Sim, caro João. "Há poucas". E também não há interesse nenhum em reinventar, contar, explicar. Um exemplo: quantos filmes-família, daqueles que toda a gente vê e com os actores que toda a gente conhece, existem sobre os territórios-tempo da vergonha? Se na cultura popular estas coisas fossem faladas, muitos garnizés andariam de crista baixa.
É ridículo, sobretudo quando se conhece a origem portuguesa da Amnistia Internacional. Não mudei de opinião e continuo a achar isto uma histeria de costureira.
posted by FNV on 6:39 da tarde
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É MELHOR PÔR JÁ BEBIDAS NO FRIO…:
Diz-me um passarinho agoirento que aqueles que já só pensam nas suas eleições ainda vão tropeçar amanhã nos próprios atacadores e obrigar-nos a festejar mais cedo do que queríamos. Irra!
posted by VLX on 6:20 da tarde
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OS DIREITOS DAS VÍTIMAS:
O Público, que é orgão oficial das boas causas, ( também havia a Fernanda Câncio, no DN, que agora se dedica em exclusivo ao Mário Crespo), traz uma peça sobre as mulheres violadas que não apresentam queixa. Parece que "não acreditam na justiça". Pois é. As redactoras/BE, sempre tão grávidas das velhas teorias foucaultianas sobre a prisão, e das teses sobre a sociedade criminógena, de vez em quando espantam-se. Quando o assunto lhes interessa. No estudo citado, um em cada cinco acusados já tinha condenações anteriores e 44% já tinham sido acusados de agressões, 11% delas de cariz sexual. A taxa de condenação tem descido sistematicamente. Pois é, a culpa é da sociedade. Talvez da repressão sexual: não se pode namorar, as gajas andam todas tapadas e chegam virgens ao casamento, etc.
É bem verdade que por cá os media têm sido livres de estabelecer intensas relações entre políticos e acusados, arguidos, ou testemunhas, em mediáticos processos judiciais.
posted by FNV on 1:11 da tarde
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DIÁRIO DE COSTUMES (IV):
Estarrecido. Parecia um circo. Ontem obriguei a minha cadela a sentar-se doze vezes. E a deitar-se por quinze ocasiões. Anteontem cevei nas carnes de um pobre frango, que ainda há uma semana fenecia de tédio num konzentrationslager zoológico da Aveleira. Duas pequenas moscas, que voavam livres como passarinhos, acabam de sucumbir ao Mafu, essa espécie de napalm doméstico. O baluarte dos Aqueus não faria melhor. Pior. Melhor.
posted by FNV on 10:13 da manhã
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TENNYSON, SEMPRE:
He clasps the crag with crooked hands; Close to the sun in lonely lands, Ring'd with the azure world, he stands.
The wrinkled sea beneath him crawls; He watches from his mountains walls, And like a thunderbolt he falls.
posted by FNV on 11:49 da tarde
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DANGER PROFILE:
Este blogue de Coimbra traça o perfil de Délio Figueiredo, o bloquista que chamou "traidor "a Vital Moreira. Não está lá nada de íntimo nem de ofensivo. A caixa de comentários já tem ameaças anónimas. Esta gente anda assanhadita. Comigo podem falar directamente: tenho nome, a minha morada vem na lista e atendo às 3ªs, 6ªs e durante todo o fim de semana.
O assassino do ex-sacristão não beneficiou da velha-nova filosofia penal que entende que a prisão não resolve nada. O ex-sacristão também não.
posted by FNV on 12:27 da tarde
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DIÁRIO DE COSTUMES (III):
A mania vem de trás e agora agudizou-se. Perdemos o autocarro e é preciso uma mudança de paradigma. O homem segue a mulher até ao hotel e confirma a traição: fica com um par de paradigmas novinhos em folha. O menino não quer sopa e a mãe vai logo buscar um paradigma com açúcar. O homem de Cincinnati podia ter ficado quieto.
NaLer, deste mês, escrevo* sobre macacos e abstinência sexual. No próximo número sai uma coisa sobre pesadelos, o Príncipe de Gales e leões. O novo "I"está aí. O Pedro Rolo Duarte desafiou-me para um ( único) texto que há-de sair na revista. É sobre o amor em Portugal: porrada, drogas e férias na neve.
* os editores não publicaram a referência bibliográfica: Sobo, E. and Bell, S. ,Celibacy, Culture and Society, 2001, WUP, Wisconsin.Não gosto de plágios.
