Se Pinto Monteiro tivesse decidido o contrário, seria um "adversário de Sócrates" , um ressabiado, um ranhoso, etc. É assim o extremo respeito pelo "estado de direito". Também é necessário saber em que sanatório vão ser internados os magistrados de Aveiro e de Coimbra. Resta dizer que Pinto Monteiro não poderia ter decido de outra forma . A única coisa que sabemos de ciência segura é que o PGR sabe de tudo isto desde Julho. E em Setembro houve eleições.
O Jorge Ferreira era um ami de blog. Dos antigos. Só o conheci neste mundo, mas ainda assim comunicámos, ao longo dos anos, muitas vezes nos blogues e em privado; como dois benfiquistas do século XVII, separados por um mar infinito, trocando correspondência também sobre outros assuntos poderosos. Muito poderosos. Como ele se deliciava com as minhas stasis benfiquistas, elas ser-lhe-ão doravante dedicadas.
posted by FNV on 7:10 da tarde
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O FIM DA FAMÍLIA - ou a função e o desastre (II):
Ocorre em alguns estados norte-americanos um desvio interessante. Quando same-sex-parents (SSP) se separam, o pai biológico ( homem ou mulher), em caso de conflito sobre a guarda da criança, utiliza frequentemente o mesmo sistema que lhe negou o direito a constituir legalmente uma família. Os tribunais decidem sempre a favor do pai ou mãe biológicos, pois apenas estes são reconhecidos. Os SSP amputados do parceiro que não tem o laço biológico com a criança passam a constituir uma família semi-legal. A minha deambulação por esta secção deveu-se a uma curiosidade. Estudando a literatura científica tenho-me deparado com uma coisa notável. Existe unanimidade acerca das conclusões em todos os estudos ( exceptuando um que fica para outra altura) sobre a qualidade de vida de crianças filhas ( biológicas de um ou de nenhum dos membros) de casais homossexuais. Unanimidade em ciência ( psicologia clínica e do desenvolvimento, sociologia, psiquiatria, pedopsiquiataria) é algo de muito raro. É certo que a ciência é unânime acerca da fórmula da água, mas este assunto é um bocadinho mais escorregadio. Uma das justificações que os empenhadíssimos cientistas pró-LGBT dão até é razoável: as amostras são pequenas. Ainda assim, haverá muito, mas mesmo muito, para desbastar nesse terreno e , por isso , regressarei a este tópico mais tarde. O problema do laço biológico, como vemos, não nos larga. A adopção até acaba por ser uma questão menor, porque quase sempre um dos membros do casal consegue ser pai biológico da criança. E é porque o outro, manifestamente, não o consegue ser, que os tais laços da carne ( escarnecidos pelo psicólogo que citei no número anterior) assumem um papel crucial nesta história. ( continua)
posted by FNV on 10:07 da tarde
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MACACOS DE AUDITÓRIO:
O director do Sol queixa-se de pressões e não diz quem pressionou? Ou fazia queixa e aguardava, calado, o desenrolar do processo, ou então dizia quem o pressionou. Estas diversões podem ser boas para vender jornais, mas só distraiem do esssencial.
Apesar da agressividade idiota com que me brindou no caso das escutas de Belém, a Fernanda Câncio tem razão. Cama é cama, política é política. Foi essa a minha posição aqui no blogue em discordância com o Vasco Lobo Xavier. No tal episódio do DN Contra Gate, em que fui instado a "a ter coragem" ( a coragem é para outras lides, mas enfim...) e a "deixar-me de insinuações", a minha tese era simples: FC escreve regularmente a favor de Sócrates num blogue que apoia Sócrates e é jornalista do DN. Ainda tentei explicar-lhe isto, civilizadamente, mas não adiantou nada.Já na altura do lamentável episódio Gomes da Silva ( a propósito de um programa de FC na RTP-2) tive, aqui, no blogue, a mesma posição. Não está em questão se a senhora A ou a senhora B é vista com o senhor X ou Y. Estão em questão, e também já aqui o disse, dois pontos:
1) As opiniões das ditas senhoras têm de ser avaliadas por aquilo que valem.
2) Muito mais importante são outro tipos de relações ( foi sobre isso que escrevi em tempos). Por acaso sabemos das ligações de interesse político, ou de dívida, de jornalistas com empresários, banqueiros, generais, professores, etc?
