ENTEADOS: Reparei que a moda se acentuou nestes meses de fogos. Nas colunas de opinião dos jornais e da blogosfera, todos se queixam do país que temos e que somos. Forra-gaitas que nunca sairam de Lisboa, bertoldinhos que já não têm emprego na televisão, balhastreiras que deveriam estar caladinhas quanto a decências alheias. Todos exibem o orgulho gasto de vergastar a "paróquia" ou o "Portugalzito". E escrevem (?) para ele.
Ao 1º comentador: Deixe a morada ou o número de telefone e terei imenso gosto em responder-lhe.
posted by FNV on 10:59 da tarde
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DÚVIDAS:Ouço notícias preocupantes, mas esperadas: os atentados de Londres, segundo as autoridades inglesas, não foram feitos em rede com a Al Qaeda, nem com nenhum outro grupo conhecido. Isto, a ser verdade, entre outras coisas, confirma duas dúvidas que abundantemente aqui exprimi em Julho:
a) como é que a "civilização ocidental " pode "estar em guerra" com grupos aleatoriamente constituídos ( mas uterinamente concebidos) e sem representação política?
b) Como é que se faz a "resposta militar"? Minando o Devonshire ou arrasando Trafalgar Square?
Como sempre, aguardo a luz esclarecida dos meus comentadores.
PACTO DE REGIME: não seria possível sugerir às televisões que fizessem um acordo de modo a não passar imagens de Francisco Louçã?
posted by VLX on 5:33 da tarde
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OS PORTUGUESES NÃO SÃO TOLOS! Em entrevista ao DE, o Ministro das Finanças, o tal que como primeira medida após a tomada de posse resolveu alterar o CA da CGD, quer fazer-nos crer que "há muito que vinha acompanhando" a situação da CGD e tinha até já elaborado o "diagnóstico" para a coisa. Poderíamos até imaginar o Ministro, antes de o ser, a ocupar os seus tempos livres a estudar atentamente a questão da CGD, a fazer os seus diagnósticos, a elaborar soluções possíveis; até poderíamos imaginar que o Ministro, antes sequer de sonhar ser Ministro das Finanças, já tinha inclusivamente pensado que se um dia o viesse a ser, a questão da CGD só se resolveria colocando na Administração da CGD Armando Vara, o que faria no primeiro dia de mandato para salvação nacional. Só que nisto não se consegue acreditar, não faz o menor sentido. Da mesma forma que não se acredita no estapafúrdio argumento da pretensa ligação de 20 anos entre Vara e a CGD, igualmente utilizado pelo Ministro para justificar a sua designação. Como também não se acredita no Ministro Mário Lino quando vem apregoar a existência de estudos para a Ota, querendo referir-se apenas a um mero estudo de impacto ambiental. Como ainda se não pode acreditar no Ministro Manuel Pinho quando este se socorre de estudos de há dezenas de anos para justificar o investimento público na área dos transportes. Os ministros deste governo mentem-nos com uma facilidade e simplicidade infantil ou ingénua, pensarão que somos tolos? Convinha dizer-lhes que não.
posted by VLX on 4:07 da tarde
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PERCEBES ATÓMICOS: Um bocadito aturdido com algumas coisas que se escreveram na imprensa lusa sobre a bomba de 1945. Em frente ao mar e antecipando os percebes da estrada para Castelejo, lia e relia, o apetite aguentando-se, contudo, firme e hirto. "Se" não se tivesse pulverizado duas cidades inteiras - incluindo cães, chupetas, shôjis e livros - "morreria mais gente". Este se ia me dando cabo dos percebes. Os gregos, que conheciam todos os holocaustos menos os dos homens, achavam por bem não justificar o que não se pode compreender. Ainda assim, Sófocles põe Tecmessa a perguntar ao Coro, a propósito da loucura de Ájax: "Como hei-de contar uma história inenarrável?" Assim fiquei, à espera dos percebes. À espera que deixem a vergonha morrer sossegada.
