posted by NMP on 2:18 da tarde
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O DIÁRIO DO LEOPARDO ( XVII): O dr. Renato Erdmann, da Universidade Federal do Paraná, introduz um transdutor rectal lubrificado com três electródos longitudinais para ajudar à electroejaculação do Leopardus tigrinus, o meu primo gato-do-mato brasileiro. Sempre a maldita próstata. Parece que o bom dr. quer salvar os meus primos do risco de extinção. Sei que, no outro dia, em Espanha, uma humana deu à luz aos 67 anos. Estas coisas o leopardo agradece, porque, quanto mais humanos, mais jantares. Não deixo no entanto de pensar no que poderá acontecer a essa extraordinária conquista evolutiva das mulheres: uma pós-menopausa livre das fraldas e dos biberons, atulhada de botox e sexualmente paradisíaca. Elas lá sabem, os humanos sabem tudo.
COISAS QUE NÃO INTERESSAM A NINGUÉM: Leio no Diário de Coimbra que o Jardim Botânico vai passar a encerrar aos fins de semana porque o Departamento de Botânica, onde está integrado, não tem dinheiro para pagar ao (único) segurança que fazia a vigilância nesse período. Para 2007, o corte no orçamento de funcionamento do Jardim é de 50% (passa de 180.000 euros para 90.000 euros). Diz a Prof.ª Helena Freitas, com razão, que o Jardim não pode ser financiado pelos estudantes de Biologia, nem asfixiar a actividade científica. Sabe-se ainda que 80% do orçamento se destina a despesas com gás, água e electricidade. Para quem não saiba, o Jardim é o único espaço verde digno desse nome dentro da cidade. Como é usual nestas coisas, há uns maduros noruegueses que talvez se disponham a largar umas coroas. Que talvez cheguem para pagar ao segurança. É essa a nossa desgraça: o Estado "emagrece" (com uma visão muito particular da localização das suas banhas) contando com as aparas que sabe poderem cair de mesas mais fartas. Até ao dia em que.
posted by PC on 12:19 da manhã
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FICÇÃO E REALIDADE: Como toda a gente já se apercebeu a história de Rute Monteiro que aqui publicámos é falsa. Tratava-se de uma antecipação ficcional do novo romance do nosso colega de lides bloguísticas, Luís Carmelo que nos pediu para colaborar com ele, neste jogo em que realidade e ficção se intersectavam. Se alguém se ofendeu (não vejo porquê, mas respeito) pedimos as nossas desculpas. Acontece que o mundo está cheio de ironias. No momento em que deixamos cair esta história, aconteceu em Boston algo de muito parecido - enfim muito mais um golpe de marketing do que uma antecipação ficcional, mas com alguns pontos de contactos. Uma empresa de comunicação, a Turner Broadcasting System Inc. (proprietária entre outras coisas da CNN) resolveu efectuar o que designou como guerrilla marketing campaign. O objectivo era promover o programa do Cartoon Network Aqua Teen Hunger Force. A campanha consistia em colocar, clandestinamente, debaixo de pontes e em edifícios públicos alguns aparelhos com a figura da série de cartoons. Os aparelhos eram fluorescentes e brilhavam durante a noite, tendo, nas suas dimensões e formato, muitas parecenças com pequenos engenhos explosivos. Após esta colocação, videos circulariam pela web a dar conta de gente com ar estranho e por vezes encapuçados, pela calada da noite, a colocar os engenhos por forma a dar verosmilhança à história. A forma como os vídeos são filmados - amadoramente e como se fossem meros registos de um elemento do alegado grupo de terroristas - dava ao exercício um tom mais dramático. Esta campanha devia desenrolar-se em 9 cidades americanas ao mesmo tempo. Aqui está um bom resumo da história. Acontece que alguém calculou mal a coisa. Nomeadamente em Boston. A meio da tarde, a polícia da cidade entrou em pânico com os supostos engenhos suspeitos. Fechou duas pontes. Evacuou parte da cidade. Fez explodir um dos bonecos !! Os canais de televisão nacionais interromperam as emissões para dar directos desta ameaça à segurança. Agora seguir-se-á uma luta legal. A cidade pretende indemnizações da Turner Broadcasting Systems. Os colocadores do engenho gozam o prato: em tribunal afirmaram apenas responder a perguntas sobre cabelo (que por sinal têm em abundância). E os serviços de segurança estão verdadeiramente furiosos. Bem como dezenas de milhares de cidadãos de Boston que tiveram de ser evacuados à pressa dos seus locais de trabalho e habitações. O efeito publicitário excedeu em muito o antecipado. É mais um caso em que realidade e ficção se atrapalham. Neste caso de uma forma nada feliz. E por último uma conclusão inevitável: meu caro Luís Carmelo, ao lado destes profissionais, o meu amigo é um menino.