Na minha opinião sobre o DN Contra Gate, que provocou uma reacção imbecil de FC, o que apontei foi exactamente isso: alguém dentro do DN muito próximo de Sócrates. Diria o mesmo se fosse Santos Silva: isso não implicaria uma relação sexual de SS com Sócrates, pois não? O ponto 2 é que interessa e esteve em jogo no DN Contra Gate. Curiosamente, nessa altura, e nesse contexto, FC preferiu armar-se em vítima, fingir que não percebia e fazer uma insuportável exibição de suposta superioridade moral totalmente disparatada. Não é nada parva.
posted by FNV on 8:29 da manhã
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PASCOAES, SEMPRE:
As Musas amam os tolos; e, por isso, me indispuseram com os códigos, com os jardins municipais, os cavalheiros da política, os tectos de estuque, os edifícios de cimento e outras manufacturas da ciência.
( A Nossa Fome, 1923)
posted by FNV on 1:24 da manhã
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NA CADEIRA (III):
Quanto tempo dura uma separação. É muito mais encorpado do que saber porque se separaram. Duas amigas zangaram-se no liceu, dois namorados rompem definitivamente, o filho nunca mais voltou a casa desde que o pai lhe levantou a mão. Desde logo porque é uma cidade aberta. Ninguém toca. Depois, ao contrário do que acontece no desgaste das relações, porque o tempo é um fantasma: vai separando sem nunca o agarrarmos.
posted by FNV on 12:15 da tarde
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O FIM DA FAMÍLIA - ou a função e o desastre (I):
Irei pelo bosque procurando o caminho dos lenhadores. Série sem pretensão doutrinária, apenas o simples prazer de pensar e discutir.
É precisamente no enfraquecimento do laço biológico que começa o enfraquecimento da família. A massa consumidora de qualquer último modelo de qualquer coisa reune-se nesse ponto aos movimentos LGBT: o desprezo pelo biológico . No outro dia, um psicólogo dizia na Pública que está na altura de questionar a importancia fictícia dos laços da carne. As alianças de circunstância produzem, no entanto, resultados inesperados. Os vínculos aos velhos e às crianças são um impedimento para a mobilização infinita ( com licença de Sloterdijk). Quando nos divorciamos , tendo crianças pequenas a cargo, para obter melhor sexo, mais sossego ou essa coisa com boné de marinheiro ( o amor), somos agéis: vou continuar a ser pai, vou continuar a ser mãe. Notem que neste ponto o laço biológico é subitamente valorizado ( a culpa faz milagres). O pais são os pais biológicos, mesmo que depois estabeleçam com os filhos um tipo de relação que fará a fortuna de consultórios como o meu. Os desprezo pelos laços da carne que os LGBT nutrem é mais compreensível. Num casal, masculino ou feminino, um deles não poderá estar unido à criança pelos tais laços da carne. E, sim, há casais do mesmo sexo. Um casal é uma realidade observável, evidente, e o facto de ser do mesmo sexo não invalida a classificação, a menos que estejamos reduzidos à biologia das cabras e dos bodes.Para mais, um casal é definido por quem o compõe. O problema é outro. Um dos argumentos clássicos nos defensores de adopção em casais homossexuais é o do desejo. Fazem muitas vezes a comparação entre a gravidez nascida de um a noite com muito álcool com os perseverantes trabalhos que passam lésbicas e gays. Um erro óbvio. Aqui há tempos, um resort espanhol propunha um pacote lésbico: férias, praia, spa e inseminação artificial em absoluta confidencialidade e segurança. A equivalência retórica só é possível porque o laço biológico, impossível de ser pleno para ambos, tem de ser electrocutado. Qualquer uma destas gravidezes é fortuita - de uma bebedeira ou de umas férias na praia. Aliás, muitos casais hetero fazem bebés fortuitamente em férias de praia ( ou em reconciliações à beira-mar).
Certamente mais um invejoso alucinado. Não lhes bastou terem viciado as eleições, viciaram também a investigação. O vício é viciante, daí ser um vício. Outra coisa: já repararam que temos, neste momento, um PM nas mãos de dois magistrados?
