VAMOS VER SE PERCEBI: O Dr. Pacheco Pereira, no seu Abrupto (por inépcia minha, link só disponível na coluna respectiva) explica que só escreve sobre o que quer, e que a mais inútil das notas é aquela que insta o outro a pronunciar-se sobre qualquer coisa, e que tira imediatamente conclusões morais, se o outro não se pronuncia.
Bom, eu não sei se JPP se estava a referir a uma nota minha sobre o seu silêncio quanto ao divertido episódio Maria Elisa/Ribeiro Cristóvão, porque não me cita. Mas como de facto, instei-o a pronunciar-se, enfio alegremente o barrete: se não era para mim, também me serve.
Este barrete não me parece ser no entanto, da mesma cor do que o que perdi. Isto porque ao desejar ouvir JPP sobre um tema, não interfiro em nada com a sua liberdade, e porque também não tirei conclusões morais rigorosamente nenhumas. Limitei-me a dizer que JPP, intrigantemente não se pronunciou sobre um episódio.
Resta que este episódio pertence a um cenário mais vasto, a saber, a descredibilização do Parlamento, cenário esse sobre o qual me habituei a ler com gosto, as opiniões de JPP.
Admito assim que foi JPP, na hipótese do barrete ser meu, quem tirou conclusões morais sobre mim, não enquanto anónimo blogger, mas enquanto tipo social. Acontece.
posted by FNV on 2:03 da tarde
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PSICÓLOGOS II: Segui com interesse o debate na blogosfera sobre o artigo de Jost & Companhia, e agradeço a referência do Alfacinha, (links teimosamente só disponíveis na respectiva coluna) mas lamento que se discuta sobretudo se os autores de Political Conservatism as... comparam ou não Hitler e Mussolini aos políticos conservadores. O Muro Sem Vergonha cita um anexo do artigo sustentando que a comparação é legítima porque Reagan ou Bush ou seja lá quem for, pretendem um regresso a um passado ideal e promovem a desigualdade. A confusão é total, em sede de filosofia política, fiquemo-nos apenas pelo regresso ao mundo ideal.
A costela pecaminosa seria pois a incapacidade de aceitar o mundo como ele é, ou seja, imperfeito, relativo. O conservador, vítima de uma infância rígida, não desenvolve mecanismos de coping com a realidade que não sejam a inflexibilidade moral e um apego a uma visão ilusóriamente securitária da sua existência, face ao potencial perigo que o outro representa. Daí o seu ódio à mudança, a tudo o que signifique um trabalho de reavaliação do seu lugar no mundo.
É de facto, uma história encantadora. Resta que basta ler Lenine, Préobrajensky, ou se quiserem, Cunhal, para os adicionar à categoria daqueles que propõem aos outros um modelo inflexível da vida em sociedade, uma grelha de leitura absolutamente exclusória da imperfeição do mundo, breve, um sono suspenso em cima de um ideal. Jost e a sua equipa, o Muro ou outros, parecem querer cumprir o desabafo de Hegel quando a bota não lhe batia com a perdigota: tanto pior para os factos.
posted by FNV on 1:25 da tarde
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FAZER LEIS PENAIS PARA QUEM? (Post longo): Procuro manter-me afastado, no Mar Salgado, da discussão que agora se generaliza sobre a adequação / revisão do sistema penal e processual penal português. Porque acho que um blogue não é o espaço apropriado para o efeito e porque não me sinto habilitado, no plano técnico, a dar um contributo válido para a polémica. A primeira razão será mais ou menos óbvia para quem conhece verdadeiramente os problemas. A segunda razão resulta da minha convicção de que não devemos falar, ao abrigo de competências supostas, sobre assuntos que verdadeiramente não dominamos; podemos fazê-lo como cidadãos, mas não como putativos peritos. Creio que a sociedade portuguesa ganharia muitíssimo se este mandamento fosse observado - em todos os sectores.