ABORTO COMO DIREITO DA CRIANÇA: Neste debate tem-se lido e ouvido disparates dos mais inconcebíveis. Há dias era Rui Rio que defendia que abortar era defender os interesses dos filhos abortados; desta feita, nas duas páginas que o neutral Público lhe concedeu hoje, vem Maria Antónia Palla afirmar que a despenalização do aborto é o reconhecimento de um direito da criança, do direito a ser desejada.
Ou seja, para Maria Antónia Palla, a despenalização do aborto e, consequentemente, o aborto livre até às dez semanas, acaba por vir a ser, neste seu curioso e tortuoso entendimento, um direito da criança.
Eu estou sinceramente convicto de que todas as crianças do mundo abdicam desse direito que magnanimamente Maria Antónia Paula lhes concede e preferem outro a proteger e a defender os seus interesses que não Rui Rio.
posted by VLX on 6:49 da tarde
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O DIÁRIO DO LEOPARDO ( XVII): A minha colega Micha ( passageira residente nesta nau) envia-me, via The Guardian, a lucipotente história de Susan Smith ( nome falso), que sofre de BIID: Body Identity Integrity Disorder. A Susan sempre entendeu que só se sentiria completa se lhe amputassem as duas pernas. Depois de muitas peripécias - envolvendo 40 kg de cubos de gelo - lá conseguiu ficar sem uma e ficou radiante. Teria menos trabalho se vivesse na Jersey da família Soprano, e ainda menos se habitasse o vale do Lwanga ou as margens do Save infestado de crocodilos. O José Pardal conta a história de um madala ( velho) que um dia se abeirou da fogueira onde estava o caçador e os seus pisteiros. O madala chegou, sentou-se, e só depois de duas horas de lengalenga é que se descobriu o estado em que estava o braço do homem. Tinha sido mordido por uma cobra ( não uma mamba, porque essas injectam um neuroveneno que mata rápido) dois dias antes e o braço estava pútrido. O José Pardal tratou do homem, incansavelmente, durante três dias e três noites. O madala curou-se e desapareceu sem dizer uma palavra, mas uma semana depois regressou e entregou ao caçador uma galinha e um aperto de mão mudo. No mato, entre pretos e brancos, isto era o zénite da emotividade. A trabalheira - e o sofrimento - que a Susan teve para perder uma perna é igual à que noutras latitudes se tem para conservar outras partes do corpo. Tudo depende da utilidade que lhes damos.
AVISO NA PORTA:Uma conhecida rádio portuguesa mudou de mãos e de frequência e deixou na antiga um aviso na porta a indicar a nova morada. O aviso na porta é embelezado com música excelente, não tem mais anúncios e não transmite notícias. O aviso na porta tornou-se na melhor rádio do país e espera-se que fique lá por muitos.
posted by VLX on 4:31 da tarde
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MEU CARO PEDRO: Não vale a pena lembrarmo-nos da nossa idade. Deve ser por causa dela que eu estarei meio caduco e não percebi bem o chorrilho de perguntas com que me inundaste. Fui até rever o que tinha escrito pois pareceu-me que um de nós não estava a ver bem a coisa. De onde foste tu tirar essa bizarra ideia de que "os movimentos pró-vida" deveriam ter feito alguma coisa "pela punição do aborto"? Que história é essa?!?...
Os movimentos pró-vida são grupos de associados, voluntários, completamente desinteressados, que se foram criando depois do último referendo e que se dedicam a apoiar as mães, a aconselhá-las a terem as crianças, a não porem fim às vidas intra-uterinas que têm dentro de si. Fornecem ainda a essas futuras mães berços, alcovas, carrinhos, cadeirinhas, fraldas, leite, tudo apenas com donativos pois, como sabes, muito recentemente o governo socialista decidiu retirar o apoio a estas organizações. E fazem-no sozinhos, porque, como também sabes, os diversos governos que se sucederam ao último referendo quase nada (ou nada, mesmo) fizeram para ajudar as mães que querem ter os filhos ou aquelas que estejam em dúvida.
