1) Sei mais de futebol do que todos os comentadores juntos que me acusam de pessimismo blasée. Não jogámos nada:
1.1) Este sistema necessita de laterais de topo ( ou , pelo menos, razoáveis) que acompanhem por fora, desequilibrando a defesa adversária, os médios que cortam para dentro. Sem isso a equipa joga manca.
1.2) O Cardozo, esse projecto de porta-aviões, segundo a SPORTV , deve receber sossegado as bolas tiradas à medida. Não. Um avançado do Benfica deve jogar pelo menos metade do que joga o Lisandro Lopez.
1.3) Quem é o estouvado de caracóis louros que dá um pulinho no vazio no segundo golo dos algarvios? Pois é.
1.4) Jesus é burro ou serve outros interesse$ que não os da equipa. Já aqui disse , e repeti, que o Di Maria está a jogar tanto como a minha tia Belmira.
1.5) Não há trabalho mental: não conseguimos virar resultados e, por isso, como disse em tempos, ainda não somos uma boa equipa. Eu punha estes gajos operacionais em 15 dias.
2) Lembram-se do Simão Sabrosa estendido no relvado das Antas a levar estaladinhas e cuspidelas do Jorge e Costa e de mais dois ou três jagunços? Pois é, o sr. Costa esteve bem ao recomendar o método, não disse foi ao Djalmir que Olhão não pertence a área metropolitana do Porto.
3) Excelente o Fóculporto B. Jogou muito melhor do que contra a casa-mãe. O sr. Costa, ao minuto 78, numa interpretação original das suas funções técnicas, declarou que a mãe do Javi se porta mal com estivadores. Não conseguiu expulsar o espanhol, que tem confiança na progenitora.
4) Os esbirros de Costa & Costa só não ganharam porque o ódio raivoso fê-los ficar com menos um homem na área nos últimos minutos. Para a semana vêm os maiorais em pessoa. Lá estaremos e não quero desculpas ( lesões, brincos, veneno para águias, etc).
* em memória do J.F.
posted by FNV on 11:15 da tarde
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PSEUDO-JORNALISMO:
A locutora da TSF acaba de relatar que "jovens", "parece que ligados ao Black Blok", espraiaram a violência em Copenhaga. As locutoras e locutores da TSF nunca se esquecem de referir a autoria quando os ataques e manifestações, , por exemplo, na Alemanha, Áustria ou Suíça, são de grupos de extrema -direita, xenófobos, neo-nazis e quejandos.
Na minha limitação cruzo-me com especiais sons de letra. É o caso do remate do poema dedicado a Helena de Mecklembourg, escrito em Fontainebleau, em Maio de 1837. Uma coisa no ar ( o pequeno herdeiro alado ) que comanda/ ordena a tormenta.
C'est'un aiglon tout faible, oublié par hasard, Il rapporte la foudre à son père Caesar... Et c'est lui qui dans l'air amassait la tormente!
Nos dias de hoje: racionalmente, um casamento de vinte anos, com filhos quase maiores, é uma aberração; objectivamente, um casamento de trinta anos, com filhos criados, é uma perversão. A cultura evoluiu para a musculação do desejo, ou seja, para treinarmos e progredirmos a nossa capacidade de satisfazer o desejo. Os aparelhos espectaculares estão à nossa disposição:
1) As tecnologias de comunicação não visam o aperfeiçoamento pessoal ou o desenvolvimento da resistência. São aparelhos - telemóveis, chats, twitters, , etc - que promovem o progresso muscular imediato: não estejas sozinho, fala sempre que te apetecer, nada do que dizes importa, o que conta é comunicar.
2) Os aparelhos de elasticidade cuidam dos corpos: o treinador do desejo quer corpos desejáveis. Não se trata de aprender os limites, mas antes de os ultrapassar. Isto tanto pode ser alcançado pelo banimento da passagem do tempo pelo corpo, como pela negação de um corpo que repele o desejo.
3) A dieta do atleta do desejo é um factor importante. A vida neste ginásio necessita de um óleo de massagem eficaz. A expressão sexual assenta bem. Corpos hiper-comunicantes ( 1 e 2) encontram na moeda da liberdade de associação sexual a razão de negociar. Logicamente.
Não esquecer os manuais dos aparelhos. Atletas que tomaram más decisões, ou que foram relapsos nas suas estratégias, culpam os anteriores modelos de treino. A família tradicional tornou-se o bode expiatório de gerações inteiras de frustrados e frustradas com os não-progressos que ( não) lhes venderam. As deficiências dos anteriores modelos de treino - autoridade cega, subjugação das mulheres, repressão sexual - são agora utilizadas para explicar as falhas no progresso do treino nas condições actuais. O que é manifestamente infantil e nos faz pensar sobre a qualidade dos actuais treinadores.