GLOBALIZAÇÃO I: É um fenómeno inexorável que confirmamos diariamente. Os Beach Boys no Crato é uma coisa fantástica. GLOBALIZAÇÃO II: Mas, há sempre o reverso da medalha. Também dá azo a fenómenos terceiro-mundistas como a condecoração dos U2 pelo Presidente Sampaio. Se não tiver nada para fazer, a gente arranja-lhe qualquer coisa.
posted by Neptuno on 5:19 da tarde
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ACORDOU AGORA? A Direcção-Geral dos Recursos Florestais anunciou hoje, 10 de Agosto, por entre as cinzas de dezenas de milhares de hectares de floresta ardida, que está a promover uma campanha de prevenção de fogos, com acções a desenvolver entre Agosto e Outubro. Deve estar a gozar connosco. E a natureza goza com a Direcção-Geral, apresentando-se enublada e chuvosa num dia sem incêndios. É caso para dizer: tarde piaste, Inês é morta.
FÉ: Alguém acredita que os incêndios podem acabar enquanto sustentarem um negócio anual de volume superior a cinco milhões de contos? Mais depressa o Benfica contrata um avançado...
FOGOS E DESNORTE GOVERAMENTAL: Parece continuar tudo maluco. Dizem-me (não vi) que o MAI anunciou grande medida de combate aos fogos: vai alargar o período da época de incêndios, imagina-se que até ao fim das vindimas ou mesmo chegadinho ao S. Martinho. Se é isto que o Ministro tem para nos oferecer, estamos conversados. Sugiro-lhe que tente também acabar com os fogos por decreto, pode ser que dê. Ah, o MAI vem ainda com outra: acha que os juízes deverão "afinar" a prisão preventiva dos incendiários. Pois. A culpa é toda dos juízes. O facto de não se carrearem para o processo provas suficientes da culpabilidade dos suspeitos de incêndios não interessa nada, não é? Perceberá o MAI alguma coisa do funcionamento dos tribunais? Pois é, logo vi. A propósito, como se articula isso com o desejo do Ministro Alberto Costa de responsabilizar os juízes no caso de erro na determinação de prisão preventiva? Ficam safos no caso de incendiários e pagam nos casos de pedofilia? É espantoso o desnorteamento deste governo e a demonstração evidente de como trabalham em cima do joelho, dizendo para o ar e sem pensar o que lhes vai naquelas cabecinhas. Não pressagia nada de bom.
posted by VLX on 6:16 da tarde
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ASSOCIAÇÃO AMIZADE PORTUGAL - TANZÂNIA: A presença de Sócrates naquele país, em safari, deveria ser aproveitada para o início de um frutuoso intercâmbio entre os dois países. Desde já sugiro a cedência de um "animal feroz", do aparelho que o controla e dos projectos da Ota e do TGV em troca de dois elefantes verdadeiros.
posted by Neptuno on 3:39 da tarde
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YES SIR! Enquanto eu estive de férias, foi o que foi no Ministério das Finanças. Afastou-se aquele que incomodava e trouxe-se um yes sir. Yes, sir! Yes, OTA. Yes, TGV. Yes, CGD, yes, yes, yes. De tantos iésses, o novo Ministro nem sequer percebeu que a sua reconhecida competência iria ser rechaçada de imediato. O país sofre...
posted by VLX on 1:45 da manhã
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GULODICES DE FÉRIAS: Na minha infância, havia uma coisa que eu adorava, que eram os SUGUS de hortelã pimenta, entretanto acabados. Recentemente, vieram ao mercado os de menta, embora seja muito difícil encontrá-los. O seu sabor faz-nos regressar a partes da nossa infância e isso é sempre bom. Os gelados da MENORQUINA são a melhor coisinha que há, nem sei como se vendem os outros. São difíceis de encontrar mas são fantásticos. Obrigado, meus queridos filhos e sobrinhos, por mos terem mostrado. Se há coisa boa em Portugal é a COMPAL: os sumos de limão e o gold de morango já eram excelentes mas agora há também o de morango e maçã que é uma maravilha. Não consegui provar o de kivi, que anda a ser anunciado, mas ando desesperadamente à procura dele com medo de encontrar primeiro a balança. É pena que os restaurantes do Algarve, mesmo os melhores, percam gabarito no fim de Julho ou no princípio de Agosto: por melhores que sejam, estão muito longe da qualidade e da alegria que dão um Degrau do Castelo do Rui Araújo ou um 60/70 do Francisco Meireles, no regresso ao Porto.
posted by VLX on 1:14 da manhã
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CONCEITOS: Há alguma dificuldade no tratamento de algumas questões às quais se atrelam determinados conceitos. As "férias dos juizes" é uma delas, como o leitor assíduo deste blog já terá reparado. Agora há uma nova, que é a "irresponsabilidade dos juizes".