Estes movimentos pró-vida são, na maioria das vezes, a única coisa que se interpõe entre a vida daquela criança (embrião, se te chocar eu utilizar o termo criança) e o aborto. Travam a decisão de abortar de uma mãe em desespero e, por isso, salvam muitas vidas: as das crianças e as das mães.
A função primeira e última destes movimentos pró-vida é, assim, salvar vidas, não pugnar pela punição do que quer que seja.
Desfeito este equívoco, o problema de votar SIM não tem a ver com a eventual despenalização (até às dez semanas, se feito em estabelecimento de saúde, pois de resto mantém-se a sanção penal, como frisou Vital Moreira há dias, declarando que o embrião deve ter protecção penal, mas só depois das dez semanas). O problema de votar SIM tem a ver com o facto do voto SIM permitir a mais completa liberalização do aborto, permitir o aborto a pedido pois, como tu tão claramente escreveste, a mulher passará a abortar "porque quer. É exactamente isso que sucederá".
Claro que nenhum de nós é ingénuo. A despenalização podia estar feita, a moldura penal podia já ter sido reduzida, o tratamento jurídico da questão podia ter sido outro como podia ter sido outra a pergunta a referendo, uma que da sua resposta positiva não resultasse o aborto livre. Acontece que não era essa a intenção do Bloco de Esquerda e os Socialistas foram, uma vez mais, atrás do BE.
Mas com o voto no SIM deixa a vida intra-uterina de ter qualquer protecção (até às dez semanas) e passa a mulher a ter um direito potestativo de decidir sobre essa vida intra-uterina, podendo livremente eliminaná-la. É isto que o voto no SIM possibilita e isto vai muito para além da simples despenalização.
Na verdade, o que resulta do voto no SIM é que o aborto passa a ser livre e a vida intra-uterina não tem qualquer protecção até às dez semanas. Este é o resultado do voto no SIM. Este resultado é mais do que tu queres. Este resultado é mais do que a maioria das pessoas quer. Este resultado não tem explicação alguma, não tem sustento nem fundamento.
Ora, se do voto no SIM o aborto livre passa a ser a solução, toda esta questão está muito mal colocada e pessimamente resolvida. Por isso digo NÃO.
posted by VLX on 4:20 da tarde
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O DIÁRIO DO LEOPARDO ( XVI): A Vénus está em peles, muito já se escreveu sobre isso. Krafft-Ebing até inventou uma nova categoria. Sacher-Masoch, o lincezito ucraniano, fez escola com essa glorificada novela de ciúme e dominação. O texugo Deleuze desenterrou-a com as suas longas unhas e fez um escarcéu dos diabos. Mas não diz asneiras: cada formação delirante apropria-se dos meios e dos momentos muito variados que reúne à sua maneira. E assim, Fanny Pistor, aka Baronesa Bogdanoff , tornou-se a famosa Wanda com a qual o nosso Leopoldo celebrou um contrato leonino. O que é curioso é que o masoquismo popular - o das fantasias dos parolos suburbanos - nada tem de arriscado. É contratualizado e esterilizado, tão excitante como a Floribela. Ao contrário, o soldado que vai para guerra, os amantes que se despedem, o moribundo, todos eles conhecem a verdadeira regra: que tudo acabe depressa e que tudo dure infinitamente .
O DIÁRIO DO LEOPARDO ( XV): O torneio televisivo de ontem demonstrou que as filiações religiosas e políticas não integram de forma ordenada as hostes em contenda. Parece-me natural. Só a consciência de cada um - sinapses, matéria branca, livros, amores vigilantes, memória, decência - pode decidir o que seríamos capazes de fazer se estivéssemos no obscuro lugar ( o julgamento sobre o início da "coisa humana") do outro. Ou, kantianamente falando, quais as normas orientadoras das nossas acções que gostaríamos que se transformassem em leis universais. Já as voltas que cada um dá à sua consciência - como ontem se viu - de forma a harmonizá-la com o presente da escolha, é assunto de cada qual.
posted by FNV on 11:58 da manhã
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OUTRA VEZ DE VASCO PARA VASCO: Caro Vasco Rato, vi-o na Prós e Contras, sentadinho entre os sorrisos de Fernanda Câncio e os do Daniel Oliveira. Foi tão bom para si como foi para mim? Então tente sais de frutos, mas não lhe prometo nada.