O PSD vai abster-se na votação do orçamento rectificativo e, na prática, salvar este e o governo. E muito bem. Aguardemos a reacções indignadas: aqui e aqui.
Depois dos cornos, palhaço e rameira . Sempre que as gerações no poder abusam do diagnóstico - falta de educação e de civismo - relativamente às mais novas é porque estão as primeiras em pior estado do que as segundas. E confirma-se.
posted by FNV on 6:02 da tarde
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HOME SWEET HOME...:
Regresso ao Porto, ao sol, ao arroz de polvo, pés na terra, vitórias sobre os vira-casacas e na Champions. É sempre bom regressar a casa e ao seu ramerrão habitual.
posted by VLX on 5:49 da tarde
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OPÇÕES INADIÁVEIS:
Os grandes estrategas do partido lá saberão. O homem da rua ( este sinceramente vosso) não acha bem. Certamente por conformismo, e provavelmente por desleixo, os cidadãos deram uma maioria expressiva ao PS. Seja como for, não votaram para a eleição do mordomo da festa. As pessoas não são estúpidas: sabem distinguir trabalho de oposição do bloqueio sistemático e concertado. E na hora de culpar não escolherão o BE, o PCP, ou o CDS. Assim sendo, temo que o governo acabe por beneficiar da opção pelo papel de PRD que o grupo liderado por Aguiar Branco corre o risco de vir a desempenhar. A cisão de 1979 devia repetir-se, mas no PS.
posted by FNV on 1:28 da manhã
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"NÃO REPELEM O JUGO HUMANO":
Carne de cachorro não. É lei estadual. Em sites de cinófilos brasileiros a palavra de ordem é explícita: se querem comer cão, comam na vossa terra. É bom saber que a tolerância multicultural acaba numa costela de pastor alemão grelhada com molho de soja. E se o fila repelir o jugo humano já se pode?
Entediante. 17 anos, notas sofríveis, fechado no quarto com as próteses high-tech, responde curto e grosso aos pais. Tão simpático como um fila brasileiro que perdeu o osso. E trazem-no à consulta. O rapaz não está doente, não se meteu em nenhum sarilho, não se quer suicidar. Quer estar sossegado como um melão na campina. É borneiro e mimado ( filho único) , isso é certo, mas o que tenho a ver com isso? Aos poucos vamos perdendo a perspectiva. Acreditamos que há cura para a fraqueza que tão esforçadamente aperfeiçoámos.
posted by FNV on 7:19 da tarde
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DIAS DE FORNO:
Frio e crise, voltemos ao fogão. Os assados tradicionais permitem economia. Se fizermos uma grande quantidade ficamos com refeições feitas para vários dias, poupando depois tempo e energia. Por outro lado, podemos utilizar peças e tipos de carne mais baratas que uma boa marinada e um longo tempo de cocção tornam refulgentes ao palato. E de caminho aquecemos a cozinha. Nada de creme de fava penca da Nigéria na sua crosta de algas glaceadas. Notas de prova:
1)Galinha corada - gorda e grande - recheada com maçãs e castanhas. Se houver no frigorífico um foie, oferecido por amigo abastado, enfiemo-lo ( o foie, não o amigo) na poularde a aconchegar as batatas pré-Cortez e as reinetas. Barre-se a taralhouca com alho, azeite e temperos avulsos.
2)Ganso de vaca à financeiro. O nome engana. A peça é barata e escolhemos uma de 2kg de peso morto. Tenho experimentado uma variação do pastrami: deixo-a um ou dois dias a marinar em vinagre legítimo, água , cebola, alho, limão, vinho branco, louro,um cravinho e pimenta. Depois vai ao forno, lento e longo, envolvida na sua autóctone cobertura de gordura (uma espécie de redanho que pedem ao talhante para não remover) e os indispensáveis temperos ( colorau, massa de alho, banha e salsa). As cenouras e cebolinhas pequenas dão o toque financeiro ( eu disse que era um leurre).
3)Chanfana. Nos mercados municipais encontram cabra velha. Se não tiverem em casa um forno de lenha e uma panela de barro preto de Molelos, encomendem a quem sabe da arte. É o que eu faço. A Dona Idalina, da Aveleira, Penacova, faz-me o favor de a trazer. Depois é só seguir as placas que indicam o céu ( segue-se na direcção do Estádio da Luz e vira-se à esquerda) .
posted by FNV on 12:46 da tarde
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SE BEM ME LEMBRO:
A senhora que agora vai dirigir a Cinemateca não convidou o João César Monteiro ( o único a vencer Veneza) para um jantar dos melhores realizadores portugueses ( no consulado de Sampaio). JCM disse, na altura, ao Expresso: "Quero lá saber o que essa puta gaga pensa".