Vem o discurso a propósito da meia-polémica levantada nas páginas da Visão com a entrevista ao Prof. Jorge de Figueiredo Dias e a subsequente Carta Aberta subscrita pelo dr. José Miguel Júdice (JMJ). Escuso-me à discussão substancial dos assuntos, pelas razões que acabei de enunciar. Mas há um ponto, levantado pelo bastonário da Ordem dos Advogados, sobre que gostaria de discorrer em abstracto: admitindo que as nossas leis são demasiado boas para os humanos que as aplicam, "não seria melhor reflectir sobre a vantagem de leis um pouco piores e que evitassem assim o enorme risco sistémico de uma normatividade que não se respeita?" Julgo que o contexto da pergunta de JMJ permite compreender o alcance das suas preocupações (a inferência é minha): a proibição da violação do segredo de justiça não funciona (o MP não consegue investigá-la com êxito) e, portanto, dado que a norma não "vige" (como diria um conhecido docente de direito), mais vale eliminá-la.
Sucede que o discurso de JMJ instila, de forma inconsciente, duas ideias: uma é falsa, outra é perigosa.
A primeira, falsa, é a de que as leis são obra dos "académicos" - necessariamente distantes da realidade (cliché que JMJ acriticamente reproduz, cabendo perguntar quantas vezes se deslocou ele, um auto-intitulado "prático", a um tribunal ou a uma prisão nas últimas décadas). Ora, os "académicos" são apenas técnicos a quem se encomendam pareceres e projectos: a aprovação das leis cabe somente à Assembleia da República, democraticamente eleita por todos nós. Facto que é totalmente esquecido (ou dissimulado) por alguns (blogues incluídos) que se pronunciam omnisciente e inflamadamente sobre o assunto.
A segunda, perigosa, é a de que não se deve legislar num plano ideal, mas sim tendo em atenção a "nossa realidade". Aqui, há que fazer algumas distinções. É claro que o legislador deve atender à realidade a que se dirige. Uma lei que conferisse aos condenados em pena de prisão o direito de, v. g., exigir ao sistema prisional uma colocação profissional do seu agrado seria, provavelmente, uma má lei. Mas isso não significa que as leis devam ser feitas, em abstracto, de acordo com a possibilidade de perversão a que estão sujeitas na prática. Aplicando o raciocínio de JMJ a outros pontos do sistema, de forma exemplificativa, deveríamos cortar muito cerce as possibilidades de recurso por parte da defesa, dado o uso indevido e puramente dilatório que dele fazem certos advogados, assim prejudicando a celeridade da justiça; ou dar valor probatório às declarações prestadas pelo arguido perante a Polícia Judiciária, o Ministério Público ou o Juiz de Instrução. Suspeito que estas inovações, abdicando dos princípios em atenção à "realidade que temos" e com ganhos óbvios de "coerência" e "eficácia", não seriam (felizmente) do agrado de JMJ.
Acresce que, na face oculta do problema, existe todo um universo a que convém dar luz: sem negar, de plano, a existência de eventuais perversões do sistema jurídico-judiciário que, como tais, devam ser corrigidas (nomeadamente no que toca o regime da prisão preventiva), não podem esquecer-se os milhares de decisões e actuações correctas dos respectivos actores - que, só por serem presumivelmente adequadas, não fazem as manchetes dos jornais: ninguém noticia o respeito pelo segredo de justiça havido em determinado processo, nem a prisão preventiva (adequada ou inadequada) aplicada a um presumível incendiário.
Em suma, diria que me parece muito perigoso clamar pela feitura de "leis um pouco piores" em atenção à menor qualidade ou rigor dos seus intérpretes - sobretudo quando tal apelo vem, embora de forma honesta e inteligente, do bastonário da Ordem dos Advogados.
PSICÓLOGOS: É verdade, licenciei-me e mais outras coisas em Psicologia. Como não fui maoísta nem comunista aos 18 (tinha suficientes Vidas Soviéticas em casa), considero tal empresa o meu erro de juventude. Hoje, exceptuando umas quantas técnicas básicas que qualquer um pode aprender, trabalho e bem no meu consultório, sem precisar da psicologia para nada. Claro que não me refiro a um punhado de ideias psicanalíticas bem apanhadas, mas à langue de bois do ofício. Vem este arrazoado a propósito do feito de um iluminado do Público de ontem, que resolveu dar como novidade um artigo publicado no Psychological Bulletin de Maio. E que diz o artiguinho? Que o conservadorismo é um aparelho cognitivo determinado pela biografia socio-psicológica do sujeito. Atente-se:
* no grupo dos conservadores, os autores, incluem Hitler, Mussolini e Bush.