Vou tentar explicar, desta vez sem recorrer às modalidades desportivas. Em primeiro lugar, atente-se no seguinte: se um juiz errar (grosseiramente, de forma evidente) na sua decisão, a vítima dela é hoje indemnizada, pelo Estado. O juiz será certamente penalizado pelo órgão fiscalizador (logo, não é irresponsável. Aliás, está já estabelecida a situação de dolo. Daí o problema de se utilizarem alguns conceitos para certas situações ou questões), mas não é ele, naturalmente, quem irá sofrer a obrigação de indemnizar monetariamente o lesado. Com isto, a sociedade organizada garante uma coisa essencial: garante que o juiz decide (bem ou mal, já lá iremos) de forma completamente independente, apenas valorando a prova que diante dele se faz. Repito, se errar, o Estado, a sociedade organizada paga a compensação devida, como acontece agora.
O que este governo socialista pretende neste momento é responsabilizar os juizes no caso de erro destes na avaliação da decisão de prisão preventiva. Serão os juizes - e já não a sociedade organizada - a indemnizar, em última análise, presos preventivamente que se venha a verificar terem sido erradamente detidos. Por outras palavras, os juizes apreciarão os casos que se lhes depararem não só tendo em consideração a prova que diante deles se produzir mas também o receio de um dia virem a ser processados e obrigados a pagar por terem decidido mal. Não será só uma questão disciplinar, de má nota; o juiz decidirá com medo do que lhe vier a acontecer no futuro. Passarão, portanto, a decidir sendo partes interessadas no processo. O resultado é que mais nenhum juiz mandará ninguém para a prisão (Ó-lá-lá, vou-me agora chatear?.... Vem aí uma defesa mais elaborada para o julgamento ou depoimentos diferentes ou alterados ou ainda, justamente, demonstradores - agora! - de que o MP funcionou mal na acusação e eu é que me vou tramar? ? Isso é que era bom!).
Fulano é detido, presente ao juiz, realizam-se as acções necessárias e legais e, segundo todos os critérios, conclui-se que Fulano cumpre as disposições necessárias a uma prisão preventiva por fogo posto (para utilizar um tema actual e incandescente....), de onde resultaram inclusivamente mortes humanas. Pois o juiz irá mandar o suspeito em liberdade com medo de, mais tarde e com mais tempo, se vir a considerar provado que o dito estava noutro país com amigalhaços. Se falo de casos de fogo posto, pensem em casos de pedofilia, vai ser a mesma coisa.
Num país de criminosos, esta medida seria naturalmente aplaudida com entusiasmo.
Num país civilizado, esta atitude do governo socialista seria de imediato rechaçada por todos: pela população em geral, porque isto afecta negativamente a sua vida e as decisões que lhe dizem respeito; pela comunidade científica, porque isto afecta aquilo que têm defendido; pela oposição democrática, porque isto afecta a democracia e a independência dos poderes; pelos defensores da nossa Constituição, porque isto a afecta indubitavelmente, na mesma medida que impede a independência dos juizes, por todos, enfim, porque a medida tem a carinha chapada e imberbe da vingança sobre a prisão preventiva que alguns tiveram ou a pressão inadmissível que o Governo quer colocar sobre o poder judicial.
Ora nós gostávamos mais da independência de poderes, ou já não será assim?
PS: voltarei certamente a este assunto. PS2: a João Mãos de Tesoura: vi agora os seus comentários a anteriores posts meus meus. Tentarei amanhã comentá-los na medida que eu souber.
VAGAS DE ANTI-AMERICANISMO PRIMÁRIO: Um dia destes, os americanos serão os principais causadores e culpados dos horrores da segunda guerra mundial. Não valerá a pena lembrar que eles estavam e queriam estar fora dela quando foram barbaramente atacados e forçados a nela entrar. Recordar todo o auxílio que deram ao mundo em geral e à Europa em particular será igualmente inútil e certamente carreado para o campo dos interesses materiais. Para já (estamos a sessenta anos da coisa), eles são apenas acusados de terem deitado duas bombas atómicas sobre o Japão com segundas intenções: os revisionistas no sofá e de pantufas acham que as bombas foram largadas para impressionar a URSS ou para justificar aos contribuintes as despesas efectuadas com a criação das bombas. A acusação é ignóbil e vil, para além de injusta e não confirmada historicamente, e esquece a realidade da altura conhecida como tal. Sugere-se a leitura dos artigos de José Manuel Fernandes (o que ele tem melhorado desde que os socialistas conquistaram o poder!) de sábado e o de Vasco Pulido Valente de domingo, ambos no Público.