MEU CARO VASCO: quando é golo do FCP, nem tu, nem eu, olhamos para o lado a ver se estamos na bancada certa. "Somos assim desde a década de 60", certo? ;) Mas permite-me que te faça também algumas perguntas: onde estiveram, nos últimos 9 anos, os que agora rasgam as vestes pela protecção penal do feto? Quem exigiu publicamente do Estado a efectiva repressão de um crime tão nefando durante esse tempo, quando se sabia que o então PGR até era contra a despenalização? Seria o aborto um problema criminal menos preocupante do que o tráfico de droga, os assaltos aos telemóveis dos miúdos, o abuso sexual de crianças, a corrupção? Houve contra-manifestações em frente aos tribunais onde se julgavam crimes de aborto? Onde, os artigos de opinião, dos arautos de sempre, dando força às instituições para a repressão criminal do aborto clandestino? Que fizeram os movimentos pró-vida, em tempos de paz, pela punição do aborto? Nada, ninguém. Decidir fazer um aborto, ou participar nessa decisão, pode ser um problema de consciência. Responder "sim" àquela pergunta, nas condições actuais, não o é para mim.
O DIÁRIO DO LEOPARDO (XIV): Sob o pretexto da dar voz à indignação e à cidadania, continua-se a remexer em tripas capazes de enjoar um abutre. Depois do caso de Torres Novas, o do incêndio de Cascais: populares especialistas em protecção civil, muita "revolta", microfones e câmaras em perseguição de carne queimada. O isco que atrai os incautos é sempre o falhanço das instituições, dos poderosos, dos famosos "eles". E o povão assiste ao que pensa ser a crítica ao estado das coisas, quando, no final, assiste apenas ao espectáculo do seu ruído. Um argumento sibilino reza que assim se mede a consciência cívica, que assim se coloca em causa o dictact de poderes outrora intocáveis, que assim a justiça desce às pessoas. Nada mais errado. Se esta fraude mediática vier a dar frutos, quando a justiça descer às pessoas ganharemos apenas a tenebrosa justiça popular. Foge leopardo...
posted by FNV on 11:15 da manhã
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A PERGUNTA:A questão é posta a pessoas que considero e de que me vou lembrando à medida que escrevo estas linhas, desde Pacheco Pereira a Agustina, a Vasco Rato, Paula Teixeira da Cruz, Teresa Caeiro, Miguel Sousa Tavares, meu querido Pedro Caeiro, Pedro Lomba, Stephens (sim, também você...), e seguramente muitos outros: o que vos faz estar, uma vez na vida, ao lado do Bloco de Esquerda?
Vocês são inteligentes e sabem que o que está em causa não é a despenalização do aborto - é a sua liberalização total até às dez semanas. E não duvidam que o aborto seja, nada mais nada menos, do que a supressão de uma vida em desenvolvimento, seja lá o estádio em que estiver. Se ninguém fizer mal àquela "coisa", sairá dali um bebé chorão e de olhos azuis.
Aquilo a que uma eventual resposta positiva neste referendo dará lugar não é à despenalização do aborto, é à sua liberalização total até às dez semanas de gestação. Uma pessoa, do sexo feminino, por qualquer ou por nenhum motivo, pode determinar, pode decidir o fim da vida de outra que não é tida nem achada no assunto, embora seja a maior e única vítima mortal.
E eu não acredito que creiam na validade desta posição. Eu admito que não queiram penalizar a pessoa que aborte o seu próprio filho. Contudo, se não querem penalizar a mulher, deveriam pugnar seriamente por outra pergunta a referendo - não uma que liberalize e legitime o aborto. Façam-se dois referendos: vote-se NÃO neste e coloque-se outro à população em que se pergunte, verdadeiramente e sem rasteiras, aquilo que efectivamente se pretende decidir relativamente a uma eventual penalização. Cair na malandrice do Bloco de Esquerda de utilizar até à exaustão o tema do aborto clandestino com intenção de liberalizar e de normalizar o aborto, estrategicamente seguida pelos socialistas por não terem mais nada que oferecer ao país, é que não faz sentido!
