Parece que os companheiros de António Gonçalves Pereira não acharam piada à esperteza do homem: quis acabar com a reunião do CJ da Liga porque o Boavista e o FCP iam levar na carola. O "homem" é presidente do CJ da Liga e... vereador de Valentim Loureiro. Os patuscos do costume espumam. Coitados.
posted by FNV on 8:41 da tarde
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LEGISLATIVAS 2009 ( X):
A sondagem hoje divulgada não me diz muito. A opinião pública é volátil quando se trata de promessas. Se Sócrates passar a mensagem de que com o GREMLIN ( GRande EndividaMento Lunático e INútil) chegarão também as benesses pré-eleitorais do costume, as pessoas talvez comprem o cabaz. Da alta política encarregar-se-ão os mestres-políticos do PSD, eu tratarei apenas do pictograma do champ de bataille. É necessário envolver o maior número de forças possível nesta batalha. A opinião publicada começou a mexer-se ( Sousa Tavares e Pulido Valente) e arrastará eleitores esclarecidos. Não chega: MFL não pode dar um minuto de descanso, não pode deixar o PS respirar. É vital explicar a dissonância cognitiva que consiste em prometer instalar ar condicionado quando se tem a casa a arder. Se, como calculo, a realidade do campo demonstrar que a situação económica se deteriora dia a dia, Sócrates terá muito menos espaço para promessas. Terá a retirada cortada.
Agora que afanosamente vasculham o baú talvez fosse boa ideia ler o que Sócrates dizia sobre a necessidade premente de um estádio novinho em folha no Algarve ( jogam lá os atletas da Liga dos Últimos) ou em Leiria ( attendance média de 9oo espectadores). Ainda vos apetece falar sobre o TGV do governo Barroso? Bem sei que o tempo era de vacas gordas ( os velhos vícios são sempre novos na memória, bem dizia o estagirita), mas assim não vamos lá.
posted by FNV on 9:33 da tarde
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VERÃO O VERÃO (IX):
E as crianças a correr na praia e as crianças a entrar mar adentro e os pais a ler o namoro de uma Elsa qualquer ó Elsa ó Elsa e o cão a fazer cocó e a bola de berlim que não aqueceu e já é tarde e os rissóis estão quase descongelados ó filha arranja-te temos de ir senão o spa arrefece e já foi pago.
posted by FNV on 9:10 da tarde
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O DOMÍNIO DOS DEUSES:
Uma mulher quis ser homem e depois quis ser mulher e depois engravidou e agora diz que é o pai do bebé. Isto excitou o beau monde. Como liberal à moda antiga ( O Francisco até já tem um livro com este título) espero que sejam todos muitos felizes. Mas invejo os gregos: estas coisas costumavam ficar no domínio dos deuses ( em Hesíodo, por exemplo, Afrodite nasce do acasalamento da água do mar com o sémen libertado pelos testículos mutilados do pai).
posted by FNV on 3:47 da tarde
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SOLIDARIEDADE:
Com o presidente Vieira, ameaçado e insultado ontem pelas claques do Benfica. Não precisamos de guardas pretorianos, não queremos guardas pretorianos ( ou abelianos) .
posted by FNV on 12:19 da tarde
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ANTERO, SEMPRE:
Lindas noites de luar! Vou sentar-me à tua porta, Como um pai se senta imóvel Na campa da filha morta.
Já meus olhos me não choram, Já não suspira meu peito... Para espalhar meus desgostos Acho o mundo todo estreito!