* a doença explicar-se-ia através da inevitável infância do energúmeno, polvilhada de pais rígidos, mecanismos fóbicos de evitamento da ansiedade, incapacidade de aceitar a complexidade e relatividade do mundo
* o assertivismo moral, e a recusa de nuances emocionais descambariam para uma atitude dogmática e intolerante face à mudança.
Diga-se que o autor da peça abrange relativamente bem os esternutos da equipa de Jost, Glaser, Kruglansky & Sullowsy, que escreveram o Political Conservationism as Motivated Social Cognition. Mas resolveu dar-lhe algum salero, lendo, certamente por acaso, doença psicológica, onde está cognição socialmente motivada.
Várias coisas são interessantes neste estudo, a começar pela sua inutilidade. Dizer que algo, uma crença, uma representação, um sentimento é socialmente motivado equivale a dizer que amanhã pode chover: motivação social abrange todas as categorias e suas infinitas combinações que a cultura humana, ocidental, neste caso, pode produzir.
Mas percebe-se o que Jost e amigos pretendem: um tipo só é conservador se tiver tido uma infância orientada, ou seja, ser-se conservador não tem a dignidade de uma escolha adulta, como o filme da nossa vida ou a mulher que amamos. Assim, a segunda coisa interessante: se a orientação política é uma escolha da emancipação, o conservadorismo nunca pode ser nem uma nem outra. Será uma espécie de prolongamento da primeira e segunda infâncias, um legado da autoridade parental, impedindo o indivíduo de heideggerianamente, se lançar-no-mundo.
Pode o leitor achar estranho que a terceira coisa interessante que encontro no artigo seja o epíteto de conservador aplicado a maníacos revolucionários-utópicos como Hitler ou Mussolini. Acho sempre interessantes todas as formas, sobretudo as larvares, de propaganda.
posted by FNV on 7:07 da tarde
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POIS É: Bem pode o Dr Pacheco Pereira pregar que é a mole apolítica, demagógica e ígnara que pretende zurzir no Parlamento. E depois temos Castelo Branco. A Srª Maria Elisa andou na campanha das legislativas a provar os docinhos de todos os velhos do distrito e a visitar a Srª Maria João Pires em Belgais. Que aquilo era para a vida, etc, e coisa e tal. Agora ano e meio depois dá baixa por doença e vai para a RTP fazer programas, tarefa que se bem me lembro, como dizia o Nemésio, a referida senhora classificava como incrívelmente extenuante. E depois vem o Sr. Ribeiro Cristóvão, o senhor que se segue, atoleimado de todo, a dizer que só tinha emprestado o nome para compor as listas, e a esperar não ter de fazer no hemiciclo nada de especial.
Mas sobre isto, intrigantemente, o Dr. Pacheco Pereira, aos costumes disse nada.
posted by FNV on 1:01 da tarde
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OLHE QUE NÃO, OLHE QUE NÃO: Agradeço as boas vindas dos meu companheiro de naufrágio, P.C., e informo que regresso revigorado. Quanto mais não fosse porque descobri, tarde, mais uma grande mesa portuguesa, o Estelas, na nauseabunda Peniche. Sabia de antemão, que tem sido ao longo dos anos premiado em dezenas de concursos gastronómicos, que têm tanto valor como aqueles concursos de vinhos em Lubjiliana que agraciam vinhos portugueses sofríveis com medalhas incríveis.
Mas o Estelas, que vai buscar o seu nome a uns ilhéus selvagens junto às Berlengas, merece mais. Continua a ser um minímo espaço, mas agora renovado, com amesendação e serviço impecáveis. Por exemplo, na mesma refeição, pode-se ser honrado com um sequinho de cherne que vem à mesa num tacho como dos de lá de casa, e para o qual, sinceramente faltam palavras; e pode-se rematar com um par de costeletas mirandesas autênticas, porque o dono é natural de Miranda do Douro. Tudo de chupeta, como diria o Eça.
posted by FNV on 11:00 da manhã
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REGRESSO: Aparentemente, o FNV, verdadeiro rumble fish deste blogue, retomou o seu posto no Mar Salgado. Sente-se que teve férias (houve tempo até para ler o Independente), mas volta irado como foi. Boas-vindas.
