O estudo do LNEC que "arrasa a opção OTA" era o tal que ia ser favorável ao governo (e à opção OTA), porque o LNEC é um organismo público dependente de dinheiros públicos, não era?
Parece que há um gozo especial em malhar nas histórias da Anita, alterando-lhe os títulos e as capas: "Anita torna-se lésbica", "Anita tortura os animais" ( estes dois são todo um programa) e etc.* Eu achava a Anita uma seca, mas agora vou passar a oferecê-la em doses industriais ( tenho 30 sobrinhos, 10 sobrinhos-netos e uma quantidade infinita de primos pequenitos). É a minha costela anti-fascista.
* podem seguir a coisa no Arrastão e no Renas&Veados, links na coluna da direita porque de momento não consigo fazê-los directos ( as minhas desculpas).
SEMPRE A TEMPO: Sei que venho um pouco atrasado, mas foi um gosto ver o Leo agachado, a palpar as marcas quentes dos pitons no relvado, e a dizer ao Camacho: "Mister, o Quaresma passou aqui há pouco tempo".
Kadhafi repete o discurso que, em Portugal, qualquer professor de liceu do BE e o dr. Mário Soares repetem: que o Mal começou com o colonialismo e que o terrorismo - como tudo que é nefasto - se deve à acção predatória do Ocidente branco; e quer indemnizações. É bom, é muito bom que seja Kadhafi a dizer estas coisas.
POR EXEMPLO: A categoria do "politicamente correcto" continua a fascinar-me. É politicamente correcto dizer bem ou dizer mal de Mugabe e de Chávez? E o que dizem os que execram o politicamente correcto?
Até chegar a bastonário, o dr. Marinho Pinto entrava-me sala adentro espirrando na TV juízos morais acerca de tudo e de todos. Agora diz que "não há necessidade" de estar a relembrar esses episódios. Estes prebostes revolucionários são todos iguais. E ainda bem, entenda-se.
posted by FNV on 9:27 da tarde
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CALÚNIAS E RUMORES:
RTP, outra vez. Uma jovem jornalista à porta do hotel que alberga Mugabe: " Mugabe, o homem que libertou o Zimbabué do domínio branco, mas que depois passou a ter fama de ditador na Europa ". Reparem: o homem é um libertador que tem "fama" de ditador. Há quem diga que já não se espanta com nada. Pois eu ainda me espanto que os meus impostos paguem o salário de gente desta.
posted by FNV on 1:04 da tarde
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ODI ET AMO (LVIII):
Ser duro com as crianças é uma doçura. Não falo da pior dureza: o desinteresse, o enfado, a super-protecção ou o caos. Falo de outra, da que liberta. Regras simples e duras ( como com os cachorros) delimitam o território e esclarecem os papeis. Não é suposto o cão morder o dono, não devia ser tão frequente os meninos mandarem os papás à outra parte. O respeito por essas regras é o respeito pela nossa função. Isto as crianças percebem bem quando sentem que os pais não se tentam livrar delas na primeira oportunidade. Uma mãe que é inflexível com os modos à mesa mas que brinca com a criança depois de chegar a casa estafada cria um laço para a vida. Tal como os animais não devem dormir na nossa cama, também as crianças devem ser duramente expulsas da relação dos adultos. Isto significa que não há nada melhor do que adormecer com um bebé, mas que quando ele cresce devemos abster-nos de discutir - com aquela amargura com que os casais discutem - à sua frente. As regras são para todos ou não são para nenhum.
O Francisco sabe por que razão as nacionalizações, o ódio ( vitória de mierda) e o bolor leninista - tal como o resto da cartilha - têm o apoio do sr. Woods e de muitos intelectuais europeus. Todos sabemos, estamos cansados de saber: o sonho comunista passou incólume, por entre os pingos da chuva, depois de 1989. Poucos anos depois já era de mau tom relembrar os crimes, o terror, a vergonha; ou pedir contas a quem adorou e caucionou o pesadelo. Ainda é. O que conta são as boas intenções e a esperança de um mundo mais justo e fraterno. Pois.
posted by FNV on 7:29 da tarde
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ANTENA ISLÂMICA:
Hussein Shobokshi sobre Munib al Masri, o "Ross Perot palestiniano". A seguir.