( Cantigas, 1864)
posted by FNV on 12:15 da tarde
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O DANADO...: Se fosse outro, eu podia estar aqui a cavalgar a onda, a gozar como um perdido. Podia recordar "Palermo, Palermo..." e outras do género. Somar a coisa ao autocarro incendiado. Relembrar assembleias antigas, sempre na mesma barafunda e confusão. Chamar o Torres Couto. Paternalmente, podia aconselhar do alto que não se deve zupar no presidente. Galhofeiramente, e perante tudo o que certos me têm comentado e deixado aí em baixo, era perfeitamente legítimo utilizar títulos de post tipo "o puxão de orelhas" ou "com as orelhinhas a arder" mas não o faço. Podia enumerar os sucessivos desaires desta época e do defeso (acaso tivesse tempo para isso, obviamente), podia sublinhar que há dias antecipei em comentário a zaragata habitual das assembleias gerais do clube. Ninguém levaria a mal que me insurgisse quanto aos custos que o desgastado contribuinte tem de, continuamente, andar a suportar com segurança privada do vosso presidente e da sua nova amiga (a tal que simpaticamente o alcunhou para a vida). Pelas calúnias públicas e pressões ilegítimas feitas nos órgãos disciplinares, era naturalíssima a vingança, o rebolar de gozo, o cantarolar dos Trabalhadores do Comércio, mas não o farei. Mesmo perante mais esta desgraça e bandalheira que são, constantemente, as vossas vergonhosas assembleias gerais. De mim ninguém ouvirá uma palavra, que eu não sou desses, não pontapeteio quem já está espojado e esmagado no chão do quarto, ou nas ruas da amargura. Já o danado do meu teclado...
posted by VLX on 12:05 da tarde
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OLHE QUE NÃO:
Caro Eduardo. O que Manuela Ferreira Leite disse foi que não chamava a essa união um casamento. Disse que não está de acordo com a extensão a essa união de privilégios como, por exemplo, calculo eu, a adopção. Que eu saiba é o que existe hoje, mesmo com a esquerda no poder. MFL não disse ( ou então estou surdo) que pretendia revogar lei alguma. De qualquer forma, ou muito me engano ou não será este assunto a dominar a actualidade política daqui a uns meses. Como em tudo na vida há prioridades.
Ontem, na SIC-N, disse que já pagamos anualmente 1000 milhões de euros por causa das SCUT, de juros bonificados e ainda uns trocos em falta dos estádios do EURO-2004. Disse também que o investimento privado nas tais obras públicas não é de borla: não há almoços grátis. O investimento feito pelo estado já se sabe quem vai pagar. Medina Carreira disse também uma coisa óbvia: não é vergonha parar para pensar. Os ressabiados ( que apoiavam Menezes ou detestam Rio) elogiam subitamente Sócrates: todo ele é arte e engenho. Faz parte do jogo e é perfeitamente compreensível mesmo que em alguns casos seja cómico. Uma coisa é certa: se as condições se deteriorarem e péssimas opções forem tomadas, os iluminados que as defendem hoje não estarão cá amanhã para prestar contas. É sempre assim.
posted by FNV on 3:26 da tarde
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DE FAZER CHORAR AS PEDRAS DA CALÇADA:
Hugo Chavez está tão perturbado com a libertação de Ingrid Bettencourt que ainda não conseguiu reagir. Pior só Jerónimo de Sousa.
posted by FNV on 1:35 da tarde
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FOGACHO DE ALEGRIA: A libertação de Ingrid Bettencourt e de mais 14 reféns (entre os quais um luso-americano) é um daqueles momentos que nos reconcilia com a Vida. De vez em quando, a Liberdade e o Humanismo triunfam sobre a violência gratuita e desumana. Claro que agora começam as leituras, as interpretações, os aproveitamentos (uns mais legítimos que outros) e haverá provavelmente efeitos cruéis e não totalmente antecipáveis - ainda restam muitos reféns e não há nada mais perigoso que um bando de bárbaros enganados e acossados. Mas nesta noite de contentamento genuíno e espontâneo, antes que outras duras realidades nos batam à porta, importa comemorar. E enviar um abraço de admiração ao Luís - o homem que mais fez, no microcosmos da blogosfera lusa, para que esta causa não morresse no esquecimento e ficasse soterrada sobre um manto de indiferença. Parabéns, Luís - a perseverança e dedicação a causas justas são por vezes recompensadas por estes fogachos de alegria.
