1) O Angelito sofre de violência da interpretação: já está na linha de fundo e ainda não pensou como há-de meter o pé à bola para cruzar bem. Sei que na área está o tractor a pedal, o que desmotiva qualquer um, mas mesmo assim. Gosto de o ver no meio ( estou farto de explicar isso ao JJ): devia jogar aí 50% do tempo ( resolvíamos o problema da interpretação).
2) Contra 11, sem penalties e quatro secos. Deixa cá ver... Já sei: o Rui Costa riu-se e pôs as mãos nos bolsos, de forma provocadora, ao minuto 53.
3) As minhas condolências ao relatador da RTP, delegação do Porto.
4) Em Braga houve a cimeira dos satélites. A Síria recebeu o Hezbollah. Em Olhão e em Braga os nossos jogadores foram espancados, na Luz o iraniano Fernando espancou a manga do túnel.
* em memória do J.F.
posted by FNV on 11:44 da tarde
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AGORA SOU QUE DIGO:
posted by FNV on 1:21 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA*:
1) Estou envergonhado e os nossos adversários têm toda a razão em se queixar. Queirós poupou os jogadores do Benfica à maçada do jogo com a China: Luisão, Saviola, Ramires, Javi, Aimar, David Luíz, Maxi e Cardozo vão ficar ao quentinho.
2) Carvalhal. Pletórico Carvalhal. Enorme Carvalhal. Sagaz Carvalhal. Espero que ganhes amanhã. Quando o Mourão se quis retirar, em Maio de 1943, era presidente do Spórtingue o senhor Amado de Aguilar. Aguilar queria subordinar o desporto português à Mocidade Portuguesa para "servir o fim nacional do revigoramento da raça". Enfim, Aguilar não deixou de ter graça quando disse a Mourão: Terás uma festa de homenagem, mas jamais de despedida. A Carvalhal temo bem que aconteça exactamente o inverso.
Do bosque. Caminhando. Paulo Portas está muito contido, muito poupado. É pena que quando fez parte do governo de Durão Barroso, o mesmo Durão Barroso que anunciou o Portugal de tanga, Portas se tenha entretido a gastar 900 milhões de euros em dois submarinos. Entendamo-nos: se estamos de tanga não compramos Tridentes e Arpões. É bom não esquecermos quem ( também) contribuiu para o estado actual das finanças públicas.
Uma vez mais se constata que o clube da Luz continua a ser beneficiado como ao longo de toda esta época. Desta feita, nenhum dos seus jogadores foi escolhido para, com os dos outros Clubes, representar Portugal através da Selecção no jogo com a China, ficando todos em repouso reparador.
posted by VLX on 4:42 da tarde
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XOSÉ CÀCCAMO, SEMPRE:
Já cá trouxe vários galegos ( Cunqueiro, Rosália de Castro, etc), porque gosto, como todos os portugueses, do som galego. Cáccamo traz a literatura no sangue ( longa tradição familiar) e no Praia das Furnas ( 1983) tem esta boa definição da fuga e do desespero. A imagem do país encoberto resulta muito bem e a situação da mãe é intrigante. Notem que alxibes será poço, nai é mãe e faiado é sotão:
Doentes, extraviados, poetas e alquimistas fanse vellos na busca dunha quintana, un patio, um país encoberto, unha alcoba secreta.
Así fan os que foxen do terror, os amantes, os que caem nos alxibes, namorados dos espellos, os que topan a nai no quentor do faiado.
posted by FNV on 11:48 da manhã
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O PEQUENO ANJO TRISTE:
É uma história do folclore alemão que vem na recolha de Karl Gander feita no século XIX e traduzida por Ashliman. A mãe perde o filho. Mais tarde consegue vê-lo no meio de muitos anjos felizes , mas ele não brinca com os outros. A mãe quer saber porquê e o pequeno anjo-filho responde: Enquanto chorares terei de recolher as tuas lágrimas e assim não posso brincar com os meus companheiros. O Komintern psi quer regulamentar a duração do luto. Que sejam muito felizes. Em alternativa podem sempre compreender que uma perda muito sentida é rigorosamente intemporal. Invertendo. Filhos orfãos sentem mais a falta de um pai à medida que vão queimando etapas - queria que o meu pai me visse agora. Ainda mais intemporal: tenho um pai mas não tive pai. Mães como a do pequeno anjo triste recolhem as suas próprias lágrimas.
No telejornal de Mário Crespo, Maria de Belém, a burocrata permanente, com o seu ar de burocrata permanente, diz que "nem são as profissões de maior desgaste que se queixam mais da idade da reforma". MB foi ministra da Igualdade no século passado e deixou um vazio imarcescível. Nestas ocasiões, a ganga de esquerda, que a burocrata vende como ninguém, cai no abismo ( e não cai sentada como no livro de Bolaño).