Faltam as cenas ao estilo dos Sopranos, mas o Benfica já tem a sua Carolina Salgado. Bem feito. Vai vender menos. Bem feito.
posted by FNV on 12:19 da tarde
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ODI ET AMO (LVII):
A vida nunca é demasiado longa, diz Petrarca ao queixoso de uma velhice precoce. É um conselho mais enigmático do que o habitual no teórico do secretum. Se me queixo de não ter dado conta do tempo passar, por que razão ele me diz que a vida é curta? Aceitar as coisas, agradecer ter passado por esta vida, não desperdiçar nada (nem o fim da viagem). É a costela estóica de Petrarca, pouco compatível com o desejo da eterna juventude. Voltamos sempre ao mesmo: o tempo é a unica coisa que possuímos.
posted by FNV on 11:21 da manhã
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"TUDO SE ALCANÇA PELA DISCÓRDIA":
Heraclito não conheceu o deputado Nuno Melo mas teve pena. Disse o deputado que hoje liga o televisor e todos os dias tem notícias "de carros a explodir" ( entre outras desgraças). O meu televisor deve estar estragado, só me deu notícia de um carro explodido. Fico a pensar nesta direita que precisa de imaginar um país a ferro a fogo para poder sobreviver: tudo se alcança pela discórdia, de facto.
Jogava-se a honra. Li as receitas do Francisco Meirelles no Expresso ( não gostei) e lembrei-me do Vasco Lobo Xavier que me levou ao 60/70; resolvi então ensaiar uma entrada para quando ele cá vier. Tudo isto porque era preciso acautelar a desgraça. Em vão. O jogo de hoje concretizou a epistemologia benfiquista de sonho: o treinador é o Chalana, o adjunto é o Camacho, o Barbas é o Vilarinho e o motorista é o Vieira. Mai nada.
posted by FNV on 10:19 da tarde
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ODI ET AMO (LVI):
Ao fim de alguns ( poucos) anos os meninos passam a dividir-se por duas ( ou mais) casas, porque os papás já não sentem o "clique" erótico. Por que motivo os papás exigem o tal "clique" da relação com o parceiro de tantas insónias é coisa que merece curta e singela análise: A sobrevalorização do sexo acompanha uma menoridade emocional que transforma as relações de longa duração num lamentável equívoco. Um casal que partilha a cama há uma dezena de anos não tem, obrigatoriamente, que manter "clique" nenhum. Esse sexo deve ser fisiológico, limpo de lamentações e deserto de tristezas. O puritanismo conjugal ainda convive mal com a naturalização das modas sexuais e por isso os casais julgam poder levar para casa a cartilha suburbana da "ousadia das posições", das fantasias dos vídeos e a mais variada tralha terapêutica. O resultado é, naturalmente, desastroso. Existem hoje cenários suficientes fora de casa para os papás ensaiarem a psicoginástica erótica que tanto os atrai. Não faltam parceiros disponíveis, tecnologias de contacto, vontade geral. Que o façam discretamente e deixem os miúdos crescer sossegados.
Que isto seja comum nos media portugueses não espanta ninguém. A personagem mais abjectamente pequeno-burguesa adora exibir, à distância, ares pseudo-revolucionários. Desta vez foi no telejornal da RTP-N que terminou há minutos. A apresentadora, com o ar de quem descobriu minhoca na farinha, pergunta ao Rui Tavares: "Se as camadas mais simples tivessem votado, e sabemos que há na Venezuela muitos interesses por causa do petróleo, o resultado poderia ter sido outro?". Isto é a variante do "povo burro" quando o resultado não é o esperado. Aqui o povo não é burro: simplesmente não é "o verdadeiro povo".
posted by FNV on 9:52 da tarde
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"NESTAS CONDIÇÕES":
A resposta do povo, numa réstea de democracia formal, vai lançar a Venezuela numa guerra civil ou numa ditadura do proletariado ( sim, essa mesmo, basta ler os clássicos) . Chávez deu o tom: "Vocês obtiveram uma vitória de Pirro e, nestas condições, eu não a celebraria." Compreende-se: dispõe de dezenas de horas mensais na TV estatal, calou a outra, esticou a corda até onde foi possível. "Nestas condições", na linguagem da esquerda revolucionária - que respeita tanto a vontade do povo como o cão respeita a pulga - siginifica que em breve existirão outras condições.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.