posted by PC on 6:03 da manhã
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MAR SALGADO UNE, NÃO SEPARA: Repete-se a história e o Mar Salgado serve para os marinheiros lusos atingirem as terras de Vera Cruz. Um grande abraço para o Waldir Leite, que agora já sabe que Portugal tem bolinhos de bacalhau, tinha Fernando Pessoa e teve Vasco da Gama. Aproveitando o embalo, gritamos do lado de cá: viva o bóbó de camarão, o Manuel Bandeira e Santos Dumont. Será tudo, amigo Waldir?
posted by PC on 5:48 da manhã
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SIM, FUI VÍTIMA DO W32.BLASTER!: Sem querer transformar este blogue num newsgroup informático, saibam as actuais e potenciais vítimas dessa pestilenta praga, causadora de défices sérios de segurança que permitem o acesso remoto ao vosso computador, que existe uma aplicação (aparentemente) eficaz na página da Microsoft; para remoção imediata do verme, use-se o antídoto da Symantec (não substitui o patch da Microsoft). Tende cautela e preservai-vos.
AJUDEM-ME! Duzentos soldados americanos chegaram à Libéria. Meu Deus! Americanos da América! Qual América? Da América boa? Da América assim-assim? Da América do louco iluminado? Help!
posted by FNV on 9:31 da tarde
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CECI N'EST PAS UNE PIPE: Um tipo vai para a praia, está meio enevoado, deixa o guarda-sol no carro. Passado um bocado, já na areia, dá-se conta que começou a chover. Vai ao carro buscar o guarda-sol, leva-o para a praia e abriga-se a si e à família, debaixo dele. Ora bem, o que é que um tipo tem na bagageira do carro: um guarda-sol ou um guarda-chuva?
Assim, o velho debate: uma coisa é o que é, ou o que o destino a torna? Ou de outra maneira, uma coisa é o que pensamos que ela é, ou o que a própria coisa nos obriga a pensar dela? Uma mãe é uma querida ou uma puta que nos inferniza a vida? Este na fotografia, é o meu pai, ou era o meu pai?
Um guarda-sol, é, se houver sol. Se houver chuva, é um guarda-chuva.
posted by FNV on 9:27 da tarde
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INGÉNUOS: Pedro Mexia no Independente de hoje, e Inês Pedrosa, no Expresso da passada semana, chateiam-se. Mexia acha incrível como a imprensa se espanta por ter descoberto que um ìcone do pop-rock francês, gauche militante, anti-globalização e mais-não-sei-o quê, mata a namorada à porrada ( M.L. Trintignant) por cíumes, assim à maneira de qualquer padeiro retrógado das berças. A querida Inês chateia-se porque soube que os papás do Bloco de Esquerda, da ala radical do PS e outros vocalistas de bandas tá-se bem põem os seus petizes nos sagrados colégios Coração de Maria, estilo soquete branco e segurança reforçada.
Ó meus amigos, então vocês não sabiam que a dissonância entre o pregão dos costumes e a vidinha de todos os dias, só se destina a confrontar a hipocrisia do merceeiro moralista, ou do industrial moraleiro, com as cuecas da sopeira que escondem nos bolsos? Não sabiam que na outra banda existem os chamados coup de coeur filosóficos? Que se pode ser uma mamã toda causas, toda anti-discriminação mas não querer os seus rebentos misturados com a ralé? Ou ser-se um profissional liberal vermelhinho ungido pela sacrossanta justiça social, mas passar-se a vida a fugir aos impostos, para poder comer mais umas lagostas no Gigi? É o privilégio moral de classe, ó ingénuos!
VIDA E MORTE NO MAR SALGADO: Um pequeno texto de Ruy Belo.
A morte da água
Um dos passeios que mais gosto de dar é ir a Esposende ver desaguar o Cávado. Existe lá um bar apropriado para isso. Um rio é a infância da água. As margens, o leito, tudo a protege. Na foz é que há a aventura do mar largo. Acabou-se qualquer possível árvore geneológica, visível no anel do dedo. Acabou-se mesmo qualquer passado. É o convívio com a distância, com o incomensurável. É o anonimato. E a todo o momento há água que se lança nessa aventura. Adeus margens verdejantes, adeus pontes, adeus peixes conhecidos. Agora é o mar salgado, a aventura sem retorno, nem mesmo na maré cheia. E é em Esposende que eu gosto de assistir, durante horas, a troco de uma imperial, à morte de um rio que envelheceu a romper pedras e plantas, que lutou, que torneou obstáculos. Impossível voltar atrás. Agora é a morte. Ou a vida.
posted by NMP on 7:00 da tarde
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COMBATE GLOBAL:Neste artigo dá-se conta da necessidade de cooperação internacional no combate ao terrorismo, através do relato da prisão de um homem de negócios inglês que quase conseguiu traficar um lança misseis terra-ar para os Estados Unidos.