posted by NMP on 2:28 da manhã
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LEGISLATIVAS 2009 (VIII):
Foi de urgência à RTP e nem esteve mal. Sócrates ganhou em 2005 a prometer ilusões e agora vai tentar ganhar a comprar decepções. É um jogo diferente. Os analistas estão certos de que MFL faz Sócrates parecer o polícia bom. Se o bairro estivesse próspero e sossegado talvez funcionasse. Mas o bairro não está de boa saúde e um polícia que diz no pasa nada não é o que as pessoas querem. Os entendidos dizem que MFL faz demagogia porque quer dar um dinheiro que não existe aos pobrezinhos. O dinheiro não existe porque as grandes obras só nos vão onerar quando Sócrates for secretário-geral da ONU ou alto-comissário para a tripassonomíase. É demagogia a mulher dizer ao marido que não é boa ideia fazer um crédito ao consumo, mesmo que o banco congele os primeiros seis anos de mensalidades, quando não há verba para reparar o telhado da casa amanhã? Não me parece e parece-me que aos portugueses também não.
O DN faz hoje eco de um estudo da OMS sobre o consumo de droga à escala mundial. Os americanos, apesar de terem uma legislação federal incomparavelmente mais restritiva do que a generalidade dos países europeus ( Portugal para eles é uma bandalheira), são quem mais consome haxixe e cocaína. Isto sabe-se há muito, mas os principais jornais portugueses ( Público, Expresso e DN ) continuam a publicar a propaganda do dr. Pinto Coelho. E sem direito a contraditório.
posted by FNV on 12:05 da tarde
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LEGISLATIVAS 2009 (VIII):
Eles já dedicaram mais posts a Manuela Ferreira Leite num mês do que a Menezes em sete. E não poupam os adjectivos, ou seja, fazem fogo de barragem. É bom sinal. É sinal de tropa nervosa.
posted by FNV on 12:16 da manhã
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TRIBUNAL DE SANTA MARIA DA FEIRA: Simpatizo com a escrita e as opiniões de Helena Matos, que habitualmente leio com gosto no Público. Mas não concordo com o seu mais recente texto (Público, 1 de Julho) e tenho de o dizer aqui porque ela não é propriamente o meu Bastonário, a quem não ligo a mínima pois isso obrigar-me-ia a contrariá-lo diariamente e não tenho tempo para isso. A Jornalista criticou vivamente os Juízes desse Tribunal por se terem recusado a exercer as suas funções nas condições em que estavam obrigados (até aqui, tal como o Bastonário dos Advogados) e teceu várias críticas e considerações sobre o assunto. Permito-me esclarecer alguns pontos, pois admito que haja também algum desconhecimento sobre o assunto.
Como declaração de interesses, refiro que conheço apenas um dos Juízes agredidos, não o vejo há mais de dez anos (não tenho processos no seu Círculo) mas foi aquele que me ensinou a perder (ofereceu-me a primeira derrota, sabor amargo que desconhecia, mas, quando percebeu que se tinha enganado e nada mais podia fazer, teve posteriormente para comigo discretíssimas palavras pessoais inolvidáveis que não estão ao alcance de qualquer um). A pelo menos esse Magistrado não faltam o brio nem o sentido ou noção de dever nem sequer o estou a ver a abandonar os cidadãos, como erradamente acusa Helena Matos.
A maior parte das pessoas não sabe que a maior parte dos Magistrados trabalha em condições que não são oferecidas, num banal escritório de Advogados, a Estagiários ou às próprias Secretárias. Se no sistema judicial faltam o brio, o sentido de dever ou se os cidadão são abandonados, a responsabilidade por essas realidades deve-se ao poder político, que tudo tem feito nesse sentido, seja pelas condições que oferece, seja pelas considerações que tece sobre o sistema quando ele lhe é contrário (ou aos amigos). No caso concreto do Tribunal de Santa Maria da Feira (que tem cerca de 17 anos e não 30), ele não presta desde que foi construído e inaugurado pelo poder político. Mas ninguém ligou ao facto até ao momento e tudo foi funcionando como funcionam quase todos os Tribunais portugueses: por carolice dos que lá trabalham sem condições mínimas (por vezes em centros comerciais ou em prédios de apartamentos).