Convém ainda sublinhar que hoje, os norte-americanos fazem o que esses tipos das pantufas querem: deixam-se matar para não matarem os outros (o que é uma coisa quase inconcebível e diz muito da grandeza dos americanos: estariam os nossos governantes dispostos a deixar morrer os nossos filhos para não usar as nossas armas contra o inimigo? Como seriam as manifestações populares junto da TVI ou da SIC?... Convinha pensar nisto...). Na altura não tinham de o fazer (nem hoje, valha a verdade, e por isso deveriam ser elogiados): estavam numa guerra contra malucos (hoje não?...), kamikazes (hoje não?...), que se defendiam arduamente até à morte (hoje não?...), com ataques cobardes sobre militares ou civis (hoje não?...).
PS: nota final para um pequeno comentário. De acordo com o Público (cfr, dia 6), um dos anti-americanos (não tenho aqui o jornal e não me apetece ir lá baixo buscá-lo para ver o nome do tipo) dizia que as bombas não tinham necessidade de ser lançadas porque a guerra contra os japoneses estava ganha desde o momento da entrada em cena dos soviéticos no Pacífico: é que os japoneses iriam render-se logo porque, embora aguentassem as bombas atómicas - quantas fossem - não queriam ser invadidos pelos soviéticos. O argumento é hilariante: em duas penadas diz-nos que mesmo atacado com bombas atómicas o Japão resistiria (o que não seria sem bombas atómicas....), coisa que eu confesso não acreditar, e que os japoneses tinham mais medo dos soviéticos do que de bombas atómicas, no que eu acredito piamente. Sublinho por fim a forma cordata com que os americanos trataram os japoneses na vitória. Não há muitos povos assim e os franceses que o digam, mesmo não tendo ganho nada desde os primórdios de Napoleão. PS2: Para evitar comentários disparatados e desnecessários, desde já se deixa aqui declarado que a devastação sofrida pelos japoneses se imagina terrível e sem igual, no passado ou no futuro (pelo menos assim se espera). Apenas se compreende a atitude tomada pelos EUA na altura.
posted by VLX on 11:37 da tarde
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VARAS DE QUE NEM ORWELL SE TINHA LEMBRADO: Face ao que nos tem vindo a habituar, impressiona-me pouco que Sócrates tenha feito o que fez com a mudança do Conselho de Administração da CGD. Colocar na Administração de uma empresa como esta um amigalhaço que, para dizer apenas o mínimo, não tem as mais pequenas competências académicas ou profissionais que o justifiquem no lugar é algo que não me surpreende. Estranho, no entanto, que os seus "pares" na CGD não tenham sentido a imediata necessidade de se demitirem em bloco e no momento. Por este andar, um dia destes terão de sentar-se à mesa com o porteiro da agência da CGD da Covilhã, por sinal um excelente rapaz e muito simpático.
posted by VLX on 11:29 da tarde
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REGRESSO DE FÉRIAS: Regressa-se de férias e por Santarém, Leiria, Pombal, Coimbra, Aveiro e S. M. da Feira tudo arde. O MAI já não está a bronzear-se pelos Salgados mas também não quer perder-se pela unidade dos queimados, o que vai conseguindo com a complacente ajuda duma comunicação social compreensiva até mais não. Noutros tempos (não muito longínquos), o MAI seria incinerado vivo como sendo o próprio incendiário; mas com a cobertura de amianto destes media, sobrevive aos incêndios mais devastadores apregoando umas estatísticas que só o servem a ele mas que não conseguem afastam o sofrimento dos que vêem devastadas as suas vidas e propriedades com os fogos. Que durma sossegado. Mas se não consegue controlar os fogos que diga já para se tentar preparar tudo para o ano.
E LA NAVE VA: O Bombyx Mori diz que se vai embora, qual meteorito. Tenho muita pena, é um blogue extraordinário. Mas, ao contrário do que diz o Afonso Bivar, não é verdade que tudo tenha um fim, ou pelo menos o fim, aquele que estava determinado. Podemos sempre recriá-lo, enganá-lo, as vezes que nos apetecer. Mesmo quando transportamos um rinoceronte doente. (Exemplo: este post podia acabar assim: Mesmo quando não transportamos um rinoceronte doente).
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.