posted by PC on 8:53 da tarde
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"AND TOMORROW IS NOT THAT FAR" : É o que responde Abu Muhammad al-Ansari, comandante do Jeish al-Islam ( "Exército do Islão") na Palestina, quando lhe perguntam se vai ou não matar o soldado israelita capturado antes da última guerra libanesa. O comandante diz que só não mataram ainda o soldado porque "os judeus, odiados por Allah, mais tarde ou mais cedo aceitarão todas as nossas exigências". Esta entrevista está publicada na mais recente edição ( Setembro/Outubro 2006) do Sada al-Jihad ( "O Eco da Jihad ") , uma revista on-line dedicada à problemática mujahideen. Um outro artigo interessante é aquele onde são fornecidas instruções sobre como viajar em cidades, independentemente do que se vai fazer: nada de dar o nome próprio em hoteis, nada de pedir recibos, alugar carros de modelos populares, etc.
Nota: resumo e tradução via www.siteinstitute.org.com
posted by FNV on 3:49 da tarde
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Wang Fu-chih ( I ) : Para desanuviar de meninos e meninas insaciáveis de cobertura mediática, mais chineses. Wang Fu-chih ( ou Wang Ch'uan-shan) é um dos fabulosos personagens da transição da dinastia Ming para a Quing. De entre os poucos acerca dos quais conheço alguma coisa, este é um dos meus preferidos. Escritor desvairado de filosofia e de política ( comentou quase todos os clássicos confucionistas) , refugiou-se numa montanha grande parte da sua vida, desgostoso com a cedência Ming ao poder manchu. Também não quis lutar. Para já ( depois virá mais), um bocadinho do "Fogueiras em T'ung-kuan" , tradução de Cyril Birch, porque Wang também se dava à literatura. Percebe-se bem o sentimento de perda e o de lealdade. O viajante dirige-se para fronteira e depara com as fogueiras que aquecem os guardas:
" Where is this, that oars cease and voices mutter in the night? The river black, clouds too thick To sail on to the sky's edge. Here long ago came the wandering Tu Fu To climb a rise, look down on the water and rhyme his grief. "
PEARL JAM: Já aqui falei dos memoráveis espectáculos da banda em Lisboa, em Setembro. Sem querer cair em exageros, penso que o da segunda noite é dos melhores registos ao vivo que alguma vez ouvi. Se alguém estiver interessado, o download está disponível no site oficial da banda www.pearljam.com, a bom preço.
A TORNEIRA CONFUSA: Cochofel recorda Celas, então um plácido subúrbio de Coimbra, recortado de quintas e jardins. Ouvia num gramofone os garganteados de Amelita Gallicurci e, mais tarde, já no gira-discos eléctrico, o fadinho de Menano. Hoje, segundo abesoiradas opiniões - a de um especialista do Bloco de Esquerda e a de um ex-secretário de Estado do eng.º Guterres -, Coimbra está "descaracterizada pelos centros comerciais". Noutros tempos, o bodum dos sovacos dos lentes, as unhas encravadas nos pés das tricanas e as sessões porno do extinto cinema Avenida; era Coimbra e o seu crinalvo encanto.
RESGATES: Não sei se já lá foram, mas a jukebox do Anarca está a fazer furor. 70's e 80's em barda, com discos pedidos e tudo. À noite, é angariar umas cervejolas e estamos de volta ao Etc.
posted by PC on 3:48 da tarde
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PIOVE: O problema com as cheias é que não adianta pôr a GNR a patrulhar as ribeiras.
posted by FNV on 12:55 da manhã
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BOLAS: A pretexto de o Rivoli não ser assunto para tanta cobertura mediática, vários blogues dedicam ao não-assunto dezenas de posts. No bilhar livre, chama-se a isto carrão.
AS FARIO E OUTRAS HISTÓRIAS: A nossa conterrânea Catarina publicou uma verdadeira história de pescadores no 100nada, daquelas saborosas, que se contam na véspera do 1 de Março, pela noite dentro, enquanto se espera que haja luz. E deu também umas indicações de livros sobre histórias de pesca e de pescadores. Um dos que eu prefiro é o A river runs through it, de Norman Maclean. Começa assim: "In our family, there was no clear line between religion and fly fishing". E mais não digo.
posted by PC on 3:40 da tarde
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GOLEADA: Não há nada que anime mais o apaixonado do futebol do que uma goleada da sua equipa em noite europeia. A não ser duas, claro.