Helena Matos e o meu Bastonário insurgem-se pelo facto dos Juízes não pretenderem sujeitar-se a essas condições. Não sei porquê. Eu também não quero participar em julgamentos onde estão maluquinhos a menos de um metro prontos a agredir-me e não percebo a razão pela qual o Bastonário não me defende. Não são os Juízes (ou os Advogados) que se escusam a resolver os problemas das pessoas: é o poder político que esteve impávido e sereno anos a fio perante estas situações, sem as resolver. E estes problemas não acontecem só no campo criminal: as situações mais difíceis encontram-se hoje em Tribunais de Família e Menores, onde a retirada de um filho a um agressor ou a separação de um casal belicoso pode degenerar nas situações mais inacreditáveis.
É bem certo que, como afirma Helena Matos, as agressões podem acontecer junto das escolas, a contínuos, professores, médicos ou mesmo no meio da rua mas ali, nos Tribunais, é onde se realiza (ou tenta realizar) a Justiça, não é brincadeira nenhuma! Há detectores de metais obrigatórios nas discotecas (que os paguem) mas nos Tribunais isso é perfeitamente dispensável (deve ser caro).
Se de uma vez por todas queremos ter uma Justiça a sério temos de a respeitar e de lhe dar condições. A Justiça não se faz no meio da rua, na esplanada da praça ou no Quartel dos Bombeiros, por muito boas condições que tenha. E, ao contrário do que afirma Helena Matos, não se tem investido muito na formação dos Juízes nem eles são bem pagos (seja em comparação com os congéneres estrangeiros, seja em comparação com os portugueses em geral - como se isso fosse sequer comparável), no início ou no fim da carreira (a sua remuneração é realmente muito diferente do salário mínimo, mas não é isso que merece quem vai decidir as nossas vidas e os nossos pleitos?). Aliás, estas comparações financeiras têm de ser sempre feitas com alguma habilidade pois raramente se pormenoriza que muito do orçamento com a Justiça é perdido com uns fabulosos contratos de arrendamento que resolvem o problema na hora (tão ao gosto actual) mas encarecem os anos seguintes - mas disto ninguém fala.
Eu recuso-me a fazer julgamentos nos gabinetes dos Juízes quando faltam salas de audiências, considero que isso não tem dignidade nenhuma (para além de faltarem as condições mínimas) para nenhuma das partes envolvidas e nem se percebe a grandeza do que se está a fazer. Considero também que muitas decisões e situações judiciais parecem, como diz Helena Matos, "saídas de uma antologia do teatro do absurdo". Mas entendo que Funcionários e Magistrados Judiciais, bem como os do Ministério Público e os Advogados não têm de desenvolver a sua nobre actividade, bem ou mal, nas condições indignas que o poder político lhes anda a conceder.
Os habitantes de Santa Maria da Feira não se queixem dos seus Magistrados Judiciais ou do Ministério Público, queixem-se antes do poder político que ignorou o seu Tribunal durante anos e anos. E esqueçam, por favor, as declarações do Bastonário dos Advogados.
post scriptum/adenda: por qualquer motivo que não consigo descortinar, enganei-me no nome da Ilustre Jornalista de que falava em quase todas as vezes que lhe fiz referência no post original (com excepção de uma), problema que corrigi agora. À Jornalista, as minhas desculpas, ao lampioníssimo FNV que amavelmente me avisou, os meus agradecimentos.
"Há duas justiças em Portugal: uma no norte e outra no sul. Eu, por exemplo, fui julgado e absolvido em Guimarães."