O Ribeirinho ( deve-se ter zangado com o Professor Pardal) acaba de dizer, na SIC-N, que o futebolzinho português é isto, que deu à tangente para ir ao Mundial e é um pau. Obviamente isto significa que estaremos, pelo menos, entre os semi-finalistas.
Hoje, infelizmente, não haverá presidentes de clubes a comemorar uma derrota da selecção nacional. Não haverá porque vamos passar; infelizmente porque sempre era um desvio saudável.
O João Pinto e Castro está incomodado com as carraças dos jornais. Que não se portam bem, que só querem vender, que também há jornalistas corruptos ( olha que novidade - alguns até recebem medalhas), etc. O segundo comentário ao post é delicioso.
Não está em causa o tema, mas o método. Quando foi do tabaco foi a mesma coisa: que era para proteger a saúde dos não-fumadores. Deve ter sido por isso que desapareceu o cigarro do Lucky Luke e o do Bogart ( no Casablanca) já vai a caminho: um gajo está a ler, ou a ver, e apanha com o fumo na cara. Nestes métodos dos manhosos e das empinadas só cai quem quer.
Diz bem o Pedro Sales: que fofura, que intimidade. Afinal pode-se e faz sentido: aquilo não é um propriamente um jornal, por isso não há devassa. Talvez não seja é boa ideia avançar muito na régua do tempo.
posted by FNV on 1:25 da manhã
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NA CADEIRA (II):
E a morte e coisa e tal emociona-nos muito tanta a gente a chorar e choro também. Bananas. Potássio embalado em verde-amarelo. A gente rija não chora nos funerais. Chora antes e chora depois. É por isso que fazem funerais. Para tratar de negócios e rever entes queridos como o Waugh.
Apanhei um susto. Apanhamos como quem apanha uma constipação ou moléstia vénerea. Ninguém diz apanhei um cancro. Quer isto dizer que os sustos transmitem-se; e está muito certo. No dobrar de uma esquina ou nas costas da cadeira da esplanada. São sustos e não são iguais. Em comum um factor: estávamos entretidos com as nossas manigâncias e apanhámos um susto. O susto é, portanto, um amigo e um agente duplo: não estamos sós. Um diagnóstico malvado às três tabelas e um alien na conduta do ar condicionado não provocam sustos. Metem medo, que, por sua vez, mete medo ao susto. O melhor susto é dado por quem não nos devia assustar. Está a mulher à janela da cozinha, num entardecer de cerejas, e o homem aproxima-se, por trás, sorrateiro. Ela apanha um susto. Que coisas malvadas estaria a senhora a pensar? Ou então tinha-se esquecido dele.
posted by FNV on 11:51 da tarde
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DA ARTE DE FURTAR (I):
"(...)E parece muito, que haja unhas, que fallando verdade furtem; porque onde ha furto, ha engano, que a verdade naõ permitte: mas essa he a fineza desta arte, que até fallando verdade vos engana".
posted by FNV on 11:47 da tarde
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A CIDADELA (V):
Já vi que não levo nada. Está tudo bem, não se passou nada, é tudo invenção e perseguição ? Certo. Estamos todos no mesmo barco, por isso o que me acontecer acontece também aos outros. Nem sei o que estão tantos jornalistas a fazer em Aveiro: aquilo é um bando de magistrados doidos*. Regresso então à poesia, ao Benfica e à análise de costumes ( há uma sériezinha para sair).
* Hoje chegam ao Supremo mais cinco CD's de maluqueiras.
posted by FNV on 11:48 da manhã
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RUMORES DE VENTO NOS EIRADOS:
Dos tiffosi de Sócrates, infelizmente, não se espera outra coisa: seja um currículo rasurado, seja uma camioneta de familiares envolvidos em negócios com um ministério que ele tutelou, seja um assunto de autoria batman de projectos de engenharia, o uivo é sempre mesmo: "ranhosos", "invejosos", "cabala". Veremos quantos sobrarão no fim da ventania. Mais sumarenta é a posição do Bloco e afins. Onde antes não havia fumo sem fogo, onde antes se via o rosto gordo e charutoso do grande capital das negociatas muito antes de os julgamentos começarem, onde antes mandava a ética acima de tudo, agora mora a escrupulosa observância dos princípios do estado de direito. Uma evolução, sem dúvida. E foi tão repentina que confunde grosseiramente ( outro argumento de analogia) espionagem doméstica e privada com uma investigação judicial legítima.
posted by FNV on 1:51 da manhã
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ASSOCIAÇÃO DE SENHORIOS QUER CASAMENTO CIVIL!