Para não penalizar o aborto (feito ao próprio filho), existiriam inúmeras soluções e perguntas a sujeitar a referendo e era vossa obrigação obrigar os políticos a colocá-las em referendo. Isso é que era discussão séria. Esta pergunta que está em jogo, tão dúbia e permissiva, é uma pergunta à qual apenas se pode dar resposta negativa sob pena de nunca mais dormirem (dormirmos) sossegados com as vossas (nossas) consciências.
Miguel Sousa Tavares dizia há tempos que estava farto desta questão do aborto e que queria ver isto resolvido de uma vez por todas, de uma ou de outra forma. Também eu. E imagino que muita gente vote sim por causa desse fartote. Mas o assunto é muito sério, não consigo dormir sossegado sem lutar contra uma vaga que pretende liberalizar o aborto e torná-lo uma coisa normal e perfeitamente legítima!
Muitos apelantes do sim dizem que querem acabar com o aborto clandestino. Isso não acontecerá (e eles sabem-no) pelas mais diversas razões que não cabe agora desenvolver, por estarem estafadas; dizem que querem acabar com a prisão das mulheres que abortam os seus próprios filhos (coisa impossível, por nunca ter existido); que é uma decisão da mulher e é seu direito tê-la (que não é, pois diz respeito a uma vida estranha).
Eu recordo que não estamos na década de sessenta ou de setenta, em que até se podia explicar uma coisa destas. Nós estamos, cinquenta anos depois, carregadinhos de anticoncepcionais à venda em todo o lado, desde tabacarias até hipermercados. Cheios de informação. Repletos de exemplos. Atulhados de novelas. Oferecemos o Rendimento Mínimo Garantido, doamos as SCUT, criamos pontes homéricas, aeroportos faraónicos e TGV?s para passear ao fim-de-semana. A resposta a qualquer problema que se coloque em matéria da sexualidade terá de ser a liberalização do aborto?!?...
Isso seria um retrocesso civilizacional brutal, seria ir no caminho de tipos que pararam no tempo e que ainda estão nas lutas de 60 e coisas do género (bolas, que diabo!, o mundo mudou!). E andamos nós, desgraçados, a liberalizar o aborto?!?... E porque não antes a dar dinheiro às futuras mamãs, e carrinhos, e berços, e fraldas, e leite? Andamos aqui num país que enche a boca para dizer que é moderno mas que prefere o aborto pago pelo erário público ao apoio à mãe grávida?!?...
A Odete Santos, do Partido Comunista, dizia há pouco na televisão que não havia certeza de que existiria vida às dez semanas; vocês querem correr esse risco? Conseguem viver assim, dormir assim, correndo esse risco? Eu NÃO.
posted by NMP on 9:51 da tarde
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O DIÁRIO DO LEOPARDO ( XIII):Há uns anos, em Berlim, num fim de tarde frio como o futebol do SLB, o leopardo - e sob o olhar compreensivo de uma sua mana - devorou um einsbein que lhe devolveu as capacidades psicomotoras. Ontem, numa Murça sem cartazes do referendo, aconteceu o mesmo. Ignorado pelos guias oficiais, a Residencial Vitorino atraiu o faro do felino fraldiqueiro ( cuja capacidade para descobrir mesas é inversamente proporcional ao seu sentido geral de orientação). Azeitonas verdadeiras, bacalhau albardado como em breve deixará de haver, alheiras abençoadamente fora-da-lei feitas pela dona da casa e um toucinho do céu que faria Maomé ganhar asas. Quando se retomou viagem já o frio tinha sido despedido com justa causa: tal como aquele Portugal de velhos, cabras e olivais, que tão bem resistiu enquanto os outros eram apenas um pouco menos pobres do que ele.
posted by FNV on 6:55 da tarde
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JOGOS QUE MERECEM INVESTIGAÇÃO: São apenas aqueles que o mister define como tais. A vergonhasca está em querer investigar aqueles jogos em que o árbitro está comprado mas que acabam por correr bem, dispensando a pré-adquirida "ajuda". Ao ler certos comentadores, fico com a impressão que o pagamento adiantado é causa de exclusão da ilicitude em sede de corrupção.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.