No número de Dezembro, um texto sobre o mais antigo livro de caça afrikana português. No próximo, a minha opinião sobre a condição rizomática do estatuto mesentérico-formativo do blogger.
Adenda: esqueci-me deste gajo, mas ele pertence ao grupo.
A Atenas. Note-se o tom condescendente da jornalista para com mais esta vergonhosa manifestação de intimidação da extrema-direita. Se fosse com a extrema-esquerda não faltariam os epítetos: estalinistas, intolerantes e inimigos da democracia.
posted by FNV on 11:26 da tarde
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A SARNA JÁ COMEÇOU: E ele ainda nem chegou. Teremos patrulhas de ampulheta em punho a verificar se a laicidade foi integralmente cumprida. É o que eu digo: obcecados com sexo e crucifixos. É gente igualzinha aos padres.
O leitor ( distraído) fica a pensar que os helvéticos arrasaram as mesquitas e expulsaram os muçulmanos. Excatmente o mesmo tipo de análise que ALC faz do conflito israelo-árabe.
posted by FNV on 12:32 da tarde
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NA CADEIRA (VII):
Quando me faltares. Tenho pensado nisso e notei que não é possível. Ao fim de tantos anos, ele nem dá por isso. Todos os dias, madrigais e brilhantes, começarão com ela. A noite é que avança.
Para mim. Uma colunista do Expresso, Inês Pedrosa - que, se bem me lembro, em tempo propôs multas ( ou prisão? ) para as pessoas que decidissem não votar -, sugere hoje tratamento psiquiátrico para quem discorda dela. A senhora é pelo casamento gay, ficando eu na desconfortável posição de concordar. Por pouco tempo. Num saltinho a senhora Pedrosa aterra nas famílias gay. E ataca o casal heterossexual porque os modelos diversos ( pai e mãe) assentavam no pai bate e bebe e a mãe apanha e chora. Assim mesmo, mais nada, ainda que umas linhas antes se tenha queixado de que os adversários das famílias gay só pensam em sexo e poder. O Expresso é livre de pagar a quem nem sabe desenvolver um argumento. Isso não me diz respeito. Quanto ao tratamento psiquiátrico para os que discordam, embora mais relevante, parece-me natural. Esta forma de pensar estes temas é actualmente o poder nos media. E, sendo o poder, comporta-se como os homens de antigamente que internavam nos hospícios as mulheres que deles se queriam divorciar. Não sei se no início do século passado já havia anatensol.
posted by FNV on 11:19 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA:
1) El Conejo , "O Maior", como eu o crismei, não joga futebol: ele é o futebol.
2) O David Luís explicou aos cépticos da minha refinada análise a justeza da mesma: desconcentrado, arrogante, epiletiforme.
4) Há males que vêm por bem. Até estava a pensar em oferecer, pro bono, os meu serviços de psicólogo veterano à AAC. Entretanto, ouvi o sr. Villas Boas, depois de levar uma cabazada, pedir aos jornalistas para lhe perguntarem por um suposto penaltie e mudei de ideias. Nem uma bica quero tomar com tal personagem. Está mesmo bom para o Spórtingue.
3) Por falar em Spórtingue: continua um clube eclético e original. Parece que passaram os últimos dias a discutir quem é que manda na equipa, quem decide quem joga, etc. Diferentes.
posted by FNV on 10:26 da tarde
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LA ILAHA ILLA 'ILLAH:
É preciso ter calma. A notícia significa que a lei espanhola funciona e não pemitirá as trevas. Também é necessário compreender que a redução da condição feminina organizada num projecto fundamentalista religioso não difere muito da sua equivalente portuguesa: muitos maridos e companheiros encontram inspiração em antigas qyas luso-marialvas.
posted by FNV on 10:14 da tarde
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NA CADEIRA (VI):
Um actor, Alec Baldwin, ( li na revista do Expresso), à beira da reforma, resume os seus 30 anos de carreira : um completo fracasso. Pois eu quis deixar de dar aulas ao fim de 17 anos ( estou virtualmente desempregado). Não quis esperar para saber se viria a ser um fracasso ou não. Não tenho paciência para a autodecomposição, prefiro a arte da desistência. Desistir é uma definição humana. Uma leoa não desiste, uma mosca também não. Desistir é o segredo que nos há-de salvar da guerra e da destruição. E é também uma boa desculpa.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.