é a imagem essencial. Veste-se de branco flexível. Tem a cabeça espelhada. Uma fita de se da que brilha. Emite um sinal ambíguo.
posted by FNV on 1:40 da tarde
#
(0) comments
STASIS BENFIQUISTA:
1) O treinador do Everton diz que Di Maria faz lembrar jogadores de outros tempos. Obrigadinho, mas eu já tinha chegado a essa conclusão há muito tempo.
2) O Everton jogou sem alguns titulares, sobretudo na defesa. Foram simpáticos.
3) O sr. Azenha diz que Javi Garcia não é o trinco ideal para o Benfica, porque "lateraliza muito jogo". Ainda bem que o sr. Azenha tem essa opinião. O asilo fica mais longe sempre que discordo do sr. Azenha. O problema é outro. A infantil gestão desportiva do SLB fez com que não tenhamos alternativa ao Javi.
posted by FNV on 12:26 da tarde
#
(9) comments
OUTOMO (XII):
Não consigo encontrar nenhum estudo. Queria saber a relação entre mudar de casa no fim da vida e morrer pouco tempo depois. Por que motivo, alguém, voluntariamente, abandona a casa onde viu crescer os filhos, brincou com eles, chorou a morte de amigos, traiu a mulher, onde cada centímetro de parede é um albúm de fotografias, onde até os cheiros cantam. Em De Senectute, Cícero diz que a saciedade de todos os desejos leva inevitavelmente à saciedade da vida. Uma vingança, uma conclusão decretada por Atropos? Talvez. Um homem nessa condição resolve exilar-se no final da sua existência. É um desafio maior do que os deuses podem suportar.
Santos Silva ministro. Continuo a apreciar imenso o político e é um prazer vê-lo em debates: duro, bem preparado, retoricamente impecável. Isto independentemente de concordar com ele ou não, obviamente.
posted by FNV on 10:31 da tarde
#
(2) comments
POLÍTICAS DE DROGA, POLÍTICAS DE CIDADE (IV):
José Sócrates, seja como ministro adjunto ( governo Guterres), seja como primeiro-ministro, foi o único governante lúcido em sede de políticas de droga. Quando despenalizou o consumo ouviu pacientemente Paulo Portas dizer que depois do sol e das praias, Portugal seria conhecido pelas drogas. A invasão de citas e suevos, surpreendentemente, não se verificou. Mais tarde, no início do governo que que agora cessou funções, arrumou a casa ( IDT) como pôde e não repetiu o erro de nomear comissários políticos, ou pára-quedistas, como Elza Pais. João Goulão, não sendo brilhante, é um homem competente e talhado para a função. Sócrates tentou desajeitadamente algumas inovações - prisões ( cruciais) e salas de injecção assistida ( irrelevantes) -mas, mal aconselhado, falhou. O PSD, em menos de três anos, conseguiu promover um número assinalável de incompetentes, simples curiosos e afilhados ( estive a par de alguns dos hilariantes processos). Aliás, o PSD, depois de Leonor Beleza ( que criou as Taipas), é absolutamente nulo - quando não é nefasto - nestes assuntos. Não espero muito mais do novo governo, porque, salvo as excepções portuenses, a máquina do IDT limita-se ao trabalho quotidiano, desprezando o estudo e a investigação sempre que exista risco de incomodar o consenso mole. Pelo menos não espero asneiras, o que já não é nada mau.
A complacência, a histórica e metastásica complacência para com a experiência comunista , dá nisto.
posted by FNV on 1:36 da manhã
#
(2) comments
O MALI, ESSE PRÓXIMO DESCONHECIDO:
Saiba o que acontece no Mali, nosso parceiro no ranking da liberdade de imprensa, a quem ofende o chefe de estado e como é por lá a dita liberdade de imprensa. Não seja foleiro, não se precipite sobre o bom do Mali, adverte a jornalista Fernanda Câncio.
Garcia Pereira , na TVI24, explica um coronel que o silêncio do colégio perante actos de cobardia e de quebra das regras de conduta militar desonra a instituição e os valores que ela jurou defender. Óbvio. Qualquer pessoa que tenha feito a tropa sabe que há três maneiras de fazer as coisas: a certa, a errada e a militar. Como tenho crianças na escola, soube que para expulsar um aluno que sistematicamente agride, rouba e molesta miúdos mais pequenos, é necessário um curso avançado de estoicismo, de epicurismo e de burocracia extraterrestre. Num caso como no outro premeia-se a cobardia e inclui-se o medo no currículo escolar. A maneira militar de fazer as coisas, afinal, já não é assim tão militar.
posted by FNV on 3:58 da tarde
#
(0) comments
DÚVIDA EXISTENCIAL:
Haverá alguma relação entre a recente suspensão da entrega dos Magalhães por parte do Ministério da Educação e a saída de um novo modelo da sociedade privada que os produz?
posted by VLX on 2:45 da tarde
#
(5) comments
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA DEONTOLOGIA JORNALEIRA (IV):
Dão. Não se pode dizer que não dão. E como dão? Na página 19 do grande DN, no cantinho inferior direito, pequenina e envergonhada, a notícia: a área ardida este ano, em Portugal, foi cinco vezes superior à do ano passado. Porquê, como e quem é responsável? Talvez uns e-mails do Público ajudem.
posted by FNV on 1:12 da tarde
#
(1) comments
O PORTUGAL MODERNO E COSMOPOLITA (IV):
posted by FNV on 10:34 da manhã
#
(0) comments
A PSIQUIATRIZAÇÃO DO REGIME: Depois de MFL ser débil, Moura Guedes possessa e Cavaco demenciado, é a vez de Cintra Torres.