posted by VLX on 10:10 da manhã
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NÃO FAZ PRISIONEIROS ( a saudade) : Trigeu quer subir até aos deuses, montado num escaravelho, para implorar a Paz, mas a Guerra já tem um almofariz. Hermes explica que no almofariz ela vai esmagar as cidades. Esta comédia de Aristófanes sempre me fez lembrar, absurdamente, um sentimento individual: a saudade. Como a guerra, a saudade tem um enorme almofariz onde somos esmagados, metodicamente, à medida que os anos passam. Como Trigeu, também pedimos aos deuses alguma coisa de impossível. É um trabalho para eles, afastar o desejo de rever, tocar, cheirar. O queremos é não sentir; não temos estômago para mais.
posted by PC on 11:45 da tarde
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JÁ QUE ESTOU COM A MÃO NA MASSA: Angústia e Nova Iorque (para o meu amigo GM que adora esta cena).
posted by NMP on 4:43 da tarde
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MANHATTAN:Lembrada pelo Rui, aqui fica a genial cena de abertura de Manhattan. Uma declaração de amor à mais fantástica cidade do Mundo (é a minha opinião, vale o que vale). Única, irrepetível e inimitável.
posted by NMP on 4:18 da tarde
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MIAUUU ! Fabulosa, a versão de Holly Cole do" Que Sera, Sera". Graças à Carla, akaA Bomba Inteligente.
posted by FNV on 4:18 da tarde
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O EFEITO MARCEL MAUSS: Se lerem a análise que Pacheco Pereira faz do "Prós & Contras" de ontem, repararão que falta um detalhe: é que num debate daquele género, quem "pede" suscita sempre mais simpatia do que quem "tem" e que não "quer" ou, eventualmente, não "pode" dar. É sempre assim.
posted by FNV on 12:27 da tarde
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MITOS: Se bem entendi, o patrulhamento das florestas e matas pela GNR evitou, este ano, males maiores em matéria de incêndios. Diziam-nos que os incendiários eram todos dementes inimputáveis, pobres vítimas das comunidades onde residiam, e que tinham de ser "integrados". Para bem de tudo - árvores e bicharada - e de todos - proprietários e potenciais vítimas do sistema judicial - , a polícia foi mais eficaz do que a psicologia da treta.
posted by FNV on 12:12 da tarde
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AMIGOS DE PENICHE: Um grupo ambientalista "libertou" 15.000 visons ( uma espécie de martas ou doninhas ou lá o que é). Os animais nasceram e viveram em cativeiro e não sabem caçar, pelo que vão morrer de fome nos próximos três dias ( segundo o Público). Estes defensores dos direitos dos animais exibem semelhanças espantosas com alguns defensores da humanidade que também levaram a cabo os seus iluminados projectos: sacrificam milhares hoje para "salvar" milhões amanhã. Também falam com Deus, afinal.
posted by FNV on 11:49 da manhã
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O QUE QUEREM ELES? Os EUA "são o país com o maior aumento populacional entre as nações mais desenvolvidas", diz hoje o Público, citando dados e especialistas. É curioso. Se bem me lembro, ainda há pouco tempo se discutia, cá na paróquia, a pobreza, a desigualdade e a decadência da sociedade americana.
posted by FNV on 11:44 da manhã
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REGISTEM: No passado sábado joguei 70 minutos de futebol de onze, num campo com as dimensões regulamentares ( no estádio universitário de Coimbra). Cumpri a minha missão no flanco direito da defesa, ainda que tenha sentido algumas dificuldades com o extremo esquerdo adversário, um moço tipo Nani com 22 anos de idade. Quando fechei ao meio fiquei mais ambientado; corri o campo todo, abaixo e acima, não desisti de nenhum lance e ainda enviei, de cabeça, uma bola à barra, na sequência de um canto.
VIVE LA FRANCE!: Começou hoje e dura até dia 21, no TAGV, a 7ª Festa de Cinema Francês organizada pela Alliance Française de Coimbra. Na estreia, Qui m'aime me suive, de Benoît Cohen, com a assoiffante Romane Bohringer. Para franceses, francófonos, francófilos e francófobos a tempo parcial.