posted by FNV on 10:36 da manhã
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DROGAS, PROIBIÇÃO E CRISE (VII):
Se hoje vos propusessem uma lei que permitisse aos médicos prescrever opiáceos, sob supervisão da Ordem dos Médicos, e aos retalhistas importar opiáceos, pagando taxas e impostos, o que diriam? Não sei, mas já ouvi muitos alunos meu dizerem que tal coisa é impossível e que nunca se viu. Tort. O Harrison Narcotics Act, que veio na sequência do projecto do senador Foster, aprovado em 1914, propunha precisamente o que acima descrevi ( poupando detalhes). Na altura, as mentes mais liberais entenderam-no como um ataque à liberdade dos drogados e dos clínicos; as cabeças mais conservadoras acharam pouco ( não esquecer que o país já vivia, há muito, sob a pressão dos fanáticos da Temperança). Seja como for, o projecto lançou o que ficou conhecido como a Narcotic Clinic Era. Dezenas de clínicas de desabituação/manutenção abriram um pouco por todo o lado Albany, New Haven, Nova Iorque, Atlanta, Geórgia, etc. O Act de 1914 foi uma proposta razoável na altura errada. A votação final do Volstead Act, que instituiu a Lei Seca, impediu naturalmente qualquer complacência para com as drogas. As clínicas foram fechando sob pressão da Divisão de Narcóticos. E onde estava integrada esta divisão? Na Prohibition Unit. Claro. Este período é de capital importância para quem quer entender o estatuto actual das intoxicações ( já retocado, é certo). A Divisão de Narcóticos deu origem ao Federal Bureau of Narcotics, que, sob a batuta de Aslinger ( personagem incontornável que já aqui trouxe noutras séries ), encetou uma verdadeira intifada proibicionista alicerçada na força americana consolidada no período entre e pós -guerras. Lá iremos.
Bibliografia: Musto ( (1999), Vicente ( 2003), etc.
posted by FNV on 9:43 da manhã
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DIÁRIO DE COSTUMES (II)*:
A professora pergunta aos meninos se conhecem animais que voam. O Joãozinho diz que sim. O hipopótamo. A professora diz que não, que é um disparate, toda a gente sabe que os hipopótamos não voam. O Joãozinho insiste, que foi o pai que lhe disse. A professora quer saber qual é a profissão do pai. O Joãozinho responde que o pai é o chefe local do partido. A professora reconhece que sim, que os hipopótamos voam. Muito baixinho.
O Chelsea vai passar.Talvez 3-1. Gus Hiddink vai desalojar o jogo do Barça: do centro para as alas. Depois, Drogba e Anelka vão explorar, no corredor central da defesa catalã, a ausência de Márques e de Pujol.
Adenda: o Pepeteam tinha de ir à final, e assim assistimos à mais vergonhosa arbitragem de que há memória desde que existe Champions: quatro-4-quatro penalties por assinalar a favor do Chelsea.
A refinaria Balboa ( perseguição...) é perigosa para a ecologia, dizem os especialistas dos dois lados da fronteira. No problema. Tenho a certezinha absoluta de que o governo Zapatero, que defende os não-fumadores, o fim da corrida, os direitos de todas as minorias sexuais ( as que existem e as que não existem) e os direitos dos macacos do realejo, não deixará de defender o ecossistema do maior lago artificial da Europa.
posted by FNV on 10:41 da manhã
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DIÁRIO DE COSTUMES (I):
Quando se mente, alarga-se o colarinho. Vá-se lá saber porquê. Talvez para o sangue fluir melhor pelas carótidas, evitando o risco de corar. Também pode ser um pedido de ajuda: não vêem que estou a mentir?
O pai morreu há uns anos e desde então sempre rezou por ele. Descobriu agora que o paizinho toda a vida bateu na mãe. Foi ela, a mãe, que lhe contou antes de morrer: Anda cá, vou contar-te a minha vida. O homem era um ciumento compulsivo e manhoso. Com a idade ficou pior e não deixava a mulher sair de casa sozinha. Como é que vou rezar por ele? E por que razão nunca me apercebi? Esta mulher é agora visitada por uma tristeza dente- de-sabre. É uma desistência da biografia.
A partir de agora entramos num período político que me interessa pouco: discussões de lugares e promessas eleitorais. Cumprindo uma tradição epicurista, farei uma pausa no comentário político ( há 100 bloggers que o fazem melhor do que eu) e dedicar-me-ei à observação dos costumes humanos. E ao Benfica.
Deste tipo de recepções a Sócrates. Estes insultos, estratégicos e organizados para os telejornais (para além de boçais), dificilmente traduzem o descontentamento real e, pior, escondem o ressentimento verdadeiro. Porquê? Porque estes insultos são a versão histérica da democracia e admitem-se em situações excepcionais, mas no caso de Sócrates ocorrem desde o primeiro ano de mandato. Perderam força e banalizaram o protesto.
posted by FNV on 4:13 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA:
I have a dream:
1) Um presidente discreto e alfabetizado, benfiquista desde pequenino e sem passado de convivência com sicilianos nem de capitanias nos arrabaldes de Lisboa.
2) Humberto Coelho como director desportivo.
3) Domingos Paciência como treinador. Depois de pedir desculpa ao sr. Humberto pelas bocas que mandou de Tenerife quando o capitão assumiu a selecção nacional.
1) Vital Moreira com um capacete enfiado na cabeça a dizer "Vital Moreira", e vestido com um colete de forcado SWAT, numa jornada de canoa no Rio Minho: um eurodeputado tem de sujeitar a isto porquê?
2) Um cabouqueiro - o sr. Nunes -, no Eixo do Mal ( SIC-N), muito contristado porque "Espanha discute os rabos de Leticia e Bruni enquanto por cá temos o call-center de MFL".
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.