( Vale e Azevedo, entrevista à SIC)
posted by FNV on 11:52 da tarde
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LEGISLATIVAS 2009 (VII):
Manuela Ferreira Leite ( entrevista a Constança Cunha e Sá) recentrou, e bem, a artilharia: é o governo que tem de explicar por que razão nos temos de endividar com o acessório quando nos falta o essencial. No anterior número desta série tinhamos declarado crucial não inverter a lógica da batalha. MFL está no bom caminho. Os projectos megalopatas são impressionantes e são sempre aparentemente essenciais. Sócrates lançou a construção de dez estádios para o EURO-2004. Eram todos determinantes para o país. Hoje, tirando três, são todos supérfluos. Depois de Agosto vai ser preciso mais. MFL disse, e muito bem, que a sua liderança não será solipsista. Mais gente terá de aparecer, mais gente terá de dar a cara por propostas políticas em diversas áreas. Mais gente terá de trabalhar. O pior que pode acontecer a MFL é representar apenas uma melhor gestão. A inércia do conformismo tenderá a privilegiar o que está se o setting for o mesmo. O PSD não pode descurar os flancos do adversário: isso é tarefa do próprio PS, entretido que está com o rombo principal ( o empobrecimento do país).
posted by FNV on 9:30 da tarde
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PODIA ACONTECER A QUALQUER UM DE NÓS: Se os portugueses, por uns breves momentos, deixassem de lado as paixões clubísticas e pensassem um pouco no que é realmente importante e no perigo que é deixar cair o poder e a força do Estado em certas e determinadas mãos, estaríamos certamente a analisar e a discutir outras coisas bem mais relevantes.
Perguntar-nos-íamos certamente por que razão uma pessoa (podia ser qualquer um de nós) vê serem escutados todos os seus telefonemas durante dois anos, vê a sua privacidade e intimidade ser violada por uma quantidade inacreditável de mangas-de-alpaca que, ao fim desse tempo todo, detectam apenas dois telefonemas completamente inócuos. Isto, por si só, já seria grave mas podia esquecer-se se se tivesse ficado pelo arquivamento do inquérito.
Infelizmente, as coisas não ficaram por aqui. Chamou-se uma pessoa que já tinha ideias feitas quanto ao resultado da investigação que iria iniciar. A coitada, não tendo conseguido comprovar as suas convicções, resolveu então socorrer-se, para as suas conclusões, de um livro de ficção desenhado por uma pessoa ressabiada, que tinha já ameaçado publicamente fazer a vida negra ao escutado, com quem tinha vivido (podia acontecer a qualquer um de nós).
À procuradora não importava que ela tivesse ameaçado publicamente a pessoa investigada, não importava que ela já tivesse sido apanhada em inúmeras mentiras e contradições, não importava a reduzida credibilidade, não importavam as várias participações criminais que sobre ela impendiam: importava apenas perseguir (podia acontecer a qualquer um de nós).
Como as escutas não serviam, o livro não chegava e ainda faltava muito para a sequela entretanto prometida (a qual, se bem pensada, poderia enfim resolver as investigações), a procuradora resolveu então socorrer-se do depoimento da dita ressabiada para colar os farrapos das suas conclusões e deduziu acusação com essa manta de retalhos (podia acontecer a qualquer um de nós).
O que veio agora a verificar-se é que não só essa manta de retalhos era falsa, ainda que cuidadosamente feita por encomenda, como também - o que é mais grave - que essa falsidade era do conhecimento ou, pelo menos, facilmente detectável pela acusação. O que veio a verificar-se é que certas pessoas do Ministério Público acusam os outros com uma leviandade e negligência terríveis. O que veio a verificar-se é que o poder e a força do Estado nas mãos de determinadas pessoas são muito perigosos. O que veio a verificar-se é que a ordem de serviço no Ministério Público é perseguir implacavelmente os particulares ordenando antecipadamente o recurso de todas as decisões que lhe venham a ser desfavoráveis.
O que veio a verificar-se... podia acontecer a qualquer um de nós.
Esqueçam os concretos personagens perseguidos pelo Ministério Público. Podia ser qualquer um de nós. E era nisto que devíamos estar a pensar e a discutir.