Nem é nada de relevante, mas o acento siciliano-chavista-socratista está sempre presente. O advogado de Pinto da Costa, Moreira dos Santos, disse à TSF que as buscas são faits-divers após a vitória por 5-0 sobre o Braga. O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Pois.
posted by FNV on 7:14 da tarde
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FALAR SEM PENSAR DÁ NISTO:
Cada vez me convenço mais de que o que mais falta a esta gente é bom-senso.
Quando a Procuradora Cândida Almeida vem defender o agravamento das penas contra o crime da violação do segredo de justiça de forma a serem permitidas as escutas telefónicas a magistrados, a solução por si proposta não é só obtusa por ser ofensiva contra os ditos magistrados (injustificadamente tidos por ela como sendo os responsáveis pelas violações do segredo de justiça), não só é obtusa por ser de uma violência injustificada contra a liberdade e privacidade das pessoas, em particular dos magistrados (pelas especiais funções que exercem).
Ela é principalmente obtusa porque as escutas telefónicas só se justificariam depois da notícia do crime e depois do crime noticiado não se justificam as escutas telefónicas!
Já cá esteve por causa de uma pantera inglesa e de umas violetas e coisa e tal. Antropólogo de Oxford, pouco reconhecido, pouco conhecido dos mais novos. Tem um travo de O'Neill, uma pitada pré-rafelita, um acento simbolista. E tem humor. Escuro, mas tem ( Manhã Imensa, 1984):
Prefiro ouvir-te a voz do meio das tuas cartas. Voz de pateta, mas voz de quem vai fazendo vida e se confessa aos amigos naturalmente, com voz de homem, ou de meio homem, como somos todos nós os desleixados na vida, os mentirosos na vida.
posted by VLX on 6:42 da tarde
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NÃO SOUBE DE NADA:
1) O carteiro pediu, em meu nome, troco de 100 à minha vizinha velhota mas esqueceu-se de lhe entregar a nota. 2) O meu filho menor foi ao Noites Malukas embedar-se e disse que eu o tinha autorizado. 3) A minha cadela boxer combinou, em meu nome, uma cruza com o pastor alemão do fundo da avenida. 4) O primo Elias enfiou-se na cama com a minha mulher ( eu já tinha saído ) e disse que eu o tinha mandado porque estava muito frio.
posted by FNV on 3:25 da tarde
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O PM NÃO COMENTA CONVERSAS PRIVADAS:
Até aqui tudo bem, mas...
- e quando são conversas privadas sobre a coisa pública?
- e quando sobre a coisa pública as conversas privadas focam o PM a torto e a direito?
- e quando as conversas privadas sobre a coisa pública que focam o PM a torto e a direito são tidas por amigos, protegidos e colaboradores próximos do PM?
posted by VLX on 1:53 da tarde
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ANTENA ISLÂMICA:
De regresso, relatando quem faz pontes e anula distâncias:
1) Um novo instrumento com tradução ( árabe-inglês ) na hora: o medan.
2) A primeira plataforma online ligada ao facebook: o ArabCrunch.NET.
posted by FNV on 12:03 da tarde
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OS ANIMAIS É QUE FALAM:
posted by FNV on 10:47 da manhã
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LES COPAINS D'ABORD:
Uma das poucas coisas que me interessou na discussão sobre a manifestação a favor da família tradicional ( julgo que assim designada, nem cheguei a perceber bem) foi a presença do PNR na dita manifestação. Parece que a leninista teoria da barricada - não me interessa quem está comigo desde que estejamos do mesmo lado - está de regresso. É lamentável, mas actual. A pretensa indignação que tal participação causou já é mais estranha. As manifestações pela liberdade, pela Palestina e contra a globalização, podem incluir nazis, anti-semitas, anarco-fascistas do Bloco Negro, pós-estalinistas, enfim, a fauna toda: o que interessa é "a causa". Este droit de rétention é mais do mesmo: superioridade moral histeriforme.
E regresso as vezes que forem precisas. Nesse meu livrinho ( literalmente) muita coisa ficou inacabada. A pergunta-bigorna: quanto tempo vai durar? É uma espécie de teoria geral do esquecimento; ou da resistência. No outro dia, uma mulher, quarentona e rosada, dizia-me que a coisa não andava. O pai morreu há dez meses. A meio caminho entre 80 e os 90, ainda a ajudava na loja. Carregava-lhe sacos. Aos domingos, quando ela entrava para o religioso, burguês, pacato e saudoso almoço de aldeia, atirava-lhe: "A minha menina. Anda cá, quero dar-te um beijo". Assim mesmo. Ela lembra-se. O tempo não cura, isso é óbvio. Mas como vivemos então? Porque nos habituamos. Porque nos habituamos à ferida. É um conceito estranho, passear um abcesso incurável ou um cancro que não mata? É.
posted by FNV on 11:08 da tarde
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DÚVIDA EXISTENCIAL:
Quando um intérprete de uma norma, perante uma interpretação que é imbecil e outra que não o é, escolhe a primeira hipótese, como deveremos qualificar o dito intérprete?