Mais leituras chuvosas. Uma pequena jóia de Suetónio, O Divino Augusto, com tradução e notas de Agostinho da Silva, uma velhinha edição de 1976 ( tenho as Obras Menores, de Tácito, também com tradução de A.S., o Salústio é que está difícil...). Parece que Augusto tinha o hábito de passar entre as pernas uma noz de fogo para que os pelos lhe crescessem mais brandos. Nos dias de hoje é a nós que os Césares querem brandos. Mais recente ( 2004), de Keith Otterbein , How War Began ( Texas A&M University Press). É bíblico. Pretende resolver a disputa entre a tese dos que dizem que a guerra existe desde que existimos e os que afirmam que a guerra nasceu com os estados. É bíblico porque Otterbein entende que a guerra começou com os caçadores ( vagabundos-pastores), enquanto os agricultores eram pacíficos. Valha a verdade que na Bíblia é o sedentário-agricultor que mata o pastor-nómada. Pelo meio, os Zulus, o vale de Oxaca e o período Shang. Vale a visita.
posted by FNV on 1:28 da tarde
#
(0) comments
O FAX DO CACAU:
Dir-se-á que o fax entre duas pessoas nada prova sobre uma terceira e isso é verdade. Mas não deixa de ser curioso que dois membros da administração de uma grande empresa interessada num projecto com um licenciamento tão embrulhado se mostrem tão preocupados com a saída do Ministro do Ambiente e dos seus secretários de Estado, ao ponto de colocarem preto no branco as suas angústias.
Nada prova, mas a quantidade de indícios que saltam e pululam, sempre sem desmentidos, sem explicações, faz crer que qualquer dia será necessário iniciar um inquérito à forma como este inquérito está a ser conduzido, (no mínimo) muito estranha. A não ser que os magistrados do MP tenham medo de ver as suas avaliações suspensas.
O único ponto de contacto que haverá entre mim e Saramago, a respeito da Bíblia, é que nenhum dos dois se importará muito que Saramago vá um dia crepitar largo no quinto dos infernos. Daí que não ligue ao que diz e ao que escreve sobre o assunto, e muito menos às suas opiniões. Também não me incomoda que invente o que lhe aprouver e deturpe as histórias bíblicas nem que, por fim, se convença de que tem piada.
A única coisa que enoja é que nas suas campanhas publicitárias e para vender os livrinhos que lhe brotam da cabecinha se ponha a ofender galhofeiramente milhões de crentes, desde muçulmanos, judeus, cristãos, até todos aqueles que têm fé em alguma divindade e respeito por alguma religião. O homem pretende barulho, confusão, estardalhaço para vender as historinhas. Seja.
O que lhe deve ser oferecido é a mesma reacção da gente civilizada perante um ganapo malcriado que larga um flato em público: virar costas rapidamente e nem ligar.
posted by VLX on 3:49 da tarde
#
(8) comments
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA DEONTOLOGIA JORNALEIRA (III):
Como se calculava, os sítios do costume escolheram com pinças os excertos da coluna do Provedor do leitor do "Público". E fartaram-se de trabalhar, coitados. Então eu ajudo. Sobre o título da notícia mais famosa do ano - "Assessor do Presidente encomenda escutas" - , o ainda incensado Provedor ( que já está a perder adeptos) diz o seguinte:
"Considerá-la encomendada por Belém é o mesmo que dizer que muitas das notícias publicadas pelo DN não passam de encomendas do seus informadores"
"E o Bloco pede a imediata legalização do casamento de homossexuais, um acto que mesmo Vale de Almeida achou pura "chicana" ( VPV, hoje). Assim não vale. Sabemos muito bem que a legalização do casamento de homossexuais não é pressa nenhuma, é coisa para ser discutida, analizada, enfim, longamente reflectida; e sabemos também que à "pura chicana" sucede o "fait-divers" e, finalmente, " a demagogia barata do radicalismo".
posted by FNV on 3:56 da tarde
#
(0) comments
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA DEONTOLOGIA JORNALEIRA (II):
Joaquim Vieira, o Provedor do leitor incensado nos locais do costume, escreve hoje coisas que não vão ser citadas nos locais do costume. A parte sobre as "encomendas " é vivificante.
posted by FNV on 2:22 da tarde
#
(0) comments
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA DEONTOLOGIA JORNALEIRA:
Recordando João Marcelino ( que já declarou a sua fé numa legislatura de quatro anos) , no tempo em que o Correio da Manhã fazia capa com partes anatómicas de arguidos, e o seu inconfundível sentido deontológico. Tem links ( os que estão desactualizados podem ser reencontrados). A parte que prefiro é a do motivo das desculpas a Ferro Rodrigues.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.