Vedes agora a fraca geração Que de um vassalo meu o nome toma, Com soberbo e altivo coração A vós e a mi e o Mundo todo doma. Vedes, o vosso mar cortando vão, Mais do que fez a gente alta de Roma; Vedes, o vosso Reino devassando Os vossos estatutos vão quebrando.
( VI, 30)
posted by FNV on 12:14 da tarde
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NATURALMENTE:
Também não percebo por que motivo um indivíduo que escreva no seu blogue que eu participo em orgia sexuais ( coisa impossível porque sou pouco dotado nesse campo) não há-de ser levado a tribunal ( até porque me criou falsas expectativas) . Não me parece que o argumento da "luta contra as ditaduras" valha alguma coisa. Cuba não tem blogues livres como não tem imprensa livre. Os blogues podem e devem estar sujeitos às mesmas regras dos restantes media. Continuarão a ser livres e os tribunais poderão decidir quando é que fulano pura e simplesmente difamou beltrano. Caso contrário não há liberdade.
Um cemitério numa tarde quente de Julho a meio da semana. Os vivos movem-se lentamente e os jazigos parecem pardacentas casinhas de bonecas; é a natureza do lugar. Um cemitério numa tarde quente de Julho é um território justo e ordenado: tudo é como deve ser.
posted by FNV on 9:25 da tarde
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AGRADECIMENTOS: Não queria deixar acabar o dia sem agradecer efusivamente àqueles que geralmente são os campeões do defeso, sempre com notícias amplamente divulgadas de contratações fabulosas, seja ao Recreativo de Huelva, ao Deportivo de Ayamonte ou ao campeoníssimo FC Tuy, a possibilidade que nos ofereceram de passar esta época (geralmente de muito trabalho após um merecido descanso pelas comemorações do costume) celebrando vitória atrás de vitória.
posted by VLX on 7:40 da tarde
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A JUSTIÇA NÃO SE FAZ NA HORA: a Justiça vai-se fazendo lentamente..
posted by VLX on 4:06 da tarde
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MANDELSTAM, SEMPRE:
Vivemos sem sentir o país sob os pés, Nem a dez passos ouvimos o que se diz, E quando chegamos enfim à meia-fala O montanheiro do Krémlin lá vem à baila. Dedos gordurosos como vérmina gorda, As palavras certas como pesos de arroba. Riem-se-lhe os bigodes de barata, Reluzem-lhe os canos da bota alta.
( Velha Crimeia, 1933, trad. de Nina e Filipe Guerra)
1) Anunciar a saída da selecção antes de um jogo decisivo é desmotivador para os atletas e representativo da má gestão de uma federação nacional de futebol ( segundo o Ribeirinho da SIC-N e mais uma mão cheia de prebostes) . Pois é: a Espanha fez um campeonato miserável, Aragonez ( cuja saída foi anunciada antes da meia-final) lá vai todo lampeiro para o Fenerbache e o presidente da federação espanhola de futebol demitiu-se.
2) Países poderosos e/ou ricos devem agradecer aos atletas naturalizados. Moral da história: um país que acolhe centenas de milhar de emigrantes só tem de agradecer.
3) A Rússia era o exemplo do trabalho táctico desenvolvido por um mestre, diziam os inteligentes ( à medida que iam deixando cair a Croácia e a Holanda). A Rússia deixou à vontade os holandeses em quatro livres directos até que acabou por encaixar um golo. Mas os inteligentes sabem que os golos que a Alemanha marcou a Portugal, em livres para a àrea, só aconteceram porque Scolari é burro e não faz trabalho táctico de marcação em lances de bola parada.
4) O principal diário desportivo catalão fez uma primeira página com a fotografia gigante de um candidato à presidência do Barcelona. Isto na véspera da final, isto apesar da selecção espanhola incluir quatro jogadores nascidos na Catalunha. Pior do que um imperialista arrependido só um separatista rancoroso.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.