Adenda: agora para queijo. E imaginemos que semelhante intérprete anuncia, vaidoso, que o caminho que resolveu escolher na interpretação o levou a um resultado injusto e idiota, completamente desajustado do corpo normativo em que se insere a norma? Como o deveremos qualificar?
posted by FNV on 12:50 da tarde
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UM MANIFESTOZINHO:
Contra Rangel, e por Passos Coelho, sob a forma de crónica de análise política. Como o autor nos julga pela sua bitola, lá reforçou, no final, com a alusão à "patetice da teoria da claustrofobia democrática". E acrescentou a necessidade de o PSD confiar em quem queira "resolver os problemas do país". Tão original como um pão com manteiga.
posted by FNV on 1:10 da manhã
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OS VASSALOS JÁ FORAM (II):
posted by FNV on 12:57 da manhã
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JÁ DISSE E REPITO (AS VEZES QUE FOREM NECESSÁRIAS):
Tudo leva a crer que as eleições foram viciadas: o PGR não quis constituir arguido um PM. O custo político seria elevadíssimo. Dito de outra forma: esse custo seria suficiente para que o PGR não quisesse ver indícios suficientes. Isto nada tem a ver com a honestidade do PGR, como quer fazer crer a agit-prop. Terá a ver com outra qualidades morais, com factores hiper-políticos e com a esperança. Essa malandra.
O Freitas passou a receber, todos os dias, uma carta anónima enfiada debaixo da porta. O remetente, que assinava Abraval, chamava tudo e mais alguma coisa ao pobre do Freitas. Certo dia, o Freitas chateou-se a afixou na portaria do prédio um aviso: "O Abraval é um cobarde de merda que tem medo de assinar o que escreve. Diz-me onde moras e vou lá ter contigo.". Como as cartas eram entregues em mão, havia a possibilidade de o autor ler o aviso. Uns dias depois veio a resposta, naturalmente em forma de carta. Começava assim: "Meu Freitas ranhoso: não sou anónimo, tenho nome e os meus amigos os meus pais e o meu gato Fritz sabem quem sou. Queres é controlar-me e invadir a minha privacidade, meu moralista imbecil. Vai-te f****.Assinado: Abraval".
Que dirigentes do PS queiram pôr-se ao lado e na barca de Sócrates, eu até compreendo embora tenha pena de ver José Magalhães e Almeida Santos nessa jangada à deriva. Já me incomoda mais que estes e outros dirigentes reduzam as coisas a “campanhas”, “conspirações”, “estratégias” e “operações” sem nunca identificarem os supostos autores das ditas. Não o fazendo, podemos ser todos nós os acusados por eles, poderíamos ser todos nós.
Pois bem. Para afastar de nós as suspeitas, convirá lembrar a esses dirigentes socialistas que não fomos nós quem obteve uma licenciatura estranhíssima a um domingo, com um punhado de cadeiras dadas por alguém que, sublinhe-se, não é nosso amigo, através de uns exames de pacotilha e trabalhos de meia página enviados por fax, coisa que a nós nunca foi permitida. Que não é o nosso curriculum que aparece rasurado e truncado na Assembleia da República, com data incompatível com o número de telefone lá aposto. Que não são nossos os problemas ocorridos nos processos de licenciamento camarário. Que não são os nossos tios e os nossos primos que aparecem incessantemente em telefonemas e e-mails a propósito de um licenciamento estranhíssimo e ultra-rápido no Ministério do Ambiente nem éramos nós o Ministro que não avisou o Ministério Público das suspeitas de corrupção, nem foi a nós que elas foram transmitidas. Que não fomos nós quem obviamente mentiu aos deputados e aos portugueses na própria Assembleia da República. Que não fomos nós quem colocou os amigos nos lugares chave nas grandes empresas portuguesas onde o Governo, de uma forma ou de outra, consegue meter a colher. Que não nossos, esses amigos ou protegidos que, a mando ou a desmando, aparecem envolvidos numa parafernália de actuações estranhíssimas (para dizer o mínimo), nem somos nós os beneficiados com essas manigâncias.
Não, senhores dirigentes socialistas, não somos nós os responsáveis por essas supostas campanhas, estratégias e conspirações. Se querem identificar o verdadeiro responsável, procurem noutro lado e abram bem os olhinhos antes que a barca vá ao fundo com todos os que transporta.
posted by VLX on 7:00 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA*:
1) Hoje joga-se o campeonato da imbecilidade: se o árbitro marcar um penaltie contra o Fóculporto, está a favorecer o Benfica; se marcar contra, está a favorecer o Benfica.
3) O major Duran Clemente reapareceu ontem nas TV's, desta vez à frente dos jogadores do Fóculporto. Estão aborrecidos porque um inquérito chegou ao fim. Eu sei, eles têm o seu próprio timing: o inquérito à agressão a Co Adriaanse ainda decorre.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.