posted by PC on 12:33 da manhã
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THE LAST KING OF SCOTLAND: Idi Amin Dada, ditador sanguinário do Uganda, era um apaixonado pela Escócia. No seu delírio anti-inglês, o homem que em 1971 tinha chegado ao poder muito graças ao apoio dos serviços secretos britânicos, chegou a enviar em 1974 uma carta à Raínha de Inglaterra em que afirmava: "Boa parte dos povo escocês já me considera 'rei dos escoceses'. Eu sou o primeiro homem a pedir ao governo britânico o fim da opressão na Escócia. Se os escoceses quiserem que eu seja o seu rei, eu serei". Apresentava-se frequentemente em público vestido com um kilt. No final deste filme passam algumas imagens reais do seu consulado: a mais surrealista é a do desfile de um batalhão do exército ugandiano vestido em trajes escoceses e tocando gaita de foles. Esta paixão pela Escócia fornece a base do argumento do filme: uma amizade entre um jovem médico escocês e Idi Amin. A proximidade entre os dois desenvolve-se a ponto de o médio se tornar um dos seus principais colaboradores. Demorará a aperceber-se da crueldade de um regime de terror. Baseado em eventos reais, o filme vive sobretudo do desempenho de Forrest Whitaker, sério candidato ao Óscar pela brilhante composição de um ditador paranóico e louco. É um filme duro e violento. Pelo vívido contraste entre a vida do ditador, em fausto e conforto, e a pobreza e misérias generalizadas. Pela impressiva demonstração de que na África dos anos 70 os únicos argumentos políticos eram a força e a carnificina. Das duas horas e meia de filme, ressalta que Idi Amin, como em muitos outros casos africanos, antes de ser o brutal ditador que foi, era um simples e eficaz demagogo (que chega a encantar o "oportunisticamente" distraído médico escocês). Enfim, mais um libertador.
TAXIS: Segundo o Público de hoje, parece que se congemina uma proposta de lei do governo que permitirá que os taxistas filmem os clientes em caso de ameaça. Seguindo o mesmo critério e salvo raras e honrosas excepções, penso que cada cliente deveria poder filmar o taxista. Para além da inestimável segurança haveria material para uns filmes, tipo Tarantino ou David Lynch (ou o japonês que come polvos vivos cujo nome não me ocorre neste momento), para um "Fast and Very Furious", "Os Não Eleitos" ou mesmo a National Geographic.
posted by Neptuno on 8:00 da tarde
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COISAS BOAS: Mulheres com 50 anos ( só têm a ganhar). Pancada nos jogos de futebol. Mentiras ( muito melhores do que meias verdades). Tabaco ( sob todas as formas). Políticos ( quem janta semanalmente em pavilhões cheios de desconhecidos só pode ser digno de admiração). Lixo não reciclado. Telefones desligados. L-Word ( converti-me). Restaurantes desertos. Gente que não explica como sobreviveu à doença. Distância. Uma noite mal dormida ( o dia só pode ser melhor). Mães amorosas. Crianças bem educadas.
A NOITE E O SOL: Uma das razões que me levou a deixar de comprar o Expresso, há uns anos atrás, foi a progressiva deterioração da qualidade dos editoriais, com José António Saraiva à cabeça. Hoje comprei, pela segunda vez, o Sol, e, logo na página 3, lembrei-me por que tinha deixado de comprar o Expresso. JAS escreve mais um texto ordinário sobre o problema do aborto e da sua descriminalização. Intitula-se "Uma cultura da morte" (sem uma única referência, aliás, a quem celebrizou a ideia e a expressão), e a frase que aparece sob a fotografia do bébé sorridente é "A esquerda deveria estar hoje a debater a morte ou a interessar-se pela vida?". Segundo JAS, o primeiro culpado é o País, em geral. É preciso "promover os nascimentos" e apregoar que o melhor do mundo são as crianças - e... que faz o País? Promove? Apregoa? Não: "em lugar disto (sic), discute-se o aborto. Discutem-se os casamentos de homossexuais (por natureza estéreis). Debate-se a eutanásia. Promove-se uma cultura da morte". Este primeiro trecho é de elevada complexidade: repare-se, em particular, no "em lugar disto" - como se fossem problemas alternativos - e na associação dos casamentos de homossexuais com "o aborto" e "a eutanásia": tudo sob o signo da "cultura da morte". Depois vem a conspiração da dissolução dos costumes por trás do aborto: "o que está em causa é uma desculpabilização do aborto, para não dizer uma promoção do aborto. Tal como há uma parada do 'orgulho gay', os militantes pró-aborto defendem o orgulho em abortar. Quem já não viu mulheres exibindo triunfalmente t-shirts com a frase 'Eu abortei'?" Sim: quem não viu? E daí? Temerá JAS que, caso a descriminalização vingue, essas t-shirts se multipliquem, na rua, nas escolas, nas igrejas - cada vez mais triunfalistas? É ao sofrimento desse espectáculo que JAS quer ser poupado? Nos países onde o aborto é permitido de forma mais ampla, é usual organizarem-se paradas anuais das abortantes, tipo Abortion Pride? E isto tem, verdadeiramente, alguma relevância para o assunto? Na última secção vem a pergunta mais ordinária do editorial: "será que a esquerda, ao defender o aborto, a adopção por homossexuais, a liberalização das drogas, a eutanásia, quer ficar ligada ao lado mais obscuro da vida?" A ideia de dar uma vida melhor a uma criança, seja qual for a orientação sexual do(s) adoptante(s) - pertence "ao lado mais obscuro da vida"?! O não querer prolongar um sofrimento atroz e inútil - pertence ao "lado mais obscuro da vida"?! Independentemente da posição que se tenha sobre os assuntos, esta não é uma forma digna de discuti-los. Não sei o que a "esquerda" quer. Mas espero que não queira ligar-se ao lado mais brilhante da vida, tal como a vê o editorialista do Sol: um lado onde estas chatices são meras sombras de outros, tão outros que nem nos tocam.