Fonte próxima da direcção de uma das associações de senhorios confidenciou-nos ser sua intenção promover a aplicação das regras do casamento civil aos arrendamentos. "Trata-se de uma discriminação injustificável, violadora dos mais fundamentais direitos humanos", disse. "É inacreditável que mais facilmente se possa despejar a mulher ou o marido de casa do que o inquilino ou inquilina", não há qualquer justificação para essa situação discriminatória.
"E, uma vez que hoje em dia se pretende que as regras do casamento possam valer para qualquer situação, não vemos por que razão não possamos vir a beneficiar dessas regras". Na relação senhorio/inquilino "não deixam de estar presentes os afectos e cozinhas por lavar", razões que ainda mais motivam a pretensão. As cerimónias dos contratos de arrendamento passariam a ser realizadas nas Conservatórias do Registo Predial, perante o Conservador e funcionários, e os outorgantes teriam o direito e o dever de apresentar padrinhos, que outorgariam igualmente os contratos. Contudo, assegura-nos a mesma fonte (que preferiu manter o anonimato), ficará de fora qualquer direito dos intervenientes contratuais (senhorio e inquilino) à adopção. De igual modo, as regras do casamento civil não terão aplicação nos arrendamentos rurais, alegadamente por aí ainda não se ter alcançado a elevação civilizacional que a medida exige ("para lá de Vila Franca de Xira ainda não estão preparados" - afiançou-nos a nossa fonte).
Fomos ainda informados de que algumas associações patronais estudam também a possibilidade da aplicação das regras do casamento civil às relações laborais, mas até ao fecho deste post não foi possível confirmar a notícia.
Tenho levado pancada aqui nos blogues, mas nada que se compare à cotevelada criminosa que me enfiaram, já vai para três dias, num espacito entre a 9ª e a 10ª costela. Descobri o raio de acção do nervo intercostal. Vou tentar manter a bonne mine.
posted by FNV on 11:26 da tarde
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A CIDADELA (IV):
O meu amigo Pedro Caeiro, lobo do mar honorário, brilhantíssimo penalista e professor da UC, contra-argumenta:
"Filipe, discordo. Supõe que o MP tinha recebido uma denúncia a dizer que o PM tinha cometido uma violação. Depois das averiguações que o PGR entende fazer, decide que não existe fundamento para uma acusação e arquiva o inquérito. Teria o dever de vir a público dizer que "houve um procurador que achou que... etc."? Não. Eleições ou não eleições, não tinha. O segredo de justiça também serve para proteger as pessoas deste tipo de coisas."
Vou usar o argumento do Pedro, ligeiramente modificado, pois serve-me na perfeição ( e sempre o trago de volta ao blogue) . A modificação prende-se com o acto denunciado: calculo que numa violação exista queixa por parte do violado, acarretando o inevitável aparato púbico que traria, por sua vez, exposição mediática. Fiquemo-nos pela denúncia, por exemplo, de um atropelamento e fuga ( um atropelado nunca se lembra da matrícula do carro que o atropelou). O argumento do Pedro é o clássico argumento por analogia. A questão crucial neste tipo de argumento analógico é : os objectos comparados são similares em aspectos relevantes para o argumento? Neste caso julgo que não. Uma mera denúncia de um roubo ou de um atropelamento não é comparável a uma investigação lenta, laboriosa, contida em dezenas de CD's e exercida por magistrados supostamente qualificados. Neste tipo de argumentos, a relevância dos aspectos em que os objectos de diferentes espécies se assemelham não pode ser avaliada apenas pela lógica: envolve informação factual. Os actos de um PM longamente escutado no âmbito de uma grande investigação sobre corruppção não se assemelham à mera autoria, hipotética, de um crime isolado.
posted by FNV on 1:21 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA:
Duas excelentes notícias: Beto na baliza do Fóculporto e Carvalhal no banco do Sepórtingue. Estragam-nos com mimos.