"Que saudades que nós temos
Do papá José
Matava os imperialistas todos
Mesmo os do Comité
Pelos milhões que torturaste
Tu és o recordista
Lamentamos os que poupaste
Mas ainda guardamos a lista
Para a Sibéria encaminhavas
Os trabalhadores desconfiados
Com a KGB asseguravas
Cinquenta anos de trabalhos forçados
Tu foste o carrasco dos amos
Do MI5, do FBI e da CIA
Nós ainda te idolatramos
Apesar da democracia
Com estes tempos não sabemos lidar
Cada um diz o que pensa
O Partido está a acabar
Maldita liberdade de imprensa"
Lisboa, Comité Central, Agosto de 2003
posted by Neptuno on 6:37 da tarde
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HINES: Há momentos no cinema que nos acompanham a vida toda. Seja pela qualidade de determinada cena, pelo filme inteiro, por determinada actriz ou actor, pela genialidade ou por mero fascínio. É o caso do sapateado final no Cotton Club protagonizado por Gregory Hines - Sandman Williams - em paralelo crescendo, de intensidade musical e dramática, com a eliminação do terrível Dutch Shultz pelos sequazes de Luciano. No momento do seu desaparecimento anima-nos lembrar o seu legado perene.
OS EUROPEUS E AS FÉRIAS:Artigo que refere que uma das possíveis razões para as diferenças entre a economia europeia e a americana assenta no facto de os europeus tirarem mais dias de férias por ano do que os americanos.
Estes dados trazem uma nova luz para a comparação entre as produtividades dos trabalhadores europeus e americanos. Aparentemente, alemães, holandeses e franceses são mais produtivos do que os americanos quando a trabalhar. Trabalham é menos dias por ano.
De qualquer modo, esta situação não é necessariamente negativa. Sobretudo para países cujas economias vivem parcialmente do turismo. Como se diz no artigo: One man's leisure (...) is another man's living.
posted by NMP on 4:47 da tarde
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BLOGOESTREIAS: Apesar de a blogosfera estar muito parada, continuam a surgir novos blogues para reforçar este espaço.
O Glória Fácil é feito e animado por três jornalistas: Nuno Simas do Diário de Notícias e João Pedro Henriques e Maria José Oliveira do "meu" jornal, o Público. Uma equipe de luxo.
Reforçando o sector mais duro da blogosfera temos o Maus Fígados e o Albergue dos Danados, bem como um Abutre para velar os muitos cadáveres em que se transformaram a maior parte dos blogues em Agosto.
Na direita das direitas da blogosfera temos uma Nova Frente incisiva e combativa. E finalmente alguém que pretende discutir um dos temas mais discutidos em Portugal: o Sexo dos Anjos.
posted by NMP on 11:59 da manhã
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A CAVALO DADO...: Depois da ovelha Dolly, o anúncio por cientistas italianos do nascimento de Prometea, o primeiro cavalo clonado relança o debate sobre as questões éticas do uso da clonagem (ler aqui).
HOMENAGEM A MAX AUB (Crimes Exemplares): Ele vivia perto de mim. Parecia um cidadão honrado, bom pai de família. Funcionário de uma empresa qualquer durante a semana. Aos fins de semana, todos os fins de semana, circulava pelas redondezas com uma carrinha de distribuição de gelados e comida congelada. Amarela. Patética. Mas o pior era o reclame sonoro. Uma musiquinha infernal, que anunciava a sua passagem. Ti-ni-ni-ni-ni-ni-ni. Em escadinha. Todos os fins de semana dos últimos 7 anos. A musiquinha ficava a martelar-me a cabeça durante horas, muito depois de ele já ter passado. Mas hoje decidi que bastava. Não no meu aniversário. Talvez o calor tenha ajudado. Acerquei-me da carrinha e pedi um gelado, com a chave de fendas escondida na mão direita. Quando ele se baixou, cravei. De uma só vez. Aquele gelado de morango também era intoleravelmente esbranquiçado. Agora sim, parece feito de morangos.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.