posted by PC on 12:23 da manhã
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ESTÁ BEM QUE ERAM UMAS PANTUFADAS, MAS E SE FOSSE DE CHICOTE? Por causa do alegre decretamento do fim da crise por parte do Ministro da Economia já muito foi dito e com enorme sentido humor, mas nada se compara ao que o comentador do regime fez. Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que vinha preparado para dar uma "pantufada bestial" no ministro, mas que tinha desistido da reprimenda pelo facto de o mesmo se ter explicado de forma muito bonita: o ministro teria começado por justificar as suas afirmações alegando infantilidade nas declarações e invocou depois ter-se exprimido mal. MRS considerou que um ministro que defende que as suas próprias declarações são infantis, próprias de uma criança, ditas ao jeito e com as consequências de um miúdo, não merece a pantufada. Esclareceu depois MRS que o facto do Ministro da Economia ter confessado ter-se exprimido mal apenas revelava falta de leitura por parte do mesmo, nada mais. Daí não lhe dar as pantufadas que tinha preparadas, ficou-se pelo carga de porrada com cinto de fivela grossa.
MAIS DO MESMO: Vejo, na TV, o Dalai Lama dizer : " Há 50 anos que isto se passa". O "isto" é o genocídio do povo tibetano, cometido pela China. Será conveniente explicar, para quem se espante com o silêncio dos absolutos defensores dos direitos humanos, que, nos idos de 70, a mesma matilha moraleira que se imolava em protesto do napalm americano ou dos esquadrões assassinos de Pinochet, endeusava Mao. Macciocchi dizia que a revolução cultural uniria o homo sapiens e o homo faber (!) , a extraordinária Julia Kristeva explicava que só compreenderíamos a "alteridade chinesa" quando o nosso tecido capitalista e monoteísta se esboroasse. Chomsky, também nos 70, contorcia-se para engolir Pol Pot. Ao contrário do que por aí se diz, Chomsky nunca defendeu o antigo estudante de engenharia frequentador dos salões maoístas de Paris. Chomsky faz de nós burros, mas não é burro. No célebre artigo publicado em 1977 no "The Nation" - que muita gente cita, mas que pouca gente parece ter lido - e intitulado "Distortions at Fourth Hand" ( escrito em parceria com Edward Herman ), Chomsky faz outra coisa: responsabiliza os EUA por tudo de mau que possa eventualmente ter acontecido, e ridiculariza, um a um, os testemunhos do genocídio dos Khmer Vermelhos ( o título alude exactamente aos "boatos" difundidos por testemunhos "pouco credíveis", como os que Lacouture referia num artigo publicado no "Boston Globe") . É preciso ter lido os artigos anteriores de Chomsky ( "A visit to Laos", "In North Vietnam"", entre outros) para entender: estava em curso, na zona, uma verdadeira e enternecedora experiência socialista...
posted by FNV on 12:15 da tarde
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MOMENTOS DIVERTIDOS: As crónicas do Público sobre o Benfica e a crónica semanal de Antonio Vilarigues sobre o mundo, são coisas que procuro não perder. As primeiras, porque consigo imaginar Dias Ferreira a escrever textos menos ressabiados, a segunda, pelo prazer que me dá constatar que já nada daquilo pode ser explicado a quem não o deseja compreender. Um prazer.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.