Adenda: acabo de ler que Pinto da Costa prefaciou o livro de Carvalhal. Há que aplaudir a jogada de mestre.
posted by FNV on 11:26 da manhã
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Filipe, e o Bruno Alves na Luz? Que categoria...
posted by VLX on 11:24 da manhã
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A CIDADELA (III):
Ao especialistas em direito o que lhes é de direito. Fico-me por uma análise de rua. Já aqui o tinha dito, na altura do Freeport, e repito: não se riam os desmiolados com a pressão mediática sobre Sócrates. Se é verdade que deveríamos ter sabido, antes das eleições, que juízes e procuradores consideraram eventualmente criminoso o comportamento do PM ( coisa que não acontece todos os dias) , também é verdade que o processo é canceroso. Um vulgar cidadão como eu não odeia nem quer a desgraça do PM ( por isso me chamaram, repetidamente, de socretino na altura do Freeport), mas quer uma cidade amiga do ambiente. Um PM permanentemente sob suspeita não pode , e não tem, condições de liberdade para governar. É difícil perceber o gozo que isto provoca. Se, em Julho, ou em Agosto, tivesse sido explicado aos cidadãos que o PM tinha sido escutado e que magistrados entenderam que havia indícios de crime, mas que outros magistrados, mais qualificados, entenderam o contrário, a coisa tinha ficado resolvida. É verdade que não teria dado jeito (ao PS) em período pré-eleitoral, mas teria dado jeito ao país. O PS até poderia ter ganho as eleições, mas essas eleições ter-se-iam realizado em condições de transparência.É por isso que repito: o acto eleitoral foi viciado.
posted by FNV on 10:17 da tarde
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A CIDADELA (II):
Tudo claro. Em Julho, um juiz e um procurador ( não confundir com mariscadores ou taxistas) , depois de muito escutarem, entenderam que o PM de Portugal devia ser investigado por trapaça. Altas instâncias mantiveram a coisa na patusca até Novembro. Tivemos, portanto, eleições viciadas.
posted by FNV on 9:15 da tarde
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PERFEITAMENTE POSSÍVEL:
Pilar del Río, uma extraordinária escritora transgressora e rebelde, que afinal abdicou da carreira para se dedicar ao esposo, pergunta hoje, na Pública, como é possível haver mulheres que continuam a sentir fascinação pela figura do pai. É a figura do impostor, o depositário da autoridade divina e social. A resposta é simples. Há mulheres que tiveram um pai bom, carinhoso e protector, pelo que é natural que sintam fascínio por tal figura. Por que motivo alguém faz regra da sua má experiência individual e a partir daí pinta o mundo com cores de raiva e azedume? Porque ter-se sido mal amada torna insuportável a boa experiência dos outros. Daí a exaurir teses psicossociais de pacotilha é um passo. Pequeno e mais frequente do que se julga.
posted by FNV on 3:32 da tarde
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NOVAS FRONTEIRAS (II):
A TSF costuma passar, ao Domingo de manhã, um programa de debate de diferentes pontos de vista ( saber quem é mais pró-Sócrates). Inopinadamente, sem avisar os ouvintes, pôs no ar dois moral advocates de José Sócrates; equitativamente indignados e incomodados. Bem vistas as coisas, talvez não tenha sido assim tão inopinadamente. Pedro Adão e Silva tem sido sempre coerente e Pedro Marques Lopes é citado 35 vezes por mês nos blogues agregados. Um dia destes a TSF voltará a ter programas de debate.
1) Cavaco está onde o queriam. Fragilizado pela publicação no DN da correspondência privada entre jornalistas. Bem feito. Na altura assinalei o mérito da operação e até lhe dei um título: "DN-Contra-Gate". O nosso conformismo tende a aceitar que um PM possa ser suspeito de fazer trapaça porque estas coisas ficam sempre em águas de bacalhau e eles são todos iguais. Não são. Atacar a jugular, sem reservas, e não temer a intimidação nem a confusão. Bicho ferido foge para o mato? É ir buscá-lo depois de um cigarro retemperador.
2) Não vale a pena olhar para trás, porque esta gente só olha para frente - olham para o abismo tanto tempo que o abismo olha para eles. Haverá stasis. E talvez um novo PM no quadro da actual maioria.
3) Desejar boa sorte a dois homens cercados. Um em Aveiro e outro em Coimbra.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.